Há quase um ano a profilaxia pré-exposição (PrEP) tomou conta dos noticiários de saúde, causando alegria e consternação em partes iguais. A Organização Mundial de Saúde recomendou que todos os homens que fazem sexo com homens tomassem um comprimido do antirretroviral Truvada por dia como forma de impedir que o vírus HIV se alojasse no corpo de quem toma o remédio em caso de sexo sem preservativo. Houve todo um leque de reações: a felicidade do surgimento de uma nova maneira de se prevenir contra a contaminação pelo vírus HIV entrou em choque com a descrença resultante de 30 anos de condicionamento sobre a população LGBT, que passou décadas ouvindo que o preservativo era a única maneira de se prevenir a infecção. Nós mesmos aqui do LADO BI, admitimos, tivemos que rever nossa maneira de pensar.
O estudo que avalia a possibilidade de se oferecer a PrEP para a população brasileira está em andamento. Enquanto isso, nos Estados Unidos, o uso do Truvada como forma de se prevenir contra o HIV já está liberado desde 2014. Muitos tiveram que lidar com o rótulo de “Truvada whore” (biscate do Truvada) porque, argumentavam muitos, alguém que está tão louco pra trepar sem camisinha a ponto de tomar um remédio todo dia só pode ser muito puta mesmo. Ou seja, conseguiram demonizar o que na verdade é uma atitude muito responsável: usar as novas maneiras de prevenção ao dispor para garantir a própria saúde, podendo então fazer sexo sem preservativo (se quiser) sem o medo de pegar HIV.
Os rótulos acabam sempre por reduzir seres humanos a figuras simplistas. O site Queerty, na contramão desse movimento, recolheu os depoimentos de cinco gays dos Estados Unidos que estão fazendo PrEP. Confira abaixo o que os fez entrar nesse tratamento e como sua vida e suas atitudes mudaram desde que começaram a usar o Truvada como maneira de evitar o HIV.
Blake Rowley, 28
Blake ficou em dúvida sobre se deveria ou não fazer PrEP, mas no fim das contas não conseguiu ignorar um fato: ele é um negro que vive em Washington, D.C., uma cidade com uma incidência de infecções de HIV muito alta.
“A probabilidade de que eu venha a ter um parceiro sexual que é soropositivo, saiba disso ou não, é astronômica”, ele aponta, enquanto lembra que jovens negros são grande parte do aumento recente de infecções pelo HIV. Estudos científicos indicam que, apesar dos negros serem mais propensos a utilizar preservativos durante o ato sexual, a alta incidência de infecções de HIV entre a população negra de homens que faz sexo com outros homens (HSH) significa que eles é muito mais provável que eles venham a a entrar em contato com o vírus que os brancos.
“Eu tive que encarar a realidade a meu respeito”, diz Blake, que é um dos diretores da Young Black Gay Men’s Leadership Initiative (Iniciativa de Liderança de Jovens Gays Negros), “o que inclui minha raça, minha idade, meus riscos de exposição ao HIV e como eu gosto de fazer sexo. Principalmente se eu quero continuar a ter as transas que eu considero ótimas, plenamente satisfatórias, em que se pode virar para o lado e fumar um cigarro sem outras barreiras.”
Blake optou pela PrEP há dois anos porque ficou “exausto” com a ginástica mental de selecionar parceiros de acordo com seu status sorológico (ou seja, transar apenas com quem tem o mesmo status sorológico que você), e diz mais: “mesmo sendo o ativo, esse método não é à prova de falhas”.
“A PrEP permite que eu transe do jeito que eu quero sem o risco de contrair HIV. Eu agora posso, com uma garantia de quase 100%, deixar para trás o medo de contrair HIV por causa de uma ficada ou de um relacionamento de longo prazo que azedou.”
Blake não está interessado em colocar lenha na fogueira do debate sobre preservativos. “A camisinha ainda funciona e se você se dá bem com ela, siga em frente”, afirma. “Mas a PrEP é outra opção para a prevenção do HIV, e é a que eu escolhi.”
