Faz uma semana que estreou a série “Marco Polo”, na Netflix, um épico que conta a história do mercador veneziano que percorreu a rota da seda durante os anos de 1271 e 1295 e cujas anotações de viagem foram durante muito tempo as únicas fontes de informação sobre a China e o oriente em um mundo em que ainda não havia sido nem sequer descoberta a América.
Os atores do elenco da série estiveram em São Paulo e nós do Lado Bi entrevistamos três deles. Lorenzo Richelmy, um italiano de 24 anos que até sete meses antes de começarem as gravações não falava inglês; a sinocanadense Olivia Cheng, que na série interpreta Mei Lin; e Chin Han, o Jia Sidao na série. Ele é o chanceler e irmão da Mei Lin.
Durante a conversa, Lorenzo Richelmy, o protagonista, encantou os presentes com sua eloquência italiana e seu senso de humor. Ele conta que se candidatou ao papel sozinho quando soube que estavam fazendo testes. “Eu sabia que eu seria um bom Marco Polo. Quando soube dos testes, liguei para meu agente e peguei uma câmera. Gravei com três tamanhos de barba e mandei. Dois meses se passaram e nada. Aí, um dia meu agente liga e fala que eu tinha eu embarcar para a Malásia [onde foram feitas algumas filmagens] no dia seguinte.”
Richelmy conta ainda que se achava perfeito para o papel porque teve uma trajetória de vida semelhante à do mercador. “Desde os nove anos de idade eu viajei pela Ásia com meus pais. E eu sou italiano, como ele. E lendo seus escritos, percebi que a diferença entre ele e outros europeus que vieram para oriente, ele quis ficar. Ele viu algo naquele povo que, em muitos casos, era mais desenvolvido que a civilização ocidental. Ele não foi apenas atrás de dinheiro. Ele teve a mente aberta. Foi o primeiro a construir uma ponte entre o oriente e o ocidente. Ele foi um dos primeiros a pensar: ‘Olha, eles podem ser melhores que nós’.”
Elenco asiático
O grande destaque da nova produção da Netflix é a reconstituição de época e o elenco, que tem mais de 90% de atores asiáticos. Na produção, treinando os atores em artes marciais, coreógrafos que trabalharam no épico “O Tigre e o Dragão”, do diretor Ang Lee. “Cheguei ao set, e perguntei a eles quando eu iria voar”, conta o Richelmy.
No entanto, as cenas de luta não terão nada de fantasioso. Quem conta é a bela Olivia Cheng, que já no segundo episódio protagoniza uma cena de nudez. Mas, se você está pensando em exploração gratuita do corpo feminino, a atriz de origem canadense destaca que o objetivo é outro. “Não senti que foi sensualizado, porque a cena foi feita para mostrar como ela usa seu sexo como arma.”
Na trama, Mei Lin, a personagem de Olivia Cheng, é irmã de Jia Sidao (Chin Han), influente chanceler da corte da dinastia Song. Ao perceber que soldados a visitaram com o intuito de estuprá-la, ela começa um strip tease e, após ficar completamente nua e fazer com que o trio abaixe as armas, usa o palito de cabelo para atingir um deles na garganta. O que se segue a partir daí é uma sequência eletrizante de kung fu. Totalmente nua, Olivia usou os golpes que aprendeu durante meses de treinamento antes das gravações, na Malásia, para deter os algozes de Mei Lin.
“Não fiquei tão tensa na hora de filmar essa cena porque é mais uma questão física do que de nudez. Ela é uma garota bonita, mas não cruze o caminho dela, porque ela tem habilidades.”
Não foi a única vez que Cheng ficou nua para essa série. “Peguei uma câmera emprestada de um amigo, luzes de outro, arrumei um microfone profissional. Mas eu sabia que se eu apenas sentasse na frente de uma parede lisa com minhas roupas modernas eu não conseguiria fazer o teste. Peguei um quimono emprestado, mas resolvi fazer as audições nua. Estava tudo cortado na câmera, então, se eu não ganhasse o papel, ninguém veria nada, mas foi a maneira que eu encontrei de mostrar que eu estava preparada para aquelas cenas.”
Veja abaixo o trailer de “Marco Polo”: