“Veja”, Mainardi, Moura Brasil, Sheherazade “ne sont pas du tout Charlie”

Ao tentar colar sua imagem à da revista francesa atacada por terroristas, a revista e seus colunistas tentam se vitimizar às custas da tragédia alheia.

por James Cimino

Não há nada mais nojento do que o oportunismo que uma parte espúria da imprensa brasileira tem feito em relação ao lamentável ataque terrorista à redação da revista francesa Charlie Hebdo, que nesta terça-feira (7) resultou na morte de 12 pessoas, entre elas dez jornalistas e dois policiais.

Valendo-se de uma paralelismo canalha, oportunistas alçados à categoria de colunistas tentam agora associar a presidente Dilma Rousseff ao que aconteceu em Paris (como se em algum momento ela tivesse se declarado uma entusiasta do terrorismo) e comparam-se aos cartunistas do periódico francês – algo que só faz sentido na cabeça de pessoas sem qualquer capacidade de autocrítica.

É claro que estou falando da revista Veja e de seus asseclas Diogo Mainardi (hoje em blog próprio) e Felipe Moura Brasil (aquele que disse que homossexualidade era um tipo de neurose e que ninguém nasce gay), que em artigos escritos no dia da tragédia tentam, de maneira ofensiva à memória dos mortos, colar em si a pecha de perseguidos ou de vítimas de uma suposta censura terrorista, mesmo tendo a liberdade de atacar diariamente não apenas o governo como grupos que lutam pelo direito de ter seus direitos humanos respeitados. Felipe Moura Brasil, depois de defender Sheherazade e argumentar que todos os blogs que discordam dele são pagos pelo PT, ataca: “Os ataques petistas à liberdade de imprensa são movidos pela mesma intolerância à divergência, à crítica, à sátira que move os terroristas islâmicos, guardadas as diferenças de método e grau de criminalidade com que a colocam em prática”. Mainardi foi mais sucinto:

Não se deve negociar com os fascistas”.

Stéphane Charbonnier, editor-chefe do Charlie Hebdo, assassinado hoje em Paris, a propósito dos terroristas islâmicos.

“A melhor forma é o diálogo”.

Dilma Rousseff, presidente do Brasil, sugerindo negociar com os mesmos terroristas.

Desculpem, mas Veja não é Charlie, assim como Diogo Mainardi não é Charlie, nem Rachel Sheherazade, a quem Felipe Moura Brasil tentou arregimentar ao rol de vítimas em um de seus artigos infantis, para dizer o mínimo. Rodrigo Constantino e sua homofobia implícita em artigos canalhas tampouco são Charlie. Os pastores Marco Feliciano e Silas Malafaia também não. Nem Jair Bolsonaro, embora esses três últimos adorem se munir do artigo 5º da Constituição para defender seus pontos de vista fascistas – quando conveniente, claro…

Porque para ser Charlie é preciso, antes de qualquer coisa, coragem. E não apenas a coragem de ser irreverente e às vezes até ofensivo. Mas coragem de defender, acima de tudo, aqueles que são oprimidos.

E, neste sentido, se tem alguém que não é Charlie é a revista Veja. Aliás, se há algum paralelismo a ser feito entre esta publicação e os fatos ocorridos em Paris é com os terroristas, já que a especialidade desta revista é praticar terrorismo travestido de jornalismo. Estes artigos, que só faltam colocar um fuzil na mão da presidente da República, são um exemplo perfeito disso. Não apenas pela leviandade da afirmação, como pela hora mais que inoportuna.

Especialmente vindo de uma revista que apoia a “liberdade de expressão” de fundamentalistas religiosos, mesmo que não declaradamente (porque é covarde). Os mesmos “cristãos” que, se pudessem, fariam com o Porta dos Fundos a mesma coisa que os terroristas fizeram com o Charlie Hebdo. Ou será que eu estou mentindo quando digo que o pastor Marco Feliciano já tentou censurar os vídeos do coletivo de humor que satirizam a Bíblia? Ou será que eu estou mentindo quando digo que a revista apoia o discurso de incitação ao crime pelo qual Rachel Sheherazade foi processada?

Franceses homenageiam jornalistas mortos com a frase "Je suis Charlie" (Sou Charlie)

Franceses homenageiam jornalistas mortos com a frase “Je suis Charlie” (Sou Charlie)

Para ser Charlie, a Veja e seus colunistas, assim como Sheherazade, teriam que, antes de tudo, fazer um jornalismo contrário à opressão social. Contrário ao elitismo. Contrário ao conservadorismo. Contrário à homofobia que já expressou em suas páginas. Contrário a quase tudo o que ela faz. Portanto, vitimizar-se às custas da tragédia alheia não faz desta revista e de seus colunistas necessariamente vítimas. Se Dilma, que foi torturada em nome da liberdade, não é Charlie, a Veja tampouco é. Acredito que um dia já foi, quando assim como a presidente lutava pela liberdade de imprensa e pela restauração da democracia em um país sob ditadura militar. Mas hoje não é mais.

Aliás, querer ser protagonista do sofrimento alheio é uma ofensa não apenas às verdadeiras vítimas da tragédia lá na França. É também uma ofensa aos verdadeiros jornalistas que lutam para que seu trabalho tenha algum efeito positivo na sociedade.

E se formos fazer uma análise bem fria, nenhum veículo da imprensa brasileira é Charlie. Nenhum veículo de comunicação neste país teria colhões para publicar a charge em apoio ao casamento igualitário  que ilustra este texto, ou qualquer outra das charges do Charlie Hebdo. NENHUM.

Como bem disse o Rafael Campos Rocha sobre a morte do cartunista Wolinski: “quem o matou foi mais um desses patrulheiros filhos da puta, para o qual a causa (seja religiosa, política ou de gênero) não serve para LIBERTAR, mas sim para COIBIR, CASTRAR e DESTRUIR, além de, é claro, manter a sociedade de exploração, que vocês, moralistas de merda, precisam para continuar transformando a vida dos outros em um inferno”.

Portanto, vamos nos recolher à nossa tepidez, à nossa insignificância global, lavar os copos, contar os corpos e sorrir, porque ainda estamos vivos e ainda podemos tentar seguir o exemplo de jornalismo (e até de ativismo) que o Charlie Hebdo deixou.

“Vous n’êtes pas Charlie! Vous n’êtes pas du tout Charlie!”

UPDATE: O pouco que estudei sobre o islamismo me fez saber que, para eles, é ofensivo representar a figura do Maomé. EU NÃO FARIA. Mas, uma vez que pessoas são assassinadas em nome de uma tradição que não é delas, aí eu já fico simpático ao outro lado. É a mesma coisa de eu ser gay e querer matar todo crente que faz uma afirmação homofóbica ou todo machão estúpido que faz uma piada fora de lugar para me humilhar. Eu não quero matá-los. No máximo vou discutir com eles e ridicularizá-los. Não acho que o Hebdo era intocável nem infalível, mas a partir do momento em que eles foram mortos por causa de piadas consideradas ruins, me pergunto, como se perguntou o Arnaldo Branco, que porra de causa frágil é essa? Que porra de crença é essa que te transforma em um autômato incapaz de rir de si mesmo ou, em última instância, incapaz de produzir pessoas capazes de responder à altura, no caso, ridicularizando o Hebdo com charges igualmente contundentes?

Para mim, o humor que ridiculariza os fracos e oprimidos não é politicamente incorreto. É apenas ruim e ofensivo. O humor que ridiculariza os opressores, também para mim, é um humor agradável. Agora, o humor que eu mais aprecio é o humor que ridiculariza a todos, sem distinção, como por exemplo o “Family Guy”, que me faz rir de piadas que na boca do Danilo Gentili, por exemplo, seriam simplesmente homofóbicas. É preciso ter graça, antes de tudo. E, MINHA OPINIÃO, eu acho o islamismo uma religião MUITO opressora com LGBTs e mulheres, o que, de certa forma, me faz simpatizar com as sátiras do Charlie Hebdo. Hoje em dia, o que radicais islâmicos fazem com homossexuais no Iraque é de um requinte de crueldade abjeto. Marcam encontros, prendem os caras, estupram, fazem-nos entregar amigos, namorados, os mantém amarrados, com fome, por fim COLAM SEUS ÂNUS COM COLA QUENTE, OS FAZEM TOMAR LAXANTES, O QUE LHES DÁ DIARREIA E OS FAZEM EXPLODIR POR DENTRO. Não tô dizendo que eles são melhores ou piores que os cristãos, mas a charge de Jesus Cristo com o Espírito Santo enfiado no rabo não deve ter sido vista como “engraçada” pelos cristãos. E eu não acho que os islâmicos sejam uma minoria. Não mesmo. Isso quer dizer que eu ache que deva haver uma caça a muçulmanos? Não. Não disse isso, mas tampouco simpatizo com essa religião, assim como não simpatizo com nenhuma religião.

