Traduzido do artigo de Farhad Dolatizadeh para o jornal The Stranger
Eu tenho 16 anos.
Eu já sei o que vai acontecer.
Eu olho para minha tia enquanto ela se demora escolhendo as palavras corretas. Ela é uma mulher doce e miúda, que usa um lenço preso folgadamente ao redor da cabeça, e me olha com seus olhos castanhos-escuros brilhantes. Eu a amo mais que qualquer outra coisa no mundo. Claro que eu vou lhe dizer a verdade. Eu não consigo imaginar uma razão por que eu esconderia algo dela. Não é como se ela fosse me matar ou sair por aí espalhando meu segredo. Ela não é uma daquelas pessoas de mente fechada que sofreram lavagem cerebral e automaticamente me julgariam. Ela passou a maior parte de sua vida fora do Irã, vivendo e trabalhando como arquiteta na Noruega e na Alemanha. Se tem alguém que vai me entender, esse alguém é ela.
“Você é gay, Gatinho Feri?”, ela pergunta.
Meu nome é Farhad, mas desde que eu era pequeno, minha tia me chama carinhosamente de Gatinho Feri, referindo-se ao meu amor por gatos.
“Você me chama de Gatinho Feri e espera que eu seja quem? O Robocop?”, eu retruco. O veneno dentro de mim já estava crescendo, dia após dia.
Ela simplesmente olha para mim. Depois de um tempo ela sorri e me envolve em seus braços. “Tudo bem. Não precisa ser agressivo… Tudo vai ficar bem.”
Eu começo a chorar em seu ombro e não consigo responder.
Essa é a primeira vez que eu conto para alguém.
Eu tenho 17 anos.
Eu estou deitado em minha cama, esperando o sono chegar, quando meu irmão se mexe. Eu e ele dividimos um quarto, e sua cama fica a poucos metros da minha. Ele é quatro anos mais velho que eu, mas eu sempre me considerei o mais maduro.
Seis meses se passaram desde a conversa com minha tia.
Eu não consigo distinguir o rosto de meu irmão, mas eu ouço sua voz, rouca de sono: “Farhad, quem é esse cara novo com quem você anda o tempo todo? Parece que ele é mais velho que você! Ele é da sua escola?”.
Eu fico quieto por um momento. “Você quer dizer o Darius?”
“Isso.”
“É. Ele é meu amigo. Não. Não da escola”, eu digo, tentando o melhor possível demonstrar que eu estou quase dormindo e que a conversa já acabou.
Mas ele insiste: “De onde é que você conhece ele, então?”.
“Por que você acha que isso é da sua conta, idiota? Vai encher o saco da sua namorada e deixa eu cuidar da minha vida”, eu digo dentro da minha cabeça. Mas, para meu irmão, eu digo: “Eu conheci ele num café”.
Outra pausa, e então, sem qualquer indício de emoção, meu irmão diz: “Ele é bonito. Ele é seu namorado?”.
Eu estou chocado. Será que esse é mesmo meu irmão? Será que ele foi possuído por algum tipo de demônio? Eu avalio rapidamente que, apesar de ele não ser a pessoa mais inteligente do mundo, nem a mais cabeça-aberta, ele é um bom irmão, e eu sempre pude contar com ele quando precisava. Eu posso confiar nele para dizer a verdade.
Eu ainda não consigo enxergar seu rosto no escuro, então não consigo captar sua reação quando eu respondo, “É sim”.
Outra pausa, pesada.
“Isso quer dizer então que você é gay?”
Uau. “Gay”? Sério? Eu estou boquiaberto que ele utilizou esse termo em inglês. Eu achava que meu irmão, assim como a maior parte dos iranianos, conhecia apenas a gíria equivalente a “maricas” em farsi. Talvez ele não seja tão burro quanto eu achava.
“Sou?”, eu solto, pasmo.
