Já ouviram falar de Steve Grand? Então, esse cara é um cantor country americano que (uau!) se assumiu gay no começo da carreira. O cara é gato, ombros largos, cara de rico, bem nascido, piá de prédio, como se diz em Curitiba. Enfim, tá recebendo maior apoio nas redes sociais e todo aquele blá, blá, blá que tem quando alguém sai do armário.
Aí o site “Aliança Jovem” fez um texto falando que achou muito legal o apoio que o cara recebeu, mas questionando por que o mesmo não acontece com o grupo Bonde das Bonecas, que tem recebido críticas e xingamentos por causa do vídeo que mostra cinco bis pobres, pintosas e femininas imitando o não menos deprimente “Quadradinho de 8”.
A tese do autor do texto é a de que a bi pobre, feia, negra e feminina é sempre vítima de preconceito, inclusive de outros gays. E que o Steve Grand só tá sendo aplaudido porque é bonito, rico e masculino.
Eu concordo em partes. Acho que isso que o cara do “Aliança Jovem” diz é muito verdade, mas não acho que o Bonde das Bonecas esteja sendo criticado só por isso.
Eu, por exemplo, acho o Bonde das Bonecas tão uó quanto acho a Gaiola das Popozudas. E isso nada tem a ver com a aparência delas nem mesmo com a classe social ou com seu gestual efeminado. Tem a ver com a péssima escolha musical e, especialmente, pelo arremedo de uma cultura que eu já considero vulgar, barulhenta e desprezível no mundo hetero.
Agora, não acho que as bis do Bonde estejam sendo apenas criticadas não. Elas estão sendo festejadas pelo sádicos de plantão. Já foram em tudo que é programa de TV, inclusive o “Esquenta”, que adora promover qualquer porcaria em nome do politicamente correto quando, no fundo, apenas mantém o negro pobre e a bi pobre naquele lugar social folclórico.
E não adianta. Nada me tira da cabeça que as pessoas que dizem “adorar” o Bonde das Bonecas gostam mesmo é de ver as bis das classes menos favorecidas sendo motivo de escárnio público. Eu não rio, mas também não vou aplaudir só pra pagar de bom samaritano. Sorry…
E sobre o Steve Grand? Achei um montão de merda coberto de verniz heteronormativo.
Então, vamos limpar nossa cabeça com um Arcade Fire novinho em folha?
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Rio alto desses tolos que pagam de militantes na internet, mas na vida real são mais homofóbicos que aqueles que o criticam. Talvez esses tolinhos sejam bibas encubadas (quem sabe?). Quanto ao foco da matéria, ouvi a música do Steve Grand e gostei, o bonde nem tem como esquecer, pois os meios midiáricos esfregam essas porcarias na nossa cara e tentam nos fazer engolir a qualquer custo (e o pior é que algumas pessoas engolem). Tá certo que cada um tem seu gosto e, musicalmente falando, o bonde das bonecas é de um gosto terrivelmente ruim.
nunca li um juízo de valor tão mesquinho quanto este.
o funk e a CULTURA da favela só existem por causa de grupos como gang das bonecas, gaiola das popozudas, etc. a teoria do aliança jovem está mais do que certa, pois o preconceito contra o grupo rola justamente por causa disso mesmo: eles só são ridicularizados pois existem pessoas que julgam um arcade fire, por exemplo (que eu não curto, por sinal) alguma coisa melhor que gang das bonecas. e só por que a banda está inserida em um circuito estrangeiro/indie/hipster ela realmente é melhor que as outras, inclusive musicalmente? existe uma diferença entre gostar e repudiar.
tudo aqui nesse post está se referindo a gosto pessoal, o que, pra um blog que luta contra a homofobia é preocupante, pois justamente o que justifica o preconceito é isso: o gosto pessoal.
lutar contra a homofobia é justamente deixar seus preceitos ”morais” e ”éticos” do que é vulgar ou não de lado. o que você chama de ”vulgar” nesse post, é justamente o que toda uma massa de pessoas lá fora julga, só que do movimento gay.
é triste ver que um blog que deveria lutar contra preconceitos como esse tenha se reduzido à isto. uma pena mesmo.
Lucas, acho que você se confundiu um pouco. O site Aliança Jovem (nem li) parece afirmar que o grupo sofer preconceito apenas por ser formado por gays de classe menos favorecida e que fogem ao padrão de beleza. O blog aqui, discorda disso e diz que o problema não é a homofobia, mas sim o preconceito contra funk, e depois deu sua opinião sobre funk, que não foi feliz.
Agora, vamos pensar um pouco, você reclama de quem escrever colocar sua opinião pessoal, quando tudo é baseado em opinião (falar que é pessoal é até redundância), algumas palavras e recomendações poderiam ter sido evitadas, mas não foram e daí? Eu descobri o blog hoje, já li umas 10 matérias e sinceramente, todas tem um grande toque de opinião de quem escreve, a diferença é que essa é a primeira que você discorda. Mas normal achar que não seja preocupante enquanto alguém está omitindo uma opinião que você concorda.
Anyway, a sua critica eu concordo, a forma que você resolveu fazê-la, não. Igual a esse texto do blog. Mas então, será mesmo que tudo é preconceito? Dar opinião é conceituar, então como se faz para falar de algo que não gosta sem expor sua opinião e ser tachado de preconceituoso?
Então, Marina, o que eu disse foi que eu concordo que gays negros e de comunidades pobres sofrem sim preconceito, mas que o caso do Bonde das Bonecas é outro. Primeiro que elas estão sendo festejadas pelos sádicos que adoram ver os negros pobres no lugar folclórico de negro pobre. E que, no meu caso, o que me incomoda nelas é o funk. E o arremedo de algo que considero um lixo cultural inclusive na cultura hetero. Funk me dá bad trip. E não, não gosto do Arcade Fire só pq ele está no circuito hipster, gosto porque a música que eles fazem é boa e bem tocada, assim como gosto de Criollo, não apenas pq ele é negro e da comunidade pobre, mas porque a música que ele faz é universal e toca a qualquer pessoa independente de classe social. Fica cantando que a porra da buceta é minha é muito fácil, barato e vulgar, agora ir lá e juntar voz com melodia e letra que esmaga seu coração como “Não Existe Amor em SP” não é pra qualquer funkeira. E tenho dito. E obrigado por entender que blogs são opinativos por natureza. 🙂