Obama transforma Stonewall em monumento nacional

Para comemorar um ano do casamento homoafetivo nos Estados Unidos, a Casa Branca anuncia que o Stonewall Inn e seus arredores se tornarão o primeiro monumento no país em honra à história LGBT

por Marcio Caparica

Um ano após a Suprema Corte dos Estados Unidos ter legalizado o casamento homoafetivo em todo o país, o presidente Barack Obama anunciou que o Stonewall Inn agora é oficialmente um monumento nacional em honra à luta de LGBTs por seus direitos civis. Além do pub em si, o Christopher Park, do outro lado da rua, e os quarteirões ao redor também estarão a partir de agora sob a proteção e preservação do governo federal norte-americano.

A Casa Branca também divulgou um vídeo para anunciar a decisão. “Stonewall será nosso primeiro monumento nacional a recontar a história da batalha por direitos LGBT. Acredito que nossos parques nacionais devam refletir a história de nosso país em sua totalidade – a riqueza e a diversidade e o espírito unicamente americano que sempre nos definiu. Que somos mais fortes juntos. Que, a partir de muitos, somos um.”

Em comunicado, a Casa Branca afirma que “apesar do movimento pelos direitos civis LGBT ter feito progressos significativos em sua busca de direitos e proteções iguais perante a lei, ainda há mais o que se fazer. Como vimos há duas semanas em Orlando, norte-americanos LGBT continuam a se deparar com atos de violência, discriminação e ódio. Pessoas LGBT negras e latinas estão especialmente vulneráveis. A administração está comprometida em continuar a lutar pela dignidade, aceitação e direitos iguais para todos os norte-americanos – não importa quem são ou quem amem.”

Em 28 de junho de 1969, uma multidão se reuniu no lado de fora do pub Stonewall, em reação ao assédio moral e físico que os policiais de Nova York perpetravam sobre a população gay, lésbica, bissexual e transgênero da cidade. De acordo com o site do bar, foi quando uma lésbica levou um golpe de cacetete que a multidão começou a revidar as agressões, atirando garrafas e tijolos contra os policiais, virando carros e por fim forçando a polícia a se esconder dentro do bar em que haviam acabado de fazer uma blitz.

A revolta se estendeu por alguns dias, e tornou-se um marco histórico na luta pelos direitos LGBT nos EUA. A primeira parada do orgulho LGBT de Nova York aconteceu um ano depois, no mesmo dia, em memória a esse ato de rebeldia. Desde então junho é o mês da consciência LGBT no país. Um movimento que foi iniciado por mulheres trans e travestis, em sua maioria negras e latinas – apesar das tentativas de se “embranquecer” o evento, como no terrível filme Stonewall (seu diretor, Roland Emerich, ainda insiste que os protagonistas foram “predominantemente brancos”).

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