É o ativismo ou a histeria que leva pessoas a chamar RuPaul de transfóbica?

Na ânsia por opositores, pseudoativistas exigem que aliados sejam mero eco de suas escolhas verbais e apontam armas para os alvos errados

por James Cimino

“Não se atreva a me dizer o que eu posso falar ou fazer!” Assim respondeu RuPaul Charles, a top drag queen RuPaul, ao ser acusada de transfobia pelo uso das expressões “tranny” e “she male” em seu famoso reality show.

“Tranny” e “she male” (travinha e mulher macho, em tradução livre) são considerados termos ofensivos para a comunidade transexual, já que eles e elas não são travestis e tampouco se consideram híbridos (transexuais em geral têm gêneros definidos por sua psiquê, não pela genitália, portanto devem ser tratados socialmente como homens ou mulheres, podendo ser homossexuais ou heterossexuais).

Posto isso, a questão que surge é: RuPaul, com todo seu histórico de lutas e defesa dos direitos da comunidade LGBT, pode ser chamada de transfóbica? Ou isso é apenas histeria de pseudo-ativista fanático? Eu opto pela segunda.

O caso de RuPaul não é isolado. Madonna recentemente participou de uma conversa no site BuzzFeed durante a qual participou de uma brincadeira. O pessoal do site lhe mostrava um cartaz com um nome e ela deveria escrever, em outro cartaz, algo sobre aquele nome. Quando lhe mostraram “Putin”, ela escreveu “gay”. Em seguida, mostraram-lhe a palavra “couve”. Novamente ela escreveu “gay”. Bastou para que começassem a classificar Madonna, justamente a Madonna, de homofóbica.

Pouco tempo antes desse fato, também chamaram-na de racista por ela ter usado a palavra “nigga” (uma gíria para “nigger”, que, para os negros americanos, é super ofensiva). Justo a Madonna, que tem dois filhos adotivos negros, que construiu 15 escolas para meninas no Malauí, que namorou latinos, negros, brancos e que sempre deu toda abertura ao multiculturalismo em sua música e shows.

dont-judge-me-rupaulTambém podemos citar a polêmica em torno de #somostodosmacacos, que levou muito ativista a pular miudinho por causa de uma expressão que pode ter outros significados, como por exemplo o de que todos nós seres humanos que praticamos o racismo agimos como pessoas selvagens ou ainda que biologicamente compartilhamos com os macacos 97% do nosso DNA, portanto se um negro é um macaco um branco também é (e aí, onde está a ofensa?).

Agora, a polêmica sobre o uso e o peso que damos às palavras chegou aqui ao Lado Bi. Em entrevista ao programa, na semana passada (ouça a íntegra aqui), Regina Duarte falou do desgaste da palavra feminismo, que virou sinônimo de gente chata, de mulher que não gosta de homem e de mulher frígida. A frase, tirada de seu contexto, denota uma aversão ao feminismo, mas o fato é que, pouco antes dessa afirmação, a atriz de “Malu Mulher” disse que “a palavra feminismo foi usada em vão para designar coisas que nada têm a ver com a libertação da mulher” e os direitos dela sobre suas vontades e seu corpo. Mas as feminazis de Twitter e Facebook, que provavelmente nem se deram ao trabalho de ouvir o programa todo, já torceram o nariz e com a previsibilidade máxima, usaram a batida piada do “eu tenho medo”.

Quem tem medo dessas pessoas sou eu. Sinceramente. Tenho medo de quem não têm qualquer senso de humor e que é incapaz de rir de si mesmo (uma ou duas lições sobre a autossátira nesta entrevista que fiz com Marília Gabriela na semana passada). Tenho medo de pessoas que acham que porque você “pertence a uma classe” você tem que necessariamente concordar com tudo o que elas dizem e repetir, ipsis literis, o que elas definiram como politicamente correto. Tenho medo de pessoas que se apegam tanto a uma causa que são incapazes de praticar autocrítica. Tenho medo de gente que acha que o comportamento humano ou é preto ou é branco, especialmente quando isso parte da comunidade LGBT, cujo símbolo é o arco-iris. E mais ainda, tenho medo de todos que opinam apenas lendo títulos e que excluem de sua interpretação uma parte importante do discurso chamada contexto.

O poder que damos às palavras

Mas voltando ao caso de RuPaul, percebo como o ativismo de internet tem dado tanta importância ao uso de palavras. Veja o que mais ela disse sobre o poder que damos a elas.

Madonna usa o adjetivo "gay" para o presidente russo Valdimir Putin. Ele talvez ache isso ofensivo, mas ela foi homofóbica? Acho que não...

Madonna usa o adjetivo “gay” para o presidente russo Valdimir Putin. Ele talvez ache isso ofensivo, mas ela foi homofóbica? Acho que não…

“São só palavras. Sim, palavras machucam. ‘Palavras me machucam’. Quer saber? Gata, você precisa se fortalecer. Porque, sabe de uma coisa, se você está chateada por causa de algo que eu disse, você tem problemas maiores do que pensa.”

Em seguida, disse não acreditar que as acusações tenham partido de ativistas da causa trans, que teriam entendido que aquilo foi uma piada. “Algumas pessoas não entenderam a piada e usam sua vitimização para criar uma situação.  Você olha para mim e quer que eu aja do jeito que você gostaria que eu fosse. Mas, sabe, se sua ideia de felicidade tem a ver com o que alguém deixa de falar ou com alguém deixar de fazer o que quiser, você está escolhendo um caminho bem pedregoso.”

Eu já disse isso, inclusive parafraseando a RuPaul, de que o poder das palavras é dado pela ideia que nós fazemos delas. Hoje mesmo, Danilo Gentili disse em entrevista ao UOL que não liga que o chamem de gay, “porque eu não sou e porque ainda que eu fosse gay, ser gay não é algo ruim. Não tem nada de errado nisso”. Criolo já disse o mesmo. George Clooney idem. Então, se você ainda se ofende quando te chamam de viado, macaco, sapatão, gay, bicha, puta, vadia, traveco, desculpa, mas você está se vitimizando e, assim, dando poder ao agressor.

Nada mais eficiente contra um “xingamento” que nossa autoestima. Se você sabe quem é, não se ofende com ofensa pobre. E, mais, se você conhece o verdadeiro significado das palavras, ou ainda os outros significados que as palavras podem ter, vai se ofender menos ainda. Então, vamos apontar nosso ativismo aos reais inimigos? Porque, sinceramente, ficar policiando piada de gente que sempre lutou pela causa é estupidez pura.

E, sempre bom lembrar a frase com que RuPaul encerra seus programas: “Se você não consegue amar a si mesmo, como diabos vai querer amar alguém?”

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83 comentários

Marco

“Então, se você ainda se ofende quando te chamam de viado, macaco, sapatão, gay, bicha, puta, vadia, traveco, desculpa, mas você está se vitimizando e, assim, dando poder ao agressor.”

Não se trata de dar voz ao agressor, piadas são a base de uma pirâmide culminada pela agressão (quando não a morte) dessas minorias. Você, como branco/ cis, não tem propriedade para definir o que é ou não vitimismo, dado que você não sofre tais agressões. Essas ofensas normatizam uma inferioridade piadista que é vista como inocente, quando na realidade só atrapalha mais o conceito de igualdade de direitos sociais.
Se referir a Putin como gay e com intensões de diminui-lo é preconceito sim, seja por parte da Madonna, Gaga, Cher ou RuPaul… Existe um preconceito enraizado que deve ser combatido sim. Se existem gays que se sentem confortáveis ao ver a palavra “gay” sendo usada no pejorativo, desculpe, o problema não são os ativistas e sim quem tolera isso.

paloma

Batendo palmas, concordo com cada palavra. Que estupidez de quem escreveu o texto, não é porque uma pessoa constrói 15 casas no Malaui que ela não é racista. Além do mais, quem é ele pra falar o que é se fazer de vítima? É ele quem sofre o preconceito na pele?