De qualquer modo, valeu ler esse ótimo texto do Rafo Saldaña, mostrando como o Charlie Hebdo era visto como opressor pela comunidade muçulmana na França. Grifo meu: “Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência (quantos trocadilhos com “matar” e “explodir”…). Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…”

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71 comentários

Antonio Alberto Mendes Ferreira

A respeito do último massacre em Paris …
Tudo depende do nível da Consciência Crítica !
Há um limite entre o humor e a ofensa;
há um limite entre informar e acusar;
há um limite entre informar e ” torcer ” o fato;
há uma diferença entre Deus,Religião, Igreja, Clero- profissionais da
Religião -, Crença, Fé, Seguidores e Ritos/Rituais;
há um limite entre ser partidário e ser obstinado/radical ao ponto de não aceitar a Realidade tal qual ela é … 07/01/2015

Washington

Ok. Vamos lá. Sou homossexual e acredito que posso apontar algumas questões.

“aquele que disse que homossexualidade era um tipo de neurose e que ninguém nasce gay”
Primeiro, que muitas lideranças e acadêmicos LGBTs também acreditam que ninguém nasce gay (ou hetero, mulher, homem etc). Se duvida, é só perguntar aos militantes queer, lésbicas feministas radicais e outros grupos. De qualquer forma, eu não nasci homem, brasileiro, gay, afro-brasileiro e qualquer outra coisa que eu possa ser. Essas identidades foram criadas antes de eu nascer e foram impostas a mim, sem direito de escolha. Um estudo publicado recentemente (inclusive a pesquisadora é lésbica) questiona as supostas bases genéticas da homossexualidade. http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=719307&page=-1 Querer exigir de um tal Felipe Moura Brasil (que nunca tinha ouvido falar) algo que nós mesmos desconhecemos ou nos contradizemos, é desonestos. Qual é o problema se a homossexualidade não fosse de nascença? Se fosse algo aprendido ou influenciado pelo meio e/ou circunstâncias? Teria algum problema?

Sobre a Rachel Sheherazade, ela deve ser bipolar. Ela defendeu a censura ao filme “Inocência dos Muçulmanos” e disse que a fé, qualquer que seja, deve ser respeitada. https://www.youtube.com/watch?v=53rDLLclso8

“Os mesmos ‘cristãos’ que, se pudessem, fariam com o Porta dos Fundos a mesma coisa que os terroristas fizeram com o Charlie Hebdo”
Sério que você escreveu isso? Que falácia argumentativa. Assim como vejo muitos muçulmanos no Ocidente e no mundo islâmico a condenar os atos terroristas, eu não posso concluir que cristãos queiram silenciar Porta dos Fundos.

“O pouco que estudei sobre o islamismo me fez saber que, para eles, é ofensivo representar a figura do Maomé. EU NÃO FARIA”
Gostaria de saber se você também faria uma sátira com símbolos cristãos, com imagens de Buda, Ganesh, com o espiritismo, com o candomblé etc. Só pra saber mesmo.

Bem, quanto a mim, eu não faria. Não faria porque tenho respeito pela fé alheia. Sou vegetariano e não simpatizo com as religiões que fazem sacrifício de animais. Mas procuro conversar, dialogar e convencer essas pessoas de que elas podem fazer de forma diferente. Quanto ao periódico Charlie Hebdo, penso da seguinte forma. Se você acha um desrespeito, não compre o jornal. Peça às pessoas para boicotarem. Faça uma manifestação na porta do Jornal. Faça charges que ironizem as crenças e ideologias defendidas pelos chargistas do jornal. Ponto. Eu posso criticar o judaísmo, fazer uma charge de Moisés, posso pegar a Torah (Bíblia judaica), um hamsa (amuleto judaico) e uma estrela de David e profana-los em uma manifestação (eu jamais faria isso, pra deixar claro). Posso ainda criticar as posturas do Estado judaico (Israel). Isso não me transforma em antissemita. Eu seria antissemita se desejasse a morte de pessoas judaicas, se eu as proibissem de exercer sua fé e identidade. O mesmo vale para muçulmanos, cristãos, budistas, ateus etc.

Mateus R.D.

Meu Deus, que texto cheio de ódio. Senti até um calafrio na espinha ao ler estas palavras. O mesmo ódio de quem matou os chargistas do “irresponsável e desrespeitoso” Charlie Hebdo é o ódio que motiva este jornalista a escrever este texto. Sem falar nas contradições…
Ninguém é Charlie porque Clarlie é nada. Charlie é a incitação do ódio, da falta de respeito, disfarçada de liberdade de expressão.
Sou completamente contra a censura, mesmo que seja para escrever bobagens como esta acima e expressar pontos de vista ofensivos. O que falta ao blogueiro é o que mesmo que falta a Veja, ao PT, a Charlie e a todo o ser humano (inclusive a mim): Respeito!!!!

Lamentável, assim como o atentado!!!

Rodolfo Reimberg

Cara vc conseguiu falar tata merda em um texto só que se eu fosse pegar cada merda dessas para argumentar e mostrar que vc está errado eu ficaria uma meia hora fazendo isso. Como eu tenho mais o que fazer e quase que não consegui ler todo o seu texto de tanto nojo que ele me deu. Só digo que vc me parece simplesmente um caso perdido de viadagem aguda.

James Cimino

Bom, Rodolfo, se a sua argumentação inclui maravilhas como essa “viadagem aguda”, acho melhor você se poupar mesmo do constrangimento.

Dio

Por favor exponha sua meia hora de argumentações, eu mesmo e outros leitores estamos curiosos.

Nossa

Caramba, quanta flexibilidade moral – e quanto ódio nesse coração, cara! Só o fato de existir um movimento homossexual e não existir um movimento heterossexual já denota o quão neuróticos vcs são. Somos todos irmãos e todos nós devemos ser respeitados pelo que fazemos de bom, não pelo que usamos para nos dar prazer. Att.,

James Cimino

Movimento heterossexual para quê? Para defender vocês de que? De ataques heterofóbicos? De grupos de extermínio contra heterissexuais? Para acolhê-los porque foram expulsos de suas famílias? Sério, conte-me mais sobre isso.

Leonardo

Além de mal escrito, quer ir na popularidade dos citados. Simples assim. Ignora os 100.000 cristãos mortos a cada ano no mundo por defenderem aquilo em que acreditam. Se fossem cem mil homossexuais mortos (e o número nem passa perto disso), estariam alardeando. Se fosse um blog sério, falaria de seriedades. Aqui só encontro falta de argumentação e coisas risíveis. Abraços.

James Cimino

100.000 cristãos mortos por sua religião aonde? Por homossexuais? Ou por fundamentalistas religiosos islâmicos? Vá cobrar essa conta deles, não de nós. E o número de homossexuais mortos é menor porque somos um grupo minoritário na sociedade. Proporcionalmente, morrem muito mais homossexuais por serem homossexuais que cristãos por serem cristãos.

Marcos

Muito bom texto.
Ponderado e muito sensato.
Está na hora de vocês pensarem em lutar na política, porque após ler as fracas críticas aqui vejo que ainda falta muito para a nossa sociedade.
Quando não têm argumentos simplesmente embutem coisas que não foram ditas ou distorcem o que foi escrito.
Não vou expor minha opinião ao texto, porque não quero ser prolixo, no geral está muito bom.

Rafael Ficto

UMA ESPÉCIE DE TERRORISMO NO BRASIL

Eu acho que terrorismo também é o que fazem uma gente espúria dos negócios na minha cidade. São rélis até, mas acreditavam enriquecer perseguindo a rua do lado em expansividade, que é a minha, mas o que ganham é apenas ênfase ou atitude, assim, sobrevém o psiquismo em alta para pré-escutarem e obterem informações secretas. Rondeiam onde vou, quer seja trabalho, parentes, amigos.

