O público que foi aos shows da MDNA Tour em 2012 ficou dividido: alguns amaram, outros acharam que faltaram hits, outros acharam o show sombrio, irregular. Outros ainda acharam divertido, admiraram a energia de Madonna, aplaudiram sua ousadia em mostrar o seio e a bunda em uma cena e se fantasiando de cheerleader em outra, mesmo com 54 anos.
Tudo isso é verdade, mas o ponto principal desse show, que direciona toda sua narrativa, passou batido em quase todos os artigos que li a seu respeito. Tanto o álbum MDNA quanto a turnê têm o objetivo claro de atingir uma pessoa: Guy Ritchie, o ex-marido de Madonna, pai biológico de seu filho Rocco, pai adotivo de David Banda e Mercy James, que ao se separar da cantora tirou dela cerca de US$ 76 milhões. Pegou pesado…
Quando Madonna entra em cena, ao som de “Virgem Maria”, entoada pelo trio basco Khalakhan, ela está trajando um véu negro e uma coroa. Vê-se apenas sua silhueta em um campanário suspenso. Ela empunha uma metralhadora (de mágoas?). Quando cai o pano, vê-se que o véu é o mesmo que ela usou em seu casamento com Ritchie. Dessa vez, no entanto, ele é negro. E a igreja projetada nos telões de alta definição é transformada em uma grande boate, com monges de calça legging e salto alto e Madonna “going wild”.
Em seguida, ela e suas “badass bitches”, todas armadas, fazem uma coreografia para a performance de “Revolver”, que segue de ponte para um banho de sangue em “Gang Bang”. Nesta performance, ela mata um por um dos bailarinos, que de acordo com a letra da música representam um homem que “estava cavando sua sepultura”. E ela não o perdoa. Inclusive afirma que o perseguiria até o inferno e o mataria mil vezes seguidas.
Segue o primeiro bloco e lá está a diva se oferecendo em sacrifício em “Hung Up”, encarando, sem dar a mínima, todos os desafios da vida de mulher divorciada em “I Don´t Give A” até que encerra o bloco com “Best Friend”, um interlúdio em que admite sentir falta daquele cara que foi seu melhor amigo.
Guy Ritchie realmente mexeu com os brios de Madonna. Tanto que ela retoma o tema ao cantar “Love Spent”, outro recado direto ao ex que lhe tirou uma bolada e ainda ousou gastar com garotas mais novas. “Você brincou com meu coração. ‘Até que a morte nos separe’, você disse. Agora que você tem seu carro turbo, mulheres e bares, subiu a sua cabeça.”
Talvez, inclusive, não seja por acaso que ela fez tanta questão de colocar o filho dos dois em destaque, dançando com a perfeição da mãe, no número de encerramento do show. Esfregou seu DNA na cara do ex…
Fora a lavação de roupa suja com Guy Ritchie, o show, que além de estar à venda em DVD e Blu-ray estreou no canal a cabo HBO, tem outros pontos altos, embora o set list e o ritmo seja muito variável.
Tem a alfinetada em Lady Gaga, quando canta “Express Yourself” com “Born this Way” (sem dar qualquer crédito à aspirante a rainha do pop), tem a excelente sequência final com “I’m Addicted”, “I’m A Sinner” e “Like A Prayer”, o strip tease em “Human Nature” e uma edição que destaca as interações dos fãs com a cantora como nunca se mostrou em outro show.
Quem quiser conferir, a MDNA Tour estreiou sábado, dia 26/10, às 22h e às 23h na HBO (71) e (271) em HD.
Reprises: DOM, 27/10/2013 00:05 HBO DOM, 27/10/2013 19:45 HBO HD SEG, 28/10/2013 22:04 HBO 2 TER, 29/10/2013 20:00 HBO QUI, 31/10/2013 22:00 HBO HD SÁB, 02/11/2013 00:00 HBO SÁB, 02/11/2013 19:52 HBO 2 SEG, 04/11/2013 12:17 HBO TER, 05/11/2013 10:00 HBO 2 TER, 05/11/2013 16:05 HBO HD QUA, 06/11/2013 22:02 HBO QUI, 07/11/2013 15:22 HBO 2 SEX, 08/11/2013 11:15 HBO HD
Essa lavagem de roupa suja vem desde a “Sticky and Sweet Tour”. Entretanto, na “MDNA World Tour” teve empenho significativo e displicente nas letras e no modo como o show foi apresentado. Amei ter ido em ambos os shows e tê-los em DVD. Afinal, quem gostou, se identificou com o repertório. 😉
marjorete!… Cheerleader são algumas das dançarinas