Dave

Primeiramente, eu gostaria de dizer que se alguma palavra, seja essa qual for, machucar uma pessoa ou lhe trazer lembranças ruins, eu nunca a usaria. Se estivesse no lugar de RuPaul, eu certamente mudaria a palavra e nem causaria com isso… Mas de resto, concordo em gênero e grau contigo, James.
Cara, eu não suporto mais esse ativismo de facebook! E, pasme, eu sou homem trans! Estou dentro da “comunidade” e ainda assim não aguento mais esse fanatismo. As pessoas começaram a lutar por essa causa e tornaram-se cegas. A luta é válida? É lógico! As pessoas precisam lutar sim, fazer barulho, incomodar! Porém, elas precisam também se questionar, ver se estão indo pelo caminho certo. Não é porquê você é oprimido que está isento de erros. Esses ativistas chegaram ao ponto de que ninguém mais pode questiona-los, caso contrário está ”oprimindo” e ”silenciando”. Pô, ninguém mais pode pensar diferente! Eu te dou sinceros parabéns por esse texto, cara. Você colocou em palavras o que ando sentindo há muito tempo em relação a isso.
E, só para ressaltar(novamente), essa opinião vem de um homem trans e bissexual. Não é porquê faço parte da comunidade trans* que preciso ter um pensamento homogêneo. Eu sou um ser único e sou muito mais que apenas um homem trans, portanto, não vou e nem quero abaixar a cabeça para tudo que ativistas dizem. Eles não são a voz de todas as pessoas trans*.

James Cimino

Dave, muito obrigado pelas palavras de apoio e fico feliz de saber que há mais gente lúcida nesse mar de radicalismos. 🙂

Daniel

Acho totalmente descabido qualquer pessoa não-transgênero querer tomar partido e querer dizer para trans* quais termos elas devem adotar. Acho isso sim uma ação transfóbica, tal como acho homofóbico a tentativa de determinação de quais termos os gays devem aceitar para si e tal como brancos querendo determinar o que negros devem acatar/adotar.

Cada pessoa sabe onde o calo aperta e cabe SOMENTE a ela decidir o que fazer com as injúrias e pejorativações que lhes foram impostas. Recusar-se a entender isso é, além da mais grave vaidade e “eucentrismo”, abster-se de qualquer nível de empatia pelas pessoas diretamente envolvidas na questão.

Acho que Ru Paul equivocou-se sim, justamente pelo termo não ser consenso. Ela não está fazendo uma reunião com amigos na casa dela, mas sim um programa para o grande público. E o ato de Madonna foi uma tremenda jumentice homofóbica ao xingar Putin de gay, tal como o é quando qualquer outra pessoa o faz. E eu entendo que Madonna certamente não é homofóbica no geral, mas no ativismo não cabe idolatrias e reverências acríticas.

E sobre a campanha coxinha “somostodosmacacos”, sugiro consultar um número considerável de negros para saber o que eles pensam. A discussão não é sobre criacionismo X evolucionismo, mas sobre desumanização das pessoas negras e redução a macacos tal como OBJETIVAMENTE ocorreu na história. Brancos podem andar com uma penca de bananas na cabeça que nunca serão alvo da pecha de macacos tal como negros o são. Então… menos, plis.

James Cimino

Pela sua lógica, você, que não é transexual, tampouco poderia estar aqui me dizendo o que eu devo ou não achar sobre isso. Noa noite.

Fernando

Caramba! Eu posso não concordar com tudo o que o James escreve, mas diante de tanto ataque, e tão intenso, de pessoas que não se dão o trabalho de ler o que ele escreve, deixo aqui meu apoio.

Livia

Não acho que RuPaul seja transfóbica, nem Madonna, homofóbica, nem Regina Duarte machista. Já conhecemos os dois primeiros casos (não posso dizer da Regina pois não conheço sua história) e não faz sentido afirmar isso. Mas seu texto me pareceu insensível à fraqueza de quem se ofende com certas declarações e palavras. Essa fraqueza não é pessoal, e sim, uma força externa cotidiana que oprime determinadas classes. Não é questão de dar poder demasiado às palavras. Elas realmente exercem muito poder sobre nós, tenho certeza que não preciso explicar isso a um jornalista.O cotidiano talvez mereça mais relevância pois, realmente, há quem se vitimize e não busque entender que assim como somos enfraquecidos coletivamente por pertencermos a determinada classe oprimida, somos também ensinados a oprimir. Mas o conformismo não deve existir. Entendo o incômodo, mas o “politicamente correto” não deve ser visto pejorativamente por mais chato que possa ser, pois ele é o alicerce de muita gente. E é dessa gente que estamos falando, e que devem ter voz no meio dessa confusão toda.

Eudmar

Discordo quando você fala “Então, se você ainda se ofende quando te chamam de viado, macaco, sapatão, gay, bicha, puta, vadia, traveco, desculpa, mas você está se vitimizando…” tipo sim se ofender com isso da mais poder ao agressor mas isso nao quer dizer que não são coisas que devam ser combatidas, falando como tu falou, parece que devemos simplesmente deixar quieto, tipo algumas dessa palavras tem peso histórico e afetam sim algumas pessoas de forma mais forte que a outras então não podemos exagerar e dizer que as vitimas desses preconceitos estão se vitimizando. claro que a partir do momento em que você exagera, você está se vitimizando… como no caso do rupaul… ele tem história com a comunidade gay e obviamente não é transfóbico e há um contexto por traz do que ele falou que é a história da comunidade gay, nos sempre brincamos usando essas palavras para ‘xingar’ uns aos outros de brincadeira como forma de sátira. então nesse caso é idiotice falar em transfobia mas não podemos levar isso para TODOS os casos em que essas palavras são usadas.

James Cimino

Eudmar, como você mesmo observou, e se prestar atenção ao texto, verá que falei que tudo tem que ser analisado em um contexto. Como disse a drag queen Sonique, o problema sempre é o adjetivo que vem antes ou depois da palavra. Agora, longe de mim dizer que uma pessoa que for chamada por esses nomes com um claro caráter ofensivo, com o objetivo de prejudicar a reputação de alguém, de ameaçar seu trabalho e sua integridade física deve se ofender e denunciar. Talvez isso não tenha ficado tão claro no texto. CONTEXTO é a palavra.

Marcelo

Quanto #mimimi!
O texto está bastante claro.
Sugiro ao jornalista que não gaste mais seu tempo contra-argumentando essa gente que não se ama e parece se ofender com pouco.
O mundo tá muito chato mesmo! Haja antidepressivos pra tanta gente paranóica, obsessiva, irritada e irritante.

Marcelo

O texto está bastante claro. Sugiro ao jornalista que não gaste mais seu tempo contra-argumentando essa gente que não se ama e parece se ofende com pouco. O mundo tá muito chato mesmo! Haja antidepressivos pra essa gente paranóica, obsessiva, irritada e irritante.

Lilia

Tenho o telefone de um psiquiatra maravilhoso que tratou minha vizinha com esquizofrenia com certeza ele pode tratar dos distúrbios psicológicos desse pessoal que está se doendo nos comentários. Melhorem!