Tom

De tudo que já li sobre o assunto, eu acho que quem conseguiu resumir bem foi o Deputy Prime Minister Nick Clegg disse ontem numa rádio:
” …at the end of the day in a free society people have to be free to offend each other. You cannot have freedom unless people are free to offend each other. We have no right not to be offended. That fundamental principle of being free to offend people – and not saying somehow that you have a right not be offended in a democratic, open society such as ours is exactly what was under threat by these murderous barbarians. To even suggest that there is a rationale, an explanation, a motive that somehow absolves them or sheds greater light on such a horrific, cold-hearted, cowardly act, I find that outrageous.”

Deixei no original já que o dono do blog sempre defende que postar em inglês é apropriado.

James Cimino

Acho que em uma sociedade livre todo mundo tem o direito de fazer o que quiser, mas também tem o dever de pagar por suas atitudes, na Justiça. Terrorismo não. De qualquer modo, meu texto não defende o direito dos terroristas de serem terroristas, assim como não defendo o direito dos homofóbicos de serem homofóbicos. Mas se os homofóbicos acham que agredir homossexuais é “liberdade de expressão” ou, pior “liberdade religiosa”, agredir cristãos e muçulmanos também tem que ser. Só que isso se chama estado de guerra.

Dan

Taxar de “homofobico atrasado e preconceituoso” qualquer um que possua uma opiniao diferente e trata-lo exatamente da forma que supostamente lutam para nao serem tratados tudo bem? Ok entao, fuck logic.

James Cimino

Pessoas que passam a vida litando contra ou tentando converter homossexuais em heteros em nome de uma crença equivocada é ser homofóbico. N~çao se trata de opinião, porque opinião tem quem lê artigos científicos sobre o assunto e não apenas a Bíblia. Simples assim.

Verdade: a liberdade não é um tijolo unidirecional… « Livre pensar é só pensar!

[…] Ao fim do dia, os fanáticos de sempre, que usam púlpitos religiosos e publicações de gostos duvidosos para espalhar o mais ardiloso obscurantismo autodenominaram-se possíveis alvos de versões locais de terroristas – curiosamente, e não por acaso, os que hoje reagem aos pontapés a décadas, séculos de exclusão. Os candidatos a mártires são os mesmos que minimizam a barbárie e dizem ser compreensível amarrar jovens em postes, incitar estupro contra mulheres ou linchar suspeitos sem direito a julgamento. Era preciso uma dose extra dose de má-fé e desconhecimento para lançar o obscurantismo no colo de quem busca arejar o ambiente. Mesmo assim, muitos tentaram. E seguem tentando. (Em tempo: o amigo James Cimino escreveu sobre o tema AQUI) […]

Ivan

Cimino, vejo que você não crê em Deus. Ao menos no Deus cristão. Não tem problema, isso é um direito seu. Tenho amigos e amigas homossexuais e isso nunca foi um motivo para debates acalorados, muito menos para disputa de posse de uma suposta verdade absoluta.
O que você ainda não entendeu, do ponto de vista cristão, é que o homossexualismo é um ato inaceitável. Não há nada contra a pessoa, mas sim com sua conduta.
Você pode argumentar que o homossexualismo é algo inato. Tudo bem! É sua opinião e, nem você, nem eu, nem ninguém, ainda conseguiu provar isto. Mas, considerando que você esteja certo, ainda assim, do ponto de vista cristão, que se baseia na Bíblia, é algo inadmissível.
Isto não lhe impede acesso a outras religiões que aceitam sua condição! Você tem outras possibilidades, mas tentar mudar os princípios cristãos, isso você não conseguirá. Muito menos postando uma charge, que você mesmo declarou, que seria, certamente, ofensiva ao cristãos. Ou você se adapta aos princípios cristãos, ou busca uma outra opção que lhe atenda.
A charge, do meu ponto de vista, só incita à ira a quem a fez e a quem a publica.
Suponhamos que você não esteja interessado em qualquer religião, então, o fato de você postar a tal charge só demonstra intolerância e falta de respeito ao pensamento contrário.
Não vou entrar no mérito de seus comentários a respeito de Veja e de quem é ou deixa de ser Charlie.

James Cimino

Olha Ivan, você tem razão, eu não acredito no Deus cristão, embora eu tenha sido criado no cristianismo, que costumava dizer que Deus era um só. Mas, pelo jeito, as pessoas resolveram setorizar Deus de acordo com SUES VALORES HUMANOS. Ou seja, o que você ou os muçulmanos ou os judeus dizem sobre Deus é algo de acordo com a SUA INTERPRETAÇÃO. Eu não estou interessado, portanto, em fazer parte desses grupos, que inventam um moral que se adapta a suas necessidades de poder. Do ponto de vista cristão, também, muta barbárie foi justificada, como por exemplo a escravidão negra, citando aquela passagem do Gênesis em que Cã ri da nudez do pai. Nossa, belo Deus de misericórdia esse que não aguenta uma piada e sai por aí condenando uma etnia toda à escravidão ou que acha legal que pessoas matem cartunistas em seu nome. Portanto, não adianta você me dizer que do ponto de vista cristão a homossexualidade é inadmissível, porque isso é uma mentira repetida mil vezes, apenas. Quanto à homossexualidade ou a transexualidade serem inatas, acho que eu e todos os LGBTs podemo opinar sobre isso. Você não. Afinal, você só sabe da sua sexualidade, que aliás é sempre tida como inata, mas, como sempre, claro, essa lógica é parcial. Só funciona para você. É sempre “eu nasci hetero, mas você não nasceu gay, você nasceu hetero, porque Deus só fabrica heteros e resolveu ser gay por influência do diabo”. Você não sabe disso. Você só sabe que nasceu hetero. E, se eu em algum momento fui ensinado a ser gay, essa lógica serve igualmente a você, que foi ensinado a ser hetero. Acontece que eu fui ensinado a ser hetero, mas eu não era hetero, portanto não funcionou. Eu não estou interessado em religiões, nem estou buscando ser aceito por elas. As pessoas têm o direito de serem o que quiserem, inclusive ignorantes, intolerantes e acríticas. Isso, no entanto, não lhes dá o direito de impor seus dogmas a toda uma sociedade só porque sua maioria prefere ler a Bíblia a ir pra escola desenvolver seu pensamento lógico e seu raciocínio científico. Eu não quero mudar os cristãos. São os cristãos que querem mudar todo mundo. Vocês que querem converter as pessoas a esse obscurantismo. São vocês que vão ao Congresso usar seu obscurantismo para legislar em causa própria, impondo uma doutrina que em países onde os níveis educacionais são elevados está morrendo de inanição. Não atribua a mim e aos LGBTs atitudes que vocês tomam. Tanto é verdade que os iranianos não permitem a entrada de evangélicos em seu país porque essa gente não se conforma em ser crente em seu Deus apenas, têm que tentar converter todo mundo. Não aceitam que existem outras INTERPRETAÇÕES DE DEUS, assim como esses mesmos clérigos não admitem que haja outras formas de se chegar a Deus ou à ideia inata e inerente ao ser humano do que é Deus. E, meu caro, dizer que o cristianismo nunca irá mudar é uma afirmação que você não pode fazer. O papa Francisco está provando isso a cada dia. Quanto à charge, ela deve ser bem ofensiva aos cristãos, que têm pavor de tratar o sexo com a banalidade devida, mas ela serve para provar o quanto a ética cristã é seletiva quanto à liberdade de expressão. Quando queremos aprovar uma lei que pune atos de homofobia, nos mesmos moldes da lei que pune atos de racismo, cristãos empunham suas Bíblias e vão às ruas gritar em prol de sua liberdade de expressão, que eu chamo de liberdade de opressão. Agora, quando uma revista ou um canal de humor, ironiza, ridiculariza sua religião, os mesmos cristãos saem em defesa da censura. Eu acredito que liberdade de expressão tem limites, para todos os lados. Inclusive isto está na Constituição. Portanto, enquanto os cristãos se acharem no direito de nos agredir, de nos atacar, de nos impor sua doutrina, eu me sentirei no direito de publicar uma charge como estas aqui.

Dan

Legal é que o ninguem dava a minima para o Papa nem para o que ele dizia. Ai ele começa a dizer tudo o que a pressão politica gayzista tão tendenciosa e manipuladora quanto Silas e Feliciano(e não os homosexuais de bem) querem ouvir, e todo mundo passa a ouvir e dar credito ao Papa. Lamentavel.
E quando a vc achar que se uma pessoa tem uma atitude errada, vc tambem se sente no direito de agir da mesma forma errada e preconceituosa é otimo. Realmente é a forma mais madura e inteligente de lidar com as diferenças. Parabens SQN.

