Traduzido do artigo de Louise Kelly da ONG Stonewall para o jornal The Guardian
- Você não é obrigado a sair do armário. Apesar de muitas pessoas descobrirem que declarar-se LGBT é como tirar um grande peso dos ombros, outros não querem sair do armário, e encaram sua sexualidade como uma questão completamente íntima – então realmente, só depende de você. Só declare-se quando você se sentir confortável e confiante para fazê-lo.
- Declarar-se pode ser uma experiência muito positiva, e pode ser muito libertador poder ser autêntico com sua família, amigos e colegas. Você também pode passar a ser um modelo positivo para outras pessoas a seu redor, que talvez estejam pensando em também sair do armário.
- Muitos se preocupam com as reações dos outros. As principais preocupações são a de não ser aceito ou de passar a ser tratado de maneira diferente. Portanto, se alguém declarar-se gay, lésbica, bi ou trans para você, uma das melhores maneiras de reagir é dizer “nada mudou quanto ao que sinto por você”. Não há problema em dizer que você precisa de tempo para processar essa informação, mas tente, ao mesmo tempo, deixar claro que seus sentimentos pela pessoa que acabou de sair do armário para você não se alteraram.
- As preocupações e inquietações podem variar de acordo com sua idade. Pessoas mais jovens provavelmente estão mais preocupadas com as reações e com a aceitação daqueles entre seu grupo de amigos, e têm medo de sofrerem bullying. Pessoas mais velhas – especialmente aquelas num relacionamento heterossexual, talvez até com filhos – podem sofrer de dilemas diferentes. Se você estiver declarando-se LGBT para seus filhos, lembre-se de dizer para eles que você continua sendo a mesma pessoa, que você ainda os ama e que nada mudou sobre como você se sente quanto a eles. Se for possível, consiga o apoio de seu ex-cônjuge e contem juntos para seus filhos.
- Permita que as pessoas fiquem chocadas e que necessitem de algum tempo para digerir a notícia – tenha consideração pelo sentimento delas também. Escolha um momento tranquilo e calmo para contar às pessoas, com a garantia de tempo o suficiente para conversar. Lembre-se que declarar-se LGBT pode estar mais para um processo do que para um evento.
- Se seus familiares ou amigos reagirem de maneira negativa, isso não quer dizer que eles vão necessariamente sentir-se assim para sempre. Permita que eles tenha tempo para se acostumarem à notícia. As primeiras reações nem sempre são as que permanecem.
- Se você está muito ansioso com a possibilidade de declarar-se para amigos e familiares, considere escrever uma carta contando tudo para eles, e depois faça um telefonema ou uma visita. Isso dá tempo para a pessoa se ajustar à notícia, sem que você perca o controle da situação.
- O controle sobre quem fica sabendo da notícia deve sempre ser de quem está saindo do armário. Portanto, é importante considerar isso quando escolher como fazê-lo. Deve-se sim usar qualquer meio que faz com que você se sinta mais confortável – cara-a-cara, telefonema, SMS, e-mail, mídias sociais – mas é bom levar em conta que alguns desses canais oferecem maior privacidade que outros. Se você não quiser que todos saibam ao mesmo tempo, considere utilizar métodos de comunicação mais antiquados. Se você quiser declarar-se para um familiar de cada vez, lembre-se de avisar isso para cada pessoa para quem você contar.
- Se você não tem certeza de como as pessoas importantes da sua vida vão reagir, é uma boa ideia construir uma rede de apoio a seu redor primeiro. É uma boa pedida declarar-se LGBT primeiro para uma pessoa que você confie e que tenha praticamente certeza de que vai lhe dar apoio. Se necessário, tenha essa pessoa a seu lado quando você sair do armário para outras pessoas.
- Se você suspeita que alguém que você conhece é LGBT, lembre-se de que você não pode – nem deve – forçá-lo a sair do armário, mas pode criar um ambiente no qual essa pessoa sinta-se segura para fazê-lo.
Não existe dica pra isso. Quem quer assumir DEVE estar disposto a enfrentar várias pedradas, pois o mundo não aceita mesmo. O único ponto positivo do texto é dizer que ninguém deve ser obrigado a assumir, porque a única coisa que importa é a pessoa ser verdadeira com ela mesma. Os outros que vão pro inferno.