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Candles form a red ribbon in Berlin, on November 30, 2013 during the World Aids Day. AFP Photo /DPA / Florian Schuh/ GERMANY OUT

Prevenção do HIV

Médicos explicam de uma vez por todas o que transmite HIV ou não

Como não poderia deixar de ser, no dia 1 de dezembro o LADO BI aborda a prevenção do HIV. Ricardo Vasconcelos infectologista do Hospital das Clínicas da USP e coordenador do programa PrEP Brasil, e Natalia Cerqueira, psicóloga e também coordenadora do PrEP Brasil, trazem as últimas informações sobre HIV/Aids. O que transmite e o que não transmite HIV? Quais são as formas de prevenção do HIV além do preservativo? Os profissionais tiram das dúvidas mais recorrentes apresentadas por pacientes. Eles também discutem como é o tratamento do HIV hoje em dia: “Não é tão simples tratar o HIV: há efeitos colaterais, tem que tomar remédio todo dia… Mas os remédios estão cada vez com menos efeitos colaterais, e exigem cada vez menos doses. Sem dúvida, estamos num bom momento porque com tratamento ninguém vai morrer, mas é uma vida igual a quem não tem HIV? Não.” Por fim, também informam sobre a epidemia de sífilis que está acontecendo no Brasil: “é um clássico do laboratório de infectologia alguém procurar o médico porque está com sintomas de sífilis, e, quando faz o exame, descobre que tem HIV”.

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Um comentário

Anônimo

Eu queria fazer um depoimento sobre a influência dos amigos no nosso comportamento de risco. Estou no terceiro dia do meu tratamento com Pep e o que vou dizer aqui pode ficar parecendo que estou tentando colocar a culpa do que aconteceu em outras pessoas, mas é apenas um alerta que acho necessário fazer.

Estou vivendo uma fase de desilusão amorosa com um garoto que foi muito importante e marcante na minha vida, e estava ficando em casa prostrado, sem vontade de sair, apenas tentando organizar os meus sentimentos e refletir sobre tudo o que tinha acontecido. Foi quando os meus amigos começaram a insistir muito comigo dizendo que eu precisava sair dessa, tinha que sair, “tem que transar, curtir a vida”.

É claro que antes do meu namoro, eu tinha parceiros ocasionais, decorrentes principalmente de contatos em aplicativos de pegação. Mas o meu comportamento nunca foi tão de risco de fato, já que não eram tantos parceiros e sempre fiz sexo com camisinha com todos eles. Nunca frequentei saunas nem clubes de sexo também.

Durante meu namoro, fui completamente fiel, assim como creio que ele também, mas sempre fizemos penetração com camisinha, mesmo confiando um no outro. Depois que terminamos o relacionamento, achei que era importante ficar um tempo sozinho para processar tudo. E é aí que quero alertar sobre o papel de alguns amigos nestes momentos.

Para alguns amigos gays, curtir a vida é sinônimo de transar. Se você não transa, você está desperdiçando a sua vida. E, para eles, quanto mais melhor. Com o maior número de parceiros possíveis. Eis que um dia um desses amigos me convidou para ir a um restaurante e depois passamos num bar. Após algumas horas, eu já estava bastante bêbado e ele me disse que queria me levar em um lugar novo que tinha conhecido.

Chegando lá, o local era um clube de sexo onde todos deviam circular nus pelos ambientes. Eu estava um pouco assustado, pois era algo completamente novo para mim, mas ao mesmo tempo naturalmente excitado pela nova experiência. E o efeito do alcool deixou tudo ainda mais alucinante. Sei que depois de um tempo, eu comecei a me soltar e quando dei por mim, já estava chupando e sendo chupado por caras que nem sabia quem era.

Eu estava bastante bêbado e me lembro que quando passei dos beijos para a penetração, fiz questão de lembrar da camisinha (a casa disponibiliza um pote com camisinhas bem ao alcance de todos). Quando fui ativo, lembro-me perfeitamente de ter usado camisinha. Mas algum tempo depois um cara insistiu muito para me comer, e eu cedi. Lembro-me de ter visto ele colocando a camisinha. Ele me penetrou uma vez e doeu muito, então tirei. Na segunda vez, ele colocou por algum tempo e depois tirou – quando percebi que possivelmente ele tinha retirado a camisinha e me penetrado sem preservativo.

Eu estava muito bêbado a essa altura e não consegui conversar com o cara, apenas interromper o ato. Depois de um tempo, mais sóbrio, tentei localizá-lo dentro da boate, mas já não conseguia identificar quem tinha sido. Então, sim, existem muitas pessoas maliciosas nesses locais, que fazem de tudo para transar sem camisinha. Procurei um posto de saúde e agora estou na Pep, sofrendo com todos os efeitos colaterais e psicologicamente afetado e abalado por não conseguir deixar de pensar naquela noite e em como aquilo pode mudar a minha vida para sempre.

Então, só queria deixar o alerta para que tomem cuidado com a influência de certos amigos. Para muitas pessoas, o risco de pegar HIV é lenda e essas pessoas tentam passar esse tipo de pensamento para seus círculos sociais. A culpa do que aconteceu comigo não é deles. É minha. Eu sou absolutamente responsável por meus atos. Mas é preciso ter consciência de que as influências externas podem sim aumentar o seu grau de risco para os perigos da vida.

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