Flappy Bird, o game-vício, ganha versão drag

Criado pela drag queen e game designer Amanda Sparks, “Flappy Drag Queen” vem preencher o vácuo deixado pela retirada do game das lojas

por Marcio Caparica

Flappy Bird, o game de celular dificílimo e viciante, tornou-se um sucesso imenso e repentino – e totalmente inesperado. Depois de enlouquecer milhões de jogadores, seu criador, Dong Nguyen, retirou o app das lojas do Google Play e iTunes, pois não estava disposto a lidar com a atenção e as críticas que sua criação despejava sobre si. Mas, gamers, vocês não precisam ficar mais órfãos: já está disponível uma nova versão do Flappy Bird: o Flappy Drag Queen.

Criado por Amanda Sparks, autoentitulada Dragame Designer, o Flappy Drag Queen segue o mesmo princípio que o jogo de Nguyen, com os gráficos adaptados para a nova proposta: o passarinho é substituído por uma drag saltitante, e os canos tornam-se taças para drinks. Amanda, em entrevista ao LADO BI, conta que não teve muita dificuldade em criar sua versão: “O Flappy Bird é um jogo estupidamente simples, só precisa de dois toques para jogar, não tem indicação de vida, não tem variação de dificuldade, ele começa difícil e fica difícil até o fim, e leva o termo ‘casual game’ ao extremo.”

“Levei menos de um dia pra fazer ele inteiro, acho que eu levei mais tempo montando a parte gráfica do que realmente programando, e no final eu gostei bastante do resultado”, ela continua. “Eu tive a ideia de fazer esse jogo sexta-feira, dia 7. Comecei a desenvolver ele no sábado de manhã, e à noite eu soube que o criador ia tirar o jogo do ar. Essa foi a motivação pra eu ficar o domingo inteiro programando, para disponibilizá-lo no domingo à noite.”

O jogo por enquanto só está disponível para Android, mas há a promessa de versões para Facebook e iOS caso o game faça sucesso.

Flappy Drag Queen

O passarinho virou uma drag, e os canos, taças!

Amanda Sparks e suas versões 8-bit.

Amanda Sparks, dragame designer

Quanto às pressões que fizeram com que o criador de Flappy Bird retirasse sua criação da web, Amanda tem certeza que vai tirar de letra. “Olha, eu classifico o que aconteceu com Nguyen como ‘síndrome de FEZ’: ele não aguentou a pressão das pessoas falando que ele roubou ideias de outros jogos, que roubou gráficos de Super Mario e etc. Mas gente, é um jogo, relaxa, tem gente que vai gostar, tem gente que vai odiar, mas é a vida! Acho que meu treinamento como drag me prepara bastante pra esse tipo de coisa, como drag eu estou sujeito a críticas bem mais duras do que como game designer. Eu respondo tudo da mesma forma: – Nossa, Amanda, tá feia nessa foto… – FODA-SE. – Nossa, Amanda, jogo copiado, hein? – FODA-SE.

Sparks ainda aproveita a deixa: “Eu super tenho um crush no Phil Fish, quero deixar isso registrado aqui, caso ele esteja lendo!”

A “drag-designer-ilustradora-animadora-queen-maravilhosa-gostosa”, como gosta de se definir, afirma que esse é apenas o primeiro jogo de uma série em que pretende criar usando drags como personagens principais. Quando não está investindo seu tempo na pós-graduação em desenvolvimento e programação de games sob o nome de Henrique (“só pelo diploma, já sabia tudo antes de entrar no curso!”, frisa), Amanda faz performances como parte do Trio Milano. Confira seu portfólio como ilustradora e designer no diefox.com .

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