Traduzido do artigo de Julia Serano para o site Medium
Recentemente fui entrevistada pelo jornal New York Times sobre meu trabalho e o que escrevo sobre ser uma feminista trans. Consegui perceber, pelo que conversamos nas pré-entrevistas, que me perguntariam sobre os comentários feitos por Chimamanda Ngoz Adichie no começo do ano, quando ela afirmou que mulheres trans não são mulheres. Decidi então revisitar meu primeiro livro, Whipping Girl: a Transexual Woman on Sexism and the Scapegoating of Femininity (“Garota açoite: uma mulher transexual fala sobre sexismo e feminilidade como bode expiatório”, em tradução livre) e preparei uma lista de todos os argumentos que eu coloquei nele que refutavam essas afirmações. Consegui mostrar alguns desses pontos durante a entrevista, mas apenas alguns foram incluídos no artigo final (ele precisou ser reduzido por falta de espaço). Como essas afirmações de que “mulheres trans não são mulheres” acontecem com certa regularidade (e, muitas vezes, são feitos por mulheres que se autoidentificam como feministas), achei por bem compilar meus contra-argumentos em um único artigo.
Preliminares: o termo “cisgênero”
Ao longo desse artigo, utilizarei o termo “cis” ou “cisgênero” para me referir a mulheres que não são trans ou transgênero. Mulheres que insistem que “mulheres trans não são mulheres” muitas vezes não gostam de serem chamadas de “mulheres cis”, presumindo erroneamente que isso de alguma maneira enfraquece sua própria feminilidade – essa não é a intenção dessa terminologia. O único propósito de se utilizar o termo “cis” é dar nome à maioria (da mesma forma que pode-se dizer “mulheres brancas”, ou “mulheres heterossexuais”, ou “mulheres sem deficiências físicas” etc.). Em outras palavras, usar o termo “cisgênero” para se referir a alguém simplesmente significa que ela não passou pela vivência de ser transgênero.
As realidades das mulheres trans
As mulheres trans diferem enormemente entre si. Talvez a única coisa que todas nós temos em comum é uma autocompreensão de que havia algo de errado por termos sido designadas com o sexo masculino quando nascemos e/ou que deveríamos ser mulheres. Apesar de algumas pessoas cisgênero recusarem-se a levar a sério o que vivemos, é fato que as pessoas transgênero podem ser encontradas em virtualmente todas as culturas e ao longo de toda história; as estimativas mais recentes sugerem que de 0.2 a 0.3% da população é transgênero, talvez mais. Ou seja, nós existimos, simplesmente.
No meu caso em particular, eu passei vários anos tentando compreender as sensações inexplicáveis e irreprimíveis que vivenciava até decidir fazer minha transição, há 17 anos. Desde então, eu vivo como mulher. Todos os dias de minha vida sou percebida e tratada como mulher, e, por consequência, sou rotineiramente alvo de sexismo. As feministas cis que afirmam que mulheres trans não são mulheres costumam ficar obcecadas com questões de identidade (“Como é possível que um ‘homem’ possa considerar-se uma mulher?), mas deliberadamente ignoram ou diminuem o fato de que nós temos uma vivência muito real como mulheres.
Boa parte das mulheres trans são feministas, assim como boa parte de todas as mulheres. O feminismo e o ativismo trans não são de forma alguma incompatíveis ou mutuamente excludentes. Como feministas que reconhecem a interseccionalidade, acreditamos que deve-se lutar pelo fim de todas as formas de sexismo e marginalização – o que inclui tanto o sexismo tradicional e a transfobia. Colocar as mulheres trans à força em um grupo separado, distinto do grupo das mulheres cis, não avança de forma nenhuma o objetivo central do feminismo de colocar um ponto final no sexismo.
A falácia da “mulher biológica”
Quem afirma que “mulheres trans não são mulheres” muitas vezes partem de suposições biológicas essencialistas (e, portanto, incorretas). Por exemplo, alguém pode argumentar que as mulheres trans não são “geneticamente mulheres”, apesar do fato de que não é possível averiguar facilmente os cromossomos sexuais de ninguém. A verdade é que quase ninguém realiza exames para conferir quais são seus cromossomos sexuais, e não é raro que aqueles que se submetem a esses exames acabem surpresos com o resultado.
