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Bissexuais

Casal bi diz que melhor do ménage é assistir: "é como pornô ao vivo"

Nesta semana, o programa entrevista três bissexuais, dois homens e uma mulher, que falam sobre como é viver a sexualidade sob duas perspectivas. Eles dizem que sofrem preconceito tanto de heteros quanto de gays, falam por que consideram a monogamia “incompatível com a felicidade”, se homens ou mulheres são mais aceitos como bissexuais e dão dicas para o melhor “ménage à trois”: “O melhor do ménage é ficar de fora. É como assistir a um pornô ao vivo”.

Playlist do episódio

  • “Meninos e Meninas”, Legião Urbana
  • “Suddenly I See”, KT Dunstall
  • “Speechless”, Lady Gaga
  • “Take On Me”, A-Ha
  • “There Goes The Neighborhood”, Sheryl Crow
  • “Cantinho”, Ana Carolina
  • “Dyin’ Day”, Anaïs Mitchell
  • “Quien Engaña No Gana”, Ojos de Brujo
  • “Bring Night”, Sia
  • “Grown Man Cry”, Amanda Palmer & The Grand Theft Orchestra
  • “Billy Brown”, Mika
  • “Good Gone Girl”, Mika
  • “She’s Your Cocaine”, Tori Amos
  • “What It Feels Like For A Girl”, Madonna
  • “Armour Love”, La Roux
  • “Loud Noises”, Yuna
  • “Girls & Boys”, Blur

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24 comentários

Mauro Almeida

Gostaria de sugerir uma pauta

Falando da bissexualidade masculina.
Gostaria de saber se é possível perceber um bissexual. Não falo de cama, não falo do medo, não falo de preconceito. Falo de comportamento, atitudes, reação, talvez na grafologia. Como podemos percebe-los?

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Mauro Almeida

Não se deve rotular um bissexual imaginando sempre que ele gosta 50% ou 50% de mulheres. Falando em porcentagem, vamos imaginar que um bissexual tenha desejos 70% de mulheres e 30% por homens. Ele toma um banho, põe perfume, uma bela roupa e resolve sair para paquerar uma mulher nesta noite. Ah… não apareceu. Em um cantinho de uma mesa em um botequim, há um gay que por sua vez paquerou ele. Ele usará seus 30% com o gay. Lembrando que ambos se atraíram.

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Joao Paulo Messias

Claro que a bissexualidade existe, porque negar isso como muitos fazem? Eu sou homossexual, alias totalmente homossexual, não sinto nem nunca senti nem tesao e nem atração por mulher nenhuma seja ela quem for;E gostaria Marcio de ver um post a discriminação que homossexuais totalmente homo estão sofrendo ultimamente no meio gay.Parece que virou modinha dizer: sou gay mas curto mulher, sou gay mas não descarto um relacionamento com mulher, sou gay mas beijo garotas nas baladas, sou gay mas como xana de vez em quando.Ate aí tudo bem, cada um faz o que quiser, o problema é não aceitarem gays como eu que não querem nada com mulher, nem mesmo um simples beijo na boca.Eu gosto de homem e so de homem.Quantos gays mais são como eu? Estou me sentindo uma espécie em extinção.

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Bruno

É porque a maioria dos gays que não transa com mulheres é passiva sexualmente (não que um cara gay passivo não vá sair com uma garota), e os passivos geralmente são vistos de maneira negativa, sem contar que nessa situação você seria a minoria dentro da minoria, ou seja, as pessoas vão te criticar.

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Renan

James e Marcio, eu queria saber a opinião de você sobre a porcentagem de homossexuais e bissexuais na população. Eu não sei porquê, mas isso está se tornando cada vez mais importante pra mim…

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Marcio Caparica

Renan, acredito que deve haver entre 5% e 10% de homossexuais na população, como indicam estudos. Daí, do meu próprio achismo, acho que pelo menos 10% da população deve ser bissexual. O que não significa que esses 10% atuem em sua bissexualidade – com conversamos, ser bissexual de algumas maneiras é mais complicado que ser hétero ou gay, porque ninguém acredita que você seja realmente bissexual.

