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Samba

Gays podem frequentar rodas de samba, mas não têm permissão para sambar

Essa semana o LADO BI conversa sobre a relação que LGBTs têm com o samba. Ricky Ladislau, passista da escola de samba paulistana Tom Maior, Mauricio Lima, DJ das festas Catuaba e Clareô, e Aidée Cristina, compositora e integrante da banda Samba de Rainha, contestam a ideia de que LGBTs preferem música estrangeira. “Tem pessoas ainda que têm preconceito de dizer que gostam de samba, principalmente pessoas do grupo LGBT”, lamenta Ladislau; Lima, porém, aponta a situação está mudando: “Na Catuaba, que não é uma festa voltada exclusivamente para o público LGBT, chega uma galera jovem em peso e ocupa a festa – 80% da festa é público LGBT”. Nas rodas de samba e festas tradicionais, garantem, LGBTs são bem vindos, com algumas restrições: “quando um gay chega e samba demais, acaba atraindo a amizade das mulheres e tira a atenção dos héteros. Por isso, muitas vezes os gays podem frequentar, mas não podem sambar”, lembra Lima. Nas escolas de samba, comemora Ladislau, LGBTs sentem-se em casa: “O ambiente e tranquilo com relação a LGBTs em geral. Ser homossexual não é barreira, nem mesmo para uma mulher se tornar rainha de bateria.” Os convidados também analisam o fascínio que gays têm por Clara Nunes: “Ela se apresentava nos anos 1970 com aquela figura, aquele cabelo, aquela coisa meio drag. Mostrava uma vontade de ser genuína com que LGBTs se identificam”, considera Lima.

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