Klesius

Do jeito que pensa o jornalista, capaz de dizer também que a lei ido racismo (Lei 7.716/1989) é uma bobagem, já que prevê pena contra injúria se ela consistir em elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem. Afinal, pra que se ofender, nao é? Só se ofende quem é fraco. Quero ver um dia – vamos imaginar uma situação – se ele for demitido de uma redação sendo chamado de bichinha uó pelo diretor, se ele vai levar na boa, já que não se ofende, só se ofende quem tem baixa auto estima.

James Cimino

Ai, quanta ignorância a sua. Pare de colocar a sujeira da sua cabeça fanática na minha boca. Você além de chato é burro, porque em nenhum momento eu disse que era legal chamar alguém de viado ou de macaco. Você tá ofendidinho aí porque precisa de inimigos pra se sentir útil. Se te faz feliz dizer que eu sou racista, homofóbico, transfóbico, machista, só posso ter pena. E continuo esperando o trecho de qualquer um de meus textos em que eu defendi agressões contra negros ou transexuais. Não tem né? Porque você só sabe repetir feito papagaio a cartilha que te ensinaram. Então, se não gosta dos meus textos, nem de mim, não leia, não comente ou então me processe. Só que você vai ter que provar esse monte de mentira que tá falando. Seu carente.

James Cimino

Aliás, se você lesse além do título, talvez tivesse visto no meu texto sobre racismo que eu defendo que se chame a polícia para os racistas, já que, pelo menos para os negros, isso é lei. Agora, faça exatamente o que eu disse que gente como você faz no meu texto. Fique aí se vitimizando e apontando pra mim sua metralhadora cheia de mágoas. Suas palavras não me ferem. Eu só fico com muita pena de gente que vê o mundo como seu potencial inimigo. Sua vida deve ser muito triste.

Klesius

Mas eu gosto de vc, dos seus textos, do site. Gosto tanto que opino, coisa que vc parece não apreciar muito. É lógico que posso estar enganado em muitas coisas que penso, assim como talvez Rupaul tb estivesse, assim como vc, só que PARECE (leia bem, parece não significa ser) que vc não gosta muito de refletir sobre si mesmo e seus pontos de vista.
Eu não comento aqui para ferir vc nem ninguém, assim como dizer minha opinião não significa que me sinto vítima ou estou me vitimizando com algo. Comento pois acredito no debate de idéias para amadurecermos questões tão caras a todos nós. Questões que vc levanta, mas às vezes PARECE querer dar somente sua opinião última. OK é seu direito, é seu espaço. Não acho errado. Mas lamento.
Mas sei e vejo que vc em geral responde todas as mensagens, mesmo das pessoas que mais lhe parecem equivocadas. Só espero que mesmo entre tapas e beijos, as pessoas que aqui vem estejam exercitando o livre debate e aprendendo uns com os outros.
Acho que pra vc sempre será muito mais útil debater com quem não pensa como vc, não para querer catequizar alguém ou ser catequizado, não para convencer alguém, mas para que não fiquemos na mesmice do debate entre quem pensa igual, que em geral nos deixa no mesmo lugar em que já estamos.
Lógico que não estou falando de haters, coisa que não acho que aparece muito aqui. Mas falando de comentários que podem até parecer agressivos (ou mesmo ser), mas que levantam a possibilidade de ampliar o desafio do questionamento. Essa, aliás, foi a grande (boa e ruim) novidade trazida pela internet 2.0, a internet interativa.
Imagine alguém no seu programa de rádio falando coisas que vc não concorde. Vc chamaria de infeliz ou magoado? Acho que não. Então não vamos mudar o foco do debate para esse tipo de apelação. Vc que sempre diz que não agride ninguém, acaba por querer dar sua espetada com essas coisas bobas. Como se todo e qualquer comentário feito aqui – e que vc não goste – fosse sempre de gente magoada e triste (seja lá o que vc considere isso).
Acho que somos mais do que isso.
Abraço.

James Cimino

Então se você lê meus textos, você tem ideia do quão absurdo é você dizer que sou contra a lei do racismo, que uso inclusive como exemplo análogo para defender a aprovação do PLC-122, certo? Ora, você entra aqui com um approach super violento, me diminuindo como jornalista e quer que eu te chame de legal? Eu reflito muito sobre o que escrevo antes de publicar. E toda a discussão que rolou em torno desse meu texto apenas me fez ter certeza de que existe um fanatismo travestido de ativismo que é extremamente nocivo a qualquer causa de quem defenda a liberdade e a igualdade de direitos. E o que fizeram esses mesmos “ativistas”? Disseram que eu defendia agressões verbais contra pessoas. Ora, meu texto fala como SE DEFENDER de agressões como estas e pararmos de procurar inimigos em todo lugar. Por um motivo simples: ISSO NOS FAZ MAL. E mais, meu texto falou de uma coisa cada vez mais ausente nos debates de internet: contexto. Claro que existem ofensas verbais que devem ser levadas à Justiça, mas outras não. E não devem ser tratadas como nada além do que uma frivolidade, do contrário a nossa vida será preenchida por agressões e reações a elas. Eu acho legal debater com quem não pensa como, mas não acho legal quando pegam meu texto e inventam mentiras sobre ele. De resto, continuo achando que tem gente muito infeliz e magoada a nossa classe. Eu sei, porque eu era assim, eu me vitimizava por tudo, é natural que nós, que fomos desprovidos de amor familiar ajamos assim, o que não é natural é que continuemos agindo assim a ponto de elegermos inimigos entre nossos pares. Todo mundo erra? Claro, mas ela não acha que errou, e eu também não acho. Enfim, continue bem vindo ao blog. Abraço.

Klesius

Obrigado pelo comentário. Só queria dizer que eu não acho que Rupaul errou, nem que vc errou. Só, desde o começo, quis pontuar que dizer uma opinião (no seu caso, de que as pessoas estavam julgando mal o Rupaul) não é a mesma coisa do que decretar que todas as pessoas que estão fazendo isso são loucas, desvairadas, ativistas sem nada na cabeça, ou como diz o titulo do seu texto “ativismo ou histeria”. Esse título indica que, sim, vc acha que quem não concorda com vc e Rupaul é ativista e/ou histérico. E se isso é “só” uma opinião que vc tem sobre essas pessoas (que vc agrupou por sua conveniência), então elas acharem que vc é alguma coisa q vc não se acha, tb pode ser apenas uma opinião e que vc não concorda. Só isso. Assim como vc acha as pessoas infelizes ou magoadas pois vc já foi um. Se julgaram errado vc, talvez vc tb esteja julgando errado as pessoas. Foi só isso que me motivou desde o começo a escrever. Quando o jornalismo deixa de ser exposição de idéias pra ser imposição.

James Cimino

Veja bem, eu chamei de “pseudo-ativistas histéricos” e de “ativistas de Facebook e Twitter”, porque não acho que ser ativista seja isso. Quem vestiu a carapuça decerto se identificou. E teve gente que só ficou sabendo da discussão pelo meu post, que se diz ativista, e que se limitou apenas a me esculhambar. Depois foi lá e me bloqueou no Facebook, hahahaha

Klesius

Tem um cara que comentou nesse post que há mais de 10 anos só faz isso na internet, comenta nos sites e blogs só pra causar em torno do nome dele. Já brigou com dezenas de pessoas. Vive à sombra dessas polêmicas. Deve ter alguma função cósmica ser assim. Oremos.

James Cimino

Mas não é só ele, tem gente que se diz ativista, mas age feito evangélico.

Klesius

Prometo não criticar seu jeito nervosinho.
Seria bacana tbm ler aqui sobre o filme The Normal Heart.