Damon Jacobs, 43
Se você procurar PrEP e gay no Google, muito provavelmente você vai trombar com um artigo escrito por Damon Jacobs, e provavelmente uma foto dele vestindo uma camiseta em que se lê “Truvada Whore” ou “PrEP Warrior”. Esse terapeuta de Nova York recebe de braços abertos seu papel como um dos apoiadores mais visíveis da PrEP, mesmo que isso signifique falar sobre seus hábitos mais íntimos.
“Eu comecei a fazer PrEP em 2011 porque eu queria maximizar meu prazer”, relata Damon. “Essa experiência resultou em sentir paz de espírito e autoconfiança sexual maiores que antes.”
Damon não tem medo de falar sobre a importância do sexo com prazer para os gays e nosso direito a ele. “A maior parte dos gays busca maneiras de vivenciar o máximo de prazer com o mínimo de risco”, afirma. “Se ignorarmos o prazer, fazemos um grande desserviço a nossa comunidade. Por que nós ainda temos novas infecções em 2015? Porque trepar é gostoso.”
Simplesmente reconhecer que nós queremos transar com o máximo de prazer é algo que Damon acredita que pode provocar avanços. “Quando partimos dessa premissa”, pondera, “podemos então discutir as maneiras em que o sexo pode também ser saudável, responsável, e empoderador.”
Mathew Rodriguez, 26
Mathew, um jornalista que mora no Queens, NY, tem um motivo muito pessoal para fazer de tudo para se manter soronegativo. Ele perdeu seu pai para a Aids, o que “afetou profundamente minha família”, relatou.
Mathew já faz PrEP há um ano. Ele começou porque estava num relacionamento não-monogâmico com alguém que também havia começado a fazer PrEP. Depois que o relacionamento chegou ao fim, Mathew continuou a usar o medicamento.
Apenas não toque na questão do “Truvada Whore” com Mathew, que ele não está disposto. “Eu não me identifico com esse termo”, reclama, “mas eu gostaria que os gays em geral fossem mais abertos a discussões sobre prazer e as maneiras como fazemos amor uns com os outros”. Ele acredita que a PrEP pelo menos deu início a uma discussão sobre como os gays querem fazer sexo e por quê.
“Trepar é legal. É uma experiência tátil que carrega consigo cargas espirituais, mentais e emocionais. Eu digo que é uma experiência tátil porque é uma questão de pele com pele, mais fluidos. A PrEP permitiu que as pessoas voltassem a usar a porra como uma parte importante de sua sexualidade, não como uma substância alienígena que deve ser temida. A PrEP permitiu que alguém me olhasse nos olhos enquanto estava por cima de mim, dentro de mim, e que nós nos conectássemos de uma maneira que trazia uma carga emocional que atravessa gerações. A PrEP significa que eu não tenho que viver o que eu já chamei de ‘vida de estatístico gay’. Qual é a probabilidade de a camisinha ter furado? Qual é a probabilidade de eu haver contraído alguma coisa? Qual é a probabilidade da minha tosse ser na verdade um resfriado que aponte que me tornei soropositivo?”
Tom Butcher, 53
Quando começou a fazer PrEP há pouco menos de um mês, Tom sentiu-se ansioso, de início, com relação ao medicamento, e foi atrás de grupos online sobre PrEP para conseguir informações e apoio. Depois de sentir alguns efeitos colaterais por alguns dias (“Eu fiquei meio zonzo e atabalhoado”, confidenciou), Tom agora se sente bem e vai ter sua primeira consulta de retorno semana que vem.
“Eu saí do armário em 1984 e vivi os dias mais tenebrosos da epidemia“, lembra. “Isso deixou cicatrizes na minha alma.” O trauma de sua juventude também fez com que Tom evitasse fazer testes de HIV frequentemente, o que vai mudar agora que ele faz PrEP. Fazer exames de sangue com regularidade para conferir se não há efeitos colaterais, se não contraiu HIV ou alguma outra doença sexualmente transmissível é parte integral de se entrar nesse tratamento.
