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Linguagem

Conheça as armas que pastores neopentecostais usam contra LGBTs em sermões

Essa semana o LADO BI discute os usos da linguagem como instrumento para propagar – ou reduzir – preconceitos. Participam da conversa Matheus Odorisi, doutor em linguística pela UFRJ; Maria Otilia Bocchini, professora aposentada da ECA-USP; e Luiza Coppieters, professora de filosofia e ativista trans. Odorisi analisou sermões de pastores neopentecostais, e como eles usam a linguagem para desumanizar homossexuais: “Eles têm um discurso muito planejado: o tempo todo tratam homossexuais como um grupo diferente, distinto de seus fiéis. Ao longo de seus discursos, associam esse grupo ‘estranho’ a coisas extremamente negativas, como alcoolismo e uso de drogas. Ao tratar homossexuais como algo ‘que se faz’, insistem que pode-se deixar de ser homossexual assim como se pode deixar de usar cocaína. Já ouvi pastores associar a homossexualidade até ao PT”. Os convidados comemoram a apropriação de termos inicialmente pejorativos por grupos de minoria; Bocchini aponta que “as pessoas têm a capacidade de perceber quando é um ataque ou uma ofensa, e quando é uma coisa carinhosa.” Luiza lamenta que ainda se use propositalmente a linguagem para negar o gênero verdadeiro de pessoas trans: “as pessoas respeitam o gênero de animais de estimação, mas não o nosso. É uma prática perversa.”

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