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Renan

Eu sou muito fã do site! Eu queria sugerir duas pautas pro futuro: como se assumir para o chefe/colegas de trabalho e a situação dos gays na Jamaica, que ouvi dizer de uma amiga lésbica, é insuportável.

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André Tsuchiya

Eu sou bissexual e monogâmico. Namorei um rapaz por mais de um ano, namoro uma mulher há quase dois anos e nunca traí. Gosto de estar em um relacionamento fechado.

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joao marcos

sou maduro e nao curto homem mais amo ser submisso a uma mulher inversao de papeis gostaria de saber se sou gay aguardo respostas.

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JB

Acabei de ouvir o programa, fantástico, na minha opinião vocês estão cada dia melhor, em relação ao tema adorei, pois esclareceu algumas dúvidas que eu tinha em relação a bissexualidade, acho muito legal alguém que consegue sentir prazer pelos dois sexos. Já me relacionei com um rapaz que erabissexual e era incrível a relação. Mas o programa me compreender coisas que antes eu não percebia. Valeu mesmo.

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Éric

Programa Incrivel , super gostei do tema e a forma como ele foi abordado, mesmo ele sendo tão vasto foi mostrado as principais dificuldades que os bissexuais enfrentam, eu mesmo não sabia o quão confuso pode ser quando se é bi e o quanto o preconceito é grande por parte dos héteros e gays.
Ótimos convidados e execlente bate-papo , o programa ficou de parabéns . ;D
Ps: só faltou na play list de musicas Girls Girls Boys do Panic! At the Disco , ela é perfeita pra esse tema.

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Mateus R.D.

Acabo de ouvir o programa, muito bom por sinal, mas digamos que o assunto foi ainda melhor que o programa em si, o que não significa que o programa tenha ficado aquém das expectativas, pois não ficou.

De fato era um tema muito esperado e portanto seria normal que a expectativa estivesse “lá na tampa”. Correspondeu mas não superou as expectativas. Sugiro inclusive que voltem ao tema novamente, porém sob um outro prisma.

Com todo respeito aos convidados, mas não creio que eles exemplifiquem (ou personifiquem) exatamente o tema. Peço desculpas, mas não me convenci da bissexualidade dos convidados masculinos, principalmente de um convidado tão jovem que ainda tem muito a viver e a se descobrir. A bissexualidade vai muito além de experiências sexuais como por exemplo um “ménage” ou uma simples excitação após um abraço. Esperaria que se debatesse muito mais a questão social e psicológica da bissexualidade que as experiências sexuais (e suas estatísticas) em si.

Não sou grande entendedor do assunto, a não ser pela vida que levo, pelo desejo que me move, pela história que tenho e pela sensação de que o ser humano é muito mais parecido e previsível do que se pareça ser. Pessoalmente não acredito que exista uma orientação bissexual, mas sim um comportamento bissexual. Orientação mesmo só creio na heterossexualidade e na homossexualidade, e sendo assim vejo a bissexualidade portanto como uma opção comportamental, e justamente por se tratar de um comportamento, na minha concepção, creio ser uma questão muito mais baseada e embasada em um caráter muito mais social (histórico, geográfico, familiar) que sexual em si. Não quero dizer que a pessoa não sinta prazer por ambos os sexos, mas sim que existe apenas uma grande e real fonte de prazer, ou o gênero masculino ou o feminino, e que a outra pode ser perfeitamente adaptada com o tempo a partir do carinho, da compreensão, do amor, do contato, do fetiche, etc, sem contudo deixar de ser bom (ou muito bom).

Falando por mim: Eu sempre pensei que eu fosse bissexual apesar de viver como heterossexual até os 30 e poucos anos. Após eu viver minha primeira experiência homossexual mudei a minha visão sobre a questão e passei a não crer (nem curtir) rótulos, e agora me vejo como um homossexual que por muitos anos da vida se satisfez com mulheres (e ainda tem condições e vontade de o fazer) mas o desejo, o instinto, o tesão, o fogo que me queima e me move vem do gênero masculino, o que não me impede que, se um dia eu terminar minha relação com meu parceiro, eu possa vir a me satisfazer com mulheres, que é diferente mas também é muito bom.