RICARDO ROCHA AGUIEIRAS

Olha, eu discordo bastante desse artigo. Vamos lá! primeiro o autor tenta falar de tudo o que ele acha de muita coisa e aí perde o foco, mistura tudo. Acho que tem coisas que podem ser ressignificadas, mas só a partir do momento em que tal “minoria” ganha direitos iguais e conquistas. Sei muito pouco de inglês e não estou dentro da cultura americana, portanto o caso específico fica difícil julgar. Penso que ser artista, figura pública requer uma responsabilidade enorme, podemos adorar o Ru Paul, o que não quer dizer que deixamos de perceber quando ele erra. Ou qualquer outro artista, é apenas um exemplo. Se eu critico um erro, critico aquele erro, não quer dizer que deixo de reconhecer todo o resto da luta da pessoa e sua importância. Mas ninguém,nem o maior militante ou o mais talentoso está acima de críticas. Se uma comunidade – ou uma parte dela, ou uma pessoa estigmatizada – chegou a um acordo para não serem chamados de tal forma, por que não respeitar? O que eu saio perdendo ao evitar termos pejorativos? Valido muito do que Madonna fez, mas não achei legal, não, ela chamar o Putin de gay por que isso nos remete, de novo, à coisas ruins, Putin não é alguém que possa nos servir de imagem e referência. Ser gay não é algo ruim, portanto não devo chamar monstros, ditadores, tiranos, assassinos, presidentes autoritários e facínoras de gay ou estarei colaborando com a demonização dos gays, já enorme. Igualmente, se a palavra “nigga” é super ofensiva aos negros norte americanos, por que devo aplaudir Madonna – ou quem for! – que a usar? Tem muita palavra na Língua Inglesa, considerada a maior do mundo, basta procurar outra, sem preguiça e com criatividade, que não seja ofensiva. Isso é “não ter senso de humor”? bom, eu passo o dia rindo e fazendo gozações dentro da minha casa, com o John, comigo mesmo e com meus amigos e amigas. Sou considerado um cara bem engraçado. Sempre que a gente reclama de uma fato ou situação onde outras pessoas riram, mas que foi ofensivo para alguns ou algumas, usam essa resposta, de “não ter senso de humor”, uma resposta tão usada que virou banal. Devo, então, em nome do bom humor dos outros e em nome da gargalhada alheia, passar por cima do que me doí, me ofende? E o fato de me doer ou ofender não quer dizer que sou mal resolvido ou que tenho a autoestima em baixa. Igualmente, me considero um cara super feliz, sou reconhecido pela minha luta, quem me leu gosta do que produzo como escritor, tenho ao meu lado o melhor marido que alguém pode querer ter, vivo cheio de planos. É o outro que deve avaliar a MINHA felicidade? E seria eu infeliz, sem estima, só por que não acho que uma palavra ou expressão não deva ser usada por que causa dor e sofrimento em outras? sinto, mas esse é um argumento pobre, não cabe a quem se propõe a ser jornalista. Minha ideia de felicidade está muito além do que o outro possa falar ou ofender, mas entra também nesse parâmetro, sim. Ninguém tem o direito de usar o que em outro representa sofrimento. E isso não é “vitimização”, não. Uma pessoa que curte ser vítima se cala e chora escondida pelos cantos, não vem ao público se posicionar e assumir as bordoadas ou os aplausos. Não aceito que me chamem de “bicha” nem de “viado”, com exceção de pouquíssimas pessoas do meu íntimo convívio, dentro da minha casa e para quem eu dei essa liberdade. Nunca acharei legal nem ótimo um machista ou homofóbico me chamar disso nas ruas. Nunca. Nem por isso sou infeliz, sem humor ou com baixa estima. E não confunda as coisas só para ter argumento num artigo: Criolo e o George Clooney falaram que não se importam em serem chamados de gay, mas não sei se achariam excelentes serem chamados de “bicha” ou de “viados”, como está no artigo. Tem certeza que gostariam? eles falaram da palavra gay, as outras possuem um teor de estigma muito mais forte e grave…Amar a si mesmo nunca foi aceitar tudo do que te chamam em nome do riso… do riso dos outros…

James Cimino

Olha, Ricardo, eu concordaria com tudo o que você disse se a RuPaul tivesse usado o termo para ofender alguém diretamente. Não foi o caso. Ela usou como usa em todo programa desde a primeira temporada. Não foi ofensa a ninguém, só a quem optou por se ofender com ela.

Marcela Marques

Mesmo sem querer ela ofendeu. E eu não escolhi me sentir ofendida.

James Cimino

Marcela, você viu o contexto em que foi usado o termo? Foi direcionado a alguém? Não foi. Foi depreciativo? Não foi. Foi usado como trocadilho para e-mail, she mail, que por sua vez é uma piada com o Tyra Mail do “America´s Next Top Model”.

Marcela Marques

Não existe contexto para essa ofensa. O termo “traveco” é ofensivo em qualquer contexto.

Alex

Que pessoa mais equivocada, esse James Cimino.

Vamos por partes:

1- não importa se a pessoa tem histórico militante em qualquer área que seja, todxs podem cometer um deslize de vez em quando, então, SIM, isso foi uma frase transfóbica, a do RuPaul Charles. SIM, foi um ato racista a Madonna escrever “nigga” sendo branca (foda-se se tem filhos/amigos/ negros, se a comunidade negra se sentiu ofendida, já basta!). Inclusive a Madonna, sensata, DESCULPOU-SE logo em seguida, ao invés de ficar questionando as minorias que se sentiram ofendidas com alguma palavra ou atitude. Diferente de você, Cimino, e do RuPaul.

2-você deveria parar de imaginar os “outros significados” do #somostodosmacacos e escutar o que o Movimento Negro tem a dizer sobre isso, afinal, você é branco, não entende o que é sofrer racismo e nunca vai entender. Por isso, antes de dizer que alguém está se vitimizando, ouça o outro, ouça a vítima, e acate sua decisão sobre a campanha ser racista e assuma o erro de ter participado dessa campanha racista (ou, no seu caso até onde sabemos, de defender “outros significados” sobre ela)

3-eu li “feminazi” mesmo no seu texto? É sério isso? É sério que você está usando a Regina Duarte para falar do feminismo e esse suposto “desgaste de palavra feminismo”? ? hahahahahahahahahahahahhahahahaha…

4-“Então, se você ainda se ofende quando te chamam de viado, macaco, sapatão, gay, bicha, puta, vadia, traveco, desculpa, mas você está se vitimizando e, assim, dando poder ao agressor.”
aqui você se superou… culpabilização da vítima eu já tinha visto antes, mas dizer que a vítima fortalece o agressor? (e, em tempo, que agressor é esse, já que, segundo sua teoria, chamar de viado, bicha..etc. não é uma agressão?)

5-EU tenho o direito de ser chamado como EU quiser. Um heterossexual NÃO me chama de viado, azamigas gays, SIM. Um hetero que me chamar de viado é um homofóbico escroto.
Eu simplesmente NÃO PRECISO ter uma baita autoestima 24h por dia só pra não ligar pra comentários homofóbicos, isso não é normal. Isso que você propõe é bem idiota.

Uma dica: vá estudar feminismo, vá estudar racismo, esse texto é um desserviço, VOCÊ É QUEM TÁ FORTALECENDO O OPRESSOR.

Texto machista, racista, homofóbico e transfóbico. Você se equivocou, agora resta saber se vai se desculpar ou se vai continuar com essa arrogância e prepotência.

