Qual o melhor e o pior disco da Madonna?

Madonna voltou a ser assunto com o vazamento de suas músicas inéditas e em meio a algumas controvérsias fake sobre racismo e apropriação cultural. Mas o fato que até o momento parece incontestável é que as novas músicas estão sendo super elogiadas.

E embora todo mundo adore dizer que a Madonna é puro marketing, o fato por trás dessa afirmação estúpida é que ninguém faz bom marketing sem um bom produto para oferecer em troca, ainda mais por 30 anos. Ou seja, o que há de melhor na Madonna para mim é e sempre foi a música que ela produz.

Portanto, inspirado em um post que faz um ranking dos melhores e piores discos da carreira da Madonna, fiz aqui o meu ranking, bem pessoal. Gostaria de ver o de vocês nos comentários. “Rebel Heart” ficou de fora porque ainda não saiu completo, mas deve estar em posições altas pelo que pude avaliar das demos e das seis novas canções.

13 – American Life (2003)

Encarte do álbum “American Life”

Eu amei esse disco quando saiu, mas tem quase dez anos que não ouço. Hoje voltei a ouvir pra escrever esse post e a conclusão é que acho ele chato. A melhor música do disco é a última: “Easy Ride”. Também curto “Nobody Knows Me”. “American Life”, a música, embora muito criticada, era necessária na época. Pena que ela censurou o clipe original. Um tapa na cara da sociedade americana e na cosmética da guerra.

12 – Hard Candy (2008)

Madonna faz performance de “She’s not Me” na “Sticky and Sweet Tour”, em 2008

Como o nome diz, é uma bala dura de engolir. Odiei no primeiro momento, no segundo, no terceiro, em parte por meu preconceito contra black music americana contemporânea, mas depois da “Sticky and Sweet Tour”, entendi o disco. É um álbum pra palco. E abriu minha cabeça para o estilo “urban”. Amo “Beat Goes On” e “She’s not Me”.

11 – Madonna (1983)

Encarte do álbum “Madonna”, de 1983

O álbum de estreia faz um mix do fim da disco music com a new wave. Embora hoje pareça meio datado, vale por “Borderline” e “Burning Up”, que escuto o tempo todo. “Lucky Star” e “Holiday” só gosto das versões ao vivo.

10 – Like a Virgin (1984)

Madonna faz performance de “Like a Virgin” na “Blond Ambition” tour, de 1990

Não é um disco que eu goste muito, mas tem “Into the Groove” (que está no meu top 10 de Madonna), “Dress You Up” (foda!) e “Material Girl” (dispensa comentários). Quanto a “Like a Virgin” prefiro as versões ao vivo da “Blond Ambition” e da “Confessions Tour”.

9 – Bedtime Stories (1994)

Cena do clipe de “Human Nature”: ela não sente muito por ter falado de sexo

Não gosto desse disco, mas ele tem pelo menos quatro momentos geniais, que por sinal se tornaram quatro dos melhores clipes da carreira dela: “Human Nature”, “Bedtime Story”, “Take a Bow” e “Secret”. Destaque pra “Sanctuary”, que tem sample de “Watermelon Man” do Herbie Hancock.

8 – MDNA (2012)

Madonna na abertura da turnê MDNa

É um disco sobre divórcio e é isso que você tem que saber sobre ele. Então esquece “Girl Gone Wild”, que embora tenha sido a melhor abertura de um show da Madonna ever, é só um bate-cabelo de merda. O álbum saiu logo após o meu divórcio, então minha conexão com ele foi imediata. Acho, ao contrário da maioria das pessoas, as faixas ótimas, embora seja uma coletânea de Madonna travestida de novidade, exceto por “Gang Bang”, a música mais ousada do disco. “I´m Addicted”, “Love Spent”, “I Fucked Up” e “Falling Free” são minha favoritas.