Retorno-me na expectativa do assunto da questão bissexualidade justamente por se tratar de uma dubiedade comportamental que carregamos para vida toda e nela interfere diretamente. Ser (ou viver) de forma bissexual nem sempre significa unir ambos os gêneros e ambas as experiências, mas sim se adaptar ao fato de ter que optar por um dos dois e portanto abrir mão do outro, o que infelizmente representa a grande maioria dos casos (como foi citado nas estatísticas americanas, em torno de 1,7%?), e a maioria esmagadora dos anseios que ouvimos nos relatos no nosso dia-a-dia (quantos tantos casamentos e homens casados gays conhecemos, conversamos ou ouvimos falar?). Talvez por isso escutamos tanto ouvir as pessoas dizerem: “nossa, não imaginava que haviam tantos assim, mas agora sei claramente são muito”. Ainda nesta ótica da questão da bissexualidade como comportamento, de quebra vem o debate da monogamia, da fidelidade, do matrimônio, e até dos g0ys, sem falar na questão do preconceito vindo de todos os lados (do lado hétero e do lado homo). Creio que ser ou viver como bissexual pode não só ser nada fácil como pode ser um pouco mais complicado quando comparado a homossexualidade, socialmente falando, claro. Para a sociedade machista que estamos inseridos, se um homem pegou outro homem, ambos são gays e pronto, esta sacramentado.

O assunto é vasto e portanto a discussão muito pertinente. Talvez não haja uma explicação científica sobre a questão, justamente por isso as opiniões e experiências ouvidas no blog podem nos ser tão importantes, e por isso serão muito bem vindas.

Abraço ao James e Márcio e parabéns por finalmente tocarem no “vespeiro”, digo, no assunto.

Responder
Marcio Caparica

Oi Mateus! Certamente voltaremos ao assunto no futuro, dificilmente a bissexualidade se esgotou nesse programa. Você mesmo apontou tópicos que eu também gostaria de discutir. Os programas de rádio dependem muito dos convidados, eu acho que é legal deixar a conversa fluir e ir guiando-la de leve, tentando trazer o que os convidados têm de melhor a oferecer. Discordo da sua dúvida quanto à bissexualidade dos nossos convidados, e devo dizer que a sua opinião sobre a inexistência da verdadeira bissexualidade é uma opinião sua, mas muita gente (como eu) discorda de você. Assim como discordo dos nossos convidados de que a bissexualidade seja incompatível com monogamia: uma vida não-monogâmica ou monogâmica independente da homossexualidade, heterossexualidade ou bissexualidade. Em qualquer relacionamento que se pretende monogâmico, no fundo você abre mão de milhares de outras pessoas que talvez pudessem se relacionar com você em prol dessa pessoa com quem você fecha o relacionamento. Realmente esse é um tema que sempre arrasta consigo outros relacionados, mais motivo ainda para a gente retomar isso no futuro. Obrigado pelo comentário muito bacana!

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Mateus R.D.

Caro Márcio, de fato o tema Bissexualidade é vasto e é importante ser debatido justamente por ser cercado de muitas dúvidas e preconceitos, inclusive por quem o é. Outros programas com focos diferentes seriam interessantes e necessários. Quanto a forma que vocês conduzem o programa e as entrevistas, acho brilhante, e é o que realmente os diferencia de outros programas que almejam tocar em assuntos de interesse social e polêmicos, incluindo (e principalmente) os programas de TV onde a vaidade e soberba dos entrevistadores imperam e comprometem o conteúdo do debate proposto. Isso não acontece no LadoBi, mérito de vocês que conduzem os assuntos de forma tranquila e humilde se igualando completamente aos convidados e deixando os assuntos fluírem de forma natural. O fato de não terem plateia ao vivo ajuda muito nessa tranquilidade. Também a falta de cortes ou ajustes além da liberdade total de expressão passa a nós e aos convidados uma credibilidade ímpar. Quanto a nossa discordância acerca do assunto é normal, até porque falo por mim e não sei se o que penso é o certo, visto que a etiologia da bissexualidade, pelo que sei até hoje, não foi completamente elucidada cientificamente. Uma observação aqui: Imagino que você conheça os estudos de Kinsey ou já ouviu falar na Escala de Kinsey, o que acha dela? Penso que talvez seja ela a que mais se aproxime do comportamento sexual humano, o que novamente reitera a diferença entre orientação e comportamento. Quanto à questão da monogamia (ou mesmo a monogamia dentro de qualquer uma das demais orientações) concordo com você e penso que mesmo na bissexualidade seja SIM algo compatível, até porque escolher se relacionar, viver e dedicar-se a alguém é abrir mão de outras coisas que também poderiam nos ser interessantes, mas o que é a vida senão escolher algo e abdicar-se de outro algo? Toda escolha tem seu bônus e seu ônus. O problema é que na bissexualidade com monogamia esta questão se complica por poder representar em um imenso vazio de um lado (fisiológico e sexual, inclusive), dependendo da escolha feita. Creio ser esta a questão crucial do assunto bissexualidade: a aceitação desta dubiedade, a convivência com ela, a necessidade (ou não) de uma escolha, a dúvida da escolha, a não escolha, a escolha em si, o vazio que possa advir desta escolha, e a reação e aceitação social ao fato, monogamia ou não, fidelidade ou não, a poligamia. Assuntos a serem debatidos em próximos programas…