Tom trabalha em New Haven, CT, como diretor de projetos para serviços de apoio a soropositivos, e seus amigos e colegas de trabalho lhe deram todo apoio. Ele está ciente da possibilidade de críticas online, no entanto, e está pronto para isso.
“Eu sou humano”, diz Tom. “Eu sou um ser sexual. Eu cometo erros em todas as outras áreas da minha vida. Agora eu tenho o controle sobre minha vida e minha saúde. Meu medo foi substituído pela capacidade de cuidar de mim mesmo não importa o que venha no resultado do teste. Com a PrEP a probabilidade de se infectar é reduzida drasticamente.”
Ney Enrique, 36
Ney começou a fazer PrEP há seis meses, e descobriu sobre essa estatégia de prevenção por meio de sua arte. Esse narrador multimídia de Wilton Manors, FL, estava produzindo um documentário sobre PrEP, e considerou as informações tão convincentes que resolveu entrar no tratamento também.
“Claro que eu fui atrás de mais informações além das que colhemos para o documentário”, lembra. O que ele descobriu fez dele um fã de carteirinha. “Eu acho que todos que são sexualmente ativos deveriam fazer o tratamento se não são monogâmicos. Essa deveria ser uma estratégia global, mas nós, que fazemos PrEP, temos que batalhar por isso.”
O fato de que muitas vezes os próprios médicos não têm muito conhecimento sobre a PrEP deixa Ney frustrado. “Profissionais de saúde são os primeiros a ignorar do que se trata a PrEP”, reclama, “então claro que os pacientes também não vão conhecê-lo ou ter medo desse tratamento.”
Ney completa que, apesar de muitos gays terem curiosidade sobre a PrEP, “outros colocam quem já está em PrEP sob o mesmo estigma que aflige os soropositivos“, como se PrEP aumentasse seu fator de risco ao invés de diminuir.
Confira mais histórias pessoais de gays em PrEP no blog My PrEP Experience.
Vou contar uma história,
Uma breve história de Violentado.
Um homem com quem eu estava transando, aproveitou-se do fato de eu estar de costas enquanto me penetrava e tirou a camisinha e gozou dentro de mim.
Só fui me dar conta em casa, na hora do banho.
Fiquei muito puto a ponto de fazer uma besteira com ele, mas, relaxei. Não se trata dele, se trata de mim. Não há tempo para pensar quando sua vida está em jogo.
Fui ao ao ambulatório do meu bairro, do SUS, e imediatamente fizeram um teste para saber se eu sou positivo. O PREP NÃO PODE SER UTILIZADO POR QUEM JÁ É POSITIVO, me informaram.
O resultado deu negativo. Passei a tomar um par de duas vagas. E, deverei tomar 30 ao todo. Depois, farei mais dois testes a cada 2 meses (ou, seria 3 meses) e mais coleta de sangue para saber se meu fígado está aguentado e para saber se há medicamento na minha corrente sanguínea.
Independentemente do resultado, use camisinha e use o medicamento como um plus.
Se estiver tudo ok vou continuar usando. Devo pesquisar como é isso.
Todavia, me preocupo muito com a garotada jovem que está iniciando no sexo, sem camisinha sem indicação do PREP!
Use!
Nunca tivemos tanta
Oferta de proteção
Quanto naqueles dias da década de 1980.
Eu estava lá!
AQUI NO BRASIL, O MINITÉRIO DA SAÚDE AFIRMA QUE O TRUVADA ÉMUITO CARO, NUM PAÍS DE CORRUPTOS, QUE ROUBA BILHÕES, NUNCA TERÁ DINHEIRO PARA INVESTIR EM SAÚDE E EDUCAÇÃO, ESSES GOVERNANTES MAQUIAVÉLICOS , QUEREM UM POVO DOENTE E SEM EDUCAÇÃO, POIS, ASSIM, ELES CONTINUARAO ROUBANDO, E O POVO QUE SE DANE (MORRA DOENTE E IGNORÃNTE E COM FOME E SEDE), É UMA VERGONHA VER TAMANHA DESTRUIÇÃO E CORRUPÇÃO.
