Homofobia: Homem publica carta de arrependimento por ter espancado gay 20 anos atrás

Carta foi publicada no Reedit e choca pela riqueza de detalhes, mas emociona pelo arrependimento: "você não era uma aberração, nós éramos"

por James Cimino

Um homem usou a rede social Reedit para pedir perdão por um caso de homofobia ocorrido há 20 anos. Ele e dois colegas do ensino médio agrediram um menino homossexual de 15 anos, no interior dos Estados Unidos.

Assombrado pela culpa, ele escreveu a carta dizendo não buscar redenção — ele diz que não merece isso —, mas para servir de lição para “outros montes de merda”. O título original era para ser “Eu era um homofóbico”, mas o homem resolveu manter como “Eu sou um homofóbico” porque, segundo ele, isso o marcará para sempre.

Segue a íntegra da carta:

Eu era um adolescente durante os anos 1990 e cresci em uma área um pouco rural a vida girava em torno de escola, esportes, igreja aos domingos, caça e tudo isso. Muito “Friday Night Lights”. Eu era um bom aluno, mas também estava no meio fortões, e isso nos levava a sempre a liberar a fera contra os “perdedores” da escola.

Quando eu estava no último ano, eu comecei a sair com dois outros rapazes que vou chamar Joe e Rob. Joe era o líder, Rob e eu praticamente seguíamos o seu exemplo. Eu não era confiante o suficiente para ser um líder, então eu era um desses baba ovos que faziam o que líder mandava.

Tenha em mente essa mistura de coisas sobre mim, não como uma desculpa para qualquer coisa que você está prestes a ler, mas uma explicação: 1) menino de 17 anos; 2) família ultra-conservadora; 3) América rural; 4) 20 anos atrás.

Então você pode imaginar como nos sentíamos a respeito dos homossexuais: completamente alienígenas e desumanos para nós. Tudo o que sempre ouvi foi que “bichas” eram molestadores de crianças, mariquinhas metidas, comunistas, etc. Eles iriam para o inferno. Foi muito difundido em nosso mundo a ideia de desprezar gays. Eles não eram pessoas, e isto era praticamente universalmente aceito.

Quando eu era um sênior, um garoto chamado Drew entrou em nossa escola. Seus pais haviam se mudado de Estado. Ele estava no segundo ano, então, em 15 minutos, ele virou um alvo imediato. Ele era novo e diferente. Ele era pequeno, magro, e pálido. Ele era um nerd tímido que usava roupas nada legais. Mas o pior de tudo era que ele era efeminado e, para os lobos que éramos, era natural pegar em seu pé. Não era todos os dias no início, mas como o ano passou pioramos as coisas para ele. Meus amigos não eram os únicos a fazer isso, mas certamente éramos os piores.

Bicha, viado, esquisito, homo, pervertido, morde-fronha, filho da puta, chupador de rola e todo tipo de xingamento que você possa imaginar foram lançados contra ele. Dávamos obradas nele, batíamos com nossos livros, dávamos socos “amigáveis”, tropeçávamos nele no corredor, jogávamos seus cadernos no chão, esvaziávamos os pneus de sua bicicleta. Tínhamos uma lista de abusos diários contra ele para nos sentirmos melhor conosco. Como bons covardes que éramos, no entanto, mantivemos tudo em sigilo o suficiente na escola para que nunca ninguém nos parasse. E ele nunca reclamou aos administradores da escola.

Devo salientar: mesmo contra tudo isso, Drew nunca lutou. Ele não negou ser homossexual, e isso nos encorajou. Ele só reagia quando nós o chamávamos de nomes. Ele corria para longe de nós quando chegávamos perto dele. Ele tinha medo de nós, e nós amávamos. E o garoto nunca, nunca fez nada para merecer isso. Fizemos isso porque nós achávamos que era divertido. Mas de modo algum nós estávamos “apenas nos divertindo” com ele ou acreditávamos que estávamos fazendo algo inofensivo para ele. Ele não era humano para nós, ele era um perdedor, uma bicha. Nós conversamos abertamente sobre como queríamos fazer a sua vida miserável para que ele fosse embora.

O dia em que Drew finalmente reagiu é o que levou ao incidente que vou falar agora. Joe tinha sido escalado para socar a porta de seu armário e lhe dar umas bofetadas. Drew o agarrou e tentou revidar. Um garoto magro de menos de 1,70m pulando em um grandalhão de mais de 1,80m, atleta e tentando esmurrá-lo. Ele foi rapidamente interrompido por um professor. Nenhum de nós ficamos impressionados com seu revide, nós achamos hilário e patético. Mas Joe estava puto com ele e nós decidimos que o moleque merecia uma boa surra para aprender.