Eu fico esperando a resposta dele, mas nada vem. Eu não consigo acreditar – ele simplesmente vira de lado e volta a dormir. Puta merda, você acabou de descobrir que seu irmão mais novo é gay! Você não pode pegar no sono e ir embora desse jeito! Você devia dizer alguma coisa, você tem que dizer alguma coisa!
Que cuzão.
Cinco minutos depois, eu escuto outro movimento e a silhueta dele se transforma quando ele volta a se virar para mim.
“Farhad, isso quer dizer que eu não vou ser tio?”
Será que ele está fingindo que está calmo? É essa mesmo a maior preocupação dele? “Eu… não sei mesmo. Quem sabe um dia?”
“OK”, ele diz, e fica quieto de novo, me deixando com um turbilhão de pensamentos.
Eu tenho 18 anos.
Eu estou sentado no carro com meu pai. Nós estamos a caminho da a fábrica dele, quando ele pergunta de repente, “Você já decidiu o que vai fazer quanto ao serviço militar?”.
“Eu não vou fazer”, eu digo, tentando evitar seu olhar indagador.
“Mas todo homem solteiro tem que ir pro exército, a não ser que prove ter algum tipo de deficiência…”
Meu pai já tem mais de 40 anos e trabalhou duro a vida inteira. Eu observo as linhas profundas de experiência em seu rosto. Talvez essa prova de sua sabedoria seja por que eu me sinto tão pronto para me expor a ele. Sei lá. Mas eu tenho uma sensação de que ele vai me aceitar.
“Eu sei das regras, pai. Eu não vou. Eu não posso ir por causa da lei que proíbe que homossexuais se alistem no exército”, eu digo. Apesar da minha resolução, eu sou incapaz de manter minha voz completamente estável.
“Mas… você é gay?”, ele diz, com os olhos cravados à frente – na estrada.
“Sim”, eu respondo. Dessa vez, confiante.
O car se enche de silêncio. Depois de escutar meu coração saltar no peito e os sons da estrada, eu junto a coragem de dizer, “Assim… você não vai me dizer nada?”.
Ainda com os olhos fixos na estrada, meu pai começa a falar. “Nós não somos burros, Farhad. Nós somos seus pais. Eu sabia desde o primeiro momento em que olhei para você. Eu não queria acreditar nisso, mas eu já sabia.”
Quem sabe eu avaliei mal meu pai. Eu sinto minha boca ficar seca e fico com um nó na garganta.
“Farhad, eu não queria acreditar, não porque eu tenho vergonha, mas porque eu sei como a vida é difícil para os homossexuais nesse país. Eu não quero que meu caçula seja morto pelo governo só por causa de sua preferência sexual. Eu quero a melhor vida para você. Eu quero te mandar para o exterior. Para um país mais seguro. Para algum lugar em que ninguém possa machucar você por causa do tipo de pessoa que você ama.”
Mesmo morrendo de medo, eu entendo o que ele diz completamente. Eu sou tomado por sentimentos de alívio e amor. Eu tenho tanta sorte de ter um pai assim, mas me sinto tão amaldiçoado por saber que mais cedo ou mais tarde eu vou ter que abandonar minha terra natal. Um dia eu vou ter que deixar o Irã. Nenhum gay está seguro nesse país. Quem me disse isso foi minha tia, anos atrás, e agora meu pai diz a mesma coisa. Eu sei que suas intenções são boas.
Eu não quero desmoronar na frente do meu pai, então eu simplesmente sorrio e tento manter a conversa leve. “Vamos só lidar com o serviço militar primeiro.”
Ele devolve meu sorriso, e permanece sorrindo quando volta a prestar atenção na estrada.
“Obrigado por me amar, pai.”
“Sempre, meu filho. Sempre.”
Eu tenho 20 anos.
Claro que meu pai é quem inicia a discussão com minha mãe. Ele sabe exatamente como argumentar com ela, e depois de três dias de lágrimas e conversas, ela consegue se acalmar.
