Aqui no Brasil, histórias de policiais, bombeiros e militares homossexuais, infelizmente, costumam a se limitar àquelas que azamigues contam umas pras outras quando discorrem sobre suas aventuras sexuais clandestinas. São raros os casos de “autoridades” que vivem abertamente sua homossexualidade. Pessoas trans, então, são inexistentes até onde eu sei – se você conhecer souber de uma pessoa trans que atue na polícia, no corpo de bombeiros ou no exército, por favor me avise que muito me interessa. Em países da Europa e da América do Norte, no entanto, a história é outra. Lá, as Paradas do Orgulho LGBT contam com blocos formados apenas por oficiais LGBT, que desfilam fardados – com o apoio de suas corporações – demonstrando que a homossexualidade não implica em perder a autoridade nem o respeito da população. Algo que podia ser adotado por aqui também.
Hoje é Dia do Orgulho LGBT, comemorando o dia em que teve início a Revolta de Stonewall. Para celebrar, vamos compartilhar três pedidos de casamento feitos por oficiais que aconteceram nesse último final de semana, quando ocorreram as Paradas do Orgulho LGBT de Nova York e Londres, dentre outras. Porque há poucas demonstrações maiores de orgulho de ser quem se é do que pedir para unir suas vidas na frente de tanta gente.
O primeiro pedido foi feito por um policial a seu namorado durante a Parada do Orgulho LGBT de Londres, no último sábado. Um policial fez o pedido de casamento para o namorado, que assistia ao desfile da calçada. O grupo de policiais interrompeu a marcha e aguardou em posição de sentido enquanto o oficial se ajoelhava e entregava a aliança. Esse ato tão romântico foi filmado, compartilhado no Youtube, e depois divulgado pela própria polícia britânica em sua conta do Twitter:
He said yes @LondonLGBTPride @MetLGBTNetwork @LGBTpoliceuk #policewithpride #ByYourSide #AB #DI #CA #AC #LH pic.twitter.com/9jOmlY33PH
— MET LGBT Network (@MetLGBTNetwork) June 25, 2016
“Foi amor à primeira vista”
Esse não foi o único pedido de casamento da Parada. O policial britânico Sam Philpot, 23, pediu em casamento seu namorado e colega de corporação, Martin Coughlan, pouco depois. Philpot é policial desde 2011, e conheceu Coughlan pla internet. “Para mim, foi amor à primeira vista”, relatou para o site PinkNews. “Eu já havia falado sobre casamento há algum tempo, mas foi só nessa semana, depois do meu último turno, que eu decidi que tomaria uma atitude e saí para comprar a aliança.”
He said yes too @LondonLGBTPride @MetLGBTNetwork @LGBTpoliceuk #ByYouSide #OrlandoShooting #AB #DI #CA #AC #LH pic.twitter.com/yEZvSSzRvh
— MET LGBT Network (@MetLGBTNetwork) June 25, 2016
“Eu não havia saído do armário até conhecer Martin, e apesar de ser meu dia de folga, Martin me incentivou para fazer parte da Parada. Eu estava meio ansioso com a ideia de fazer o pedido durante a Parada e pedi conselho para meus superiores que estariam presentes. Eles foram muito solícitos e conversaram comigo sobre como eu queria que isso acontecesse. Foi melhor que eu imaginava, a multidão reagiu maravilhosamente bem. Quando se vê que os policiais são pessoas como elas, derruba-se barreiras.”
Coughlan, o noivo, concorda: “Eu participei de minha primeira Parada em 2009, e sou voluntário para representar a polícia desde então. Eu também trabalho para ajudar a aumentar as denúncias de atos de violência doméstica entre casais homoafetivos. Minha família estava por dentro do que ia acontecer, minha mãe e meus melhores amigos estavam no meio da multidão para assistir. Eu nem esperava; só percebi o que estava acontecendo na hora. As pessoas ao redor comemoraram muito. Acho que é uma mensagem excelente sobre o significado da Parada.”
O inspetor Aaron Clarke, que comandava o bloco dos policiais que participava da Parada, comemora: “Quando meus colegas nos perguntaram se podíamos ajudar, não havia como dizer não. O público estava preocupado com a Parada por causa da atrocidade em Orlando, e esse ato se encaixava perfeitamente com nossa mensagem de que a polícia é ‘parte da população’ e reflete as comunidades que servimos. Muitos membros mais idosos da comunidade LGBT lembram-se de um estilo bem diferente de policiamento, portanto foi uma honra e um privilégio mostrar para eles o quanto a polícia britânica mudou e se diversificou.”
Meu coração amanheceu pegando fogo
Durante a parada do Orgulho LGBT de Nova York, nesse domingo, a técnica de medicina do corpo de bombeiros Julianna Arroyo pediu em casamento sua colega na corporação, a também técnica em medicina Erika Marrero. “Essa parada é monumental para nós por causa do massacre em Orlando”, declarou Arroyo, explicando por que decidiu fazer o pedido durante o evento. “Nós queríamos desfilar na parada em honra às 49 vítimas. Ao mesmo tempo, eu queria dar a Erika algo positivo de que se recordar desta parada.”
Tem uma delegada trans aqui no Brasil, teve uma matéria com ela no Fantástico acho que ano passado se não me engano. Ela já era delegada enquanto era “mantida como homem”, viajou praquele país asiático famoso por operações de redesignação sexual (Tailândia?), e ao voltar ao Brasil tomou cargo de delegada em uma delegacia da mulher.
http://oglobo.globo.com/brasil/delegado-da-policia-civil-de-go-tira-licenca-como-thiago-volta-laura-11384114
Ai esta o link da matéria!
Muuuito obrigado!