A oportunidade veio uma ou duas semanas mais tarde. Tinha um shopping de merda em nossa cidade e era cheio de adolescentes que íam lá porque não tinham nada melhor pra fazer. Dentre esses babacas estávamos Joe, Rob e eu, agindo como se fôssemos os reis do pedaço. Em um sábado à noite, e aconteceu que Drew foi lá. Sozinho.

Vou insistir: o que você está prestes a ler foi planejado. No momento em que o vi, os três de nós friamente planejamos como nós íamos lhe dar uma surra. Em nenhum momento tivemos um pingo de dúvida sobre o que iríamos fazer.

AVISO: Eu não vou dourar a pílula aqui. Isto que você vai ler vai ser horrível e brutal. Eu tenho que descrever o que fizemos a esse garoto, porque se eu não fizer isso, estarei sendo chapa branca. Botar isso pra fora é a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida.

Esperamos na caminhonete de Joe para que Drew saísse e pegasse sua bicicleta. Ele saiu por uma estrada de volta que todos nós sabíamos que estava cerca de 3km de uma floresta ao redor da cidade onde ele morava. Esperamos ele pegar a estrada e depois foi atrás dele.

A primeira coisa que Joe fez quando o vimos foi colar na rabeira de sua bicicleta e acelerar o motor. Eu não sei se ele percebeu que estávamos atrás dele, mas Joe tinha uma caminhonete bem grande. Ele tentou dar passagem, mas Joe colou nele. Eu disse para Joe chegar o mais perto possível e tentar “bater” na roda traseira. O garoto estava pedalando como um louco e nós estávamos rindo pra caralho. Finalmente, ele desviou sua bicicleta para fora e caiu na grama. Joe parou a caminhonete na hora.

Nós pulamos fora e antes que  Drew pudesse chegar até sua bicicleta nós o agarramos e jogamos sua bicicleta na carroceria da picape e o empurramos para dentro da cabine. Ele estava claramente aterrorizado e tremendo quando eu segurei ele. Nós dirigimos para um estaleiro industrial fora da estrada. Lembro-me que ele não disse uma palavra enquanto nós dirigimos, enquanto Joe disse-lhe que estávamos indo lhe dar uma surra por seu comportamento, especialmente sua tentativa de reagir semanas antes.

Depois de se estacionados, eu o puxei para fora e um dos outros pegou sua bicicleta e jogou-a no chão. A primeira coisa que os outros dois fizeram foi pisar em sua bicicleta e dobrar as rodas. Drew não disse nada. E eu continuei o segurando. Lembro-me de ter seu braço no meu punho e ele estava tremendo.

Joe, em seguida, assumiu a liderança. Ele começou ligeiramente a estapear o rosto de Drew e insultando-o por ser um viado, um pervertido e por pensar que ele poderia lutar com ele. Disse-lhe para ir em frente e começar a lutar com ele se quisesse. Se ele queria ser um homem, ele teria que provar isso. Tapas mais fortes, agarrando seu cabelo e puxando-o. Joe golpeou-o no estômago e eu o deixei cair no chão.

A essa altura, Drew estava chorando, implorando para Joe parar e, finalmente, tentando se esquivar. Joe disse-me para eu seguras as suas pernas, e eu fiz. Joe então começou a socá-lo no rosto, enquanto ele estava no chão. Rob e eu chutamos as pernas. Nós chutamos os lados. Depois seu estômago. Eu sei que o meu pé fez contato com sua virilha, pelo menos uma vez. Drew gritou e berrou. Ele rolou, tentaram engatinhar. Estávamos uma massa de socos e pontapés em seguida. Nós cuspimos nele, o chamamos de “viado”, “bicha” e “aberração” mais e mais. Minha adrenalina estava bombeando, era como se eu estivesse fora do meu próprio corpo. Eu não sei quanto tempo isso durou, mas menos de cinco minutos. Três brutamontes atacando um cara de 15 anos que tinha metade do nosso tamanho sem dar a mínima.

Rob foi quem disse que ele tinha tido o suficiente e nós paramos. Estávamos como animais em torno de uma matança. Nós deixamos Drew chorando e gemendo no chão. Seu rosto era uma massa de sangue e lágrimas e saliva. Joe disse-nos para levantá-lo do chão e nós o fizemos. Se houve uma pequena porção de humanidade aqui, é que nós queríamos ter certeza de que ele ainda podia andar para que ele pudesse ir para casa.

Joe o agarrou pelo pescoço e disse que ele iria contar a sua mãe que um desconhecido o havia roubado. Na verdade, ele puxou a carteira do garoto para fora das calças e tomou seu dinheiro. É isso mesmo, nós ainda por cima roubamos do moleque alguns dólares que não precisávamos. Se Drew dissesse a alguém que fizemos isso, a ameaça era clara: ele morreria. Então, nós entramos no carro e fugimos, deixando de Drew no escuro e no meio do nada.