Pessoal, importar Truvada não é crime? O medicamento é proibido no Brasil…
Ele não é proibido, é controlado. São coisas diferentes.
Bom dia Marcio estou pensando em ver valores do Truvada conheceria alguma farmácias que eu possa compra-lo, mesmo por encomenda ?
O Truvada não é vendido legalmente no Brasil. Não conheço nenhuma maneira de adquiri-lo… Aguarde até o Ministério da Saúde tomar uma decisão para a população em geral que desejar fazer PrEP.
Bom dia Marcio , pesquisando descobri que a pessoa pode importar o remédio mas o custo é altíssimo para isso , o que so aumenta a frustração e o sentimento de descaso com a saúde , e para piorar pelo remédio ser diário o custo para mante-lo , isso um absurdo quando vamos poder cobrar isso o SUS não distribui , não possibilita a venda à um custo acessível , e se não bastasse toda a facilidade que a classe mais rica tem de ir pra outro país e compra-lo , também consegue importa-lo , e maioria da classe funeravel não consegue , mesmo a OMS pedindo sua distribuição e a eficácia do remédio se tomado diariamente. Grato pela oportunidade .
Concordo com o posicionamento de muitos aqui quanto à questão de que as pessoas só estão focando no HIV e se esquecem que essa medicação não protege quanto à outras DSTs. Preferir ficar se entupindo de um comprimido TODO DIA (sim, pq o comprimido não é pra ser tomado só no dia da relação sexual, mas ser tomado TODOS os dias) e ter quem sabe num futuro próximo problemas nos rins e fígados por causa da grande ingestão de química pra mim é uma bobagem sem tamanho. Realmente eu também teria o mesmo pensamento de quem faz uso desse remédio “puta da Truvada”. Uma pessoa que está mais focada em seu prazer sexual do quê na própria saúde (seja por conta dos remédios em demasia ou pelas outras DSTs) não seria uma pessoa para ser meu companheiro. (minha opinião, claro)
Meu caro, primeiro, que todos os testes feitos com milhares de pessoas até hoje demonstram que o Truvada não sobrecarrega rins ou fígado. Parte do acompanhamento de se fazer PrEP inclui exames de urina e sangue para conferir se há algum dano a rins e fígado, de maneira a interromper o tratamento caso comece a acontecer algo errado. Portanto, não há essa dicotomia entre prazer e saúde que você gostaria que existisse. Isso que você escreveu não passa de negatividade contra a sexualidade – você não preferiria que alguém que tem pressão alta se negasse a tomar remédios e sofresse um derrame, ou que alguém que tem diabetes se negasse a tomar a medicação e morresse, por causa dos efeitos colaterais desses medicamentos. Tomar um medicamento por tempo indeterminado para evitar um mal maior não é algo grave. Esse seu preconceito contra pessoas que estão tomando atitudes responsáveis para evitar a disseminação do HIV, no entanto, é gravíssimo.
