Barbie ganha novos formatos de corpo e etnias variadas

Há 57 anos a boneca Barbie domina o imaginário das meninas de todo o mundo, oferecendo um ideal de mulher descolada, poderosa e feminina. Ao longo dessas décadas, ela também vem enfurecendo pensadores por conta de sua anatomia impossível e dos padrões de beleza limitadores que promove. Hoje, quem sabe, essa história começa a mudar.

A Mattel, fabricante da linha Barbie, anunciou hoje em matéria de capa da revista Time o lançamento da nova coleção Barbie Fashionista. A maior novidade da linha em 2016 é que agora a boneca virá em três formatos de corpo: “petite”, “tall” e “curvy” (mignon ou baixinha, alta e curvilínea, ou seja, gordinha). Em seu site, a fabricante também afirma que as bonecas apresentarão 7 tons de pele, 22 cores de olhos e 24 tipos de penteado, “orgulhosamente oferecendo às meninas mais escolhas do que nunca”.

We proudly add three new body types to our line. Meet the new dolls. https://t.co/JDeqzI59nX #TheDollEvolves pic.twitter.com/IJVcVhfPkL

— Barbie (@Barbie) January 28, 2016

Essa é uma das mudanças mais importantes na linha Barbie desde que foi lançada, em 1963. A reportagem da Time explica que, claro, o que motivou a mudança foi a queda de vendas – e o sucesso da animação Frozen:

Manter-se no mesmo rumo não era uma opção. As vendas da Barbie despencaram 20% de 2012 para 2014, e continuaram a cair ano passado. Uma linha de brinquedos criada para ensinar as garotas a construir, a Lego Friends, ajudou a elevar a Lego a um nível acima da Mattel como a maior fabricante de brinquedos do mundo em 2014. E então a Hasbro adquiriu a linha das Princesas Disney, que era da Mattel, no momento em que Elsa do filme Frozen tirou Barbie do trono como o brinquedo para meninas mais popular. Estima-se que a Mattel perdeu 50 milhões de dólares devido à perda de Elsa e outras Princesas Disney.

É uma mudança importante. Como a própria Time explica, “[Barbie] é um símbolo global de um tipo específico de beleza norte-americana há gerações, com reconhecimento de marca equivalente ao de Mickey Mouse. M.G. Lord, uma biógrafa da Barbie, já afirmou que ela foi criada ‘para ensinar as mulheres o que a sociedade espera delas – para o bem ou para o mal'”. Um estudo de 2006 da publicação Developmental Psychology descobriu que garotas que viam imagens da Barbie antes de preencher um questionário denunciavam imagens corporais piores e mais vontade de serem magras que garotas que não eram expostas às imagens da boneca. Pesquisadores da Universidade de Bath sugeriram que as meninas de 7 a 11 anos que mutilam suas Barbies – arrancando suas cabeças, cortando seu cabelo, e até colocando-as no microondas – fazem isso porque odeiam a boneca.

Barbie original x Barbie gordinha

Barbie baixinha e Barbie alta