O que não falta no mercado são aplicativos para colocar gays em contato. Depois que o Grindr criou um mercado e tornou fácil descobrir quem está a fim “de paquera” nas redondezas, vários outros seguiram seus passos: Scruff, Hornet, Growlr… Como se diferenciar da concorrência? Tornando-se exclusivo. Essa é a aposta do Hanky, que vende-se como “uma maneira melhor de encontrar homens”. Para conseguir entrar nele, novos usuários devem ser convidados por usuários já participantes – e serem aprovados por outros 3 membros do aplicativo.
A intenção, segundo o material de divulgação do app, é afastar “gente esquisita, gente que desperdiça tempo e gente que faz perfis falsos”. “O Hanky foi desenvolvido em resposta à preocupação crescente quanto ao abuso dos usuários comuns de apps de encontro. Usuários legítimos dos aplicativos tradicionais estão sendo vítimas de ridicularização de trolls (muitos dos quais usam identidades falsas) que enviam mensagens agressivas ou publicam capturas de tela de conversas privadas no Twitter.”
Baixar o aplicativo é fácil, como todos os outros. Depois que o aspirante cria seu perfil, no entanto, ele deve digitar o código que algum membro lhe forneceu para conseguir acessar suas facilidades. Caso não disponha desse código, seu perfil é enviado para uma “fila de espera”, em que permanecerá até que três usuários do Hanky tenham a bondade de votarem a seu favor. O processo, no entanto, não é muito doloroso: com uma boa foto de rosto e nome verdadeiro, eu consegui os votos necessários em menos de dez minutos. UPDATE: James também testou. No caso dele, os três votos foram obtidos em três horas.
Jonas Cronfeld, co-fundador do aplicativo, afirma que de cada 10 pessoas que tentam entrar no Hanky, 8 são rejeitadas (o que, honestamente, cheira a balela para esse blogueiro). “Nossos usuários são mais bacanas e mais sexy. Provavelmente nunca teremos 5 milhões de membros como alguns dos outros aplicativos, já que tanta gente é rejeitada. Mas nós preferimos qualidade a qualidade, fácil.”
Além de funcionalidades como aprovar e rejeitar pessoas mandando fotos para a esquerda e para a direita e chat privado, o Hanky também dispõe de uma espécie de “Instagram próprio”, em que pessoas ao redor postam fotos que julgam interessantes. Ele também permite ativar o modo “Looking”, para sinalizar que você está disposto a encontrar alguém agora – o bom e velho “na real”.
Em outras palavras, este aplicativo personifica a elite gay, inundada na ignorância, que bota beleza acima de valores, a qual este blogueiro deixa bem claro em negrito que também pertence.
É no mínimo trágico ver um aplicativo gay para Segregar o seu próprio meio em um mundo onde este luta por inclusão.
Este blogue deveria ter feito uma análise abrangente do app, inclusive relatando este reflexo bem nítido sobre beleza e gays, afinal tudo o que você precisa pra entrar para o seleto grupo é ser gostoso.
Este artigo acaba de entrar para minha gigante lista de decepções do meio gay.
O maior inimigo das classes são elas mesmas. Parece que aprendemos direitinho com os heteros a excluir aqueles que não gostamos.
Concordo. Só discordo na parte em que você disse que o app segrega os gays. Os gays já segregam os gays sem precisar de app, É na cara mesmo, E sem pena. Na hora de lutar por inclusão, todo mundo dá as mãos, mas dentro da própria comunidade, não querem nem saber, Só louvam o considerado belo segundo os padrões de beleza. Foucault deixou bem claro isso. Somos apenas massa manipulada pelo biopoder e pela biopolítica. Tudo culpa da mídia e da indústria da beleza que reflete dentro da comunidade as suas sujidades e conceitos banais como o da higienização. Sobre a lista de decepções do mundo gay, na minha o mundo gay é todo uma decepção. Nunca vi, nem na sociedade heteronormativa, tanto preconceito. Complicado.
Isso tudo pra dizer em negrito que vc foi aprovado em tempo recorde? Parabéns rs.
Se nos apps convencionais você já é humilhado e rejeitado por não ser assim ou assado e praticamente só aparecem caras de academia, então esse vai elevar isso ainda mais, vai ser o app de pegacão das bicha branca, musculosa, machuca e fora do meio.
Muito papo furado essa justificativa deles, real motivo é segregar ainda mais por padrões de beleza, e mesmo que não for a intenção vai acabar dando nisso.
Criar um app “que rejeita” as pessoas é no mínimo anti-ético! Trocando em miúdos, essa ideia de segregação não passa de narcisismo. Já caí nesse conto, de imaginar pela foto; o caráter, o intelecto, os atributos e a persona… Quem nunca?! É surreal deliberar sobre algo tão superficial… Na verdade acho que essa gente “mais bonita e musculosa” está “salva” entre si , se do mundo de pessoas comuns, normais, do bem e livres de rótulos. Haja saco pra tanta gente vazia!!!
Então, todos os bonitos são vazios, narcisistas e mequinhos?
Márcio, só uma dúvida, com base em quê os “hostess” do aplicativo tiram tantas conclusões sobre os outros (“não é esquisito, é bacana, é sexy, tem qualidade”) a fim de decidirem quem está e quem não está à altura de ocupar um espaço na prateleira? (desculpe a ironia, mas eu não aguento, rs). Imagino eu que esse povo deva ser lindo, gostoso e, além disso, transmitir uma aura de agradabilidade e virtude, mas só faltou combinar tudo isso com a gente, hein? Já pensou se eu for reprovado por uma “comissão” que não está à minha altura? (hahaha). Já pensou se eu for aprovado pelos “iluminados” e não tiver a chance de conhecer alguém que, para mim, seria lindo, gostoso e etc. “só” porque esse alguém, de acordo com os “bons”, não estava à altura de ter um perfil lá?
Não é? Pelas nossas apurações, é tudo baseado na foto mesmo…
“… gente ‘esquisita’, gente ‘mais bacana’, gente ‘mais sexy’, preferimos ‘qualidade’…”. Papinho estraaaanho, hein? Não é por nada não, mas eu já ouvi isso antes…
Não existia uma rede social chamada beautiful people que era meio similar a isso? E que depois de uns tempos na midia, caiu pro esquecimento… 😛 ou pode ser que é super famoso ainda e eu não sou o publico alvo hahaha