James Cimino

Ai, “homossexuais de bem”, sério, derreti de tanta preguiça. A gente continua não ligando pro papa, mas quem liga vai parar de pensar as merdas que pensava sobre “homossexuais de bem”, hahahaha! É bom, não é? Só se eu fosse um ignorante inflexível pra achar isso ruim. Ponto pra ele. A gente aqui muda de ideia quando é o caso Dan, não existe nada pior que gente com opiniões monolíticas e imutáveis.

James Cimino

E caso você tenha alguma dúvida sobre isso, aqui um texto que critica as charges do Charlie Hebdo, mas que diz que um discurso também é capaz de matar. O que faz de cristãos que demonizam homossexuais igualmente responsáveis pelas mortes por homofobia. “Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas.

No artigo do Diário do Centro do Mundo, Paulo Nogueira diz: “Existem dois tipos de humor politicamente incorreto. Um é destemido, porque enfrenta perigos reais. O outro é covarde, porque pisa nos fracos. Os cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo pertenciam ao primeiro grupo. Humoristas como Danilo Gentili e derivados estão no segundo.” Errado. Bater na população islâmica da França é covarde. É bater no mais fraco.

Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus. Isso me lembra o já citado gênio do humor (sqn) Danilo Gentilli, que dizia ser alvo de racismo ao ser chamado de Palmito (por ser alto e branco). Isso é canalha. Em nossa sociedade, ser alto e branco não é visto como ofensa, pelo contrário. E – mesmo que isso fosse racismo – isso não daria direito a ele de ser racista com os outros. O fato do Charlie Hebdo desrespeitar outras religiões não é atenuante, é agravante. Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.

“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça francesa tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.

“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados – como o racismo ou a homofobia – isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim.” O texto na íntegra aqui: http://emtomdemimimi.blogspot.com.br/2015/01/je-ne-suis-pas-charlie.html

Cauê

Isso é o sujo falando do mal lavado. Quem são os reis do oportunismo é o PT. Qualquer pequeno fato que acontece eles são os primeiros a tomar pra eles e capitalizar em cima disso pedindo controle de mídia ou qualquer outra coisa que esteja na agenda deles. Um exemplo recente e bem bobinho é o da exibição do filme Tim Maia na Globo, que foi exibido com cortes e depoimentos (uma cagada, realmente). O que o PT fez? Pegou seus blogueiros pagos para que dissessem que é preciso regulação de mídia, afinal, a família Marinho é a grande vilã do Brasil. Como se a exibição de um FILME tivesse alguma ligação com o JORNALISMO da emissora, que nem estou dizendo que é ótimo pois não sei, não assisto, mas as linhas auxiliares do PT, como você, já trataram de misturar tudo e dizer “tá vendo? precisa regular mídia”. E isso é um exemplo banal, tosco. Poderia citar vários outros.
Então, publique seus xingamentos à oposição do PT como fez sugerindo que são oportunistas, mas não pense que esquecemos que são vocês, petistas e linhas auxiliares, quem capitalizam em cima de qualquer coisa para benefício próprio e crescimento no poder. Reis do Oportunismo: já podem pegar vossas coroas.

PS: isso, sem falar, que a presidente que você tanto gosta está se fazendo de indignada com o ocorrido, mas por aqui quer implementar controle (censura?) de mídia; não abriu a boca pra falar um A sobre o atentado que a editora Abril sofreu por conta da capa em outubro (quem ouviu ela ou qualquer pessoa do partido dela falar um A sobre isso? quem ouviu alguma linha auxiliar, tipo você, falar qualquer coisa? eu não ouvi); cortou verbas da Abril e da Globo pois disse que são “mentirosos” (baseado no que ela diz isso? só por que são oposição então são mentirosos, merecem parar de receber dinheiro que não é dela, e sim PÚBLICO?); e Dilma e seu partido apóiam o Hamas e outros terroristas, como esses que atacaram o jornal francês, e acho que você sabe muito bem que o Hamas mata gays em praça pública simplesmente pelo fato de serem gays.
Abs.

James Cimino

Bom, não sei se você leu ou sabe ler, mas o meu texto diz que no Brasil nenhum de nós é Charlie. Eu, inclusive, portanto o que serve para a Veja serve para qualquer veículo de imprensa nacional, exceto talvez pelo Pasquim, que foi extinto por falta de patrocínio, já que ninguém nesse país moralista tem coragem de bancar algo do gênero. Este é o fechamento do meu texto. Posto isso, vamos a sua “petização” das coisas. Em primeiro lugar, prove que eu ou meu sócio recebemos qualquer dinheiro do PT ou de qualquer partido e empresa. PROVE! Porque, realmente estamos precisando de patrocínio. Em segundo, sobre o filme do Tim Maia, é um documentário, portanto é jornalístico, ou seja, tem compromisso com os fatos, não com o contratado da emissora. Isso, por si só, justifica a regulação da mídia? Não. Mas o que justifica a regulação ECONÔMICA, NÃO EDITORIAL, da mídia, é a concentração e o monopólio dos meios de comunicação nas mãos de poucas famílias. Eu sou a favor disso. Porque isso trará pluralidade de opiniões e pensamentos. A não ser que você ache normal que em uma cidade como o Rio de Janeiro exista apenas um grande jornal, que por sinal é do mesmo grupo econômico que é dono da maior emissora do país. O Extra, jornal popular, também é do mesmo grupo. Sobra na concorrência “O Dia” e o “Meia Hora”. Super justo, né? Super democrático, né? Vamos a SP. A maior cidade do país. Mais de 11 milhões de pessoas. Quantos jornais que pertencem a quantos grupos econômicos? Estadão, que tá mais pra lá do que pra cá. Agora, Folha e UOL, do mesmo grupo, Diário de SP. JT, que era do Estadão, acabou. O que sobrou? Sobre o PROTESTO que houve em frente a Abril, que por sinal também está desaparecendo, tendo na semana passada entregue metade do prédio da marginal Pinheiros, eu sou apenas contrário à depredação que houve de alguns elementos da entrada. Não houve invasão, não houve morte, portanto não foi um atentado. Agora, me admira você reclamar que o governo cortou verbas da Abril e da Globo, mas reclama que o PT financia blogs (aliás, quais, tem a lista com recibos e folhas de pagamento ou só tá repetindo o que o Lobão diz toda vez que alguém o expõe ao ridículo?). O governo de SP continua assinando a Veja, e apenas a Veja, para distribuição em escolas públicas. Mas não são vocês que são contra isso? Ou é mais um exemplo de ética seletiva. Liberdade de expressão pra quem concorda comigo, apenas? Financiamento governamental apenas de quem atende aos meus interesses? Quanto a Dilma e o PT apoiarem o Hamas, gostaria de um link com o pronunciamento. Porque links de blogueiros de direito dizendo que ela apoia, e de esquerda dizendo que o Hamas parabenizou o “gesto de apoio à diplomacia” entre árabes e judeus eu já vi. Então, meu caro Cauê, sair escrevendo o que se quer na internet é fácil. Mas provar é que são elas. Meu texto tem vários links provando o que eu escrevi. Você é só mais um comentarista de internet que não passa dos títulos e sai repetindo o que lhe convém.

