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Assédio

Assédio: “Educamos a mulher a se proteger, mas não o homem a respeitar”

Essa semana o LADO BI entrevista Paula Sacchetta, diretora do documentário “Precisamos falar do assédio”, já em cartaz em São Paulo. Sachetta explica como colheu 140 depoimentos de mulheres sobre assédio: “Ao invés de chamar mulheres para dar um depoimento em estúdio, fizemos um estúdio móvel numa van que circulou durante 5 dias em São Paulo e 2 dias no Rio de Janeiro. Qualquer mulher poderia dar seu depoimento, e oferecíamos máscaras e distorcer a voz para garantir a anonimidade de quem quisesse.” A diretora não se espanta com o grande número de confissões que conseguiu em tão pouco tempo: “O assédio é fruto da cultura da nossa sociedade, que educa a mulher a ter medo e se proteger, mas não educa o homem a respeitar. Assédio e estupro não tem classe social ou cor, basta ser mulher.” Mulheres LGBT, afirma, são alvo constante do chamado “estupro corretivo”: “O sentimento de vingança e raiva, a vontade de mostrar o que é ‘uma pica de verdade’, é muito presente para ‘justificar’ o estupro de mulheres trans e mulheres lésbicas”. E mesmo aqueles que deveriam proteger as mulheres assediadas acabam incorrendo em atos de violência: “mesmo o atendimento em delegacias da mulher são muito violentos – a delegada chega a propor que a mulher se submeta novamente ao mesmo assédio, filmando, para provar que ele aconteceu”.

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