Todo mundo aqui ama o príncipe Harry por alguns atributos: seus cabelos ruivos, seus escândalos sexuais, sua irreverência. Mas apesar da imagem de bad boy, o príncipe não é apenas um playboyzinho mimado que usa de sua posição para oprimir ou praticar injustiças.
Quem conta um pouco além da imagem de celebridade que Harry adquiriu é o soldado James Warthon, que escreveu o livro “Out in the Army: My Life as a Gay Soldier” (“Assumido no Exército: Minha Vida como um Soldado Gay”, em tradução livre).
No livro, ele conta que Harry sempre foi um excelente líder, destacou-se nas várias funções que exerceu e que, após dez anos nas forças armadas britânicas, o príncipe agora se retira e deixará o exército daquele país com uma lacuna.
Em um texto que fez em homenagem ao quinto na sucessão ao trono britânico, publicado no site Huffington Post, Warthon relata algumas histórias que mostram que Harry é um cara pouco dado às convenções de sua posição social e que costuma sempre dar o exemplo de como tratar as pessoas com igualdade.
E o ponto alto de sua convivência com o príncipe se deu quando ele o defendeu de um grupo inteiro de sargentos, alguns muito mais velhos e experientes, que tentaram praticar um ataque homofóbico ao então soldado.
E, claro, o momento mais importante eu vou lembrar pessoalmente, o dia em que o príncipe entrou em cena e disse a um grupo de soldados muito infelizes para ‘ficarem na deles’ e me deixarem em paz. Isto foi na sequência de um incidente que tinha ocorrido na noite anterior, durante o qual eu tinha “me aproximado” de um soldado de outro regimento enquanto bebia num bar. Na manhã, Harry teve que vir em meu socorro, pois a história tinha se espalhado pelos regimentos. Então, um grupo de sargentos irritados queria meu sangue – porque, para eles, eu era obviamente o culpado. Harry tomou controle da situação e confrontou os oficiais mais velhos não comissionados, e deixou bem claro que eles estariam em mais lençóis se me dessem mais um segundo sequer de aborrecimento sobre a questão (a minha sexualidade).
Lembro-me de vê-lo colocar esses soldados, muito mais experientes e muito mais velhos firmemente em seu lugar. E o grupo se afastou, visivelmente, com o rabo entre as pernas. Ele voltou para mim e disse, despretensiosamente, “você não vai ouvir mais nada a esse respeito novamente”.
Alguns amigos meu que serviram no ano seguinte no Afeganistão com o príncipe me contaram e em conversas que ele tomou a frente sobre tudo o que ocorreu e que algumas coisas bem sérias ocorreram devido a isso.