James Cimino

Não vou me desculpar. Eu não devo desculpas a ninguém, especialmente a um anônimo de internet que deve adorar ter inimigos imaginários para combater para preencher a vida. E não vou pedir desculpas porque é isso que eu penso e você está interpretando o texto do jeito que você quer, com base nas suas convicções estanques. Todos podem cometer deslizes de vez em quando mesmo, especialmente essa militância histérica que quer doutrinar as pessoas a se expressarem como elas, a ter os mesmos referenciais de vida que elas e a ter as mesmas atitudes que elas. Eu defendo que as pessoas sejam educadas a respeitar os outros, não a serem obrigadas ou doutrinadas a isso, porque respeito é algo que se conquista, não é algo que se imponha. E sim, quando você se ofende você fortalece o agressor, porque ele na hora vê que te atingiu. Agora, quando você o enfrenta com um discurso inteligente, ele fica mudo, constrangido e, às vezes, até te pede desculpa. Você tem o direito de ser chamado como você quiser mesmo, e meu texto não disse o contrário. Inclusive, no segundo parágrafo ele diz exatamente como uma transexual deve ser tratada. Mas eu não acredito em um mundo em que todos sejam teus inimigos em potencial. E sim, qual o problema em usar a Regina Duarte para falar de feminismo? Ela não fez curso? Ela não tem graduação em ativismo? Meu caro, Regina Duarte, com todas as suas idiossincrasias e equívocos políticos fez mais pelo feminismo que qualquer ativista de Facebook. E sim, você leu feminazi. Elas existem e são androfóbicas e transfóbicas, quem denunciou a existência delas foram duas amigas feministas, uma delas que estava criticando a transfobia entre feminazis. Se te interessar, aqui está o link: http://dirtywhiteboi67.blogspot.com.br/2013/08/a-feminist-guide-to-all-things-trans.html#_;
http://ask.fm/tothewolves/answer/107567386161
http://ask.fm/tothewolves/answer/108613830961
http://ask.fm/tothewolves/answer/107750100529

Marcela Marques

Me caro James Cimino, não acho que vc deva desculpa a um anônimo mas sim a toda comunidade trans* por esse texto transfóbico. Se a comunidade se ofendeu com as palavras dessa drag, isso diz respeito somente a nós da comunidade trans*. Caso o senhor não concorde com esse sentimento de ofensa da nossa comunidade, entre em contato e se inteire a do porque desse sentimento. É claro que existe um porque desse sentimento, então antes de ficar julgado isso ou aquilo do ativismo procure entende-lo.
Ah e eu não sou uma anônima, me chamo Marcela Marques sou uma transexual não ativista, caso queire entrar em contato comigo fique a vontade, meu email, foi devidamente identificado ok?

James Cimino

Quero que você me diga antes porque meu texto é transfóbico. Já chamaram ele de machista e homofóbico também.

RICARDO ROCHA AGUIEIRAS

Uma pena que não se desculpe, James. Por que é um jornalista, ou pelo menos escreve em um site que é lido por outras pessoas e cujo tema e público leitor é LGBT. Ou será que LGBTs servem só para comprar o que o site anuncia? Se eu falo ao outro ou a outra, como jornalistas fazem, muito mais que me defender, eu tenho que aprender a ouvir o que o meu público fala em resposta aos meus artigos. Ou você escreve para quem? Só para os que te aplaudem? Eu sou profundamente contra o anonimato e anônimos, sempre assinei meu nome completo, até mesmo nos meus equívocos, não poso de perfeito. Acho que o anonimato só favorece quem o pratica, não quem lê. Mas nesse caso específico, infelizmente, tenho que concordar com tudo o que o anônimo aí falou. Ele está pleno de razão, uma pena que não tenha a coragem de assumir sua identidade.

Marcela Marques

Percebo sua má vontade em se retratar. Eu disse claramente que o senhor deveria buscar o porque a COMUNIDADE

James Cimino

Má vontade não. Eu não vou me retratar, exceto que você ache no meu texto algo que justifique as agressões contra quem quer que seja. Acho muito engraçado que vocês defendem uma opinião da “comunidade”, mas imediatamente quando alguém dessa mesma comunidade dá uma opinião dissonantes, é desqualificada.

Marcela Marques

Percebo sua má vontade em se retratar. Eu disse claramente que o senhor deveria buscar o porque a COMUNIDADE trans* ter se ofendido, sendo assim nem vou me dar ao trabalho de ler uma opinião isolada. Caso queira discutir o porque da COMUNIDADE trans* ter ser ofendido, tudo bem, o senhor já tenho o meu email.
Obs.: ocorreu um erro no meu navegador por isso a primeira mensagem foi enviada incompleta.

Marcela Marques

Eu defendo a comunidade trans* simplesmente porque assim como ela eu também me senti ofendida. E volto a dizer, quer ter opinião contrária, tudo bem, mas antes se informe pelos motivos que levaram uma comunidade toda se sentir ofendida. E não vai ser conversando com pessoas que não se sentiram ofendidas que o senhor vai conhecer os motivos que levaram tal comunidade a se ferir. Procurar alguém/algo que justifique sua transfobia é mais fácil de procurar entender que esse motivo, por isso sim identifico uma vontade mínima de conhecimento sobre o a causa em seu discurso.

James Cimino

Você se sentiu ofendida exatamente com o que Marcela? Veja bem: você me acusa de transfobia, de defender o “direito dos agressores”, mas até agora não apontou onde isso está escrito. E sabe por quê? Porque não há um trecho em que eu digo isso em qualquer um dos meus textos. E o texto que te mandei em inglês, que você provavelmente nem se deu ao trabalho de ler, diz que “nós estamos no mesmo barco, sendo agredidos pelas mesmas pessoas” e que devemos “para de dar às palavras um poder mais que elas têm”. Exatamente o que eu disse que no meu texto. Então, continuo esperando. Se você achar algum trecho dos meus textos que diga que eu acho bonito alguém xingar um negro de macaco, uma trans de traveco e um gay de viado, eu o corrigirei na hora e pedirei desculpas.

Marcela Marques

‘Então, se você ainda se ofende quando te chamam de viado, macaco, sapatão, gay, bicha, puta, vadia, traveco, desculpa, mas você está se vitimizando e, assim, dando poder ao agressor.’
Isso foram suas palavras, lendo isso o senhor vai continuar dizendo que não acha “graça” em ser chamada de “traveco”.
Agora eu não posso mais me sentir ofendida por uma palavra extremamente pejorativa como essa? Eu não posso mais me sentir ofendida que vou estar dando “poder” ao agressor? Sinto muito lhe dizer, o senhor só fez esse texto para aparecer , o que é pior, usar um termo ofensivo para uma comunidade já brutalmente marginalizada só com o único e exclusivo intuito e gerar receita ao senhor.
Seu texto é de um profundo mal gosto! O que é facilmente explicável pela sua mente doentia onde se considera o dono da razão.

James Cimino

Claro que vou continuar dizendo que não acho graça, nada do que esta escrito aí diz que eu acho graça nisso. E eu não acho graça nisso. Você se sentiu ofendida porque eu disse que se você ainda se ofende com isso é porque está se vitimizando. Desculpa a sinceridade, mas você está sim se vitimizando, porque veja bem, eu não usei o termo contra você. Eu criei uma situação hipotética para expor um ponto. Mas amiga, numa boa, você quer se ofender, você acha que é seu direito, ofenda-se. Quer me classificar de inimigo da sua classe? Faça isso. A gente vive numa realidade em que crentes defendem o direito de ofender e em que os LGBT defendem o direitos de se ofender com a ignorância alheia. Você nem se interessou em ver o contexto que a palavra “tranny” foi usada. Aliás, me atrevo a dizer que você nem sabia dessa história até lê-la neste blog. Agora vai querer dizer o que? Que eu te chamei de traveco? Nunca fiz nem nunca faria, porque não acho graça nisso. Mas se eu fosse trans ou travesti eu certamente saberia usar essas palavras a meu favor. Mente doentia têm vocês que associam aos outros aquilo que existe dentro de vocês.

