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Abandonada por marido gay em série, Jane Fonda é contra vitimização das mulheres

O casamento igualitário destrói as "famílias tradicionais"? Leia opinião da atriz Jane Fonda, que vive esse drama na série "Grace e Frankie", que estreia nesta sexta (8) na Netflix

por James Cimino

Não é à toa que muitas pessoas temem que o casamento igualitário possa “destruir a família tradicional”. Veja o caso de Gracie (Jane Fonda) e Frankie (Lily Tomlin), as personagens principais da nova “dramédia” (misto de drama com comédia) da Netflix que estreia nesta sexta-feira (8).

Após 40 anos de casamento, as duas são convidadas por seus maridos Robert (Martin Sheen, o pai de Charlie Sheen) e Sol (Sam Waterson) para um almoço. Robert e Sol são amigos de longa data e sócios. E estão para revelar a suas mulheres que, nos últimos 20 anos têm sido mais que isso. Após a aprovação do casamento igualitário eles resolvem deixar suas mulheres para se casar.

Vencedora de dois Oscar e intérprete da icônica personagem Barbarella, Jane Fonda conversou com a reportagem comigo por telefone durante 15 minutos (#emossaum) falando sobre o drama que “Grace e Frankie” retrata com humor. E diferentemente do que muitas mulheres poderiam supor, a atriz não acha que os maridos da série sejam necessariamente canalhas.

"As pessoas se lembram mais de mim por meus papeis mais recentes. Acho que hoje elas me veem mais como ‘A Sogra’ do que como ‘Barbarella’", diz Jane Fonda

“As pessoas se lembram mais de mim por meus papeis mais recentes. Acho que hoje elas me veem mais como ‘A Sogra’ do que como ‘Barbarella’”, diz Jane Fonda

“Acho muito corajoso que dois homens de idade avançada admitam que são gays. Eu acho que se eles não tivessem se assumido, aí sim eles seriam vítimas… de homofobia. Acho que as duas mulheres, nos primeiros episódios, se veem como vítimas. Mas, em uma situação destas, você pode escolher ser uma vítima ou perceber que você tem uma chance de mudar sua vida. Minha personagem, por exemplo, estava vivendo uma mentira que ela se negava a perceber. Isso não é saudável. Agora ela está colocando sua vida nos eixos. Estes casamentos não foram destruídos pelo casamento igualitário, eles já estavam destruídos”, disse a atriz.

Lily Tomlin, parceira de Jane no clássico “Como Eliminar seu Chefe” (1980) e uma das produtoras da série, é lésbica na vida real e casada há 44 anos com Jane Wagner. Na série, as duas personagens, que não se gostavam muito, acabam vendo uma na outra o apoio que precisam nesta hora tão complicada.

"Acho muito corajoso que dois homens de idade avançada admitam que são gays. Eu acho que se eles não tivessem se assumido, aí sim eles seriam vítimas... de homofobia. Acho que as duas mulheres, nos primeiros episódios, se veem como vítimas. Mas, em uma situação destas, você pode escolher ser uma vítima ou perceber que você tem uma chance de mudar sua vida. Minha personagem, por exemplo, estava vivendo uma mentira que ela se negava a perceber."

“Acho muito corajoso que dois homens de idade avançada admitam que são gays. Eu acho que se eles não tivessem se assumido, aí sim eles seriam vítimas… de homofobia. Acho que as duas mulheres, nos primeiros episódios, se veem como vítimas. Mas, em uma situação destas, você pode escolher ser uma vítima ou perceber que você tem uma chance de mudar sua vida. Minha personagem, por exemplo, estava vivendo uma mentira que ela se negava a perceber.”

Durante a entrevista, Jane Fonda contou sobre a preocupação de ambas durante a produção da série. “Nos preocupamos que o retrato sobre a homossexualidade fosse respeitoso.”

E sobre a inesquecível Barbarella, a atriz diz que, embora as pessoas ainda falem muito sobre a personagem, não a veem mais como Barbarella. “Eu tenho dois Oscar e um Emmy. Então, as pessoas se lembram mais de mim por meus papeis mais recentes. Acho que hoje elas me veem mais como ‘A Sogra’ do que como ‘Barbarella’.”

“Grace e Frankie” é uma criação de Martha Kaufmann, a mesma produtora de “Friends”, e tem 13 episódios de 30 minutos cada.

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