O CEO da Mozilla, Brendan Eich, que se declarou contrário ao casamento gay, deixou a companhia nesta quinta (3).
Em 2008, Eich havia apoiado a “Proposition 8”, legislação que proibiu o casamento gay na Califórinia. Ele também fez doações a políticos que apoiavam a medida.
Ao ser empossado, alguns funcionários da Mozilla pediram sua renúncia no Twitter e outros três diretores deixaram seus cargos.
Em um post no blog da empresa, sobre a demissão de Eich, a Mozilla declarou: “A Mozilla orgulha-se de ter estabelecido diferentes padrões, mas, na semana passada, a empresa não fez jus a eles. Nós sabemos por que as pessoas estão magoadas e com raiva, e elas estão certas: é porque não nos mativemos fieis a nós mesmos.”
Eich é um co-fundador da Mozilla e foi anteriormente CTO da empresa. Ele inventou a linguagem de programação JavaScript.
Seu apoio à “Proposition 8” era conhecido antes de ele ser nomeado CEO.
Leia a íntegra da mensagem da Mozilla, responsável pelo navegador Firefox:
A Mozilla orgulha-se de ter estabelecido diferentes padrões, mas, na semana passada, a empresa não fez jus a eles. Nós sabemos por que as pessoas estão magoadas e com raiva, e elas estão certas: é porque não nos mativemos fieis a nós mesmos.
Nós não agimos como você esperava que a Mozilla agisse. Nós não agimos rápido o suficiente para dar uma resposta satisfatória às pessoas assim que a polêmica começou. Lamentamos. Temos de fazer melhor.
Brendan Eich escolheu demitir-se do cargo de CEO. Ele tomou essa decisão em pro da Mozilla e de nossa comunidade.
A Mozilla acredita tanto em igualdade e liberdade de expressão. A igualdade é necessária para que os discursos sejam significativos. E você precisa de liberdade de expressão para lutar por igualdade. Descobrir como conciliar os dois pode ser difícil.
Nossa cultura organizacional reflete a diversidade e a inclusão. Congratulamo-nos com as contribuições de todos, independentemente da idade, cultura, etnia, gênero, identidade de gênero, língua, raça, orientação sexual, localização geográfica e pontos de vista religiosos. A Mozilla apoia a igualdade para todos.
Temos funcionários com uma grande diversidade de pontos de vista. Nossa cultura de abertura estende-se a incentivar a equipe e a comunidade para compartilhar suas crenças e opiniões em público. É isso que distingue a Mozilla da maioria das organizações e isso que nos coloca em um padrão mais elevado. Mas, desta vez, não conseguimos ouvir, nos envolver e sermos guiado por nossa comunidade.
Embora dolorosos, os acontecimentos da semana passada mostram exatamente o que precisamos na web. Então, todos nós podemos participar livremente das conversas difíceis que precisamos ter para tornar o mundo melhor .
Nós precisamos colocar nosso foco de volta na proteção à Web. E fazê-lo de uma forma que vai fazer você se orgulhar de apoiar a Mozilla.
Quem será o próximo líder da Mozilla ainda está sendo discutido. Queremos estar abertos sobre onde estamos para decidir o futuro da organização e ter mais informações na próxima semana. No entanto, a nossa missão será sempre tornar a web mais aberta para que a humanidade seja mais forte, mais inclusiva e mais justa. Isso significa manter a web aberta.
Nós vamos sair dessa com compreensão e humildade renovadas. Nossa grande comunidade, global e diversificada, é o que faz a Mozilla especial. E também é o que vai nos ajudar a cumprir nossa missão. Somos mais fortes com vocês envolvidos.
Obrigada por ficar conosco.
Mitchell Baker, executive chairwoman
Se a Mozilla se preocupa mesmo com a diversidade ou se isso é só mais um textinho bonitinho de assessoria, pouco importa. O que importa é que doeu no bolso e eles se coçaram. Ponto pro OK Cupid e pros gays que desinstalaram o Firefox.
[…] Mozilla, a companhia de tecnologia por trás de um dos browsers mais populares do mundo, o Firefox, Brendan Eich pediu demissão em consequência das pressões que vinha sofrendo. Eich, o inventor da linguagem de programação Javascript, tecnicamente era qualificado para […]
Acho engraçado que o movimento pede liberdade e respeito, mas são os primeiros a pedir a cabeça de alguém que pensa diferente. Não vejo problema nenhum no cara apoiar o que ele acha certo. O preconceito está em vocês
Meu caro, ele apenas “apoiou o que achava certo” porque achava que não lhe causaria prejuízo profissional nenhum. Nenhum executivo com pretensões a se tornar CEO de qualquer grande empresa faz doações para campanhas que promovam o ódio racial, separatismo de estados dos EUA ou que neguem o Holocausto, por exemplo, porque sabem que isso lhes custará a carreira. Mesmo que achem que essas opiniões são “certas” (não são, só pra deixar bem claro para você). Se tivesse tanta convicção do que “acha certo”, declararia sua opinião para quem quisesse ouvir, e se o custo de suas convicções fosse seu cargo, que seja. Muitos gays encaram esses temores ao sair do armário publicamente no trabalho. Brendan Eich, no entanto, tentou varrer tudo para baixo do tapete, para ver se o pessoal da Mozilla deixava por isso mesmo. E também não foi publicamente dizer que se arrependia do que fez e que havia mudado de opinião sobre o casamento homoafetivo, o que significa que continua mantendo a mesma opinião de que casais gays deveriam ter seus direitos negados. Não passa de um covarde.