Em vários aspectos, minha mãe é minha melhor amiga agora. Eu posso contar tudo para ela. Ela adora meu namorado, Darius, e ela pede o tempo todo que eu traga-o para casa para jantar com a família. Ela ainda fica desconfortável quando o assunto é sexo, mas acho que isso é normal para todas as mães, não importa a orientação sexual do filho.
Eu estou sentado na sala de estar com Darius, e a casa está vazia. Nós estamos nos beijando, como sempre fazemos quando conseguimos a dádiva de ficarmos sozinhos juntos. Nós estamos apaixonados, e nesses momentos, eu sinto felicidade e conforto absolutos.
Eu estou pensando sobre o sabor da boca dele quando o telefone toca e me arranca do momento.
Eu relutantemente me separo dele e vou atender. Eu reconheço a voz familiar de um primo, mas percebo na hora que alguma coisa está muito, muito errada.
“Farhad. Eu vi você na TV”, ele declara. Friamente.
Como assim? TV? Minha mente acelera, mas eu não consigo fazer ideia do que ele possa estar falando. Antes que eu consiga responder ou fazer uma pergunta sequer, ele diz, “Eu sei o que você é. Eu sei o que você é e eu não quero ver você nunca mais.”
Ele desliga.
Eu fico estático. Eu não consigo falar, e Darius começa a ficar preocupado conforme eu vou ficando pálido. Eu procuro o controle remoto e aperto o botão com as mãos bambas, e o televisor se acende. Eu começo a trocar de canal até que eu encontro uma coisa incomum. Estão passando um documentário sobre os gays no Irã, e contando para as pessoas do mundo inteiro como é dura e perigosa a vida dos gays nesse país. O filme foi feito por um canal de TV canadense, e parece que certamente eles se preocupam muito com o bem-estar dos gays no Irã.
Eu e Darius estamos atônitos que um documentário sobre esse assunto está sendo exibido. Agora algumas pessoas estão relatando seus problemas em frente à câmera, mas seus rostos estão embaçados. Parece que é algo interessante, acho, mas o que é que isso tem a ver comigo? Em menos de um minutos, eu descubro a resposta. Eu começo a entrar em pânico quando a câmera se aproxima de um restaurante que eu conheço bem. É o local em que os gays de Teerã se reúnem todas as terças-feiras. Para onde eu vou todas as terças-feiras. Agora a câmera está dentro do restaurante, e eles estão mostrando a gente. Mostrando nossos rostos. Mostrando meu rosto. Não há dúvida de que estão filmando com uma câmera escondida. Uma lente de longo alcance, dando um zoom – meu rosto preenche a tela por vários segundos. Conversando normalmente, completamente alheio. Eles fazem questão de até identificar o nome do restaurante. Que bonzinhos eles são: eles querem que o mundo saiba como os gays sofrem no Irã e como o governo os mata por causa de sua orientação sexual, e então chegam em nossa comunidade e nos expõem para todos? Para esse governo odioso? Para os vizinhos, amigos, e famílias?
Eu assisto o filme até o final. Meu rosto foi exibido claramente, e no entanto eu nem sabia que o filme existia até alguns minutos atrás. Eu estou em estado de choque. Eu estou apavorado. Eu não sei o que fazer. Eu e Darius ficamos sentados, sem fala. Segundo o documentário, os produtores obtiveram “consentimento coletivo”, mas eu nunca consenti a nada disso.
Eu pego o telefone e ligo para minha tia na Noruega. Ela atende, e eu digo de cara, “Tia, eu acabei de me assumir para o mundo todo…”
Eu tenho 24 anos.
Já fazem três meses que eu estou em Ankara, na Turquia, e eu estou sentado num quarto de concreto, quase vazio. Na minha frente há um homem sentado, de olhos azuis e cabelos ruivos penteados para trás, com a barba cheia. Não há nada na mesa a minha frente além do computador e algumas anotações soltas. Eu não consigo me desfazer da impressão de que ele é algum tipo de membro de uma igreja – quem sabe um pastor. Na verdade, ele é um representante do Comissário-mor de Refugiados das Nações Unidas (CRNU), que lida com os pedidos de anistia. Eu acho melhor não dar muitos detalhes sobre o que houve para que outros refugiados que ainda vão fugir do Irã não tenham que lidar com ainda mais problemas, mas eu já escapei do país.
