Ativista defende RuPaul e diz que palavra ‘tranny’ é parte da identidade trans

Outras drags e trans também opinaram dizendo que devemos lutar contra os reais inimigos e passarmos a nos tratar como uma real comunidade

por James Cimino

Nesta semana fui massacrado pela ignorância e pelo fanatismo de pessoas que dizem representar as opiniões e os interesses de TODA a comunidade transexual por um texto em que critico a histeria de certos grupos em acusar pessoas da própria comunidade LGBT em promover a homolesbotransfobia.

A pessoa em questão é a RuPaul, que usou as expressões “tranny” e “shemale” em seu reality “RuPaul´s Drag Race”. Me espantou que essas mesmas pessoas, que supostamente deveriam defender a igualdade de direitos, incorrem no erro brutal de, para defender sua agenda, fomentar o sectarismo e a rotulação de quem não segue sua cartilha do que é, em sua opinião limitada, politicamente correto.

Fui acusado de transfóbico, homofóbico, machista, racista e por aí vai. Mas o que mais me surpreendeu foi o desprezo à minha opinião por eu ser “homem, gay, cisgênero e branco”, como se essas “tags” criadas por alguém que diz lutar contra rótulos me desautorizassem a omitir opinião sobre qualquer coisa, mesmo que essa opinião tenha como objetivo desvitimizar uma das partes mais vulneráveis da sigla LGBT. A cegueira ideológica dessas pessoas as impede de ver que, com essas atitudes, estão reproduzindo o mesmo comportamento de heterossexuais que acreditam que alguém, por ser gay, lésbica, ou transgênero, não pode ocupar determinadas posições na sociedade, formar família ou adotar filhos.

Disseram que eu tinha que me retratar, que pedir desculpas à comunidade, que eu achava graça em ofender transexuais e que eu defendia o direito dos agressores em agredir.

Pois bem, não vou me desculpar pelo que não fiz. Também continuarei firme em minha posição contrária a esse policiamento estúpido do uso de palavras desconsiderando qualquer CONTEXTO. Contexto, essa palavra totalmente desconsiderada na era da informação on-line, em que um título ou uma frase fora de lugar já vira fato.

E para provar que essas opiniões raivosas estão longe de ser uma unanimidade entre as transexuais, publicarei aqui o depoimento de três delas, entre as quais está a notória ativista Justin Vivian Bond, cuja carta à comunidade vai abaixo. Os grifos foram mantidos como no original. Justin resolveu escrever após a drag queen Heklina mudar o nome de sua festa “Trannyshack” para “T-Shack” após pressão da “polícia das palavras”.

JustinVivianBond_SnowAngel_DavidKimelman-1-792x1024Eu estou escrevendo isso porque eu quero deixar bem claro o que eu penso sobre as controvérsias recentes com relação às questões de linguagem no que se refere a nossas narrativas trans. Já faz um bom tempo que sou militante para que se encontre uma linguagem nova, inclusiva, evoluída e respeitosa para nós nas comunidades trans e não-conformistas de gênero. Por essa razão eu me sinto na obrigação de me manifestar sobre todo esse drama dos últimos dias, que vem me incomodando pra caralho.

Na minha opinião não há ABSOLUTAMENTE nada errado quando Heklina decide alterar o nome da festa “Trannyshack” em um esforço para renovar a marca de sua lendária e inclusiva celebração de tudo que é fabuloso e queer. Mas tenham em mente que o motivo por que ela passou por essa “evolução” foi a perseguição de um grupo de pessoas que decidiu não aprender com a nossa história queer de se reapropriar, se apoderar e tirar o poder pejorativo de palavras que DESCREVEM COM PRECISÃO QUEM E O QUE NÓS SOMOS – de tomar as palavras que às vezes são utilizadas para nos ferir por aqueles que VÃO NOS ODIAR NÃO IMPORTA O QUE FAÇAMOS – e fazer delas parte do que nos torna esplêndidos. Esse pequeno grupo de “queers” decidiu que é melhor seguir uma pauta baseada em envergonhar os outros.

Devido a isso, Haklina decidiu que é mais fácil “mudar a marca” de sua festa para evitar mais angústia. Essa decisão cabe a ela e eu louvo que ela faça o que sente que deve fazer. Mesmo assim eu me entristeço.

Eu também acho que não havia nada de errado com o jogo irreverente “Female or Shemale” que fez parte de “RuPaul’s Drag Race” – especialmente porque os competidores nem sequer conseguiam distinguir um do outro. Gente! Isso é revolucionário!!! Sem falar de todo o talento incrível dos artistas transgêneros que o episódio mostrou mais tarde e agora foi retirado do ar.