Marcela Marques

O texto do senhor diz que eu tenho de rir se uma pessoa me chamar de traveco. O senhor diz que a palavra traveco foi usada em um contexto. O senhor se baseia em apenas um texto no qual não sei porque insiste em querer que leia. O senhor diz que criou uma situação hipotética. O senhor diz que eu não sabia do ocorrido que só fiquei sabendo pelo seu blog.
Então vamos lá, o senhor acertou em cheio, eu sou uma estudante que saio de casa as 7:00hs da manhã e não tenho horas para voltar, comumente retorno após as 22:30hs por tanto me sobra pouquíssimo tempo para ler outros assuntos que não seja do meu curso. Mas o fato do meu desconhecimento com o ocorrido invalida meu sentimento de ofensa? Eu mesmo respondo, NÃO, não invalida, pois como em todos os meus outros comentários eu me referi a comunidade trans* se é que o senhor percebeu. Acredito que não tenha percebido pois senão teria se tocado e se inteirado do porque a comunidade trans* no geral e isso quer dizer que pode ter uma ou outra pessoa com pensamento diferente mas é concenso entre nós tran* que idependente da pessoa que use esse termo e do contexto que é usado esse é um termo pejorativo e só tem a contribuir para o emponderamento da trasfobia.
Será que é tão difícil para alguém entender isso? Novamente eu respondo, é sim, pois só quem vive a transfobia na pele sabe o qual esse termo nos é prejudicial.
Eu adoro falar piadinhas ou fazer graças com minhas amigas, e graças a Deus nunca precisei de ofender niguém, nunca precisei fazer piadas que denegrissem uma minoria marginalizada, então quer fazer humor, que faça sem pisar em ninguém ok?
Quanto o senhor me considerar que eu me sinto vitimizada, isso é apenas uma opinião sua. Quem me conhece sabe que mesmo eu dizendo que fui VÍTIMA eu nunca fiz o papel de coitadinha.

James Cimino

Marcela, não, sua opinião não é consenso na comunidade trans, especialmente entre aqueles que, antes de saírem se ofendendo com qualquer coisa, analisam o contexto em que as palavras são usadas. Aqui está minha resposta definitiva a você sobre essa questão, saída da boca de três ativistas trans dos Estados Unidos. É comprido e espero que você se dê ao trabalho de ler, apesar de seu tempo escasso. De resto fico muito feliz em saber que você está cuidando de sua carreira e de seus estudos e que possa, em um futuro, rir de pessoas que usam palavras baratas para te ofender, não rir porque achou graça, mas rir delas, de sua ignorância, que permanecerá: http://www.ladobi.com/2014/05/ativista-trans-defende-rupaul/

Marcela Marques

O senhor não muda mesmo, continua a querer encontrar algo/alguém que justifique sua transfobia, mas eu até entendo, entendo poque eu também sou teimosa dessa forma. O senhor pode ter a certeza de que mesmo com qualquer titulação acadêmica que eu possa vir a ter, nunca, jamais irei rir de piada desse tipo de. Enquanto tiver uma única trans se prostituindo contra sua vontade eu serei contra a esse tipo de humor. Se serei chamada de mal humorada, que me chamem então.

James Cimino

Não querida, quem não muda é você. Insiste em sua teimosia e se recusa a ler a opinião sensata de transexuais sensatas porque seu fanatismo é maior que isso. Pois fique aí lutando contra moinhos de vento e procurando inimigos pra justificar a sua ignorância. Eu não estou achando ninguém para justificar minha transfobia porque não sou transfóbico. Minha única fobia é de gente ignorante e que persiste na ignorância. Seu medo de ler as ótimas declarações das três ativistas que postei aqui é o medo de perder os inimigos imaginários que vivem te rondando. E se você me acha transfóbico, simplesmente não leia o que eu escrevo, como você tem feito e saia por aí me caluniando, já que você prefere viver em um gueto de obscurantismo.

Marcela Marques

Eu sou insensata, fanática, ignorante e esquizofrênica e sou eu que saio por ai caluniando alguém? Quem é o senhor para dizer qualquer coisa a meu respeito? O senhor vive a minha vida, sabe o que eu já enfrentei e ainda enfrento?
Agora ficou legal, um homem CIS querendo ditar minha regras, meus inimigos. Vê se cresce, e antes de sair por dizendo coisas do que o senhor não sabe, vá se informa. Ah é verdade o senhor é o dono da razão e todas nós insensatas, fanáticas, ignorantes e esquizofrênica temos que nos curvar a sua sabedoria ou a de qualquer homem CIS que não é transfóbico só porque assim o disse.

James Cimino

Nós, não, querida, só chamei você de ignorante. E de calúnia c entende, né? Não fez outra coisa desde que entrou aqui. E esse papo de querer me desmoralizar por eu ser “homem cis” ou o que quer que queira dizer essa merda que você adoram falar para desqualificar a opinião de quem não é igual a vocês não me parece muito diferente de alguém que tente te desqualificar por você ser trans. É isso que você aprendeu? Ser igual a eles? Se você fosse pelo menos interessada em se informar do que estamos falando aqui em vez de ficar me atacando, mereceria algum respeito. Desculpa, mas única fobia que tenho em relação a você é com essa sua alienação e com essa sua carência de inimigos. Ainda bem que nem todas as transexuais são como você.

James Cimino

Ah, me avisa quando abrir vagas pro curso de ativismo em machismo, homofobia e transfobia, vamos ver se sou aprovado pelos sacerdotes da seita.

Nathália

Como é que é? Você pega o link de uma radfem cisgênera e transfóbica pra dizer o que não é transfobia?
Cara, isso é nojento.

André

O caminho do sucesso eu não sei, mas o do fracasso é tentar agradar todo mundo… Ótimo texto. Abraços.

Kadu

Olha, James, palmas para você, concordo com tudo que você afirma, mas infelizmente essa visão (que é a das pessoas que realmente lutaram e conquistaram o que temos de direitos) está morrendo na comunidade gay, os mais novos só querem saber de vitimização e moralismo.

Marco

“(uma ou duas lições sobre a autossátira nesta entrevista que fiz com Marília Gabriela na semana passada)” ops, let me get that name you dropped.

sério. que texto bosta. muito patético esse argumento “vc nao pode se ofender se te chamarem de viado/negro/traveco”. esse é o tipo de conselho que vc dá pro seu amigo que já sofreu muito, não enquanto alguém que é um formador de opiniao. a sua intenção é educar as pessoas ou só glorificar seus ídolos (no caso aqui a rupaul) achando que eles também não são humanos e também não são suscetíveis a erros?

rupaul não É transfóbica. mas foi bem infeliz durante o challenge “female or she-male” (que foi o verdadeiro trigger de toda essa polêmica). Mas isso nao faz dela uma pessoa ruim. Apenas um humano como todos nós. O que seria louvável é saber reconhecer seus erros e pedir desculpas.

Usar o Gentili como referência foi o pior de todos os exemplos possíveis. Gentilli é um homem, branco, heterossexual que já fez “piadas” racistas, transfóbicas e homofóbicas. Ele é o melhor exemplo que você poderia dar para o argumento “não se ofenda com o que as pessoas falam de você”???? parece até que a intenção é dar respaldo e um grande selo de aprovação para o “trabalho” do Gentili de continuar falando merda e merda por aí e AI DE ALGUÉM que se sentir ofendido por isso, né.

