Sim, quero dinheiro: conheça o site de relacionamentos para quem não finge que não pensa em grana

Jennifer Lobo, CEO do site MeuPatrocinio.com, conta por que decidiu abrir uma seção gay para seu portal e conta como todos poderiam aprender com os relacionamentos sugar

por Marcio Caparica

“Quarenta e cinco por cento dos divórcios são causados por desavenças financeiras”, afirma Jennifer Lobo, CEO do site de relacionamentos MeuPatrocínio.com. Apesar de não ter conseguido encontrar a fonte dessa estatística, não é necessário vasculhar muito para descobrir que sim, desavenças financeiras estão no topo dos problemas que minam os relacionamentos. Lobo então leva seu argumento à conclusão lógica: “por que não, então, colocar a questão do dinheiro em primeiro plano?”, sugere, enquanto mostra a nova seção de seu site, voltada para o público gay.

O MeuPatrocínio tem como objetivo ajudar que “pessoas ricas, bem sucedidas, em geral mais velhas, chamados de sugar daddies, encontrem outras pessoas mais jovens, ambiciosas, em busca de um mentor, chamadas sugar babies”, explica Lobo. A primeira reação que estamos acostumados a ter quando nos deparamos com uma proposta de relacionamento em que o plano financeiro está em primeiro plano é de aversão – e é isso que Lobo quer transformar. “Dinheiro é sim algo importante na escolha da pessoa com quem a gente se relaciona”, pondera. “Vamos parar de fingir que isso não acontece.”

E por que explorar os relacionamentos sugar entre LGBTs? A razão é genuinamente mercadológica: “esse é um mercado ainda inexplorado no Brasil, mas já saturado lá fora”, explica Lobo, com um sotaque inglês que denuncia que essa filha de brasileiros cresceu nos EUA. Mas também há um componente comportamental nessa conta: “entre gays não é tão tabu reconhecer a importância do dinheiro num relacionamento, como ainda é entre héteros”, acredita. “O MeuPatrocínio sempre ofereceu opções para se procurar parceiros do mesmo sexo, mas agora tornamos isso mais evidente com uma seção do site exclusiva para relacionamentos homoafetivos.”

A própria Jennifer Lobo vive o que chama de “relacionamento sugar”: “se envolver-se com homens ricos e bem-sucedidos me torna uma sugar baby, sim, eu sempre fui, só não tinha o nome para isso”, conta. Ela está num relacionamento com um sugar daddy sueco que já dura três anos, e lista no blog de seu site outras mulheres que, como ela, podem servir de inspiração para sugar babies wannabe: Jacqueline Onassis, Elizabeth Taylor e Beyoncé Knowles.

Mas um relacionamento como esse não seria uma forma de prostituição disfarçada? “Na prostituição é tudo bem claro, preto no branco: a profissional troca sexo por dinheiro”, contesta Lobo. “O que estamos propondo são relacionamentos em que o fator financeiro é tratado às claras, e não de forma dissimulada como muita gente faz.”

Tá, mas dá pra ir num encontro com um sugar daddy e não transar na primeira noite? “Eu não recomendo”, afirma Lobo sem pestanejar. A justificativa é surpreendentemente romântica para alguém que enxerga relacionamentos de forma tão pragmática: “se você quer algo que dure, essa não é a melhor maneira de se apresentar e conhecer a pessoa no primeiro encontro, não causa uma boa impressão”. Mas pelo menos uma coisa é certa: “num relacionamento sugar, quem paga a conta nos encontros sempre é o sugar daddy – não precisa ter medo de rachar a conta”.

O pragmatismo retorna logo quando ela dá conselhos sobre como selecionar os parceiros em seu site: “leia os perfis até o fim e seja sincero no que coloca no próprio perfil. Não finja ser quem não é e seja sincero sobre o que gosta e o que deseja para seu relacionamento”, aconselha Lobo. “Ninguém quer desperdiçar tempo com conversinhas bobas e superficiais que não vão levar a um relacionamento produtivo.”

Os sites para relacionamentos sugar no exterior são famosos por seus inúmeros perfis falsos e conversas automatizadas. Lobo garante que isso não acontece no MeuPatrocinio.com. Já para descobrir se o poder aquisitivo do daddy é real, ela dá algumas dicas: “confira se o patrimônio que ele diz ter poderia ser adquirido com a renda que ele coloca em seu perfil”, afirma. “Além disso, você pode optar por aqueles que pagam a assinatura para sugar daddies, algo que mostra comprometimento”. O pacote premium de seu site cobra R$ 199,00 por mês; ou serviço elite, impressionantes R$ 1.000,00 por mês.

No fim das contas, todos os relacionamentos poderiam aprender com a sinceridade dos relacionamento sugar, acredita Lobo. “As pessoas precisam ser abertas com relação ao padrão de vida que desejam levar e com os interesses de cada um”, aconselha. “Estamos propondo que as pessoas se envolvam sem joguinhos nem premissas falsas. Um relacionamento sugar, antes de tudo, coloca as cartas todas na mesa. Não adianta fingir que vai conseguir ficar junto quando os objetivos e gostos são muito diversos. As pessoas mudam, mas nem tanto.”

Foto por Cafe Credit via Flickr, sob licença Creative Commons

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Um comentário

Fabio Oliveira

“Tá, mas dá pra ir num encontro com um sugar daddy e não transar na primeira noite? “Eu não recomendo”, afirma Lobo sem pestanejar. A justificativa é surpreendentemente romântica para alguém que enxerga relacionamentos de forma tão pragmática: “se você quer algo que dure, essa não é a melhor maneira de se apresentar e conhecer a pessoa no primeiro encontro, não causa uma boa impressão”. Mas pelo menos uma coisa é certa: “num relacionamento sugar, quem paga a conta nos encontros sempre é o sugar daddy – não precisa ter medo de rachar a conta”.”

Isso é uma visão tão heterossexual de um relacionamento, que tá na cara que ela não entende de relacionamentos gays. Esse tipo de conduta é mais antiga do que se imagina. Me lembro quando mais novo, começando a me relacionar, encontrava caras mais velhos cansados de bancar namorado mais novo e depois ser trocado. Não sei se entre meninas isso é comum, mas entre rapazes isso é velho. O cara que tem grana hoje em dia, quer um cara jovem, bonito, mas igualmente independente… bobagem isso

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