Não vê problema em apoiar o que o cara “acha certo”?!
Ei, chará, dá uma lida em História, viu! Se você não lembra ou ainda não foi lhe ensinado na escola (sei lá que idade você tem ou que série faz), mas muitas coisas horríveis a humanidade já passou por causa de gente que não se importava com o que “os caras achavam certo”. Iam deixando os pensamentos amadurecerem, tomarem conta da população e de repente os “caras” tornavam-se líderes destrutivos.
Brendan Eich tem todo o direito de pensar o que quiser. E os gays têm todo o direto de derrubar os pensamentos que lhes atingem. Se não abríssemos a boca, quem falaria por nós? Jesus Cristo? Dilma Rousseff? Seu vizinho heterossexual bem resolvido?
Muita calma nesta hora a doação foi feita em 2008 antes ele era e é conhecido por ter criado a linguagem javascript que é usada por uma porrada de sites incluindo este.
Sim é lamentável alguém gastar mil dólares por ….
só que nunca houve nenhum comentário dele ter discriminado ou tentado afastar gays da companhia.
Em tempo para quem quer se livrar do javascript tem o Dart uma alternativa desenvolvida pela Google só que ainda não é madura.
Eu estava inclinado a desinstalar o Firefox, mas antes disse mandei tickets pra empresa pedindo pro CEO sair.
União é importante, assim como respeito.
Desinstalei o Firefox imediatamente após ter lido a notícia aqui no LadoBi. Agora estou com o Google Chrome. Seria uma boa se os rapazes indicassem-nos empresas gay-friendly e listassem também algumas homofóbicas ou omissas quanto a questão. Já googlei e praticamente não achei, apenas umas pouquíssimas que viraram notícia por algum comentário ou propaganda homofóbicos.
Vai desativar o javascript também, ou é só mais um hipócrita de internet?
Você acha então que o fato dele ter criado o JavaScript o exime de atitudes preconceituosas? Quando se cria algo útil ganha-se carta branca para discriminar à vontade, e fica-se acima de qualquer atitude de reprovação? É isso?
Cara, me diz aí, por favor: qual foi a atitude preconceituosa dele?
Seria o fato dele ter apoiado a dita “Proposition 8″?
Espera aí!!! O ato de expressar seu ponto de vista sobre o casamento gay constitui uma atitude preconceituosa?
Constitui. Vamos usar a velha técnica da analogia com a raça: se ele desse dinheiro para uma campanha que tentasse impedir que negros se casassem com brancos, como você chamaria essa atitude? Preconceito. Ele pode ter a “opinião” de que negros não deveriam se casar com brancos. É uma opinião preconceituosa. Da mesma maneira, querer impedir que gays se casem é uma atitude preconceituosa. Por que negar aos gays os direitos que o resto da população tem?
Ele ter apoiado e financiado deputados que votariam a favor da preposition 8, que impede gays de se casarem. Sim, essa foi uma atitude preconceituosa e segregatória, especialmente porque nem eu nem o Marcio nem nenhum dos gays do universo deram autorização a nenhum idiota de decidir o que nós devemos ou não fazer do nosso corpo. Expressar ponto de vista sobre algo que não lhe diz respeito é atitude de gente não muito afeita à democracia.
Desativaria sim, Bruno! Se uma linguagem de programação fosse tão descartável quanto um simples navegador. Não é meu interesse me desligar das tecnologias criadas por héteros (homofóbicos ou não) assim como estes também não vão, e não devem, se desligar do que foi desenvolvido por gays (heterofóbicos ou não). Afinal de contas, quem abdicaria dos benefícios da computação por exemplo? Ninguém! Porque conhecimentos que vêm para facilitar nossas vidas não são desenvolvidos pensando na sexualidade dos usuários. Eu troquei de navegador e não me acho hipócrita por isso. Muito menos quero bancar o moralista. E ainda bem que tenho o direito de fazer escolhas desse tipo, porque caso contrário, por exemplo, ainda estaria frequentando uma barbearia cujo dono defende que gays devem ser curados à porrada.
Boa, mas as vezes os gays fazem propaganda de gente lixo e sem expressão sendo contra.