Cauê

James, agora eu quem duvido se você sabe ler, pois me aponte em qual momento eu disse que teu site recebe patrocínio do governo. Disse bem claramente que é LINHA AUXILIAR (que apóia de graça, não sei se cumprimenta ou se dou risada), e acho que eu não preciso te explicar o que é isso pois você sabe o que é. Guarde os seus “prove” “prove” em capslock para outra ocasião.
Esse papo de que a regulação de mídia é econômica apenas, que tirará a mídia apenas das mãos das famílias Civita e Marinho para espalhar para mais gente não cola. Cola com os entusiasmados, PSOListas, fãs da Luciana Genro e etc, mas com qualquer um que acompanha notícias sobre o resto da América Latina, no qual a historinha começou com o mesmo conto do vigário, não cola. E você parece ser esperto, sei que sabe bem do que tá rolando por lá, que esse conto do vigário o próprio Rui Falcão já desmentiu dizendo que “com a regulação da mídia, o governo poderá decidir quais assuntos são relevantes a serem tratados e quais não”. Não preciso colar fonte nenhuma aqui, rápida busca no Google prova tudo isso, e outra: VOCÊ SABE. Não seja cínico, vai.
Então o tanto que picharam e destruíram a fachada da Abril foi apenas um PROTESTO, já que não houve invasão? Interessante. Acredito que se fizessem o mesmo na porta da sua casa, por não gostarem de algo que você publicou aqui, você não ia gostar. Ia dizer que isso é coisa de uma direita facista, que isso é violência, que isso é terrível – e eu conrcodaria. Mas, como foi na sede da Abril, legal, e legal também que ela esteja desaparecendo, como você aparentemente comemora. Mais gente desempregada num mercado ameaçado… triste que tenha quem fique feliz com isso, só porque a principal revista deles faz parte da oposição ao partido que você tanto gosta.
E eu me incomodo sim com o corte de verbas, pois eles estão sendo bem sacanas cortando verba somente de quem os critica. Você tentou lançar esse desafio sob mim mas na real ele se volta é para você, apoiador do PT: “Financiamento governamental apenas de quem atende aos meus interesses?”. Sim, é isso que o PT faz: financia apenas quem faz propaganda deles, não com o dinheiro deles mas sim o dinheiro do povo. Cortaram verbas dos que os criticam, mas seguem enchendo a conta de quem os apóia, como a Rede Brasil, Carta Capital, ou o blogueiro Sakamoto (desse tem tudo que você pediu disponível no Google, recibo, declaração, contando a alta grana que ele recebe pra puxar saco do PT – se eu fosse você ficaria indignado por você estar fazendo o serviço de graça em postagens como essa, enquanto ele ganha e não é pouquinho hein?). Qualquer um bem informado sabe disso e as provas estão pela internet, todos já viram. Me admira você que, como disse, precisa de patrocínio, achar legal isso, ou fingir que não está vendo. Não cola não.
Sobre o Hamas, não se faça de desentendido também. Sabe bem da camaradagem entre o PT e o Hamas e outros grupos que são assassinos de homossexuais. Me admira você, dono de um site que é a favor da causa homossexual, apoiar um governo que se relaciona com grupos que exterminam homossexuais. Como esses fanáticos loucos que atacaram o jornal francês.
Ataque esse que vem sendo aproveitado pela pau mandado da Dilma a favor do PT, que é justamente o que você critica em sua postagem dizendo que a oposição está fazendo. Dilma chega e diz “estou indignada com esses ataques, ferem a liberdade de imprensa”, justamente para que linhas auxiliares como você possam dizer “tá vendo só, ela é a favor da liberdade de imprensa, como que pode tá querendo censura de mídia?”
Pensa que não dá mais pra sacar os truques, é?
Exerça a vontade seu direito de ser linha auxiliar, apoiar o PT e fingir que não está vendo as coisas. Mas lide que agora existe uma oposição que já é metade do país, como mostraram as últimas eleições, que sacaram a jogatina e não se calarão, como vcs tanto sonham.

James Cimino

Ah Cauê, é isso que todo partido faz na nossa republiqueta. Ou o PSDB fazia diferente quando estava no poder? O PSDB anunciava na Carta Capital? Na Caros Amigos? Não. Então, não finja você que PT, partido pelo qual não nutro nenhuma simpatia, talvez alinhamento político, mas isso nada tem a ver com o partido, mas com minha ideologia própria, é a bruxa má do oeste. Nenhum partido presta. Nenhum. Assim como NENHUM veículo brasileiro é comparável ao Charlie, apenas o Pasquimm foi, como já disse. O que eu questiono não é tanto o financiamento do governo, mas é uma revista (com a qual você concorda, pelo jeito) que adora criticar cotas, financiamentos governamentais, bolsa família, que estampa um tratado sobre livre mercado e livre iniciativa no saguão de entrada do prédio onde ela agoniza graças ao mau jornalismo que pratica e à audiência tóxica que cultiva ficar toda putinha por perdeu anúncios do governo. Afinal, você defende o livre mercado ou a estatização? Eu defendo cada caso um caso. Para educação, saúde, energia, água e serviços básicos de infraestrtura, Estado, para o resto, iniciativa privada. E não sei nada sobre camaradagem entre o PT e o Hamas. Mas, se existe um partido que lutou e ainda luta pela causa LGBT, que foi autor de TODOS os projetos de lei que defendem os nossos direitos, foi o PT e agora o PSOL. Inclusive a lei estadual contra homofobia aprovada pelo Alckmin foi criada por um deputado do PT. Agora, o PT no governo é outra coisa, porque no governo, neste sistema político idealizado pelos amiguinhos da Veja, que sempre governaram o país, você tem que lidar com canalhas de todos os tipos, do PT, da bancada evangélica, do PSDB, do DEM e por aí vai. Então, não venha me dizer que o PT é o grande vilão da nação porque como na “Revolução dos Bichos”, a diferença entre opressor e oprimido, oposição e situação, é só uma questão de referencial e posição. Inclusive, pessoas alinhadas com o seu tipo de pensamento, leitores da Veja, volta e meia têm ido às ruas pedir “intervenção militar” e censura. Mais uma vez: se for do lado de lá pode? Como eu disse, eu sou a favor da quebra de monopólio da mídia sim. Sou a favor que políticos sejam proibidos de ter consessão pública de meios de comunicação. Sou a favor que os Marinho, os Sarney, os ACM percam seus pribilégios e que se abra um processo seletivo justo e idôneo (o que, aqui no Brasil, acho difícil que aconteça, porque o nosso país no conjunto é corrupto. Nossos políticos são apenas reflexo da nossa população). Mas eu, que já trabalhei alguns meses na Veja, sei como aquele jornalismo canalha funciona por dentro e sei também que se a Abril está desaparecendo é por alguns outros motivos além do econômico, como o péssimo jornalismo que fazem, a decadência da imprensa em geral e o alto índice de analfabetismo funcional, que, aliás, foi promovido pelo PSDB durante os oito anos em que esteve no poder, permitindo a abertura dessas uniesquinas e retirando verba do ensino público, sem falar nessa maravilha criada pelos tucanos chamada aprovação automática. Agora, não me comovo com o fim da Veja, porque sei que o que ela faz não é jornalismo. A Veja é tão panfletária quanto o aquele jornal sei lá o que da causa operária. Não vai fazer falta. E quando uma coisa morre, nasce outra. É dessas crises que nascem as boas e novas ideias. Quem protestou contra a Veja naquele dia foi por algum motivo. E este motivo, se bem me lembro, foi uma (cof!) reportagem que eles soltaram bem na véspera do primeiro turno, com acusações não provadas até hoje. Tipo aquele debate Collor x Lula, que foi bem editadinho em 1998, lembra, né? E não, não sei de camaradagem nenhuma entre o PT e o Hamas. Quero provas, porque como jornalista eu preciso de provas pra acusar qualquer pessoas de qualquer coisa. E “tá aí na internet” não é o tipo de jornalismo que eu pratico. Na internet também estão as fraudes, os photoshops e as manipulações. Acabei de digitar no Google e o único partido que apoia o Hamas é o PCO. Nenhum veículo sério publicou algo nesse sentido. Na Veja, nem Reinaldo Azevedo afirma isso. Tem apenas um post dele falando que a PF tem documentos que provam ligação do Hezbollah com o PCC e o que governo sabe e bla bla bla bla. As provas? O processo na Justiça? Não tem. E o ataque vem sendo aproveitado pela Dilma? Ela deu uma declaração no dia e ponto. Agora a Veja, mil posts se fazendo de coitada. Rachel Sheherazade falando que o Charlie Hebdo é como a COMBATIVA Veja. Ah, faz me rir. O Charlie Hebdo não atacava sempre os muçulmanos, pelo menos não tanto quanto atacava a Marine Le Pen e sua corja fascista, que a Veja, certamente, apoiaria. E meu ponto no texto é esse. A Veja é mentirosa e canalha a ponto de se aproveitar de morte de gente que não tem nada a ver com ela pra se fazer de coitada, porque tá vendo que a vaca tá indo pro brejo. E se metade da população não acredita mais no PT, a parcela que acredita na Veja é ainda muito maior. E não se engane, meu caro, se o PT criar um tipo de regulação que censure editorialmente qualquer veículo, saiba que eu serei o primeiro a combater, porque ao contrário do que seu intelecto binário pensa, eu não faço o que o PT manda, mas o que eu acho que devo fazer. A Veja fala de censura, mas nunca foi censurada pelo PT. Só foi censurada pelos militares na época do golpe, gente que hoje ela aplaude, como o Bolsonaro. E sobre a frase do Rui Falcão que você postou aqui, digitei no Google também e não apareceu nem a frase ipsis literis em NENHUM VEÍCULO SÉRIO, nem Folha, nem Estadão, nem Globo e nem a Veja, veja só, tem qualquer aspa nesse sentido. Só apareceu um post de um blog chamado Ceticismo Político falando da censura a Rachel Sheherazade. É isso, meu caro, liberdade de expressão tem suas consequências, você deve poder falar o que quer, mas tem que se preparar para ouvir o que não quer ou até ser punido por isso. Tá na Constituição. Artigo 5º. Não foi o Pt que inventou nem eu. E se você quer comparar o Brasil com a Venezuela, aí é uma neurose sua e um complexo de inferioridade patético, porque eu comparo o Brasil apenas com os países desenolvidos, por isso exijo do Brasil, como cidadão, que se busque aquele modelo, não o da Venezuela. Mas até o porto de Mariel, que virou jargão na eleição com aquele ridículo “vai pra Cuba”, acabou se provando um puta investimentão, hein? E quem vai lucrar? O Brasil. Por fim, se você acha que metade do Brasil “está vendo as coisas”, explique porque o seu candidato perdeu a eleição, não apenas no Brasil, como em seu Estado natal. Eu explico, porque entre a “terrorista” que governa fazendo um monte de merda e o playboy que mais fica no Rio que em BSB, o povo preferiu a primeira. Agora vamos ver na próxima eleição se teremos uma alternativa ao PT e ao PSDB ou se vai ser, de novo, mais do mesmo. Espero que não tenhamos mais do mesmo.