Então. Ao invés de enfrentar os intolerantes que buscam diminuir a nós e a nossas realizações, e nos erguemos UNIDOS NO ORGULHO POR NOSSA DIVERSIDADE, esses policiadores imprudentes de palavras partem para o ataque e conseguem vitórias fáceis acossando, silenciando e envergonhando membros de sua própria comunidade e aliados. Exatamente aqueles que são sensíveis às razões e sentimentos que estão por trás dessa raiva e portanto estão dispostos a ouvir, e – como sempre – jogam a culpa sobre si mesmos e fazem esse tipo de mudança porque é simplesmente MAIS FÁCIL “evoluir” e retornar para a vergonha silenciosa. O que eles deixam de compreender é que ao se banir o uso da palavra TRANNY (“TRAVECO”, em tradução livre) eles não vão se livrar da transfobia daqueles que a usam de maneira negativa. O que estão fazendo é roubar uma identidade alegre e conseguida a duras penas daqueles de nós que estão e sempre estiveram perfeitamente confortáveis, se não felizes, por SEREM TRAVECOS. E a verdade é que NÓS NÃO VAMOS DESAPARECER. Caso vocês ainda não tenham reparado, NÓS SOMOS DUREZA!

Trazendo de volta pra realidade, se as pessoas pensam que você é um traveco é porque você é percebido assim. ASSUMA ISSO! Se alguém pensa que isso é ruim então ESSE ALGUÉM É UM IMBECIL! Se você não quer assumir essa palavra ou qualquer outra palavra que se usa para descrever você além de “homem” e “mulher” então eu torço para que você tenha o privilégio de ter nascido com uma aparência que lhe permita se confundir com o resto do mundo, ou que você (ou sua família generosa) tenha os meios para realizar os procedimentos estéticos que tornarão possível que você passe desapercebida dentro do sistema binário de gênero para o qual você está servindo ao fazer essas reclamações. Se você é capaz disso, então VÁ E SE DILUA COM O RESTO DO MUNDO! Se não, pare de usar essa matraca privilegiada – apesar de ignorante – para transformar palavras usadas para nos descrever em algo vergonhoso. Ser um traveco não é vergonha nenhuma, nem boiola, nem qualquer outra palavra utilizada para descrever um indivíduo de gênero variante. É vergonhoso acossar pessoas por estarem confortáveis com quem são e atacar as palavras que eles usam porque você não está confortável com isso.

Essa é minha opinião sobre esse assunto ridículo. Como vocês podem perceber eu fico com raiva por causa dessa besteira tão insignificante. Nós deveríamos nos esforçar apara unificar nossa comunidade e conseguirmos as proteções básicas da lei. Se todos que estão gastando tanto tempo e energia acossando suas irmãs sobre essa palavra acossassem seus representantes eleitos com a mesma dedicação e fervor nós estaríamos no caminho para uma sociedade muito mais inclusiva para as trans. Essas palavras foram escritas com amor e ira.

Vamos agora às palavras de Sonique Love, participante da 2ª temporada de “RuPaul´s Drag Race”

sonique loveIsso é tudo que vou dizer sobre isso. Algumas pessoas pensam que RuPaul dizer que tem sido um “traveco” há 32 anos não é correto…

“Tranny” não significa apenas transexual, ou transgênero. Também significa travesti, que é o que RuPaul também é. Não é o substantivo que está em questão, mas o adjetivo atrás ou à frente dele. Drag queens podem não viver o tempo todo como mulheres, mas quando eles se vestem como o sexo oposto, imediatamente transitaram para outro gênero. Antes de usar hormônios e viver como mulher, eu era considerada transexual, mas o mundo me via como um macho. Eu ainda estava TRANS, mesmo quando eu estava atuando como uma drag queen .

Embora possamos não ter o mesmo estilo de vida, somos uma minoria no mesmo barco, então o que faz um melhor que o outro? Eu ser uma mulher transexual que têm implantes mamários e que vive como mulher me faz superior à palavra “tranny”? A um travesti? Não, eles apanham, são xingados e assassinados pelas mesmas pessoas. Somos um time, então essa necessidade de separar a todos precisa parar. Precisamos uns dos outros mais do que nunca. Olhem para o que estamos nos tornando: pessoas odiosas por causa de uma abreviatura. Eu entendo os dois lados da moeda, porque eu vivi em ambos, mas eu acho que nós estamos levando isso um pouco longe demais.

Além disso, eu acho que as pessoas que atacam Carmen Carrera e Ru são confusas. Elas têm o direito de sentir o que quiserem sobre este assunto. É tudo uma questão de opinião. Se você não gosta da palavra, não use-a, e se você gosta, não abuse dela. É realmente muito simples. Quando você diz que dizer algo é errado, torna-se muito mais tentador para que os agressores digam. Por favor, não dê a essa palavra mais poder do que ele merece.

O amor é a única coisa que vale a pena lutar. Quando você diz às pessoas quais são suas fraquezas, você está dando-lhes a receita para te destruir.