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Antonio

Discordo completamente de você, mas sou apenas um jovem sem experiência de vida, como você mesmo apontou. Se bem que hoje vi a notícia de uma criança de 6 anos que era trans, então acho que o que a gente sente a gente sente ou não e ponto final. Mas divago…
O que eu tenho para mim, mais como um sentimento do que como uma idéia, é de que só a bissexualidade existe enquanto orientação. A homossexualidade e a heterossexualidade seriam escolhas que eu poderia tomar e optei por não tomar. Uma boa parte da experiência humana consiste em reconhecer e aceitar que outras pessoas sentem e vivenciam o mundo diferente de nós. Infelizmente, alguns levam suas concepções pessoais como verdades universais, desde os fanáticos religiosos até as pessoas que consideram “inconcebível” a bissexualidade como um todo (isso pra não falar do puta estigma em cima da bissexualidade masculina). Tem muita gente por aí achando que orientação sexual é mancha de nascença, você tem e acabou. E o próprio Kinsey mostra que não é bem assim, a sexualidade é fluida e oscilante, um cara que é gay hoje pode ser hétero amanhã e nem precisa bater a cabeça não, basta um click involuntário no cérebro. Eu sei, e todo mundo sabe, o quanto é difícil entender a cabeça dos outros (a gente tá tentando tem uns 20 mil anos, né), mas precisamos aceitar algumas coisas sem provas mesmo, confiando nos outros.

Responder
Mateus R.D.

