Jujubee, estrela de “RuPaul’s Drag Race”, solta o pajubá para o Lado Bi

Ela vem ao Brasil se apresentar na festa Recalque e dá um recado aos que têm preconceito contra drags: “Não sabem conviver com gente fabulosa!”

por James Cimino

Você a conhece do DRAGNÍFICO reality show RuPaul’s Drag Race. Jujubee, terceira colocada da segunda temporada, desembarca em São Paulo neste fim desta semana para uma performance na festa Recalque, que acontece sábado (3), no Cine Joia.

Antes de sua chegada, no entanto, o Lado Bi conversou por e-mail com essa Dragstar maravilhosa, que durante sua participação no programa mostrou que para ser uma rainha é preciso mais que um bom look.

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LADO BI – Os ingressos para a festa que você vai participar estão acabando! CONDRAGULATIONS, girl! Você sabia que era tão popular aqui no Brasil?

JUJUBEE – Uau! Que incrível! Eu não tinha idéia! Muito obrigado!

Você é conhecida por ser uma das competidoras mais engraçadas e afiadas em todas as temporadas de “RuPaul’s Drag Race”. Como você desenvolveu essas habilidades? Você se tornou engraçada para atuar como drag ou se tornou drag por ser engraçada?

Acho que quando eu posso fazer rir, eu sou mais feliz. É por isso que eu sou rápida no gatilho! Eu diria que a minha inteligência veio de minhas experiências de vida e me tornar drag foi minha desculpa para pôr em prática meu sarcasmo.

Aqui no Brasil, na maioria das vezes os gays vão gostar de ter uma drag queen ao seu lado ou no palco. No entanto, poucos sairiam com uma. É desanimador ou é uma excelente maneira de filtrar os idiotas?

Isso definitivamente acontece em todos os lugares. Eu já ouvi muitas ‘razões’ por que alguns homens não namoram uma drag queen. Acho que é porque eles não sabem lidar com gente fabulosa! Esses caras não são dignos de menção. Apenas ignorem…

Você já está em um relacionamento longo. Como é que a sua fama tem afetado seu casamento? Você tem alguma dica para aqueles que aspiram ter um relacionamento tão duradouro tanto quanto o seu?

Completaremos 9 anos neste Réveillon! Mas não nos casamos ainda. Conheci o Chris em um ponto em minha vida em que eu estava bem focada em mim. Mas me apaixonei por ele e, oito anos e meio depois, aqui estamos nós! Felizes e tão animados para o nosso futuro. Ser aberto e honesto com o outro é um plus em qualquer grande relacionamento. Esse é o meu único conselho!

Você acha que o RuPaul’s Drag Race facilitou para que jovens gays se aceitarem e a serem aceitos pela sociedade?

O RuPaul’s Drag Race definitivamente abriu os olhos das pessoas para um mundo que eles podem não ter tido a oportunidade de conhecer. Ele permite que as pessoas mergulhem em diferentes pontos de vista sobre o que é ser drag queen. O programa faz com que seja tudo um pouco mais fácil. As pessoas mais jovens de nossa comunidade podem usá-lo como um exemplo para a diversidade e aceitação.

Como o reality mudou sua carreira profissional? Você tem mais empregos agora? As exigências são maiores?

O programa definitivamente mudou minha vida. Me permitiu viajar por todo o mundo e ver as coisas que eu só imaginava. Os riscos são sempre maiores, claro, mas isso porque eu zero meus padrões e sempre defino novas metas para mim mesma.

Qual das campeãs do programa é o sua favorita e por quê?

Eu amo todas elas!! Cada uma por razões diferentes, é claro!

E qual delas é a pior?

Ah, não… Eu não vou te responder essa! Hahaha!

Assistindo ao programa, notamos que, diferentemente de outros hosts em reality shows, Ru Paul nunca humilha as concorrentes. Ela sempre tem uma palavra doce e sempre se mostra compreensiva, mesmo quando as drags têm uma má recepção às críticas. Por que você acha que ela faz isso?

RuPaul vê algo especial em cada drag queen que ela escolhe para competir. Ela é nossa “mama” e está aqui apenas para tirar o melhor da gente. Ela quer que todos nós tenhamos sucesso. Mas, especialmente, porque ela sabe o que é ser uma drag queen!

Vejo que muitas das meninas do show tiveram histórias familiares problemáticas. Você acha que drags sofrem mais preconceito do que os gays ou é mais fácil de ser uma drag porque as pessoas as veem como personagens engraçados?

Depende da situação. Como seres humanos, todos nós temos coisas nas quais acreditamos e pelas quais lutamos. Às vezes podemos nos tornar insensíveis. Acho que devemos apenas nos amar pelo que somos. Somos todos humanos. Nós somos as criaturas mais poderosas do planeta, mas ainda brigamos feito crianças. Quanto mais cedo colocarmos nossos egos de lado, mais cedo poderemos apenas coexistir alegremente.

Qual foi o seu maior desafio no show e por quê?

O desafio do Rock ‘n’ Roll foi o meu pior momento! Eu esqueci a letra da música em frente a RuPaul. Que vergonha!

Sobre os juízes. Quem foi o mais legal e quem mais te sacaneou?

Eles são praticamente iguais. Eu sei que eles têm um trabalho duro pela frente. Eles têm que nos criticar. Às vezes é doloroso ouvir coisas negativas sobre si mesmo, mas você sabe no que você está se metendo desde os testes! É a Olimpíada das drags!

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