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Capacitismo

LGBTs contam como são subestimados por sua deficiência física

Essa semana o LADO BI traz à pauta o Capacitismo, a tendência que pessoas que não têm deficiência física têm de subestimar as habilidades de pessoas com deficiência física. Michel Fernandes, autor do site Aplauso Brasil, e Wanessa Magnusson de Souza, advogada, compartilham suas vivências como homossexuais que vivem com deficiência física. Magnusson, que tornou-se paraplégica depois de um acidente, conta que é necessário deixar claro que é cadeirante desde o primeiro contato para evitar decepções: “Se for pra dar match, é pra saber que eu sou cadeirante. Pra evitar me machucar: você conversa, encontra alguém com um papo super bom… Se, na hora do encontro, a pessoa não consegue disfarçar a reação por descobrir que você é cadeirante, isso machuca.” Acometido por uma doença degenerativa, Fernandes conta como parceiros muitas vezes supõem coisas sobre suas capacidades sexuais que não são verdadeiras: “Quem vê um cadeirante, gay homem, já fala ‘hmmmm, o pau dele não sobe, ele deve ser só passivo.’ Todo mundo acaba achando que você é meio de vidro, que vai machucar.” O capacitismo muitas vezes se expressa de maneira inesperada e não explícita: “Muitas vezes, quando vou para algum lugar acompanhada por alguém andante, as pessoas falam com quem está me acompanhando, não comigo, mesmo questões que se referem a mim, como se eu não fosse capaz de responder.” Assim como na questão LGBT, a exposição poderia ser uma solução para os preconceitos, mas as dificuldades de infraestrutura são uma enorme barreira: “Não existem muitas condições para as pessoas com deficiência saírem às ruas e terem uma vida social plena. Isso dificulta a exposição,” reclama Magnusson. Fernandes lamenta aqueles que evitam conviver com pessoas com deficiência física: “essa pessoa não percebeu que existem outras formas de agir, de falar, de caminhar, de gozar, outras formas de tudo.”

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