Episódios do podcast

Pensamento LGBT brasileiro

“A população LGBT tem sua cultura e memória negadas”, afirma acadêmico

“A população LGBT tem direito à memória, a perceber que tem referência cultural”. Quem afirma isso é o convidado dessa semana, Felipe Areda, antropólogo, professor da UnB e criador da disciplina Pensamento LGBT Brasileiro. Areda considera que abrir-se esse espaço para os estudos da cultura LGBT brasileira é importante culturalmente e politicamente: “a primeira motivação foi política: o direito à memória, o direito ao luto, o direito à percepção de comunidade”. A cultura LGBT, afirma, ainda é vista como algo marginal, apesar de influenciar a cultura nacional há décadas: “ela não tem permissão de aparecer, mas existe, produz linguagem, produz pensamento”. O preconceito, lembra, muitas vezes faz com que agentes culturais LGBT tenham sua identidade heteronormatizada para a posterioridade: “não conseguimos ser lembrados sequer pelo que realmente somos”. Areda ressalta que é importante destacar o que torna a identidade LGBT brasileira distinta do resto do mundo: “a gente nunca vai conseguir produzir conhecimento para competir com os europeus se a gente ficar pensando que é europeu. A gente tem muitas coisas que eles não têm!” Sua disciplina acaba por criar uma comunidade LGBT com a qual as pessoas podem se identificar: “alunos me contam que, graças ao curso, conseguiram identificar coisas dentro de si mesmos que não sabiam existir. Esse referencial de comunidade cria um espaço de acolhimento”.

Participe da discussão! Deixe um comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Um comentário

Daniel

Que artigo direto ao ponto! A heteronormatividade é como a um câncer a destruir a identidade histórico-cultural dos GLBTs.

Responder