matheus

Olá James, peço licença para me intrometer na conversa. Sou fã assíduo do site e adoro os seus posts e do Marcio. Concordo com tudo que você disse mas uma coisa me chamou atenção, quando as pessoas falam em regulação econômica da mídia parece que é errado as empresas serem fortes e poderosas. Em qualquer lugar do mundo EUA,Canadá,Austrália e Europa dois ou três e não mais que isso grandes grupos tem o monopólio da informação, isso parece errado mas é justamente o contrario pois quanto mais rico e poderoso, mais independente do governo ele será para poder ser critico. No caso brasileiro nem chegamos perto dos países desenvolvidos pois como você mesmo disse a própria veja é dependente de verbas governamentais do PSDB estadual paulista. uma coisa que poucas pessoas sabem é que os grupos de televisão são só donos das emissoras centrais, o que é completamente errado já que as retransmissoras estaduais pertencem as famílias coronelistas como Sarney-collor-alves-magalhaes e assim em quase todos os estados. a regulação da mídia brasileira deveria se dar neste viés de tomar a força mesmo por meio de decreto presidencial as retransmissoras e repassa-las as suas matrizes. Por fim concordo com você que se deve regular a mídia mas no sentido contrario de fortalece-las já que estes grupos são o quarto poder e pra mim o mais importante já que fiscalizam os outros 3. Uma curiosidade você ou o Marcio conhecem o sistema midiático maranhense? ele resume tudo que eu disse, lá a afiliada da globo é do Fernando Sarney a do SBT de um sobrinho a afiliada da Record de um primo a band de um tio e os jornais impressos todos da mesma família. A explicação que todos procuram para entender os 50 anos de poder deles lá é isso a mídia local mostra para o povo o Maranhão como se fosse a Noruega e o clã como se fosse a família real.

João

Cimino é sempre bom ler um texto bem escrito, e isso você faz muito bem. Agora peço sua licença, pois minha intervenção modesta aqui diz respeito ao que escreveu o leitor Cauê.
Cauê achei muito interessante sua observação sobre oportunismo do PT. Esclareço que não falo aqui na perspectiva de defesa de qualquer associação ou legenda partidária, seja da chamada esquerda, direita, coluna do meio ou qualquer outro nome que queiram dar. Apenas venho aqui comentar um fato recente que está acontecendo agora no DF e que corrobora com a ideia expressa pelo leitor Cauê.
O DF teve nos últimos 4 anos um governo petista, comandado pelo Sr. Agnelo Queiroz, aquele mesmo que foi Ministro dos Esportes. Pois bem, o governo do PT está sendo apontado pela população como a pior gestão que o DF já teve. Mesmo após as gestões do ex-governador Roriz, e os problemas fundiários que ele deixou, mesmo após os escândalos da Caixa de Pandora no período do ex-governador e ex-presidiário José Roberto Arruda. O governo petista foi tão ruim que o então candidato a reeleição Agnelo não chegou nem a ir para o 2º turno. A situação foi tão vexatória que quem disputou o segundo turno com o vencedor e atual governador Rodrigo Rollemberg, foi Jofran Frejat, que substituiu no final da disputa no 1º turno o então candidato José R. Arruda (é ele mesmo tentando de novo), que foi impedido de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa.
E o que isso tem a ver com o texto do Cauê. Explico. Quem acompanha os jornais sabe que o Governo Agnelo deixou Brasília na bancarrota, falido, sem dinheiro no caixa e devendo funcionários, e não só salários não foram pagos, mas nem mesmo o 13º foi pago, sem falar nos contratos sem pagamento, que vão de limpeza urbana a fornecimento de alimentação para os hospitais. Um verdadeiro caos instalado. Sabem o mais irônico disso tudo? É que agora depois de 4 anos em que os sindicatos comandados por petistas, ficaram caladinhos, deixando o governo fazer o que queria, onde vários sindicalistas estavam ocupando cargos comissionados e de chefia no governo, que com a posse do novo governo a pouco mais de uma semana perderam suas mordomias. Agora estão convocando os trabalhadores de forma raivosa, “valentes”, exigindo que o atual governo Rollemberg, esse mesmo que assumiu a poucos dias, faça o pagamento imediato dos salários e contratos que não foram pagos pelo governo petista que largou Brasília entregue as baratas. Isso é que é lição de oportunismo ou não é? E os deputados do PT que agora querem sair as ruas para fazer coro com os mesmo sindicalistas que passam 4 anos em uma relação simbiótica com o governo, o que antigamente a gente chamava de peleguismo. Mais uma vez é ou não é uma lição de oportunismo dos companheiros?

Um abraço Cauê e Cimino.

James Cimino

Pois é, João, é oportunismo também, porque todos os políticos, não só os do PT, são oportunistas. Mas aí eles não estão usando gente morta para se autopromoverem. Minha crítica é essa. Agora, falando em falir Estados, o Paraná, meu Estado natal, também faliu. Ano passado estavam sem dinheiro para botar gasolina nas viaturas policiais e ambulâncias. “Veja” publicou algo sobre isso? O governo de lá é tucano, aliás.

Cauê

James, João e Matheus,

Perdão pela demora em retornar. Quanto a revista Veja, de vez enquando até leio, mas não sou leitor assíduo. Acho importante haver uma revista que assumidamente seja da oposição. É parte da democracia haver um grupo no poder e um grupo de oposição. A Veja sobrevive sem as verbas estatais? Sobrevive. Mas induzir a isso, ou como você fez, dizer “um absurdo é a Veja ficar putinha de parar de receber verba do governo” não passa de truque de desvio de atenção, para que saia de foco o que está acontecendo: o governo continua pagando quem fala bem dele, mas deixa de fazê-lo com a oposição. Pra oposição fecham a mão, para os lambedores deles enchem os bolsos por mais lambidas. Ou só por que é oposição a revista precisa ser tratada diferente, ou então, carimbada na testa um “MENTIROSOS”? Só falta me dizer que é a favor daquele software que o PT está com planos de criar, no qual será detectado quem está “promovendo crimes de ódio na Internet”, o que, claro, só valerá para quem não é petista ou linha auxiliar.
Link já que você exige fontes: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-12/3a-cedo-governo-vai-usar-software-contra-crimes-de-odio-na-internet

A respeito de livre mercado e estatização, tenho a mesma opinião que você. Igual.