7 – Music (2000)

O álbum “Music” tem um de seus melhores momentos em uma canção country: “Don´t Tell Me”

De longe o melhor hit da Madonna, “Hey mr. DJ! Put a record on! I wanna dance with my baby!” e “Music makes the people come together!” são frases que te jogam na pista sem direito a contestar. Agora, o momento genial desse álbum é um country (!!!): “Don´t Tell Me”, que é uma das melhores coreografias da Madonna.

6 – True Blue (1986)

O álbum “True Blue” foi um dos mais vendidos nos anos 1980, tendo rivalizado apenas com “Thriller” e a trilha sonora de “O Guarda-Costas”

Foi o primeiro álbum da Madonna que eu tive e é simplesmente o que tem o maior número de hits da carreira dela, quando ela se consolida como a Michael Jackson mulher. Tem “Open Your Heart”, “Live to Tell”, “Papa Don´t Preach” e “La Isla Bonita”. O que mais posso dizer? Que eu adoro “Where´s the Party” e “Jimmy Jimmy”.

5 – I’m Breathless (1990)

O álbum “I´m Breathless” foi inspirado no filme “Dick Tracy” e tem um repertório todo inspirado nos cabarés e no vaudeville

Sim, é um álbum, não é uma trilha sonora de “Dick Tracy”, embora tenha três canções da trilha. É um álbum de cabaré sofisticadíssimo, sem dúvida o álbum mais underated da Madonna, porque, embora pouca gente saiba, é nele que tem “Vogue”. Além disso tem aquela delícia de música sadomasoquista, “Hanky Panky”, e “Sooner or Later”, que ganhou um Oscar.

4 – Ray of Light (1998)

Cena do clipe de “Frozen”, o primeiro single de “Ray of Light”

É um disco que marca a transformação da Madonna em algo extremamente sofisticado e inatingível, um dos melhores discos de música eletrônica já feitos e também mais um álbum que é lançado em um momento em que eu também passava por grandes transformações na vida. Tem Bossa Nova e sânscrito, sabe? E tem suas pérolas entre as que não foram hits, como “Skin”, “Sky Fits Heaven”, “To Have and not to Hold”, “Shanti” e “Candy Perfume Girl”.

3 – Like a Prayer (1989)

Acompanhada de Cee-lo Green, Madonna canta “Like a Prayer” no Superbowl de 2012

Profundo, doído e um espelho das relações familiares que qualquer pessoa que tenha se rebelado contra o status quo presenciou. Tem a música que me tirou do armário, “Express Yourself”, aquela facada no coração chamada “Oh, Father” e o hino “Like a Prayer”, que é sempre a parte mais emocionante dos shows. Mas tem também um dueto delícia com o Prince, “Love Song”, que eu adoro, e a fofíssima “Cherish”, além de “Spanish Eyes”, outra balada foda.

2 – Confessions on a Dancefloor (2005)

Abertura da “Confessions Tour”, de 2006, com a canção “Future Lovers”, que usa samples de “I Feel Love” de Donna Summer e Giorgio Moroder

O melhor set de pista de Madonna foi feito com a mão mágica do Stuart Price, que também trabalhou no excelente “Night Work”, dos Scissor Sisters. Retrô sem parecer um brechó barato, mistura Abba, Jackson 5, The Police e Giorgio Moroder de forma impecável. A coreografia de “Hung Up” é uma delícia, e a abertura da “Confessions Tour” com “Future Lovers” foi pra calar as invejosas, hehe.

1 – Erotica (1992)

Cena do clipe de “Erotica”, considerado ultrajante pelas imagens de sadomasoquismo

Foi o álbum da minha descoberta sexual. E ao contrário do que se comentou na época, não é nada vulgar. É sofisticado, tem jazz, tem drum and bass e tem “Deeper and Deeper” e “Rain”. Mas é um álbum pedregoso, nada óbvio, como o bom sexo sadomasoquista (acho, hahahaha).