O resto da noite é um borrão para mim. Eu estava com a adrenalina alta. Mas eu me lembro de pensar que deve ser como um soldado que está em combate pela primeira vez. Eu nunca tinha lutado muito antes, e nunca dei uma surra assim. Foi emocionante. Nós rimos. Eu lembro de ter visto que eu tinha um pouco de sangue em meus dedos, e alguns em meu tênis. Rolou uma piada sobre a pegar Aids.

Eu dormi bem naquela noite, e fui quase que certamente à Igreja no dia seguinte com os meus pais. Eu não lembro de ter pensado muito sobre qualquer coisa que tínhamos feito. Naquela semana, escola voltou ao normal para nós, com a exceção de que Drew não estava lá. Em algum ponto uma conversa rolou de que ele tinha sido assaltado e espancado o suficiente para precisar de ir ao pronto-socorro. Joe, Rob e eu não dissemos uma palavra a ninguém sobre isso, como estávamos com medo de íamos entrar em apuros (não presos, claro, porque não achávamos que nada que tenhamos feito a uma “aberração” seria motivo de preocupação da lei). Mas nada acontece. Eu não sei se outros acabaram suspeitos pelo ataque, mas honestamente depois de um par de dias ninguém mais falou sobre isso. Ninguém parecia se importar.

Drew nunca mais voltou para a escola, e nós mal notamos. Nós havíamos deixado bem claro para ele: ficou fora do nosso sistema e ficamos felizes que ele tinha ido embora. Presumi que sua família se mudou, eu nunca me preocupei em descobrir. A vida continuou. No final do ano Joe, Rob e eu fomos pegos por fumar maconha na escola e fomos suspensos. Meus pais ficaram possessos e foi quando eu praticamente tive que acabar com a minha amizade com eles.

Acabei indo para a faculdade com uma reputação de ser bastante liberal. Isso foi quando eu comecei a mudar meus pontos de vista e perspectivas. Lembro-me claramente da cara que o orientador de calouros fez quando eu fiz uma comentário sobre um aluno que claramente parecia “bicha” — e os olhares de horror que recebi do grupo. Rapidamente recuei. Como eu disse, eu era um seguidor, e uma vez que percebi que estava em um mundo social diferente, a minha atitude mudou rapidamente. Cercado por mais abertura de espírito, me adaptei.

E eu conheci gays neste mundo, e tive que interagir com eles como seres humanos normais. Ainda não eram pessoas abertamente homossexuais naquela época, mas eles eram um grupo visível em um pequeno campus. Eu os repelia e era arisco no começo, mas como eu me tornei mais familiarizado com eles, isso apenas deixou de ser algo que me incomodava. Em determinado ponto eu comecei a sair com vários gays, inclusive os mais efeminados, a ir a festas.

Como eu poderia fazer isso depois que eu fiz? Porque neste ponto da vida, acredite ou não, eu praticamente tinha esquecido a coisa toda. Eu diria que reprimi isso, mas soa como se eu estivesse de alguma forma, traumatizado, impedindo-o isso de vir para fora. Mas isso não é preciso. Drew tinha sido tão insignificante para mim que ele simplesmente não importava, ficou registrado como se eu tivesse matado uma mosca.

Eu me formei, comecei uma carreira, casei e tive um filho. As primeiras noções que eu tinha em minha mente de algo errado vieram quando o meu filho começou a crescer. Se você é um pai você sabe o que quero dizer quando digo que ter seu próprio filho pode totalmente mudar a forma como você é sobre as coisas. Eu fiquei obcecado sobre o que eu faria se alguém tentasse prejudicá-lo, e eu comecei a ter flashes na minha mente de um outro garoto pobre que alguém fez mal pra caralho.

Eu tentei não me lembrar, mas eu não conseguia. Então eu, em seguida, tentei racionalizar as coisas: Eu era um apenas um garoto mudo que não sabia de nada, era uma época diferente, a sociedade era pior em tudo, eu pensei que, talvez, não éramos nós que fizemos aquilo. Mas nada me impediu de pensar naquilo mais e mais. Mais e mais. Como um véu levantando lentamente, os detalhes daquela noite e o que eu fiz voltara. Vividamente, peça por peça.

Meu casamento já não era bom, porque eu tendia a trabalhar muito e havia outras questões entre mim e minha mulher. Agora eu estava ficando cheio de ansiedade sempre que eu não estava ocupado por algo. Gostaria de me olhar no espelho e ver alguém que não era o que eu pensava. Alguém que eu odiava.

Uma noite eu estava sentado no meu escritório em casa e eu tinha a clara percepção de que eu era um pedaço de merda total. Eu parei de racionalizar. Eu chorava. Eu admiti para mim mesmo que o fato de que eu tinha feito algo tão desumano a alguém e que não merecia nada bom por isso.