Outro apelo biológico comum concentra-se na questão da reprodução – ou seja, argumentar que mulheres trans nunca mestruaram, ou que não são capazes de menstruar. Isso ignora o fato de que algumas mulheres cisgênero nunca menstruam e/ou são incapazes de engravidar.
Apontar para a genitália é igualmente problemático: os genitais das mulheres variam enormemente, e, assim como acontece com os cromossomos ou com a capacidade reprodutiva, não somos capazes de ver a genitália uns dos outros em encontros cotidianos. Ao me encontrar com outra pessoa, será que eu deveria me recusar a reconhecer que ela é mulher e a me referir a ela no feminino a não ser que ela me mostre seus genitais? E, sinceramente, o que é mais sexista que reduzir uma mulher ao que se encontra entre suas pernas? Não seria isso exatamente o que os homens sexistas vêm fazendo com as mulheres há séculos?
Eu considero que todos esses argumentos baseados na biologia são inerentemente antifeministas. Pessoas sexistas rotineiramente desprezam as mulheres apontando as diferenças biológicas que existem, ou que imaginam existir. Feministas há muito tempo contestam a objetificação de nossos corpos, e argumentam que não somos limitados à nossa biologia. É pura hipocrisia, portanto, que alguém que se identifica como feminista utilize argumentos baseados na “biologia” e em “partes do corpo” para desprezarem as mulheres trans.
A falácia de Caitlyn Jenner
Ultimamente as discussões de que “mulheres trans não são mulheres” invariavelmente recaem sobre Caitlyn Jenner, tipicamente da seguinte forma: “como é possível que alguém como Jenner, que viveu como homem durante toda sua vida e experimentou todos os privilégios decorrente disso, possa afirmar que é mulher?”. Boa parte disso se apoia no argumento biológico, já que muitas pessoas recordam-se de Jenner como um decatleta fisicamente masculino. O cerne dessa afirmação, no entanto, é que mulheres são mulheres por causa de sua socialização e/ou de suas vivências com o sexismo.
Mas o que fazer de mim, então? Eu já vivi mais tempo de minha vida adulta como mulher do que como alguém que é percebido como homem, e já vivenciei muito sexismo desde que fiz minha transição: comentários na rua e assédio sexual, uma tentativa de estupro durante um encontro, ser interrompida constantemente por homens, ou não ser levada a sério por homens etc. E o que deve-se fazer das garotas trans que fazem sua transição social no começo da vida, e nunca passaram pela situação de serem percebidas ou tratadas como um homem? Quando se utiliza o argumento da “socialização” ou da “experiência do sexismo”, deve-se admitir que muitas mulheres trans também passam por isso, e que por consequência são mulheres quando se utiliza esses critérios. Até mesmo quem realiza a transição com certa idade, como Jenner, terá que lidar com o sexismo quando as pessoas começarem a percebê-la como mulher. E mesmo se a mulher trans em questão for visivelmente transgênero, ela ainda vai ter que enfrentar muito sexismo, na forma da transmisoginia.
Quem defende a tese de que mulheres são mulheres por causa da socialização deve considerar a seguinte situação: imagine que uma garota é forçada, contra sua própria vontade, a viver como um garoto. Ao chegar à vida adulta, depois de passar vários anos sendo socializada como homem e usufruindo dos privilégios masculinos, ela revela que se identifica como mulher e passa a viver com o sexo feminino. Ela seria aceita como mulher? Se a resposta é sim, então não aceitar que mulheres trans são mulheres não passa de hipocrisia. (A situação de ser “obrigado a viver como homem contra sua própria vontade” é exatamente como muitas mulheres trans descrevem suas infâncias.)