Não caio no conto do vigário de que PT é amigo dos homossexuais. Não que seja inimigo. Mas são oportunistas. Naquele caso em que a Marina Silva tinha a criminalização da homofobia no plano de governo e tirou por causa daquele doente do Malafaia, o que a Dilma fez? Na hora “EU! EU! Eu vou criminalizar”. Por que não o fez antes? Por que não falou antes? Não sou homossexual mas tenho um irmão gêmeo que é. Vi vários amigos dele dizendo que agora eram Dilma pra sempre por causa disso. Um grande desrespeito da parte dela aos homossexuais, por usá-los como massa de manobra pra ganhar votos. Plano de governo do PT, nesse ponto em específico, por sinal, tinha uma linhazinha de nada dizendo que “continuaria propondo a igualdade”. O do PSOL idem. Até, quem diria, o da Marina Silva, mesmo após o Malafaia esperniar, estava mais específico, definido e explicado quais seriam as pautas.
Ah, sim, o partido que você diz ser o responsável por conquistas aos homossexuais e etc receberam com todas as honras Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã na época, onde, até hoje, homossexuais são mortos por serem homossexuais. Será que Dilma e o PT se importam tanto assim com os homossexuais ou só estão se aproveitando deles para continuar no poder?
Também lembro que o PT, nas vésperas da eleição, utilizando os homossexuais como massa para votos novamente, fez um evento na Praça Roosevelt aqui em São Paulo onde chamaram inclusive o Jean Wyllys (de um partido que se diz oposição ao PT, mas como oposição se ele estava num evento de apoio ao mesmo, com o Suplicy?), e o que foi dito nesse evento? Que se o PSDB ganhasse voltaria a tona o ódio aos homossexuais. Como assim? Que poder é esse que o Aécio teria de fazer isso? Como ele ia mudar a cabeça de toda uma população assim?
Uma conquista que é SOCIAL, o PT toma pra ele e diz “é minha”. Os homossexuais atualmente são mais respeitados do que há anos atrás, ainda bem, mas isso é graças ao PT? Ou é uma conquista social, é uma conquista da população? Isso é puro oportunismo, pegar uma coisa e falar que é mérito DE UM PARTIDO. Não caia nessa, você parece ser um cara inteligente. Fizeram isso na Copa: disseram que a Copa foi bonita por causa de um PARTIDO, quando na verdade o mérito foi dos hóteis, dos times, da população brasileira que foi hospitaleira. Não de um PARTIDO.
E a sua crítica na postagem é justamente o oportunismo. Repito: reis do oportunismo são o PT, coroados e tudo o mais.
“Mas no caso do Charlie é oportunismo com gente morta, seu idiota”. Sim, mas o PT TAMBÉM está capitalizando e muito em cima disso aí. Aproveitando pra pedir a tal regulação da mídia, e aí cai no que o Matheus e João vieram falar.
Não acredito nessa lorotinha de regulação econômica de mídia porque foi exatamente como ocorreu nos países vizinhos que hoje estão na merda.
Aqui tá bem explicado como funciona o truque: vão tornar as mídias mais dependentes ainda do governo, para que possam lamber eles cada vez mais:
http://lucianoayan.com/2014/10/29/rotina-de-censura-regular-economicamente-os-meios-de-comunicacao-nao-e-controle-de-conteudo/

Em suma, uma tradução do que é a tal regulação de mídia tão boazinha e amigável:
“é uma forma de censurar a opinião divergente a partir da pressão econômica sob meios de comunicação cada vez mais vulneráveis às verbas estatais.”

Coisa que já vem acontecendo, inclusive…

E por favor, não venha dizer que estou aliado aos loucos que ficam pedindo “intervenção militar”. Sou da oposição ao atual governo sim, por estar enxergando o projeto totalitário deles, mas não me inclua na mesma laia dos que querem intervenção militar. Ou é um daqueles que vi dizendo “poxa, o Lobão falou que não quer intervenção, não entendi nada”. Se isso não é ser desinformado, é ser cretino – Lobão, no alto do trio elétrico da manifestação disse “vocês que estão pedindo intervenção militar nao são bem vindos aqui”. Não tem essa de “engrossar o coro”, “fazer número”: não são bem vindos e pronto.
Vai fazer como o CQC que foi na manifestação que era contra a Dilma e vendeu a mesma como se fosse uma manifestação por intervenção? Entrevistando um paspalhos que não sabiam nem falar direito e dizendo “esse aqui é o nível da oposição”? Tenha dó. Quem tá pedindo intervenção são uns doentes e na minha opinião são até engraçados, bisonhos. Eu quero é democracia, e mais democracia, sem software do governo monitorando o que desagrada, podendo livremente ter um confronto de ideias como este aqui.
E completamente de acordo: espero que em 2018 saiamos dessa polarização. Fiz minha parte colaborando pra isso no primeiro turno, mas não deu… pena.

Abraço para você, e para João e Matheus.

James Cimino

Cauê, vou te responder apenas o trecho sobre o PT ser “amigo” dos gays. Não tenho ilusões sobre isso. O PT usou o projeto de lei que combate a homofobia por oportunismo eleitoral? Sim. Mas eu, quando declarei aqui que a melhor opção era votar na Dilma, para um LGBT, foi exatamente um tipo de oportunismo meu em relação às nossas demandas. Por quê? Simples: se Malafaia, Bolsonaro e Feliciano estavam contra Dilma, nada melhor que eu votasse contra quem eles apoiavam. Isso se chama estratégia política. Se Dilma no primeiro mandato estava comprometida com o apoio destes, no segundo, pelo menos ela não teria obrigação de agradá-los. A Marina, desculpa, uma evangélica que ao primeiro latido do Malafaia se encolheu, desculpa, mas não dá. Sobre o PT receber o Ahmadinejad, eu vejo isso como diplomacia. Você acha que se o Brasil se declarasse inimigo do Irã o que aconteceria aqui? Provavelmente o que tem acontecido na Europa e nos EUA. Prefiro assim, enquanto eles nos tiverem como amigos, não seremos alvo de terrorismo. E o Irã, veja só, é um país que condena homossexuais à morte, mas que aceita e até financia parte das cirurgias de readequação sexual para transgêneros. Irônico, não? Então, o buraco é mais embaixo. O ódio dos homossexuais com a vitória do Aécio não seria por causa do Aécio, obviamente, mas com TODOS OS HOMOFÓBICOS que o apoiavam e que votaram nele, ora. Sobre a Copa, a Copa foi boa porque o evento foi bem pensando e organizado POR TODOS, governos inclusive, porque se fosse deixar na mão do “povo hospitaleiro” ia ser uma maravilha… E que conquista social é essa? Você diz que os gays passaram a ser mais aceitos porque a sociedade se tornou, do nada, mais tolerante? Mentira. Não foi só o PT que fez isso, foi a novela, foi a cultura pop, mas também foram as mudanças jurídicas e legislativas promovidas por partidos DE ESQUERDA. Enfim, é isso e me perdõe por qualquer mal jeito. Abraço.

Janaína

Texto chato, arrastado e mimizento bagaraio. Mas quer dizer que Marcos Feliciano não é Charlie? Charlie, suponho eu, são alguns dos militantes do movimento LGBT que ameaçaram um transexual de morte por não fechar e concordar com a agendinha deles. Deve ser aquela galera do movimento gay que vaiou o Clodovil. Charlie, suponho eu, são as feministas que DIZEM lutar pelas mulheres, mas quando Giraldelli falou em rede social que Rachel Shererazade tinha que ser estuprada, nenhuma vadia mostrou os peitos ou fez protesto de indignação. Que textinho RUIM! Só gente burra para cler seu analfabetismo funcional até o final. Vou colar no meu Facebook e destrinchar parágrafo por parágrafo. Todos os meus amigos estão deixando de ser esquerdistas graças a textos como o seu. Obrigada, vc está fazendo um excelente serviço desesquerdizando os outros. Continue escrevendo mais asneiras.

James Cimino

Bom, Janaína, em se tratando de analfabetismo funcional você acabou de dar uma aula. Se houve homossexuais que ameaçaram uma trans por não fechar coma agenda deles, obviamente que eles não são Charlie. Se há feministas que apoiam ou que silenciam perante uma ameaça de estupro a quem quer que seja, idem. Os que vaiaram Clodovil, bom, de tudo o que vi Clodovil falando sobre gays durante sua amargurada vida, acredito eu que ele tenha merecido. Agora, eu e este blog condenamos o preconceito e a discriminação dentro dos movimentos sociais o tempo todo. O caso de transfobia por supostas feministas na Unicamp foi tratado aqui com bastante destaque, tendo gente nos acusando de misóginos. Você vai destrinchar seu texto no seu Facebook? Nossa, que medo. Posta aqui também… A julgar pelo que você escreveu aqui, só digo que vai ser bem divertido destrinchar seu destrinchamento. Só te digo uma coisa: nada do que você disse transforma automaticamente Feliciano, Sheherazade, Clodovil (um cara que na Câmara disse que uma deputada só não era puta porque era feia) ou qualquer dos colunistas que citei aqui em humanistas. Esses seu binarismo burro apenas denuncia quem é o verdadeiro analfabeto funcional nesta discussão. E essa sua cruzada anti-esquerdista, ai, sinceramente, vai fundo. O país é livre. Se seus amigos estão se deixando influenciar por suas ideias fracas ou pela revista Veja, que, aliás, está morrendo de inaninação graças ao péssimo jornalismo que produz, só posso lamentar por eles.