Caro Antônio, pelo que percebi em suas palavras você foi o convidado do programa (creio que com o pseudônimo de Carlos), é isso? Se sim, meus sinceros parabéns pela participação. Foi muito bacana te ouvir. Quanto ao fato de eu ter dito que não tens maiores experiências, peço que não sintas ofendido por mim, pois não o falei em tom pejorativo, até porque nem eu diante dos meus 35 anos as tenho, mesmo tendo eu a certeza de que tu ainda viverás imensas emoções e sensações que irão te fazer ver e entender a vida e o ser humano de outras formas. Quanto a sua discordância diante de minhas palavras, peço desculpas, mas sinceramente não as entendi (não vi maiores discordâncias), a não ser pelo fato de você crer apenas na bissexualidade como orientação e nas demais (homo e heterossexualidade) como alternativas possíveis. Quanto a isso realmente não só penso diferente, mas sim o contrário de ti, mas quanto a todas as outras frases e ideias que proferiste no seu texto, concordo plenamente elas. Creio que tu te precipitastes ao dizer que discorda completamente de mim, até porque eu concordo em muito com você. Reitero que eu entendo apenas a hetero e homossexualidade como orientação sexual organicamente legítima, e portanto a bissexualidade como uma condição sexual comportamental que assumimos (ou adaptamos) a partir de ambas (principalmente a partir da homossexualidade), sendo portanto apenas a bissexualidade uma opção ou escolha de vida. Realmente entendo que apenas um dos dois gêneros provoca-nos desejos verdadeiramente instintivos, e podemos concretizá-los ou não, assim como o outro gênero pode nos provocar desejos também, porem desejos que nosso psicológico e nossa história de vida se ajustou ou aprendeu a se interessar mais até que o próprio corpo em si, e novamente podemos concretizá-los ou não, e o corpo corresponde mas de forma indireta. Neste sentido se justifica plenamente a Escala de Kinsey e a fluidez ou oscilação dos comportamentos, bem como a intercessão destes. Outra situação que me intriga é o fato de, pelo menos aos meus ouvidos, a maioria dos que se autodenominam bissexuais confessarem sentir mais desejo sexual por alguém de mesmo sexo. Essa estatística endossa a minha hipótese. Permita-me agora falar em linguajar popular, e novamente sem querer lhe ofender: para mim quem é do gênero masculino e sente tesão por homem é homossexual, o que não impede de também sentirmos prazer e nos relacionarmos com eficiência e prazer com o gênero feminino (comportando como bissexual). Desculpa, mas a meu ver (e sorte a tua pois é apenas e só a meu ver) somos sim gays. A bissexualidade é apenas a forma de comportamento sexual que escolhemos conduzir nossa vida, por qualquer motivo que seja que só diz respeito a cada um de nós. Deixo-te uma pergunta que responderás não para mim, mas para si. Responderás para si hoje e novamente o fará daqui a 20 anos. Qual dos gêneros humanos lhe desperta mais desejo sexual? Qual te ascende verdadeiramente apesar de tuas estatísticas: homem ou mulher? Creio que se não hoje, surpreenderás com a tua resposta ao longo de tua maturidade. Termino minhas palavras frisando que acho pleno, nobre, legítimo (e todos os bons adjetivos cabíveis) qualquer tipo de comportamento sexual que brota do ser humano: hetero, homo, bi, pan e até assexualismo. Felicidades meu caro. Grande abraço.

Antonio

Então, na verdade eu não sou o Carlos da entrevista não, só temos biografias superficialmente parecidas. Veja bem, minha discordância contigo foi na questão do determinismo, muito mais do que na questão de qual seria a sexualidade “natural” e qual seria a aprendida. Você está certíssimo, na minha opinião, quando fala de como as nossas experiências moldam a nossa atração. Fundamentalmente, o que existe como instinto é o instinto da procriação, aquela ânsia de fazer sexo. Só que a coisa não é só instintiva, sexo é bom e prazeroso, e buscar sempre mais prazer é tão natural quanto querer comer mais ou beber mais água. A gente só gosta do que é agradável. Existe no youtube um vídeo de um cara chamado Pirulla em que ele explica biologicamente a homossexualidade (e por tabela, a bi e a heterossexualidade também) justamente como esse misto entre instinto procriador e estímulo prazeroso. E como isso se manifesta diferentemente dependendo do ambiente em que a pessoa está inserida, como no exemplo barra pesada que ele dá sobre a cadeia. Recomendo.

Paulo

Não cabe ao indivíduo convencer outras pessoas de sua orientação. Se uma pessoa se identifica como bissexual e declara isso, temos de acreditar na palavra dela. Duvidar da sexualidade de um bissexual é o mesmo que duvidar da sexualidade de um heterossexual ou de homossexual. Isso me lembra um pouco a época em que se dizia que os homossexuais eram “confusos”, “doentes” etc. Se você é exclusivamente gay, só você tem condições de sabe isso sobre si, e aos outros só cabe acreditar no que você diz. E vale dizer que ainda há quem não acredite na existência da homossexualidade, por mais que muitos afirmem que são. Portanto, esse processo é o mesmo para bissexuais e para as diversas identidades de gênero.

Enfim, você pode achar que a bissexualidade não existe, assim como algumas pessoas podem achar que a homossexualidade não existe.

Não acho que essa discussão precise incluir a área científica, mas, se incluirmos, levantaremos as diversas pesquisas que não apontam dúvidas sobre a existência da bissexualidade.

Acho interessante também a questão da “confusão”. Em nossa sociedade, é comum a dificuldade de declarar ou de lidar com qualquer tipo de confusão. E fica mais complicado quando o assunto é tabu, como no caso da sexualidade. Vamos supor que uma pessoa se declare bissexual e depois de um tempo se identifique como homossexual. Faz sentido usar a experiência de vida dessa pessoa e aplicá-la a qualquer pessoa que se identifique como bissexual? Para mim, isso seria uma generalização.