É bastante comum que as pessoas que afirmam que as mulheres trans não são mulheres utilizem simultaneamente os argumentos da determinação biológica e da socialização, apesar de que serem contraditórios (ou seja, se a biologia é o critério predominante, a socialização da pessoa não deveria fazer diferença, e vice-versa). Assim como as pessoas homofóbicas que apelam para a biologia (“Deus criou Adão e Eva, não Adão e Ivo”) para em seguida, de maneira hipócrita, invocar a socialização (por exemplo, afirmar que pessoas “tornam-se” homossexuais por causa de um professor gay ou por causa da “militância gay”), os proponentes de que mulheres trans não são mulheres preferem atirar para todos os lados ao invés de preparar um argumento coerente.
A maneira como somos socializados de acordo com nossos gêneros é real, mas todos nós somos capazes de superar ou transcender a maneira como fomos socializados quando crianças. E as maneiras como somos socializados não param de repente quando nos tornamos adultos: todos nós enfrentamos constantemente pressões sociais, expectativas e obstáculos relacionados ao gênero ao longo de toda nossa vida. Se alguém acredita que essas afirmações valem para as mulheres cis, também tem que acreditar que isso é verdade para as mulheres trans.
As falácias da “energia masculina” e do “privilégio masculino”
Existe também o seguinte filhote do argumento da socialização: não faz diferença se uma mulher trans realizou sua transição e navega o mundo como mulher, ela ainda assim possui um “privilégio masculino” ou uma “energia masculina”. Acreditar na “energia masculina” me parece especialmente sexista, já que deixa implícito que os homens possuem algum tipo de magia ou força mística que as mulheres não possuem, ou não são capazes de possuir.
Esse tipo de afirmação se apoia em conjunturas e projeções. Por exemplo, em todos os anos em que sou percebida como uma mulher cis pelo mundo, jamais alguém afirmou que detectou uma “energia masculina” ou algum “privilégio masculino” em mim. No entanto, assim que descobrem que sou transgênro, algumas pessoas passam a enxergar essas características em meu comportamento. Na realidade, quando se conta para alguém que uma mulher é transgênero (mesmo que isso não seja verdade), a tendência que ela seja (re)interpretada de maneira similar: qualquer tendência a agir como “moleca” ou como “caminhoneira” será vista como manifestação de “energia masculina”, e todas as vezes em que ela se impuser ou confrontar alguém serão consideradas como um “privilégio masculino” inerente.
O privilégio masculino é algo real. Em meu livro, Whipping Girl, eu discuto extensivamente minhas próprias vivências de como eu usufruía desse privilégio, e de como o perdi depois da transição. Não são todas as mulheres trans que já vivenciaram esse privilégio, no entanto (como, por exemplo, quem realiza a transição na infância). Além disso, o propósito de se apontar privilégios (sejam o privilégio masculino, o dos brancos, o das classes mais altas, de quem não tem deficiências físicas, ou das pessoas heterossexuais, apenas para apontar alguns) é tornar as pessoas conscientes das vantagens que membros dos grupos dominantes/majoritários vivenciam por não terem que encarar um tipo de sexismo ou marginalização. Quem insiste que “mulheres trans não são mulheres” empregando o argumento de um suposto privilégio masculino, sem, no entanto, reconhecer ou examinar seus próprios privilégios como pessoa cisgênero demonstra que suas preocupações com relação aos privilégios são dissimulados, e que utiliza esse conceito apenas para deslegitimizar as identidades das mulheres trans e suas vivências como mulheres.
A falácia de que mulheres trans são caricaturas das mulheres
Essa linha de raciocínio se sobrepõe com a falácia de Caitlyn Jenner, e costuma ser descrita da seguinte forma: não há qualquer possibilidade de que uma mulher trans possa saber como é ser mulher. Consequentemente, o que a leva a fazer a transição de gênero é uma ideia extremamente superficial ou estereotipada do que significa ser mulher, gerada pelos ideais convencionais do feminino, rejeitados por muitas feministas. Em outras palavras, mulheres trans não seriam mulheres de verdade; nós apenas nos transformamos em “paródias” ou “caricaturas” das mulheres. As pessoas que utilizam esse argumento costumam também invocar o privilégio masculino – ou seja, insinuam que é a “arrogância masculina” que faz com que mulheres trans pensem que são capazes de compreender e/ou tornarem-se mulheres.