E agora, Lady Bunny, que em entrevista à Paper Magazine, disse se recusar a compactuar com esse policiamento.

lady bunny“Tranny” é uma abreviatura para travestis e transexuais, por isso estou livre para usá-la desde que eu faço parte desta categoria. Assim como os negros podem usar a palavra N (“nigger”). Eu aprendi “tranny” em Londres, onde se abrevia tudo – “breakfast” é “brekkie”, “biscuit” é biccie. “Tranny” é usada carinhosamente na cena clubber. Mesmo defensores dos transexuais como Jayne County e Kate Bornstein disseram que estas palavras não são necessariamente insultos. Eu posso entender como a palavra “shemale” no jogo “female ou shemale” poderia ser mais ofensivo, porque “shemale” é principalmente um termo pornô que destaca as partes masculinas. Mas o uso de Ru em shemail [como um trocadilho de e-mail] está certo. Eu usei “shemail” em meu próprio site por mais de uma década. É um jogo tolo de palavras para indicar que desde que eu sou uma drag queen, minhas comunicações eletrônicas vão ser mais femininas. De nenhuma maneira é depreciativo para mulheres trans. Eu acho que há algumas mulheres trans militantes que iniciaram esta campanha maluca. As mesmas pessoas que batem em uma trans em um beco escuro, provavelmente, também baterão em uma drag queen ou em alguém gay. Eu gostaria que pudéssemos ficar juntos, como uma comunidade, em vez de lutarmos entre nós. Porque os verdadeiros inimigos dos gays e da comunidade trans não são RuPaul ou pessoas que dizem “tranny”. São as pessoas que nos agrediriam fisicamente e as organizações nacionais bem financiadas, cuja agenda é negar o nosso direito de casar e de igualdade de oportunidades para habitação e emprego. Lute contra o verdadeiro inimigo – e não contra a comunidade gay, que sempre foi a que mais aceita as trans.

Estou cansada de pessoas que pensam que podem proibir palavras, porque eles fazem com que se sintam mal. Buááááá, para você! Toda vez que nós escolhemos um caminho diferente na vida, vamos atrair merda – seja ao optar por ser abertamente gay, trans ou até mesmo um cara hetero com tatuagens por todo o rosto. Se você não tem coragem de enfrentar essa merda toda, então escolha um caminho fácil. E grandes organizações gays como GLAAD que se dispõem a censurar Ru ou qualquer outra pessoa me confundem. “Bender Gender” está na lista de palavras proibidas pela GLAAD. Mas é isto o que Frank-n-Furter [protagonista de “Rocky Horror Picture Show”], David Bowie e Sylvester foram – isso não é um insulto a não ser para os mais preciosistas. E ninguém nunca bateu em uma pessoa trans e disse: “Tome isso, sua ‘bender gender’!” É uma típica atitude que demonstra o quão conservador o movimento gay se tornou. Se alistar no exército e se casar são totalmente objetivos do “establishment”. Agora eles estão proibindo palavras? Se o movimento gay atual não fosse tão conservador, estariam listando as grandes cadeias nacionais que regularmente fazem doações para grupos anti-gays para que pudéssemos boicotá-las.”

As duas únicas que me fazem concordar com essa facção que está querendo crucificar RuPaul e qualquer um da comunidade que use as palavras “tranny” e “shemale” é no tocante às críticas feitas a Carmen Carrera, participante da 3ª temporada que se engajou na luta pelos direitos das transexuais.

Quem diz que ela deve concordar com RuPaul, porque que sem ela Carmen não seria nada, está sendo totalmente equivocado. Carmen não se tornou escrava de RuPaul, que, aliás, deve ter ganhado muito dinheiro com sua presença no reality, já que ela foi eliminada e voltou em uma repescagem.

E para aqueles que ainda acham que eu acho bonito ofender alguém ou, ainda, que eu acho que uma pessoa da comunidade LGBT não pode nunca ser homolesbotransfóbica, aqui um exemplo do que eu considero ofensivo: A vencedora da sexta temporada, Bianca Del Rio, resolveu dar sua opinião em defesa de RuPaul, e mandou Carmen Carrera “calar sua boca com o que restou de seu pinto”. ISSO SIM É OFENSIVO, ABJETO, NOJENTO. A diferença de uma coisa para as outras todas? CONTEXTO.

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3 comentários

Daniel

“E para provar que essas opiniões raivosas estão longe de ser uma unanimidade entre as transexuais”

Se a questão da terminologia não é consenso, acho totalmente descabido qualquer pessoa não-transgênero querer tomar partido e querer dizer para trans* quais termos elas devem adotar. Acho isso sim uma ação transfóbica, tal como acho homofóbico a tentativa de determinação de quais termos os gays devem aceitar para si.

