Lara Ryan casou-se com Elise Ryan em uma cerimônia informal em 2010, na Austrália, país que ainda não conta com qualquer tipo de proteção às uniões homoafetivas. O casal teve duas filhas – a mais nova, Skylar, nasceu em janeiro. Tragicamente, Elise morreu num acidente de carro menos de um mês depois do nascimento de sua segunda filha. Ryan viu-se então na situação cruel de ter que enfrentar a discriminação de seu governo durante o luto da perda de seu amor.
Ryan compartilhou o que viveu num post no Facebook:
Este é o porquê.
Porque, depois de perder minha parceira neste mês em um acidente de trânsito horrível, eu tive que perguntar para o policial se eu “tinha permissão” para escrever Cônjuge nos relatórios do acidente.
Eu tive que marcar as caixas de marido no atestado de óbito e as caixas de pai na certidão de nascimento de nosso bebê (as duas coisas no mesmo dia).
Eu tive que berrar numa sala de emergência insana cheia de gente que “Ela é minha esposa, eu sei que pela lei ela não é, mas ela é minha esposa!”.
Porque nós nunca fomos políticas, a gente ficava na nossa, vivíamos nossa vida do nosso jeito e tentávamos tocar o coração das pessoas ao invés de impor questões. Mas toda a papelada que estou tendo que encarar para garantir meu bem-estar e o futuro de meus filhos é simplesmente ridículo, quando uma simples certidão de casamento resolveria tudo.
E, acima de tudo, porque eu a amo, e ela foi todos os meus dias por dez anos. Ela é a mãe de nossas duas filhas, ela é o futuro que eu sonhei e é meu porto seguro.
Porque amor é amor, e nós deveríamos celebrá-lo e incentivá-lo sempre.
O mundo já é duro o suficiente.
Sinta-se à vontade para compartilhar.
Felizmente o Brasil já conta com o casamento igualitário. Mas sempre é bom lembrar por que essa conquista foi tão importante, e por que ainda devemos continuar lutando contra aqueles que gostariam de minar as conquistas da população LGBT.