Maxwell, vc caga um monte de regra permeada de moralismo e higienismo que só fazem um desserviço à luta, ao combate das opressões, do estigma contra portadores do HIV. Não há problema nenhum em ser uma puta, em ser polígamo, em gostar muito de sexo. Vc tá permeado de senso comum, as pessoas HIV+ e mesmo as pessoas HIV- que tem ou já tiveram relacionamentos sorodiscordantes cuidam muito mais da saúde que o povo HIV- do moralismo higienista. Usar camisinha não é sinônimo de cuidar da saúde, embora aquele seja parte deste. Vc deve chupar todos os paus e/ou xerecas com camisinha e papel filme né non? Vc nunca deve ter beijado uma boca com herpes labial (algo presente na maioria da população). Vc nunca deve ter feito sexo sem camisinha na vida. Só vc pode dizer prá ser coerente com o que vc pensa. Quem tá rolê do Truvada ou da sorodiscodância monitoram muito mais e tratam a possibilidade de outras DST que o resto da população. E com exceção da hepatite C (e o do HIV obviamente) todas têm cura (no caso da herpes e do hpv vc não se livra do vírus, e na candidíase não elimina o fungo, mas elimina os sintomas e impede que se torne uma doença como uma câncer muito facilmente). Combater a proliferação das DST não pode passar só por falar em métodos de prevenção, mas também em métodos de tratamento. E isso falta muito. Vamos falar sobre a vacinação contra a hepatite B? Sobre a vacinação contra o HPV? Ambas não estão disponibilizadas de forma massiva prá população. Hepatite B vc consegue tomar se for até o posto de saúde, HPV só em campanhas específicas. Vamos falar sobre acesso à informação e deixar que as pessoas tomes suas decisões sobre seus corpos de forma empoderada e livre sem cagar regra sobre elas?
Pode ficar tranquilo que as “truvadas whores” não querem uma bicha moralista e higienista prá ser sua parceira, nem que eventual. É broxante.
Sou casado com outro homem. Ele é soropostivio. Eu não. Ele faz o tratamento e tem carga viral indetectável. Eu optei em tomar Prep por amor e cumplicidade. Claro, com a certeza de que a medicação não afetaria minha saúde (só feitos exames periodicamente para assegurar-se disto)
Oi gente, eu sou meio leigo sobre esse assunto mas conheço um pouco. O outro dia estaba lendo um post (n lembro onde) sobre o ganhador do Nobel (tbm n lembro o nome) que o cara descobriu que o vírus do HIV não causa AIDS. Mentiram pra nós, e que a maioria que morre, morre por culpa dos ‘remédios’ é isso que está matando as pessoas, é que os ‘tratamentos’ não é tudo isso de bom não e é ao contrário. Que esse assunto do HIV foi financiado pelos reckefeller, existe um plano maquiavélico por trás disso, enfim, irei me aprofundar mais sobre esse assunto, peço pra vcs pesquisarem bem sobre isso, o que vcs acham disso? PS: desculpem meu portugués y minha ignorancia, adoro vcs <3
Alejandro, querido, achamos que é balela. Mas vamos investigar mais. 🙂
Gente a minha questao é a seguinte. Estao se previnindo do hiv e me digam a sifilis a gonorreia a hepatite a herpes entre outras dsts que podem ateh ser pior q hiv entao camisinha ainda e a solucao eu penso…. Ou dwixsr de transar tantas pessoas diferentes efazer exames antes de transar sem camisinha.
Na minha opinião, a única DST que pode ser pior que o HIV é a Hepatite C por não ter cura. Agora óbvio que qualquer doença não tratada pode levar a morte, seja sifilis, gonorreia (se possibilitar uma infecção por exemplo que se espalhe pelo corpo e derrube a imunidade), seja uma simples gripe (dependendo do tipo da gripe, temos imunidade para muitas, mas somos extremamente frágeis para tantas outras novas que surgem o tempo todo e matam um tanto de gente). Agora prá uma sífilias, gonorreia ou hpv levar alguém à morte a pessoa precisa ser extremamente relapsa com sua saúde ou não ter acesso nenhum a serviço de saúde. Não é o caso de quem tem o nível de informação e acesso ao ponto de estar usando o Truvada. Quem está usando o Truvada faz exames com muitas regularidade sobre todas as DST, como sifilis e se detectada imediatamente vc faz o tratamento. Gonorreia e hpv os sintomas aparecem muito rapidamente, poucos dias, e o tratamento é relativamente simples. Mas assim, ninguém desaconselha não usar camisinha apesar do Truvada. Mas também não podemos negar nem condenar a existência de pessoas que não usam camisinha e ponto. Não usam pq não querem, não gostam e sabem dos riscos (pelo menos uma parte delas). Acho que a luta não ter que ser por impor um método de prevenção universal baseado num discurso normatizante, moralizante e higienista sobre o comportamento sexual livremente arbitrado do outro e sim por difusão de informações claras e honestas sobre riscos, sintomas, transmissibilidade, incidência, tratamento, o que falta muito ainda em um país onde factoides como clube do carimbo ganham muito mais audiência e debate que PREP e PEP.