James Cimino

Amigo, em primeiro lugar eu dou a opinião que eu quiser, da forma que eu quiser. Se você não concorda, problema seu. Eu não estou dizendo “não pode”, estou dizendo que não deveria. Que gente segura de si não se ofende com trouxa. Agora, não entendi, se o Danilo Gentili é tão bosta, por que motivos mesmo alguém se ofenderia com o que ele diz? Segundo, se RuPaul deveria se retratar, porque o Danilo Gentili continua sendo um bosta, já que foi isso que ele acabou de fazer? Sério, tô confuso, hahahahah! Amigo, quer se ofender, se ofenda, agora o fato de alguém ser branco e hetero não necessariamente transforma essa pessoa em homofóbica.

Arthur

“agora o fato de alguém ser branco e hetero não necessariamente transforma essa pessoa em homofóbica.” Minha nossa senhora, moço. É isso que você entende do texto do Marco? Fofa, é só que enquanto hétero e branco, a pessoa, sabe, talvez não manje muito do que realmente é opressão. Não é uma homofobia automática, mas uma maior resistência a ter empatia por aquilo que, por benção da sociedade, nunca precisou sofrer. “Segundo, se RuPaul deveria se retratar, porque o Danilo Gentili continua sendo um bosta, já que foi isso que ele acabou de fazer?” Eu é que fico confuso com essa sua confusão. RuPaul tem anos de luta e CERTAMENTE tem mais empatia com o grupo que ele ofendeu, isso faz um desejo por retratação dele ser bem mais digno de ouvidos do que os anos de escrotidão do Danilo. Mas, well, não impeço esse segundo de se retratar, melhor começar agora a ser menos babaca do que nunca, não? E, bebê, ninguém “quer” se ofender, diga o que quiser em tão “descognitivo” texto mas jamais responsabilize a vítima por uma lifetime repetição, nas mais desastrosas maneiras, de termos como esse. A culpa é da sociedade e a culpa é de quem passa a mão na cabeça quando a oportunidade de se sugerir uma reflexão crítica surge.

James Cimino

Meu amigo, ninguém está culpando a vítima, eu estou culpando os pseudoativistas que adoram construir inimigos para poderem ter alguma função na vida.

Onofre Paiva

James, amigo. Não acha complicado que alguém, por ser muito ativista, seja agora considerado “pseudoativista”?
Nos comentários anteriores quis ressaltar que visibilidade é diferente de se sentir ofendido (E o problema das Trans é visibilidade). Antes de conhecer o Lado Bi, o tema transexualidade era quase invisível pra mim. Só conhecia o termo Travesti mesmo. Sou grato pelos esclarecimentos constantes.
Hoje constato que o mundo Trans é cercado de ignorância por todos os lados. Não existe a tal “briga de quem sofre mais” porque a barra das Trans me parece indiscutivelmente maior.
Concordo com sua proposta sobre levantar a questão de quão fácil as pessoas se ofendem. Acho irreal dizer que RuPaul é Transfóbica e Tia Mad é Homofóbica.
Mas será que cabe a nós, Cis, dizer pra trans o que deve ser considerado ofensivo ou não.
“histéria de pseudo-ativista fanático”! Poxa!
Eu não tenho a vivência de uma Trans pra saber qual o peso de constatar que nem uma ativista importante como RuPaul está muito preocupada em reconhecer a identidade destas (pois ela usou o termo para o grande público, que não entenderia como piada). Talvez a relevância dela é que torne tais palavras mais pesadas. Exercitando a empatia, talvez elas pensem: “Poxa, nem RuPaul me reconhece. Uma das maiores ativistas não está disposta a me tratar pelo que eu sou em rede nacional”. Deve ser desolador quando até um programa que oferece uma visão do mundo LGBT para não-LGBTs na grande mídia legitima determinada visão que já é tão difícil desfazer, mesmo não fazendo por mal.
Quando chamam um Gay de viado ele pode até dizer, “sou mesmo e daí”. Pra gente é mais fácil. Mas chamar uma Trans de Mulher-macho ou traveco, acho que ela não poderá se afirmar com a mesma convicção esse “Sou mesmo”. Nem todas são a Queen-bee pra fazer piada com o próprio pau.
Tô tentando enfatizar aquela máxima de “não minimizar a dor do outro”. Não sou Trans, nem você, querido James. Nem RuPaul.
Só podemos imaginar quais as dores específicas desse meio que costumamos chamar de “um de nós” e dizer que é parte da mesma luta. A palavra Gay pode ser alegre, mas culturalmente ela evoca a imagem do homossexual masculino, Não dá pra empurra-la pro resto da sigla.
Claro, sem que esquecer o quão o Lado bi contribui pra visibilizar tudo isso. Vocês que me trouxeram essa reflexão.
Não diminuo a importância do que trouxe nessa postagem. Como Gay, percebo a relevância. Mas como Cis, não sei como isso deve reverberar pra uma trans como equivalente.

RICARDO ROCHA AGUIEIRAS

Parabéns por seu lúcido posicionamento, Marco! E uma pena que o jornalista autor desse artigo tão equivocado seja tão absurdamente arrogante que se recuse a refletir, ao menos refletir, sobre o que estão falando para ele. Deve ser daqueles que confunde arrogância com felicidade. Ele coloca tudo no mesmo saco, generaliza e humilha todos e todas ativistas LGBTs, sendo cínico (cinismo gratuito, argumento de fraco) ao chamar militantes de “sacerdotes”. Enfim, fala sério, quem precisa dele ou do Lado Bi, quem precisa de jornalistas assim ou de um site assim?

James Cimino

Ai, cara, eu refleti sobre o que todos disseram, acontece que tudo isso do que vocês me acusaram é mentira. Meu texto não defende agressores, não defende o “direito à agressão”, apenas critica quem aponta suas armas de verdades absolutas a quem sempre foi aliado da causa. E também fala sobre como nós nos vitimizamos muitas vezes e nos tornamos reféns da maldade alheia. Agora, em algum momento você parou para refletir sobre isso? Não, você entrou aqui só pra me desqualificar, porque você acha que só a militância está certa. E que eu preciso perguntar pra vocês o que é correto ou não. Eu continuo não concordando com isso. A RuPaul não foi transfóbica e não é transfóbica e vocês estão procurando inimigo porque não conseguem viver sem isso. Apenas. Agora, você disse bem, nós não somos a verdade absoluta do mundo. E assim como não precisam de “jornalistas assim” a gente tampouco precisa de leitores assim. Muita gente entendeu o texto, menos os “ativistas”, por que será?

Onofre Paiva

Eu tento me vacinar contra a maleabilidade das palavras. Tento avaliar as intenções.
Tanto que, como comentei, não vi más intenções no uso da palavra “homossexualismo” e “opção sexual”
saindo da boca da Regina. Claro que ela não acha que Ser Gay é doença ou ideologia…

Tudo isso me lembra o poema “Receita pra lavar palavra suja” de Viviane Mosé.

Pedi algumas vezes pelo tema Feminismo, espero que essa possibilidade esteja sendo avaliada.
O que motivou esse pedido é justamente por identificar esse desgaste ao qual Regina se referiu.
Um desgaste que tem lá seu perigo, pois pode significar uma gradativa anulação. Afinal “feminazi” e “gayzista” são neologismos com uma mesma linha de raciocínio por trás.

Só pra fazer uma contrapartida, as palavras podem ter sim seu poder. Daniela, a convidada no programa sobre política, ressaltou que as pessoas Trans são misturadas nas estatísticas com os Gays, em casos bastante sérios como índices de assassinatos. Chamar a Parada LGBT de Parada Gay também é uma troca de palavras aparentemente inocente, mas sendo banalizada contribui pra invisibilidade Trans. Entretanto, creio que Daniela entendeu que ocultar os “Ts” da sigla não era intenção de Chimino.