Cada pessoa sabe onde o calo aperta e cabe SOMENTE a ela decidir o que fazer com as injúrias e pejorativações que lhes foram impostas. Recusar-se a entender isso é, além da mais grave vaidade e “eucentrismo”, abster-se de qualquer nível de empatia pelas pessoas diretamente envolvidas na questão.

Acho que Ru Paul equivocou-se sim, justamente pelo termo não ser consenso. Ela não está fazendo uma reunião com amigos na casa dela, mas sim um programa para o grande público. E o ato de Madonna foi uma tremenda jumentice homofóbica ao xingar Putin de gay, tal como o é quando qualquer outra pessoa o faz. E eu entendo que Madonna certamente não é homofóbica no geral, mas no ativismo não cabe idolatrias e reverências acríticas.

James Cimino

Ah, para sua informação as minhas opiniões não são baseadas na cartilha do ativismo e em sua visão de guetos. Eu não vivo em um gueto e tomo partido quando vejo pessoas que deveriam andar juntas e defender as mesmas coisas se atacando histericamente e dando insumos para os nossos algozes, que como bem apontaram as três transexuais que defenderam RuPaul. Idolatria não ocorre apenas de pessoas para com pessoas, acontecem também com ideologias e partidarismo cego. Agora, se você não concorda com minhas opiniões, você é livre para viver neste mundo segmentado e cheio de verdades absolutas que se recusa a analisar os detalhes e o contexto dos fatos. Você também é livre para nunca mais entrar aqui para ler o que escrevo. Eu não quero converter ninguém, mas tampouco vou me converter a um ativismo cego. Boa noite 2z

Onofre Paiva

Bem, sei que o texto veio em resposta aos vários comentários. Apesar de minha opinião contrária (em parte), tomei o cuidado de não fazer parte do tal massacre que lhe acometeu.

Já havia dito que NÃO SEI (Não sabia) como tal história deveria soar na mente de uma trans. Sei que fui eu quem puxou o fato de que, como Cis, não poderia pressupor equivalência em situações com gays (que possuem espaço na ficção mainstream, nas novelas, nos debates em geral) e com trans (cuja visibilidade é mais restrita, portanto mais significativa quando ocorre, pelo menos aqui).
Sou Socrático ao assumir minhas ignorâncias. E é muito bom agora poder ler nas próprias palavras delas, como as tais percebem o ocorrido.
Também sou ferrenho defensor de Contexto.

Recapitulando o que defendi:

– Defendi que NEM TODA reivindicação de palavra é pura cisma infundada. Citei o exemplo das estatísticas de assassinatos que anulam as trans na contagem como se fossem homossexuais. Mas como uma delas bem mencionou, quem espanca gay também espanca Drag, trans, travesti… O agressor de fato não faz distinção.

– Concordei que RuPaul nem Madonna são qualquer um dos homo-transfóbicos, como foram acusados.

– Questionei se o termo Gay seria passível de generalização para todos da sigla. Não sei como é nos EUA, mas a invisibilidade das trans me pareceu um problema notável aqui. Convivo com muita gente que não sabe (ou descobriu recentemente) a existência destas. Peno pra explicar. A mistura com um termo tão relacionado ao homossexual masculino me pareceria atenuar a confusão. O fato de só existir apenas um T na sigla oficial já causa lá seus problemas entre elas.

– Reconheci a importância de seu alerta contra o vitimismo, mas aleguei minha preocupação quanto a não diminuir a dor do outro (no caso as Trans, que até o momento não tinha nenhuma palavra direto destas).

– Defendi que um Cis não falaria sobre algo que acomete uma trans com a devida propriedade. Opiniões são possíveis pra todos, mas decretos conclusivos, só com mais informação (que, no caso, essa postagem de agora trás). Esses depoimentos provam bem isso, de como a explicação dada por um Gay não capta as vivências destas por completo, por mais elucidado que seja, e mesmo que a explicação seja parecida.
Os cernes da questão ficam bem mais claros com tais palavras bem didáticas. Gostei do fato de, apesar da raiva destas, elas em geral não depreciaram as colegas como “histéricas”, “pseudoativistas”. Senti um cuidado carinhoso na falas, reconhecendo a fragilidade das “confusas”, ou até “preciosistas”, incitando realmente um desejo de congregar.

Quando leio palavras de uma trans, travesti, drag ou alguém de uma realidade distante da minha, sinto que me acrescentam consideravelmente.

Mas não deixo de sentir pelas que ainda se ferem com palavras. O termo “Bixa” durante um bom tempo foi um palavrão pra mim que eu não conseguia sequer falar, por ser um termo comumente usado por minha mãe em tom carregado, odioso. Hoje meu melhor amigo me chama assim de boa…

Sempre bom citar Madonna: “Words, they cut like a knife / Cut into my life”
E isso torna mais válido o conselho de saber tirar-lhes o poder através da apropriação dos termos.

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