The Sims demonstra apoio ao orgulho gay

Para a tristeza da Rússia, a EA Games deixa claro que apoia a causa LGBT - ao contrário da Nintendo - e se alinha com várias outras corporações

por Marcio Caparica

Junho, o mês do orgulho gay, chegou ao fim. Esse ano, várias empresas norte-americanas decidiram participar oficialmente das paradas gays por todos os Estados Unidos. Chrysler, eBay, Macy’s, American Express e muitas outras companhias compareceram e patrocinaram as paradas gays de várias cidades – sem medo de serem vistos ao lado de gogo boys de sunguinha. As campanhas de boicote já não acontecem mais, e os ganhos para marca são grandes: “as corporações estão reconhecendo que esta é uma base de consumidores leal e confiável”, declarou Gregory Varnum do grupo Equality Michigan. “Anunciar para a comunidade LGBT funciona. Eles não continuariam a fazer isso se não funcionasse.” Deu pra entender, marqueteiros brasileiros?

Além dos medalhões do mundo digital – Apple, Facebook e Google – outra empresa explicitou seu apoio aos relacionamentos homoafetivos: a EA Games, responsável pelo jogo The Sims. Prestes a lançar a quarta versão do simulador de vida para computador, o estúdio de games publicou em sua conta do Twitter uma imagem em que vários personagens vestem as cores do arco-íris e demonstram todos os tipos de relacionamento que o jogo possibilita – aparentemente tem até um relacionamento poligâmico.

Desde a primeira edição que The Sims, esse tamagochi tamanho família, permite que se crie relacionamentos homoafetivos – com um pouco de insistência, convenhamos, mas mesmo assim, quem nunca experimentou passar horas brincando de casinha com um casal de gays ou lésbicas dentro do jogo?

Em maio, essa abertura à diversidade rendeu ao jogo a classificação de “jogo adulto” na Rússia, onde considera-se que ele infringe as leis contra a “propaganda gay”. Deborah Coster, porta-voz do jogo, no entanto, garantiu ao site The Polygon que “nós não temos quaisquer planos de alterar The Sims 4 [para o mercado russo]. Um dos princípios-chave do jogo é que cabe ao jogador decidir o que faz dentro do game. Nós oferecemos um ambiente de simulação, e as escolhas e a criatividade dos jogadores fazem o resto.”

Resposta bem melhor que a dos representantes da Nintendo às reclamações que receberam também em maio, quando descobriu-se que seu simulador, Tomodachi Life, não permitia que os jogadores desenvolvessem relacionamentos homoafetivos. “As opções de relacionamento no jogo representam um mundo lúdico alternativo, não uma simulação da vida real”, a empresa disse na época. Poucos dias depois, a empresa colocou um pedido de desculpas em seu site: “nós pedimos desculpas por ter decepcionado tantas pessoas ao deixar de incluir relacionamentos homoafetivos em Tomodachi Life.” Mas podem esperar sentados pela possibilidade de criar personagens homossexuais no jogo: a Nintendo deixou claro que isso é algo que não se resolve com um patch, e que relacionamentos gays só seriam incluídos numa edição futura do game, se ela for feita.

Enquanto o assunto é games, vale apontar também que pela primeira vez a série Dragon Age vai oferecer um personagem exclusivamente gay, o mago Dorian de Dragon Age: Inquisition. Até então o game oferecia alguns personagens possivelmente bissexuais, ou, se gays, apenas coadjuvantes. O escritor da série, David Gaider, dá mais detalhes no blog do jogo: “Dorian é gay – para falar a verdade, é o primeiro personagem completamente gay que eu tive a oportunidade de escrever. Talvez esse aspecto de Dorian o torne controverso em alguns lugares, mas eu fiquei feliz ao incluí-lo. Isso fez com que essa fosse uma experiência muito pessoal para mim. [Sendo um mago] ele vem de um lugar em que a ‘perfeição’ é a máscara que todo mago coloca, e qualquer coisa que cheire a um desvio é vergonhosa e supostamente escondida. Por se recusar a entrar nessa fachada, Dorian é visto como teimoso e insensato por sua família, o que contribuiu para seu status de pária. Eu tenho esperanças de que ao final isso tudo colabore para que ele se torne um personagem mais completo para os fãs.”

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Conheça mais sobre os gays no mundo dos games no Lado Bi dos Games.

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Um comentário

Alexandre

Eu me lembro da campanha:
EA Full Spectrum – Hate is Not a Game
vídeo: http://youtu.be/_RgEA07lAZI
site: http://goo.gl/eEs9Bo

Que não foi “muito bem aceita”, e também teve pouca participação da comunidade LGTB.
O vídeo dos jogos da EA com momentos gay, esta com 5.192 votos negativos contra 764 positivos.

Gostar de jogos e ser gay não é fácil, a jogos que o povo não ta nem ai, por exemplo PW, a jogos que o povo ate brinca com isso, e se você falar que é gay, todos ficam pedindo “cam”, só na putaria mesmo kkkkkk, tipo League of Legends (lembro quando a Riot tentou tira a fama de gay do Ezreal, e todas as comunidade no mundo, entraram contra porque o Taric ia ficar chateado. kkkkkkkkk).

Eu sempre tento levar tudo na brincadeira, tipo, o cara fala:
-VAI TOMAR NO CU!
eu respondo.
-Que Deus te ouça.
ou
-Só espera eu fazer a chuca?

A melhor parte disso, é que o meu irmão começou a dar a mesma resposta, mesmo ele sendo hétero e casado a 3 anos. kkkkkkkkkkk

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