6 armadilhas de quem vai morar junto

Tá considerando morar junto? Parabéns! Apenas fique esperto para algumas questões que, com um pouco de cuidado, podem ser evitadas. Boa sorte!!

por Marcio Caparica

Traduzido do artigo do site Queerty

Quer dizer que vocês chegaram juntos na beira da piscina, deram-se as mãos e estão prestes a mergulhar na vida sob o mesmo teto? Meus parabéns! Vocês são um casal lindo e fofo, o amor é uma coisa linda, e podem ter certeza que tem muita gente que está com bastante inveja. Agora, sempre é bom deixar o racional falar um pouco, e fazer algumas considerações sensatas para ter certeza que morar junto é a escolha certa para vocês. Nem sempre é fácil fazer esse discernimento. Veja abaixo seis questões para as quais vocês têm que ficar alertas antes de irem atrás do carreto para fazer a mudança.

(E, sim, essas dicas valem para gays, lésbicas e bis, cis e trans, enfim, todos. As delícias e dificuldades da vida a dois não são específicas a uma identidade de gênero ou orientação sexual!)

  1. Entrar nessa pra economizar uma grana. Quando se faz a lista dos prós e contras de se morar junto, colocar a questão econômica na coluna dos motivos a favor é um dos maiores erros que se pode fazer. Decidir compartilhar um quarto, uma cama, uma vida com alguém não é similar a resolver assistir Friends no Netflix pela vigésima vez ao invés de assistir Interestelar no IMAX. Há muitas razões excelentes para se morar junto, mas o dinheiro não é uma delas. Reduzir o gasto no aluguel é muito tentador – tão tentador que pode fazer você ignorar “sem querer” alguns problemas do relacionamento que podem vir a dar muita dor de cabeça no futuro. Passar a ter metade das despesas de uma hora para a outra pode parecer um sonho, mas vocês estão abrindo mão de mais que apenas metade do seu espaço. É melhor vocês terem certeza dos retornos que virão desse investimento.
  2. Presumir que as outras pessoas da casa não se importam com isso. Se vocês pretendem morar apenas os dois, podem pular para a próxima. Agora, se você e seu pombinho racham a moradia com família ou amigos, é melhor consultar o resto dos co-habitantes antes de começar a entrar com as caixas. Sua família pode amar você muito, mas não necessariamente curte trombar com seu amor no corredor de madrugada, voltando do banheiro, todas as noites. Não é porque a turma fica bebendo e dando risada até altas horas que eles vão curtir ter alguém a mais abrindo a geladeira todos os dias de manhã. Se quem mora com você no momento não estiver afim de ter alguém a mais na casa, não se ressinta. As opiniões de todos têm que ser respeitadas. Melhor postergar os planos de morar a dois que ter duas crises nas mãos: com o cônjuge e com os colegas de casa.
  3. Anular sua identidade no espaço, ou passar por cima da identidade do outro. É quase certo que a sua visão do ambiente ideal para vocês vai entrar em conflito com o que imagina seu namorado ou sua namorada. Haverá uma tendência natural para que o gosto de um comece a se sobrepor ao do outro. Pouco a pouco, isso pode fazer com que um dos dois sinta que desapareceu no novo lar. Se seu amor está se mudando para a sua casa (ou vice-versa), uma boa ideia é tirar tudo dos ambientes – quadros, móveis, tudo – e refazer tudo do zero. Combinem elementos dos dois no espaço, e os dois terão a sensação de que estão entrando em pé de igualdade nessa nova empreitada.
  4. Não reservar tempo um para o outro. Você pensa que não precisa reservar um tempo especial para o outro, já que estão morando juntos. Vocês se veem todo santo dia! Pensou errado. É exatamente porque vocês estão se trombando todos os dias que é necessário reservar um tempo para estarem juntos com atenção. Estar do lado de alguém não é sinônimo de estar próximo. TV ligada, celular na mão, trabalho no pensamento… Proximidade não quer dizer intimidade. Saiam de casa, e deixem o celular no quarto.
  5. Não reservar tempo para si mesmo. Tão importante quanto manter a chama acesa com a sua outra metade é se ligar de como esse conceito de “outra metade” é ridículo. Você pode sim estar num relacionamento estável a vários anos. Isso não significa que você deva virar um apêndice. É importante reservar tempo para si mesmo e para atividades sozinho, aprincipalmente depois que vocês estão morando juntos. Saia apenas com seus amigos, mesmo que sejam amizades ligadas aos dois. Cursos, eventos, diversão… Muito do que mantém um relacionamento de pé é ter novidades para contar para o outro. E isso não acontece se vocês estão grudados o tempo inteiro.
  6. Pensar que vai ser moleza. Vocês estão dando um grande passo. São amantes e quem sabe até o melhor amigo um do outro. Há razões de sobra para estarem animados e felizes. Mas se vocês pensam que não haverá obstáculos no caminho à frente porque vocês dois estão tão em sintonia agora, vocês vão ter uma grande surpresa quando menos esperam. Lembra daqueles momentos que vocês estavam tão putos com algo no relacionamento que precisaram ficar algum tempo cada um no seu canto até esfriarem a cabeça? Pois então, eles vão acontecer mais vezes, mas daí ainda por cima você vai ver que o namorado ou namorada mais uma vez apertou o tubo da pasta de dente no meio, ou deixou uma pilha de louça suja na pia, de novo. Morar junto não é fácil, e às vezes não tem nada de divertido.