Só lembrando que existem inúmeras doenças sexualmente transmissíveis além do vírus HIV, muitas delas hoje mais perigosas do que a própria AIDS como a hepatite C. Entre elas: Sífilis, gonorréia, HPV (que mal cuidado pode levar ao câncer), herpes, etc.
O PrEP realmente ajuda a indisseminação do HIV, mas nem por isso devemos parar de nos preocupar com as outras. A camisinha continua sendo a forma mais segura para este fim.
Matéria FANTÁSTICA!
Eu tenho um certo problema em quanto a sexo, criei uma mania de não confiar absolutamente em ninguém.
Esse mundo gls, está cada vez mais perigoso, eu digo na cidade que eu moro MG; a pessoas boas e pessoas ruins. Mas confesso que o medo toma conta de mim. Eu nunca fiz sexo (penetrarão) sem proteção, mas já houve uns 2 casos da camisinha estourar, mas rapidamente eu retirei a camisinha; eu fazia sexo oral sem camisinha, mas a uns 2 anos comecei a usar o preservativo como peça fundamental para o sexo oral !
Porém eu sou do tipo de pessoa que teme mais do que tudo o HIV; deixei de satisfazer meu parceiro até a mim mesmo (na transa) por temor ao vírus. Como o vírus e sorrateiro, não é sempre que deixa exposto os sintomas. ISSO ME MATA ! Tenho tanto medo de contrair, que chega a ser doentio esse meu medo.
Mas enfim, hoje estou ai graças a Deus com uma boa saúde, uma pena mas estou solteiro, meu ex-namorado jogava na miga cara que eu não precisava ter esse certo nível de pudor com ele.
Mas enfim, seria uma ótima ideia, e eu aprovo sem questionar a PreP… Mais uma forma de se prevenir, para alguns no meu caso, uma forma de poder descansar a mente sem se preocupar se a camisinha estourar !
Então é isso, SE CHEGAR AO BRASIL, farei questão de tê las em mãos !
E mais uma vez, parabens, texto super informativo e agradável !
Cada um sabe as dores e aflições pelas quais passa. Mas tbm acho que vc não precisa ter tanto medo ao ponto de inviabilizar sua vida amorosa e sexual. Se a camisinha estourar, nas 72 horas seguintes vá a um posto de saúde e passe a tomar o PEP, que é profilaxia pós exposição que a chance de vc contrair vai a próximo de zero.
Existe alguma maneira de adquirir o Truvada no Brasil?
Isso seria ótimo como um double check.
Toda vez que a camisinha estoura eu fico neurótico durante 6 meses.
Hugo pelas minhas pesquisas não há sites que vendam o truvada no Brasil e ainda há um custo muito alto em importar.
Continue utilizando a camisinha e caso estoure corra para trocar. Também faça os exames com certa frequência, pois 6 meses não é exatamente uma período definido para manifestação do vírus.
Hugo! Se a camisinha estourar vc pode procurar o serviço de Profilaxia Pós Exposição ao HIV em um posto de saúde. Eu não sei bem como isso funciona na prática, mas já ouvi o Drauzio Varella falando que kits e kits vão fora todos os anos porque as pessoas não conhecem ou não procuram esse serviço. Achei esse documento sobre os lugares no Rio: http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=tgtsnLGuVWA%3D E Lado BI, acho que seria uma boa opção para matéria. Parabéns pelo site!
