Moradores transformam cruz gigante em bairro gay em monumento LGBT

Por nove dias um desconhecido prendeu uma cruz nos portões de Gay St., em Nova York. Então os moradores decidiram se apropriar dela

por Marcio Caparica

Na manhã da última Sexta-feira Santa, os moradores de Gay St., no coração de Greenwich Village (famoso bairro gay de Nova York) depararam-se com algo inesperado: uma cruz de madeira gigante havia sido presa com uma corrente no portão de Micah Latter, um dos moradores do bairro. Apesar de não encontrarem nenhuma outra pista quanto ao propósito do objeto, os moradores da rua (que fica próxima ao famoso Stonewall Inn) supuseram que se tratava de algum protesto religioso contra o nome da rua e a diversidade do bairro.

“Sinceramente, eu sou cristã, e a cruz significa amor, paz e esperança. É evidente que o dono da cruz não compartilha desses valores”, declarou Latter ao site Huffington Post. Durante nove dias o responsável pela cruz de madeira atou-a a diferentes portões da rua. “Ninguém entendeu qual é o objetivo dessa pessoa. O que ele fez não faz o menor sentido e é bastante irritante.”

Sem conseguir apoio das autoridades para removê-la, Latter decidiu transformá-la num monumento à diversidade. Na manhã do último domingo ela se reuniu com um grupo de vizinhos e, bebendo champanhe, passaram a manhã pintando-a com as cores da bandeira LGBT. A cruz, informam, agora se chama “The Love Cross” – “A Cruz do Amor”. “Estranhos, familiares, amigos, cães, vizinhos e turistas aleatórios todos pararam para pintar, beber champanhe na rua e celebrar a cruz que simboliza o amor que permeia o bairro”, escreveu a moradora em um post no Instagram.

Ao ex-dono da cruz, só resta sentar e chorar quando perceber que aquilo que construiu para disseminar a intolerância se transformou num monumento à diversidade: “Mal aí, você não vai mais conseguir pegar essa cruz. Nós colocamos nossos próprios cadeados em sua corrente e enchemos os buracos das chaves de cola. A Cruz do Amor agora é propriedade da rua, então muito obrigada!”.

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