Futebol e diversidade não precisam se manter distantes, e a paixão pelo esporte bretão pode ser canalizada para tornar o mundo mais tolerante.
No último dia 14 de abril, numa partida entre o San Jose Earthquakes e o Portland Timbers, o jogador Alan Gordon (do San Jose) lançou um “fucking faggot” (“viado de merda”) para o capitão do time adversário, Will Johnson. O incidente causou todo um bafafá na cobertura esportiva dos EUA naquele fim de semana, os comentaristas caíram em cima, e Gordon teve que ir a público pedir desculpas: “Eu sinceramente peço perdão pelo que disse durante o jogo essa noite. Apesar de ter dito aquilo no calor do momento, esse tipo de linguagem não tem lugar no nosso jogo. Não é do meu feitio, e não há o que justifique dizer o que eu disse. Eu cometi um erro e aceito toda a responsabilidade por minhas ações.”
Muito bonito, mas não impediu que Gordon levasse uma suspensão de três jogos pelo que fez em campo. Em tempo, Johnson fez o gol da vitória nessa partida batendo um pênalti.
(Vamos fazer uma pausa só por um instante e ver como um regulamento bem feito pode mudar a atitude de toda uma população. Jogadores que xingam o outro de viado em campo são suspensos nos campeonatos por lá. Isso muda a mentalidade de todos que acompanham o esporte, que recebem a mensagem contra o preconceito e não consideram mais esse tipo de atitude aceitável. Aqui no Brasil, país do futebol, os mano chama o outro de viado fia-da-puta vai-tomá-no-cu e passa totalmente batido.)
Algumas semanas depois, no domingo antes do Dia Internacional contra a Homofobia, a torcida organizada do Portland Timbers, The Timbers Army, deixou claro que também não aceita a homofobia em campo. Logo antes da partida, os torcedores ergueram panos coloridos formando um enorme arco-íris coletivo atravessando a arquibancada. Também exibiram faixas em que diziam “Pride, not prejudice” (“Orgulho sim, preconceito não”, em tradução livre) e “Football fans against homophobia” (“Jogadores de futebol contra a homofobia”).
Tem quem diga que o futebol é um “jogo viril, varonil, não homossexual” e que é melhor que um jogador gay abandone a carreira ou monte uma federação própria (bayjos, Junqueira Filho). Mas não é assim, como dá pra ver.
APENAS
[…] Caparica, LadoB / edição: Pragmatismo […]
[…] Caparica, LadoB / edição: Pragmatismo […]