Oi Hugo! Não, não há maneira no momento de adquirir legalmente o Truvada. E, se acontecer para a PrEP o que já acontece com outros antirretrovirais, esses medicamentos deverão permanecer regulados e disponíveis apenas para quem estiver fazendo tratamento, gratuitamente – como já é o caso com soropositivos. O que é ótimo: com acompanhamento devido, a gente evita que as pessoas tomem Truvada sem a orientação devida, façam “PrEP na orelhada” e acabem se expondo a riscos por ignorância (vamos lembrar que o tratamento só tem essa eficácia toda se a pessoa toma o medicamento todos os dias). Agora, uns puxões de orelha para você. Primeiro, como assim “toda vez que a camisinha estoura”? Estourar camisinha não deveria ser algo recorrente – talvez você não esteja colocando a camisinha direito (veja como colocá-la aqui: https://www.youtube.com/watch?v=3xpymwUH-m0 ). Segundo, neurótico durante 6 meses por que? Eu suspeitaria que depois do incidente, você fica apenas remoendo o que aconteceu, sem tomar alguma atitude para acabar com suas preocupações, e depois de seis meses você supõe que, como não está sentindo nada, está tudo bem. ERRADO. Se a camisinha estourou, procure um centro de saúde público e peça a PEP (profilaxia pós-exposição), ou seja, peça para lhe darem um mês de coquetel antirretroviral como maneira de evitar que algum virus HIV que tenha entrado em contato com seu corpo lhe infecte. Com ou sem PEP, dois meses depois do ocorrido, volte ao centro de saúde de FAÇA O TESTE PARA HIV. Se vier negativo, você fica sem medo de estar infectado. Se vier positivo, você já entra em tratamento e segue sua vida normalmente. De qualquer maneira, você vai estar sendo responsável e evitando meses remoendo o que pode ter acontecido. Bj!
Outra matéria incrível!! Estou aprendendo muito. Muito obrigado!!!
Só teve gente “falando bem” da Prep? Nenhum contraponto? Passando longe de qualquer intrujice moralista, eu acho que esse tema dá uma boa discussão, hein? Sei lá, a matéria só faltou terminar com um “CORRA E ADQUIRA JÁ O SEU”, rs. Não se trata de crítica à matéria Marcio, eu só estou pensando, pensando… Essa história está parecendo uma coisa meio “inventaram a pílula da felicidade”…
Oi Dante! Acho que depois de 30 anos de terrorismo sexual (use preservativo senão você vai MORREEEEEEERRR!!!), realmente qualquer alternativa fica parecendo milagre mesmo. Sem dúvida com o tempo vamos encontrar relatos de gente que não curtiu fazer prep. No momento, ainda estamos sim numa euforia. Mas acho que é bom fazer esse tipo de relato, porque no momento aqueles que dizem que são contra a prep não é porque “não é bom PRA MIM”, mas porque acham que NINGUÉM DEVERIA FAZER PREP. Assim como mulheres optam por não tomar pílula e tomar outro tipo de anticoncepcional, com o tempo será mais tranquilo falar pra fazer prep, ou usar preservativo, ou o que mais surgir.
Não é nenhum milagre ou invenção da pílula da felicidade. O HIV e a AIDS, junto com o câncer, são as coisas mais estudadas no mundo dentro da biomédica e áreas correlatas. São pelo menos três décadas de intensos estudos, bilhões de dólares no mundo todos, os mais diversos métodos, muita troca de informação. E digo mais, é teoria da conspiração, mas eu acredito muito que naquele avião de derrubaram na Ucrânia com 100 especialistas sobre HIV/AIDS, um ano atrás tava a cura ou algo muito próximo dela. O mundo não tá parado só chorando suas dores ou menos ainda aceitando métodos e explicações metafísicas. Lembrar que a tuberculose, a gripe espanhola, o tifo, a varíola entre outras doenças não tinham cura e mataram milhões, foram considerados como a AIDS castigos divinos e outras baboseiras do gênero e hoje tem cura, estão erradicadas ou controladas.
As matérias sobre HIV e AIDS são excelentes. Parabéns & Sucesso!