Essa linha de raciocínio tem vários problemas:
- Ela apoia-se numa visão altamente negativa da expressão de gênero feminina e deixa implícito que as mulheres cisgênero convencionalmente femininas também estão comportando-se de maneira superficial e/ou estão reforçando estereótipos.
- Ignora que muitas mulheres trans são abertamente feministas e/ou não agem de maneira convencionalmente feminina.
- Mulheres trans não realizam a transição porque desejam ser femininas; nós fazemos a transição de gênero porque compreendemos que somos ou deveríamos ser mulheres (o que se chama de identidade de gênero).
- Mulheres trans que são convencionalmente femininas não têm a menor intenção de insinuar que todas as mulheres deveriam ser femininas, nem forçá-las a isso, nem querem afirmar que ser mulher se limita a ser feminina. Assim como as mulhere cis, as mulheres trans se vestem da maneira como se vestem como forma de expressão, não para criticar ou caricaturizar outras mulheres.
- Essa linha de raciocínio faz a acusação de que mulheres trans são pessoas arrogantes que supõem saber como são as vivências das mulheres cis. Isso não acontece. Na verdade, as mulheres cis que fazem essas acusaçõe são aquelas que, de maneira arrogante, presumem saber quais são as vivências das mulheres trans e o que nos motiva.
Por ser uma mulher trans, sou a primeira a admitir que não tenho como saber o que qualquer outra mulher vivencia ou como se sente. Acontece que quem afirma que “mulheres trans não são mulheres” também não sabe como outras mulheres se sentem ou o que vivenciam! Cada mulher é diferente. Compartilhamos de algumas experiências em comum, mas também diferimos entre nós de todas as formas possíveis. Todas as mulheres trans que conheço reconhecem essa diversidade. As mulheres cis que tentam nos excluir são aquelas que parecem ter uma noção bastante superficial e estereotipada do que constitui uma mulher, ou das vivências das mulheres.
A falácia das diferenças cerebrais
Muitas vezes pessoas exigem que uma pessoa trans explique ou justifique sua identidade de gênero. Uma das respostas mais comuns é dizer que “eu nasci com um cérebro feminino, apesar de ter um corpo masculino”. Na maior parte das vezes isso é uma simplificação proposital feita pela pessoa trans – uma tentativa de se todas as complexidades da vivência transgênero num slogan que pode ser compreendido pela pessoa cisgênero padrão. Em outras ocasiões a pessoa trans pode estar se referindo a pesquisas que sugerem que, em algumas regiões minúsculas do cérebro que diferem de acordo com o sexo biológico, o que se encontra no cérebro de mulheres trans está mais próximo do que se encontra no cérebro de mulheres cis. (Não há consenso entre as pessoas trans quanto à validade dessas pesquisas.)
Há algumas feministas cis que, a partir dessas afirmações, extrapolam que todas as pessoas trans sustentam a mesma crença essencialista quanto às diferenças entre os cérebros masculinos e cérebros femininos, e portanto somos uma afronta ao feminismo. Muitas vezes fazem utilizam essa argumentação e simultaneamente fazem afirmações essencialistas (quanto às capacidades reprodutivas, por exemplo) para enfraquecer nossas identidades.
A falácia de Rachel Dolezal
Rachel Dolezal é uma mulher que por anos afirmou ser negra, até que uma reportagem em um jornal da região em que vivia nos EUA revelou que seus pais são brancos. Ela então passou a afirmar que apesar de sua biologia caucasiana, identifica-se como negra, e seria portanto uma “trans da raça negra”. Ela é o alvo de polêmicas quanto à identidade de raça e apropriação cultural. Seu nome passou a ser citado por aqueles que afirmam que “mulheres trans não são mulheres”. O que querem dizer com isso é que um “homem” que afirma ser uma mulher é algo tão ridículo (e possibilitado por privilégios) quanto uma pessoa branca que afirma ser negra. Acontece que Rachel Dolezal é uma pessoa só. Isso é muito diferente do fenômeno pan-cultural e trans-histórico da existência das pessoas trans, como já disse anteriormente. Há estudos que sugerem até que 0,6% ou mais da população é de pessoas trans.
