Trump apaga página sobre direitos LGBT do site da Casa Branca

Em menos de uma hora depois da posse, seções sobre direitos LGBT, direitos das mulheres e aquecimento global foram eliminadas

por Marcio Caparica

Uma nova administração no governo dos Estados Unidos significa uma série de mudanças online: controle de contas do Twitter e Facebook, novos conteúdos para as páginas etc. Os ativistas LGBT, sempre atentos, perceberam que uma mudança grave aconteceu quase assim que o controle digital foi transferido, hoje, ao meio-dia: a seção sobre direitos LGBT do site da Casa Branca foi completamente apagada.

Durante a administração de Barack Obama, o endereço www.whitehouse.gov/lgbt exibia um blog que detalhava as medidas que o governo estava tomando em prol da causa LGBT e os compromissos da administração em defesa dos direitos queer;

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Nele constava: “Desde que tomou posse, o presidente demonstrou que sua visão para um futuro mais brilhante inclui uma maior igualdade para os americanos LGBT. O presidente e sua administração estão comprometidos em eliminar barreiras contra a igualdade, combater a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, e interagir com comunidades LGBT de todo o país.”

Essa seção foi apagada do site (não substituída pelos princípios de Trump com relação à comunidade LGBT), e buscas no site pelo termo “LGBT” não retornam resultados. Também foram excluídas seções sobre mudanças climáticas e direitos das mulheres. por algum tempo, quando se acessava o endereço da antiga seção LGBT do site da Casa Branca, o que aparecia era um formulário para quem quiser receber e-mails sobre a nova administração.

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Agora, simplesmente aparece um aviso de que a página não existe.

O prognóstico para as conquistas LGBT alcançadas no governo Obama não parece dos mais promissores. Não chega a ser surpresa: Mike Pence, o novo vice-presidente, é notoriamente contrário aos avanços pela igualdade LGBT. Hoje, na cerimônia de posse de Trump, o sermão religioso que fez parte da programação oficial foi feito pelo pastor Robert Jeffress, da Primeira Igreja Batista de Dallas.

Jeffress já acusou gays de abrirem o caminho para o anticristo, frequentemente acusa gays e lésbicas de serem pedófilos, afirmou que a homossexualidade é uma “prática nojenta” que vai levar à “implosão do país” e que homossexuais “praticam os atos mais detestáveis, sujos e abomináveis que se pode imaginar”.

Em poucas horas, o governo Trump já deu indicações dos retrocessos com que pretende “avançar” nos próximos anos. Não demorou quase nada para a nova administração começar a colocar as manguinhas de fora.

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2 comentários

Anna Luiza Machado

Mesmo sendo nova e não tendo conhecimento abrangentes sobre o assunto, me dói saber que o país cujo o lema sempre fora a inclusão esteja retrocedendo dessa forma, que o ponto de referência LGBT no mundo por sua história está aderindo ou pode vir a aderir uma política tão protecionista e uma base em religiões para ódio gratuito

Marcos de Oliveira

Parece que todo o site está sendo reformulado. Dos 23 “Issues” do governo Obama, o site agora só exibem 6, com texto bem “de campanha”, tipo “Bring back jobs”. Acredito que seja cedo para afirmar que é um ataque aso direitos lgbt. Não estou dizendo que não é, só digo que agora é cedo para afirmar.

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