Dentre os dois partidos que regem o sistema político norte-americano, o partido Republicano é considerado o mais conservador, sempre disposto a impor os valores da família tradicional e ansioso por discriminar contra LGBTs. Em geral, no entanto, por trás das fachadas mais carolas sempre se esconde uma fogueira de hipocrisia. Não chega a surpreender, então, a notícia de que, na semana em que o partido realizou sua convenção para coroar Donald Trump como candidato à presidência dos EUA, a demanda por garotos de programa tenha aumentado – e muito – em Cleveland, onde acontece o evento.
Segundo o jornal The New York Post, a prostituição masculina foi de vento em popa na semana dos dias 18 a 21 de julho, quando aconteceu a convenção Republicana. “Os negócios foram muito bem. Eu já recebi 10 clientes até agora”, comemorou um garoto de programa contactado pelo jornal. “A maioria deles era marinheiro de primeira viagem. Dava para perceber pela maneira como estavam nervosos, mas depois que eles ficavam mais confortáveis, parecia que estavam se divertindo.”
Outro GP afirmou que já havia ganhado 1,6 mil dólares desde a segunda-feira – seis vezes mais do que sua média. “Normalmente só consigo 200 ou 300 dólares, mas agora atendi muitos caras em hotéis no centro”, afirmou, apontando para o pico de movimento em redor da Quicken Loans Arena, onde aconteceu a convenção.
Segundo um terceiro profissional do sexo, que havia visitado oito clientes nos últimos dias, a clientela é predominantemente de homens entre as idades de 40 e 50 anos, brancos e casados.
Um gigolô que cobra 250 dólares por hora afirmou que amealhou 800 dólares por dia desde o início da convenção. A maioria dos clientes pagava para fazer sexo, mas um deles pediu para ficar “se resolvendo num canto” enquanto o acompanhante ia para a cama com sua esposa.
Os prostitutos não se espantaram com o pico de movimento durante a convenção do partido que ainda se opõe ao casamento homoafetivo. “Quando o assunto é fazer o que não se devia, ele adoram”, afirmou um dos entrevistados. “Há vários delegados republicanos no armário, vou te dizer.”
As prostitutas mulheres procuradas pelo jornal, no entanto, afirmaram que estão na realidade ganhando muito menos que costumam. “Se os negócios melhoraram para mim? Vou te falar a verdade, não!”, respondeu uma, para depois desligar na cara da repórter. “O movimento está mais fraco que de costume”, reclamou outra. “Ninguém está chamando.”
No mundo virtual os fetiches políticos também pegaram fogo durante a convenção republicanal. O site The Daily Dot vasculhou o site Craigslist e descobriu inúmeros anúncios sexuais publicados durante a semana do evento que envolviam os políticos.
Vários deles eram de moradores de Cleveland, animados com o fluxo de carne nova (e conservadora): “Quero preencher buracos republicanos. Você está de visita. Você vai poder agir como a passivona que você é de verdade e o pessoal de casa nunca vai saber”, dita um anúncio. “Quero ser usado e abusado por você e seu grupo durante a convenção do partido Republicano. Quero abuso verbal, humilhação e degradação”, pedia outro assinado por “passivo gordo italiano”.
Outro tipo de anúncio bem comum eram os publicados por pessoas que apoiam o partido Democrata, mas queriam servir de urna para os republicanos. “Democrata busca pau republicano”, implorava um. “Procuro ativos republicanos. Sou exatamente o contrário, um democrata passivo”, pedia outro. “Gosto de imaginar que os republicanos são uns safados agressivos que só querem bater até nos submetermos. Seja firme. Fale bastante. Seja o chefe. Me coma só de raiva.”
É tudo uma questão de oferta e demanda…