Resumidamente: Estou agora em meus 30 e poucos, divorciado, com a guarda conjunta do meu menino. Minha existência é consumida por três coisas: trabalho, ser um pai e viver com a culpa esmagadora do que eu fiz. Eu acordei pensando de Drew. Eu imagino o seu terror, sua dor, sua humilhação, sua tristeza. Eu vou dormir com ele na minha mente. Eu olho para a minha mão e vejo seu sangue. Eu vejo seu rosto ensanguentado. Eu ouço seus gritos. E não é apenas a culpa sobre o espancamento, não é só a culpa por tudo o que eu fiz com ele antes disso. É a culpa que eu nunca me senti um pouco mal com isso por quase 20 anos.

Por um breve tempo eu tentei procurar alguma coisa que eu poderia encontrar on-line sobre Drew. Eu não me lembro o sobrenome dele, onde ele morava, o que sua família fazia nem  nada. Eu sei quase nada sobre ele. Eu não tinha certeza do que eu faria se eu o encontrasse. Eu queria saber se ele estava vivo e bem e vivendo melhor do que eu sou agora. E sim, eu também por meus cúmplices. Eu tinha ouvido falar, mesmo quando eu estava na faculdade, que Joe estava na cadeia. Nem sinal dele. Eu encontrei Rob através de sua família de volta para casa, mas ele ignorou as minhas tentativas de contato.

Será que Drew ia querer ouvir de mim? Que eu me desculpasse com ele? O que desencadeou toda essa confissão é que eu comecei a ler páginas reddit onde antigos valentões declaram seu remorso e iniciam discussões sobre desculpas. Mas o que eu fiz era tão monstruoso que a noção de um pedido de desculpas era um absurdo, um insulto. E meu grande temor seria que ele seguiu em frente e bloqueou o que aconteceu para que isso não o traumatizasse novamente. É a última coisa que eu quero. E muitos comentários em tópicos reddit que li reforçaram isso.

Além disso, sou puramente egoísta e covarde: Eu tenho meu filho para criar e eu estou confessando isso anonimamente porque eu não quero de forma alguma pôr em risco minha carreira e família. Eu deveria estar na prisão pelo que eu fiz, e pelo que eu sei que foi há muito temp, o crime prescreveu. Eu sou um hipócrita também, mas fiz todos os esforços para levar o meu filho a respeitar a todos e a nunca odiar. Se ele soubesse o que seu pai fez…

Eu também poderia dizer que agora sou 100% pró-igualdade, que apoiar o casamento LGBT etc. Isso é bom, certo? Só que eu realmente não tenho levantado um dedo para ajudar em nada disso. E mesmo se eu tivesse, não teria chegado nem perto de reparar o que eu fiz.

Eu não digo nada disso para obter a simpatia de ninguém. Eu não mereço nada. Eu mereço menos que nada. Digo tudo isso porque eu quero que as pessoas saibam o quão caras como eu eram desumanos e não deixem quaisquer jovens lá fora que pensar que o que eles fazem para os outros é OK ou divertido. Eu não sou religioso mais, mas às vezes eu acho que deveria haver um inferno para alguém como eu. Você vai se arrepender de fazer coisas más a pessoas cada maldito dia de sua vida. Esse post era originalmente chamado de “Eu era um homofóbico”, mas não consigo apagar isso da minha identidade.

Sinto muito por todos vocês lá fora que foram perseguidos, intimidados e agredidos por serem diferentes quando eram jovens. Não era sempre OK. Qualquer um que tenta minimizar o trauma que você sofreu é um monte de merda como eu. Você não merecia isso.

A para Drew: Jesus, Drew, eu sinto muito. Estou lamentando tanto, tanto, tanto. Você nunca fez nada para merecer qualquer coisa que eu ou qualquer outra pessoa fez para você. Você não é o uma aberração, eu que sou. Nunca houve nada de errado com você. Nada que eu poderia dizer ou fazer poderia chega perto de qualquer forma de expiar minha culpa. Eu rastejaria aos seus pés e você estaria certo de cuspir em mim. Eu vou para a minha sepultura com remorso, estou envergonhado de mim mesmo além das palavras. Eu não tenho o direito de qualquer maneira de pedir o seu perdão, eu não tenho o direito. Espero desesperadamente que você esteja vivendo uma vida boa e pode ser feliz. Sinto muito, eu sinto muito, eu sinto muito.

Mais tarde o homem disse nos comentários que ele nunca iria entrar em contato com Drew.

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2 comentários

Marcos

Por isso que o mundo está assim.
Infelizmente o que foi feito a esse menino repercutirá para sempre, não importa se ele viva 100 anos.
As consequências veem… a sociedade ainda vai pagar pelos “monstros” que criam.

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