A palavra “homofóbico”, por acaso, está em vias de se banalizar e perder a força (se é que já não perdeu). Será que ela deve ser usada por quem “tem medo (aversão)de gay”? Ou qualquer pessoa que conviva de boa, que até tenha amigos Gays, mas ache um desrespeito homens se beijando e outros “privilégios”?

Como diria Björk, pela Boca de Madonna: “Today is the last day that I’m using words.
They’ve gone out, lost their meaning.
Don’t function anymore”

Infelizmente não dá, né. Precisamos das palavras, essas escorregadias. Mas precisamos de contexto, mais ainda.

James Cimino

Olha Onofre, eu discordo no que diz respeito à palavra gay. Ora, quando a gente chama alguém de gay, não significa que estamos excluindo ninguém, ao contrário, estamos incluindo todos que lutam por igual de direitos independente de seu gênero ou de orientação sexual, porque no fundo a luta é a mesma para todos. E eu sou contra essa setorização de lutas e essa competição de quem sofre mais. Gay é uma palavra que significa alegre e que não deveria ser considerada ofensa. Só que eu acho que passar a vida querendo corrigir a ignorância dos outros e sendo vítima dela é uma perda de tempo e, como disse a Regina, coisa de gente insegura. “Girl! You gotta get stronger!” Se você não sabe quem vc é, aí vai viver na mira da imbecilidade humana. Agora chamar RuPaul de transfóbica e Madonna de homofóbica e racista é coisa de gente insegura e ignorante.

Onofre Paiva

Bem, sempre o avaliei por suas intenções e concordo com não querer setorizar. Trouxe a tona as palavras de Daniela por ter haver com “Uso de palavras”.

Pra ver se entendi. Na sua visão, você quer que @s Trans se sintam representad@s pela palavra “Gay”, mesmo sendo estas Heter@s? Porque eu não quis dizer que o termo Gay é ofensivo. Eu disse que, pela visão da Daniela, o termo não engloba as pessoas Trans.

James Cimino

Gente, gay não é contrário de hetero, homo é o contrário de hetero. Gay é alegre e engloba cultura. E os trans não são englobados pela cultura hetero, mas são super englobados pela cultura gay. Agora, tem gay transfóbico? Tem. São todos? Não são.

Onofre Paiva

Enfim, só trouxe esse exemplo pra dizer que nem toda reivindicação de palavra é pura cisma. Ela se referiu as estatísticas que colocavam Assassinatos de pessoas Trans como se fossem de Homossexuais. Não é contexto de xingamento ou ofensa. É um levantamento formal de dados estatísticos que, como tal, deveria ser mais preciso.

Klesius

Como de costume, o autor sai ridicularizando toda pessoa que pensa ou age diferente do que ele e mostra que pode ser tão intolerante quanto os que ele debocha. O site e os textos – apresentados como jornalismo – são para descrever panoramas e analisá-los, ou é tudo para tão-somente os autores despejarem suas idiossincrasias e ditar regras e depreciar quem não é como eles? Porque se for isso, não é jornalismo. É uma gente que acusa revistas e jornais de serem de direita, de reaças, mas usa a mesma forma de “jornalismo”. Não passa de mera opinião. Que é que nem c*, todo mundo tem.

James Cimino

Gostaria de saber onde no texto eu ridicularizo alguém. Amigo, como está bem descrito no texto, se você se ofende por qualquer coisa que dizem por aí, você tá com problemas seríssimos. E nós temos sim opiniões diferentes da maioria das pessoas, especialmente de pseudoativistas fanáticos que acham que apenas as regras que eles criaram é que são corretas. Agora, você tem todo o direito de se ofender com o que quiser e se vitimizar p quanto quiser. Também é uma opção sua ler ou não ler o blog. Se você acha que jornalismo é só aquilo que está de acordo com a sua opinião, só posso lamentar.

Klesius

Que comentário nonsense, fugindo da questão, e como sempre apostando na gritaria de quem dita o que é certo e errado, só pode ser histeria de pseudo-jornalismo fanático.

James Cimino

Fugindo de que questão? Qual questão você apresentou, amigo? Você só entrou ali e desqualificou o que fazemos aqui sem qualquer argumento. Você quer saber se é para dar nossa opinião sobre as coisas? Sim, é. Isso é um gênero do jornalismo. O que mais você quer saber?

Diego

“Então, vamos apontar nosso ativismo aos reais inimigos?” Infelizmente percebo que nos tornamos os nossos reais inimigos. A comunidade LGBT esta se voltando contra si e isso é, no mínimo, triste.

Filipe

Gente, é só uma fase. A História se desenvolve muito lentamente. Olha como as coisas mudaram dos anos noventa pra cá! Nós estamos apenas passando por uma fase de experimentação. Vai demorar até o gay comum se dar conta de que podemos inventar novos valores, uma nova cultura, devidamente ajustada à nossa experiência enquanto comunidade e enquanto indivíduo gay no mundo. É no debate que vamos construindo isso. Vamos parar com essas reações exageradas sobre detalhes de arestas que já estão sendo aparadas pelo simples fato de que o brasileiro hoje é mais informado além do que aos poucos temos conquistado respeito da grande mídia bem como da justiça formal, e isso vai, indiscutivelmente, gerar efeitos positivos em termos de sociedade no longo prazo. Estamos numa época muito rica, e agora serão geradas as bases para uma nova era para o gay no Brasil. Vamos nos divertir mais no debate, nos permitir relaxar, deixar que outro construa livremente seu ponto de vista na internet. Ninguém aqui é ignorante o suficiente para negar que a qualquer momento pode-se mudar de ideia. Cada texto, cada opinião, é um tijolinho na construção de uma visão ampliada sobre nossa realidade, que a cada dia fica mais rica graças, em grande parte, aos que tem a coragem de emitir suas opiniões bem como são. Eu particularmente considero gravíssimo ouvir uma pessoa supostamente informada dizendo “homossexualismo”, considero falta de informação, um impasse intelectual, mas não ponho em cheque, a priori, o caráter da pessoa. Uma pessoa bem situada já teve tempo de perceber que há alguns anos existe uma preferência por parte da comunidade LGBT pela palavra “homossexualidade”, incluindo eu mesmo. Mas, de qualquer jeito, essa é apenas minha opinião, e vivemos numa democracia, convivendo com pessoas em diversos níveis de informação, e também, infelizmente, de caráter. Mesmo assim, minha intenção não era discutir o mérito da questão. Apenas peguei o gancho do Diego, que me pareceu demasiado pessimista, para tentar valorizar um pouco mais essa construção coletiva de uma nova cultura gay, cada vez mais desvencilhada e livre dos grilhões ideológicos impostos por gerações patriarcais machistas e sexistas. Vamos experimentar, descobrir como gostamos de nos relacionar e de nos afirmar no mundo. Vamos aproveitar esse caldeirão fervente que é o mundo hoje pra ir mais fundo nos mais variados aspectos da nossa realidade, garantindo um futuro com maior profundidade de compreensão sobre si mesmos e sobre o mundo. Vamos nos preocupar mais com os russos e iranianos que não tiveram a sorte de nascer em um lugar, em uma época, em que tivessem esse privilégio de construir com maior liberdade as suas opiniões e atitudes – não menosprezando, claro, a nossa própria luta dentro do Brasil que ainda não vislumbra um fim. Mas, enfim, sou um otimista, mesmo às vezes sentindo medo de apanhar por ser gay, mesmo optando por não demonstrar afeto em público por me sentir incomodado com os olhares, mesmo assim, acho que cada vez mais conquistamos nosso lugar na sociedade. Parabéns pessoal pelo site, espero ter contribuído. Obrigado.

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