Autora de ”Harry Potter” responde a comentários homofóbicos sobre Dumbledore

J.K. Rowling defendeu seu personagem no Twitter contra comentários de cristão fundamentalista que a acusou de "enganar" os cristãos

por Marcio Caparica

Há quase sete anos, a criadora da série Harry Potter, J.K. Rowling, anunciou para o mundo todo que o professor Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore, o amado diretor da escola de Hogwarts, era gay.

Depois de uma leitura de Harry Potter e as Relíquias da Morte feita no Carnegie Hall, em Nova York, uma leitora perguntou: “Dumbledore acreditava no poder do amor. Ele já se apaixonou alguma vez?”

A resposta da autora: “Minha resposta sincera… Eu sempre concebi que Dumbledore é gay”.

No dia 2 de maio, Rowling publicou o seguinte tweet:

Hoje é o 16o. aniversário da Batalha de Hogwarts. Estou fazendo um momento de silêncio na frente do teclado. Eu detestei matar algumas daquelas pessoas.

Nesse último sábado, dia 6, com alguns meses de atraso, o norte-americano Frank Fraticelli respondeu à mensagem da criadora de Harry Potter. O tweet foi bloqueado para compartilhamento, mas o conteúdo é o seguinte:

Depois que vc revelou que Dumbledore era homossexual eu deixei de ser um fã. Valeu por ter nos enganado com isso. Aproveite seus bilhõe$.

Rowling respondeu na hora:

@halfelven55ff Eu o aconselho a passar a seguir Brian Souter imediatamente. Ele é muito mais o seu tipo de pessoa.

Souter é um empresário escocês conservador e antigay, apoiador do grupo Scotland For Marriage, que luta contra a união homoafetiva, e é mais conhecido pelas grandes doações que fez recentemente nas para campanhas a favor da independência da Escócia do resto do Reino Unido (Um plebiscito para decidir a independência escocesa acontecerá dia 18; Rowling também já veio ao Twitter declarar-se a favor da permanência da Escócia sob a coroa britânica.) O tweet de Rowling foi favoritado mais de 2500 vezes e retuitado mais de 1350 vezes. Fraticelli respondeu como se espera de um fundamentalista religioso:

O que mudaria se nós soubéssemos antes? Eu acredito que muitos cristãos não haveriam comprado o livro. As redes o haveriam evitado.

(O maior medo de todo fundamentalista, é claro, é que os outros cristãos não evitassem o livro e, pelo contrário, se tornassem mais tolerantes, como já se comprovou acontecer com os leitores da série de Harry Potter.)

Antes de voltar a relegar homofóbicos a sua insignificância, J.K. Rowling ainda enviou uma mensagem para os fãs:

Eu quero agradecer a todos que estão tuitando mensagens carinhosas para mim. Não se preocupem comigo – parafraseando Albus Dumbledore, se você espera popularidade universal, você ficará no Twitter por MUITO tempo. xxx

E nós permaneceremos fãs de Rowling por mais tempo ainda.

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Um comentário

Rhuan Carlos Souza Caetano

Texto excelente! E o dono dele também! 🙂 Parabéns.

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