E, ainda assim, morar junto também pode ser a melhor coisa do mundo. Vocês foram avisados. Agora podem voltar a serem tão fofos que deixam muita gente com raiva. Boa sorte, desejamos sucesso na vida a dois!

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3 comentários

junior

Esse lance de sair SÓ com os amigos ? Em 2015 ? Isso é conselho q se dê ?
Fora de cogitação.
(Antes do namoro isso ja fica logo avisado.Namora se quiser …e no casar ja está avisado.

Alessandro Ferraro

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Ainda acho que juntar as escovas de dente, não é o mesmo que ir brincar de casinha na casa de um(a) amigo(a)!
Responsabilidades irão surgir em dobro, e não adianta fazer corpo mole porque o namorado sempre passou a mão na cabeça enquanto eram apenas namorados, agora é muito diferente. A convivência vai fazendo com que muita coisa mude, tanto para melhor quanto para pior. Cabe aos dois, sempre, manterem uma linha de equilíbrio e de diálogo, sem isso será difícil manter um casamento.
Nunca fui casado, mas convivi muito com um ex-namorado meu, e era como se morássemos juntos, por isso posso falar.
Pensem bem antes de tomar esse passo.
Não use apenas da emoção, mas também da razão.
E respeitar sempre o espaço do outro, se torna primordial nesse passo, afinal de contas antes de se juntarem, ambos tinham uma vida paralela, e isso não deve mudar só porque vocês decidiram ir morar juntos… Aprendi que na vida, temos que ter 5 bases de equilíbrio, onde são: 1- Eu, 2- minha família, 3- meu emprego, 4- meus amigos, e 5- meu relacionamento. Por que dessas 5 bases de equilíbrio? Para quando uma delas estiver abalada, eu ter as outras 4 para me segurar e apoiar, não faça apenas de uma base a sua vida resumida nela, use das 5 para poder ter o balanceamento de tudo.
Para encerrar, vamos amar e sermos felizes, pois a vida é curta e não sabemos o dia em que as cortinas se fecham, então aproveite os momentos e viva sempre!!!

Julio Henrique

Eu ja moro com meu namorado, na verdade eramos amigos durante meeeeses ate começarmos a namorar, dividimos apartamento, moramos com outra pessoa, ela diz não se importar, mas mesmo assim ainda fico com o pé meio atrás sobre essa pessoa se importar ou não, se bem que já tem uns 4 meses que moramos juntos, a experiência é muito boa e realmente se aplica a tudo nesta reportagem 🙂 . Parabens pelo texto.

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