Vivemos em uma sociedade lgbtfóbica e heteronormativa. Apesar dos avanços o atraso é grande. Esse contexto, gera confusão para muita gente, seja lbgt ou não.

Portanto, por que insistem nessa associação obrigatória entre bissexualidade e confusão se heterossexuais e homossexuais também podem ser confusos? E quais bases estamos usando para concluir que uma pessoa é confusa? O que sabemos sobre a história de vida única (e longa) desse indivíduo para chegarmos a essa conclusão?

Por mais que uma dia a ciência encontre uma prova cabal no gene humano que aponte precisamente a orientação e o gênero de cada um, qual a dignidade em impor ao outro uma identidade (seja de bissexual, homossexual, heterossexual, “confuso”), e que o indivíduo não enxerga em si, só porque há pessoas que acham que tal sexualidade ou gênero não existe? E se posteriormente comprovarem por métodos científicos que tal “prova cabal” não tem fundamento?

Um último comentário: se o movimento lgbt usa em sua sigla a letra b, mesmo que um grupo de pessoas diga que bissexualidade não existe, é certo que em todo o mundo há muita gente da comunidade que não tem qualquer dúvida de que essa orientação existe. : )

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Danico

Parabéns pelo programa, não lembro bem como cheguei até aqui, mas quando soube que teria um prgrama sobre bissexuais achei super interessante, pois acho que é pouco divulgada essa parte da sexualidade. Hoje, posso dizer com bastante orgulho que me entendo como bi. Passe um longo período de questionamento, pois comecei a achar que fosse gay e até mesmo desejei ser, mas o conflito temporariamente acabou. Lembro que desde que tive noção de alguma coisa, nunca tive preconceitos com gays, posi tive a sorte de ter um gay assumido na família, e dele ser uma das melhores pessoas da família e ser aceito por todos, cresci com essa liberdade. Quanto ao lance da sexualidade, sempre gostei e me senti atraído por garotas, mas não encanei caso sentisse algo por garotos. Nunca rolou, até eu ter meus 20 a 22 anos, pois a partir daí comecei a ter uma certa curiosidade pela coisa. meio que “dei um tempo” pras garotas, tive uns namoros e algumas decepções. Nessa época lembro de que sempre tinham uns assédios por parte de outros caras, mas como nunca me interessei, nunca teve nada, até que um dia eu me senti atraído e deixei a coisa rolar. Acabei gostando mesmo, comecei a me relacionar pela internet com fóruns da temática LGBT, uns chats, conheci algumas pessoas.
Comecei a achar que fosse realmente gay, mas aí apareceram outras garotas e percebi que eu era realmente bissexual.
Sempre fui aberto a experiências e nunca tive pressa de nada. Hoje me sinto livre, sem necessidade de me preocupar com a opinião dos outros. Me relacionaria livremente com homens e mulheres, tanto sexualmente ou sentimentalmente, acho que o bom de ser bi é isso, estar aberto às várias possibilidades da vida.
Claro que a insegurança em alguns momentos existe, como o medo do afastamento por parte de alguns amigos, uma vez que nenhum deles sabem. Mas acredito que estou num momento de transição e em breve todos saberão. Ainda há a fato de que sempre me prometi não mentir pra ninguém, mas até hoje ninguém questionou a minha sexualidade.
Se vou ser bi o resto da vida eu não sei e nem me preocupo com isso. A parte bem interessante também do programa foi quando tocaram no assunto ativo/passivo entre os Bi’s. Quanto a isso eu sempre fui ativo, nunca senti desejo em dar, as pessoas que me relacionei nunca pediram. Acho que essa questão talvez vá além de apenas “quem dar e quem come”, no meu caso sempre gostei de ser o que acolhe e dá carinho, ou o lado mais ativo da relação, em paralelo a relação hetero, tenho essa visão das coisas!!!
Enfim, sou bi e adoro ser bi, mesmo com todas as dificuldades e tabus espalhados por aí, e nã vivo minha vida me prendendo a complexos.
Um grande abraço!!

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