A falácia de que pessoas trans se recusam a reconhecer quaisquer diferenças
Muitas vezes quem afirma que “mulheres trans não são mulheres” insistem que há diferenças entre mulheres cis e mulheres trans, mas que as mulheres trans se recusam a reconhecer essas diferenças. Essas afirmações são extremamente frustrantes, na minha opinião. Nunca na minha vida eu escutei uma mulher trans dizer que nossas vivências são 100% idênticas às das mulheres cis. Pelo contrário, o fato de que, na comunidade trans, nós descrevemos as pessoas como “transgênero” e “cisgênero” demonstra que nós reconhecemos as diferenças em potencial!
O problema não é que nós, mulheres trans, nos recusamos a reconhecer quaisquer diferenças, mas sim que aqueles que dizem que “mulheres trans não são mulheres” se recusam a reconhecer o que temos em comum.
Houve uma época durante as décadas de 1960 e 1970 em que muitas feministas heterossexuais queriam excluir lésbicas de organizações femininas e do movimento feminista, de maneira bastante similar ao que acontece com as mulheres trans. As justificativas que promoviam eram quase as mesmas: acusavam lésbicas de serem “opressivamente masculinas” e de “reforçarem o sistema de classificação sexual”. Muitas lésbicas combateram essas acusações. Isso não aconteceu porque elas acreditavam que eram 100% idênticas às feministas heterossexuais, mas sim porque algumas feministas estavam tentando excluí-las do feminismo e da categoria “mulher”. Assim como estão tentando fazer conosco hoje.
Mulheres trans são mulheres. Podemos não ser “exatamente iguais” às mulheres cis, mas, até aí, as mulheres cis também não são “exatamente iguais” umas às outras. No entanto, compartilhamos nossa identidade feminina e navegamos o mundo como mulheres. Isso faz com que todas nós sejamos alvo de sexismo. Deveríamos no concentrar nisso, e trabalharmos juntas para superar esse desafio. Como disse no começo, colocar as mulheres trans à força num grupo separado, distinto das mulheres cis, não faz nada para que se alcance o objetivo central do feminismo de se eliminar o sexismo. Pelo contrário, apenas enfraquece nossa causa coletiva.
JULIA SERANO é escritora, performer, ativista, música e bióloga. Visite seu site, juliaserano.com
Tenho uma dúvida. O que exatamente é ser mulher? Digo, se uma mulher trans que não fez a cirurgia de redesignação sexual, ou seja, ainda possui um pênis e, não tem intenção de faze-la, diz que é mulher, qual a diferença entre ela e um indivíduo que possui um pênis e afirma ser homem? Eu percebo que, quando uma pessoa se define como mulher trans, ela se apresenta com comportamentos ditos femininos, tais como, sobrancelha feita, usando saias, maquiagem, jóias, unhas pintadas e etc. Mas, a roupa não é apenas uma construção social? Se um indivíduo possui um pênis e usa toda uma indumentária tida como masculina, como ter barba, cabelo curto, calças folgadas ou usando um terno, mas, afirma ser uma mulher trans, ele vai poder usar o mesmo ambiente que as mulheres cis (banheiros, vestiários e etc) ou só poderá usar esses espaços se tiver usando um vestido, com cabelo comprido e barba raspada? Se a biologia não define a diferença entre homens e mulheres, o que define isso?
Cada um define a própria identidade de gênero, e resta aos outros respeitar. A única pessoa com autoridade para definir a identidade de gênero de uma pessoa é a própria.
Texto incrível! Parabéns pela tradução, irei escrever em breve um texto semelhante em meu tumblr, mas tratando da temática dos homens trans.
https://projetosaulo.tumblr.com/post/164599918783/por-que-%C3%A9-errado-dizer-que-homens Já fiz, aqui está!
Outra: me parece que onde está escrito “é fato que as pessoas cisgênero podem ser encontradas em virtualmente todas as culturas e ao longo de toda história”, na verdade o texto original não está falando em transgênero???
Você tem razão! Ambas correções já foram feitas. Obrigado!
Texto ótimo. Pra ficar melhor falta só consertar a palavra autocompreensão, que está escrita com ç!