Super-herói gay Meia-Noite ganha título próprio

Solteiro pela primeira vez em 13 anos, o personagem chega a se aventurar pelo Grindr

por Marcio Caparica

A DC Comics se coloca cada vez mais na vanguarda da diversidade. Mais um personagem LGBT vai ganhar seu próprio gibi, marcado para estrear em junho nos EUA: Meia-Noite, um dos primeiros super-heróis a se declarar gay.

Criado originalmente como parte do universo paralelo Wildstorm, o herói passou a fazer parte do mesmo mundo que os clássicos Batman, Super-Homem e Mulher-Maravilha em 2011. Além de força e velocidade sobre-humanas, o mascarado possui a habilidade de antecipar os movimentos de seus oponentes. Claramente inspirado no Homem-Morcego, Meia-Noite (Midnighter, em inglês) sempre esteve num relacionamento homossexual com Apolo, um herói propositalmente similar ao Homem de Aço. Os dois chegaram a adotar uma criança com super-poderes, Jenny Sparks.

apollo-midnighter

A nova série tem início com a separação do casal depois de 13 anos de união, revelou Dan Didio, editor-chefe da DC Comics, ao site Comic Book Resources. “Ele parte numa jornada sozinho, passa a cometer enganos, e tem que lidar com tudo que surge nesse caminho. Você passa a torcer por ele. É uma história tenebrosa. É um personagem tenebroso. Esse título não vai ter vergonha de ser o que é nem dele ser o que é. Estamos indo fundo.”

O roteirista da nova HQ, Steve Orlando, pretende explorar bastante a nova solteirice do Meia-Noite. “Quando começamos, ele para pra pensar: ele está fora do armário como gay, ele está fora do armário como super-herói. Ele não tem identidade secreta. E precisa encontrar uma maneira de se tornar uma pessoa.” Como tantos gays, ele acaba no Grindr: “Ele começa a conversar com um cara, e fica pasmo ao descobrir que a pessoa do outro lado não está com medo por ele ser o Meia-Noite. Pelo fato de que as coisas escritas em seu perfil no Grindr não são brincadeiras. Ele é um mascarado meio maluco com um coração de ouro, e não esperava que alguém aceitasse isso, mas o cara lhe diz ‘Meu, já existe o Super-Homem e a Liga da Justiça. Você não é tão estranho assim. Pra falar a verdade, isso me dá tesão'”.

Orlando não pretende fazer do Meia-Noite um porta-voz das causas LGBT, mas acredita que o fato do personagem não ter qualquer vergonha de sua sexualidade vai servir de inspiração para muitos leitores, assim como ele mesmo foi inspirado quando lia as aventuras do personagem na década de 1990. “Quando se é bissexual nos anos 1990, você pensa que só há uma maneira de ser asim. A mídia só mostra algumas maneiras de se fazer as coisas. E daí vem esse personagem que é totalmente diferente, todo mundo o teme e o respeita, ele é tão bom no que faz, mesmo que seja horripilante – é algo que vira a mesa. Acho que é algo muito poderoso poder apresentar esse personagem novamente, porque as pessoas precisam saber que você só precisa ser você mesmo, e você pode ser o que quiser, e continuar sendo gay, lésbica, bissexual, ou transgênero. Não há uma única maneira de se fazer as coisas.”

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Um comentário

Raphael

Vanguarsa? A Marvel já fazia personagem gay na década de 70.
Hoje a Marvel tem praticamente um LGBT pra cada equipe. Uma equipe só de negros e MAIS DE uma equipe só de mulheres. 😡

Maas é bom receber mais um pro time 😛

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