“Como você se sente quando se vê naquele documentário?”, ele pergunta.
Zangado. Contrariado. Desesperado.
Zangado com todas as pessoas que zombaram de mim e me olharam com desprezo. Zangado com o presidente, que entrou em rede nacional de TV e declarou que não há homossexuais no Irã. Zangado com o canal de TV que deixou passar uma oportunidade de chamar a atenção para um governo repreensível, e ao invés disso jogou a atenção sobre pessoas como eu. Zangado com a imbecilidade que permitiu que eles descrevessem como os gays iranianos estão correndo o risco de serem executados, e no momento seguinte transmitissem imagens de dúzias de homossexuais não-assumidos. Zangado com a pressa, o descaso, a ignorância – seja lá o que for que permitiu que um erro tão óbvio e perigoso acontecesse. Zangado com Deus, que me criou como sou – um gay num país que não me aceita.
E, sim, contrariado. Contrariado com a submissão cega de milhões a um tipo intolerante de religião que declara que a homossexualidade é um pecado imperdoável. Contrariado com a hipocrisia e com as interpretações inconsistentes do Islã. Contrariado com os pais iranianos que assassinaram seus filhos só porque eram gays. Contrariado e confuso com uma sociedade em que matar seu próprio filho é um crime menor que amar alguém.
E, sim, desesperado. Desesperado para ser amado novamente por aqueles que decidiram que eu não era mais humano quando descobriram que eu sou gay. Desesperado para me afastar dessa situação que se desenvolveu desde que o documentário foi ao ar. Desesperado para reaver os quatro anos da minha vida que eu gastei me defendendo do ódio e do escárnio, num medo perpétuo do governo. Desesperado para encontrar abrigo. Encontrar um lugar seguro. Um lugar em que eu não precise temer por minha vida. Eu morei no Irã por quatro anos depois que aquele documentário foi exibido, quatro anos sobrevivendo em modo de precaução: eu não frequentava mais aquele restaurante, perdi amigos, fui forçado a deixar a universidade, e tive que começar uma nova vida com pessoas que não me conheciam. Finalmente surgiu uma oportunidade de fugir para a Turquia, e eu aproveitei.
Então, sim, eu estou zangado e contrariado e desesperado. Eu olho para o cara na minha frente. Ele parece ser boa pessoa. Ele trabalha para a CRNU. Eu posso confiar nele. Ele está sorrindo para mim e esperando minha resposta. Eu tento lhe responder com todas as minhas forças, mas ao invés disso eu caio no choro.
Ele não responde. Ele assente e digita algumas observações em seu teclado. Eu tento conter minhas lágrimas e lhe dar uma resposta. E então eu penso em todos os outros refugiados na Turquia. Em suas vidas miseráveis. Em como eles são relegados a pequenas vilas, de onde não podem sair. Como não lhes é permitido trabalhar, e em como eles não tem qualquer maneira legal de se manterem. Eles não tem identidade nem nacionalidade. São apenas seres – andando por aí, esperando sua hora chegar, esperando para descobrir seu destino. Assim como eu.
E então eu penso nos outros que estavam no documentário e não conseguiram sequer escapar até a Turquia.
E eu caio no choro novamente.
Eu tenho 27 anos.
Estou no meu quarto. Meu último colega de quarto partiu há cinco meses, então a casa está silenciosa. Seu pedido de asilo para os Estados Unidos foi concedido, mas eu permaneço aqui em nossa pequena casa. Eu me sento em minha cama, com os olhos postos na tela do computador, tentando matar o tempo.
