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Misoginia

Lola Aronovich conta como enfrentou e venceu os ataques de trolls machistas

“O machismo é o medo que os homens têm das mulheres sem medo”. Essa frase de Eduardo Galeano orienta o trabalho da convidada do LADO BI dessa semana, a professora Lola Aronovich, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do “Escreva, Lola, Escreva”, um dos principais blogs feministas do Brasil. Aronovich analisa os efeitos da misoginia em nossa cultura, especialmente sobre a vida de LGBTs. “Eu nunca vi uma pessoa misógina que não fosse homofóbica”, aponta. Mas lembra que pessoas LGBT também podem ser misóginas: “A gente vê muita misoginia por parte de gays, que dizem que têm nojo da vagina, etc. Também há muito caso de violência doméstica entre lésbicas.” A homofobia, acredita, é essencialmente ligada à misoginia: “A gente vive numa sociedade que não olha bem as mulhereres. Termos como “mulherzinha” são constantemente usados para diminuir os homens; o gay é atacado por ser visto como feminino.” A professora conta dos ataques feitos contra seu blog e as ameaças vindas de machistas com as quais convive há anos: “Para esses caras, feministas, que são mulheres que defendem outras mulheres, são alvo de ódio em dobro.” Aronovich também analisa o efeito que a misoginia teve na política: “A última eleição foi o duelo entre o ‘homem de bem’ contra a ‘mulher leviana’. Dilma sempre foi criticada por ser mulher! Uma coisa é você criticar o governa da pessoa, outra é atacar a pessoa por ser mulher. Quantas vezes a hashtag #queremosdilmanaplayboy foi parar nos trending topics?”. Os homens hétero e cis também poderiam se beneficiar com o fim do machismo e da misoginia, finaliza: “o homem hétero tem que provar o tempo todo que é homem com H, homem macho. Imagina que maravilha se os homens pudessem viver sem ter que reforçar o tempo todo sua masculinidade?”.

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