Já faz quase três anos desde que eu dei entrada no meu pedido de asilo, e eu continuo aqui no vilarejo turco. Eu estou terrivelmente deprimido. Eu me sinto só e imensamente exausto por causa do assédio constante. Os moradores do vilarejo olham para mim como se eu fosse algum tipo de objeto estranho, alienígena. A polícia me acusou de ter HIV e exigiu que eu fizesse exames de sangue. Eu sabia que essa era uma ordem ilegal, e quando eu me recusei, ele me disse para me manter distante das pessoas, e que eu era uma ameaça à comunidade. Em nosso “encontro” semanal hoje, o policial não me deixou sequer entrar em sua sala. Ele me disse que não ia apertar minha mão porque ele tem medo de pegar AIDS.
Eu sinto falta de muitos dos amigos que eu fiz nesses últimos três anos. Eu encontrei muitos outros refugiados do Irã, e vi todos eles chegarem e irem embora – embora para seus novos lares, onde estarão seguros. Mas eu permaneço. Sozinho. Será que alguém pensa em mim? Será que o CRNU ou a embaixada canadense sabem como é minha vida aqui? Como eles esperam que eu sobreviva três anos num lugar em que não me permitem sequer trabalhar? Será que não sentem algum tipo de responsabilidade por mim, já que foi um canal de televisão canadense que produziu o documentário? Depois que a ONU finalmente completou os dois anos de trâmites para processar meu pedido, por que é que levou ainda mais um ano para a embaixada canadense decidir se eu mereço viver em seu país? Por que, quando todos os outros casos se resolveram em poucos meses? Eu me pergunto o que eu fiz de errado para merecer isso.
Eu já pensei em suicídio. Eu já pensei em maneiras diferentes de por fim a essa espera miserável. Mas há uma esperança no nome “Canadá” – ele traz a minha mente imagens que são ao mesmo tempo vívidas e incertas. Uma vida melhor. Liberdade. Segurança em uma terra distante ao norte.
Mas eu estou cansado. Eu estou tão cansado de esperar pela ligação deles. Eu estou cansado da frustração sem fim, entorpecedora. Simplesmente isso não é justo.
Meu telefone então toca.
“Alô. Eu estou falando com Farhad?”, pergunta a voz do outro lado da linha.
“Isso, eu sou o Farhad!”, eu falo com pressa. Não importa quantas vezes o telefone já tocou, ou o correio chegou, eu eu já senti esperança – Eu ainda não consigo conter a emoção quando eu acho que alguma coisa está prestes a acontecer. Não importa quantas vezes essa esperança já foi destroçada ou eu me frustrei, eu ainda não consigo eliminar completamente essa emoção. Eu tenho plena consciência disso tudo quando eu confirmo meu nome. Minha esperança começa a se apagar quando a linha fica silenciosa por alguns momentos. Eu começo a me preparar para decepção – eu já tenho bastante treino nisso.
E então a voz diz “Oi, Farhad. Esse é o Sr.[removido] da embaixada canadense. Você consegue vir à embaixada amanhã? Nós vamos precisar do seu passaporte para conseguir emitir seu visto.”
O nome de Farhad Dolatizadeh foi mudado para proteger sua identidade. Ele hoje vive em segurança no Canadá.
A foto que ilustra esse post vem de uma execução de dois adolescentes gays realizada no Irã em 2007, cuja repercussão na internet fez com que o então presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, respondesse numa entrevista coletiva nos EUA que não há gays no Irã.
Nossa… Perplexo com o sofrimento desse rapaz :'( . É um absurdo. Sonho com o dia que isso tudo possa acabar, pois nenhum ser humano merece passar por isso. Inevitável não sentir revolta. Essa porra de religião doentia!
O texto é maravilhoso, tive que conter as lágrimas em cada paragrafo por que valeu a pena ter lido, que bom que hoje ele vive uma vida boa no Canadá, por isso acho esse país tão bom, também quero um dia chegar a ir para lá.
Muito bom o texto. Triste, mas bom e com final feliz. Gosto de ler essas histórias traduzidas.
Putz, que história! As vezes, quase inimaginável todo o enredo e sofrimento passado pelo rapaz.