Lucas Dal Bello

Janaína, você está defecando pelos caracteres. Quando a estupidez está de mãos dadas com a ignorância ninguém as separa.

Alex

Faço das suas, minhas palavras, e não se esqueça, amigo, de outro preconceituoso, Reinaldo Azevedo, que para defender o indefensável José Serra, ofendeu os gays, devido o Kit Gay, feito pelo então ministro Haddad. Creio que fugi do tema kkk. Mas não acho que deveria deixar passar batido este cidadão. Ganhou mais um leitor no blog, hein. Grande abraço.

Heller

Parabéns pelo incrível texto Cimino, e também pelas maravilhosas respostas que você e o Caparica deram aos comentários, principalmente aos absurdos propostos por alguns.

Pelo menos de minha parte, percebi nas suas palavras o mesmo sentimento de revolta que se apossou de mim ao saber do despropósito que foi estes oportunistas tentarem se comparar com uma organização que criticava principalmente gente e atitudes como as deles.

A tentativa de se tornarem estrelas em uma tragédia que nem de perto os atingiu, mostra tamanho egoísmo desta gente, que me parece navegar da cegueira absurda ao ridículo do ódio ignorante.

Há tempos acompanho vocês, mas este, com certeza, foi o texto que mais mexeu comigo.

Luiz Carlos Lantieri

Ô caro Cimino. Estou interessado mesmo é nos trilhões que os banqueiros abiscoitam todos os anos através do pagamento da Dívida Pública. Meu caro, começa a escrever algo sobre auditoria cidadã da dívida pública brasileira e estarás cumprindo ainda melhor teu papel contra um poder satânico. Um abraço e saúde.

James Cimino

Bom, Luiz Carlos, infelizmente este não é um blog de economia. É um blog destinado a questões LGBT. Não sou especialista em economia, portanto não me arrisco a escrever sobre isso. Você quer saber se sou a favor dos juros extorsivos para pagar a dívida pública? Não, não sou. Acho os bancos e os organismos do capital financeiro um câncer social, um setor que não produz nada, a não ser exploração da miséria alheia. No entanto, este texto é sobre o uso de gente morta por uma revista conservadora, que oprime LGBTs, para se vitimizar perante à sociedade. Seja sempre bem-vindo.

Alexandre

Pois é…o blog discute questões LGBT e faz um texto “decidindo” quem é ou não “Charlie” e defendendo a presidente (?!) além de incluir uma charge confundido a Santíssima Trindade com um “Ménage”?
O blog é opressor ou oprimido? Será que os LGBT querem ser representados por essa forma de expressão?
Acredito na evolução pelo debate sadio!

James Cimino

Em primeiro lugar não fiz um texto “decidindo” nada. Apenas fiz uma comparação óbvia entre as linhas editorias dos dois veículos e criticando a vitimização falsa de uma revista que nunca foi censurada ou atacada. Uma revista que embora se coloque como mártir, pratica o mesmo tipo de terrorismo atribuindo a terceiros, no caso a presidente, a responsabilidade por crimes ocorridos em outro país. Meu blog não é opressor nem oprimido. Quanto à representatividade dos LGBT, não me coloco como voz única do movimento. Somos apenas uma delas. Eu também acredito na evolução pelo debate sadio, coisa que a revista em questão não é capaz de fazer. Só sabe atacar, mentir, oprimir e ainda posar de vítima. Bem típico de um veículo de linha editorial que adora acusar terceiros das ações que ela e seus pares praticam. Pode reparar: pastores falam em ditadura gay, mas são eles que estão no Congresso agindo com postura impositiva de seus valores religiosos a toda a população, não levando em conta os que pensam diferente deles. Falam em liberdade de expressão, mas só quando é para que eles possam expressar seus preconceitos. Aí veem uma charge dessas e mudam de opinião, dizendo que liberdade de expressão tem limites, mas apenas quando eles são os ofendidos. Muito flutuante essa ética. E seu discurso não me parece muito diferente. Eu acho que nenhuma liberdade é absoluta, e o limite da liberdade de expressão é a ofensa, a depreciação, o preonceito, a violência. Inclusive isto está no artigo 5º da Constituição, mas postei esta charge exatamente para mostrar a contradição de uma revista que se compara a outra, mas que jamais publicaria algo do gênero, nem tampouco apoiaria o casamento igualitário. Em segundo lugar, porque achei que nossa comunidade tem direito a também postar um conteúdo ofensivo à moral cristã para que as pessoas sintam um pouco como é ter sua imagem associada a ideias ofensivas.

Daniel

Concordo com grande parte do que você escreveu aqui e acima, com a exceção do ‘update’. Condenar o Islamismo (“Que porra de crença é essa…”) porque há em seio fundamentalistas que matam, identificando a fé religiosa com a estupidez da ignorância, seria o mesmo que acusar o Cristianismo (todas as vertentes e correntes) porque alguns fundamentalistas assassinaram médicos que praticavam abortos (veja bem… mataram, para proteger a vida!), além de vandalizar e destruir clínicas.

O problema é fundamentalismo, qualquer que seja a religião.
A estupidez ignorante do fundamentalismo assola todos os tipos de movimentos sociais, inclusive religiões, onde é capaz de produzir enormes estragos.

James Cimino

Concordo com você Daniel, só que eu acho o seguinte. Se os islâmicos e cristãos não concordam com o fundamentalismo, acredito que eles deveriam combatê-lo DENTRO das religiões e não se calar ou relativizar o que tem acontecido sistematicamente em nome dessas religiões. Assim como nós aqui do blog combatemos o preconceito e a discriminação de subgrupos dentro dos movimentos LGBT. A mudança tem que vir de dentro pra fora. Eu também não acredito que essa gente seja religiosa. Acho que essa gente é só canalha, mas também acho que em algum ponto da história essas pessoas se sentiram endossadas por suas religiões para praticar atos de barbárie. Então, vocês têm que olhar para seus discursos (não sei se você é religioso, mas acredito que sim) e analisar onde, como e por que motivo ainda tem gente achando que matar e violentar em nome de Deus é algo a se perseguir durante a vida.

Mauro

De tudo que vc escreveu, concordo com o final up date, vc odeia a revista veja, tanto quanto eu desprezo esse governo. Ser gay, ser ativista de LGBT não te dá o direito de ofender os cristão. Faz o seguinte já que é tão corajoso,e odeia o fato dos cristãos se sentirem ofendidos e agirem legalmente por meios judiciais, te sugiro uma charge desse teor satirizando o Islã. Aí vão colar seu Ânus com cola quente e te dar laxante. Brinque e escarneça dos cristãos que te respeitam apesar de não ser a favor de sua opinião. Mas se é corajoso de verdade brinque com os terroristas.

James Cimino

O fato de eu ser gay realmente não me dá o direito de ofender os cristãos, mas o fato de eu ser ofendido por cristãos, ou pelo menos por pessoas que se dizem cristãs, me dá o direito de responder à altura uma vez na vida usando uma charge que nem fui eu que fiz, se é que você se deu ao trabalho de compreender isso. Agora, vocês “cristãos” são muito engraçadinhos. Na hora que o Porta dos Fundos dá uma zoada em vocês, “oh, absurdo, ofensa à religião e blá blá blá”, agora quando querem proibi-los de expressar sua homofobia e todas as coisas erradas que vocês ensinam sobre homossexuais em seus templos de ignorância, discriminação e desamor, aí você acham que é ataque à liberdade de expressão. Bastante engraçada essa sua ética seletiva. Liberdade de expressão só deve ser garantida quando são vocês a falar, quando são os outros, não? Tá certinho. Eu já disse que não satirizaria o Islã porque conheço a cultura deles a ponto de saber o quanto isso é ofensivo para eles, mas quando eles, em nome disso, se acham no direito de assassinar pessoas, eu fico do lado de quem morreu.

Mauro

” Em segundo lugar, porque achei que nossa comunidade tem direito a também postar um conteúdo ofensivo à moral cristã para que as pessoas sintam um pouco como é ter sua imagem associada a ideias ofensivas.”
E eu te digo, um cristão de verdade jamais faria uma charge ofensiva de qualquer religião que seja. Vc é um só mais um gay babaca que desmoraliza os gays bacanas.

James Cimino

Na verdade, meu caro Mauro, se você fizer uma pesquisinha aqui no blog, verá que posto muitos textos de cristãos bacanas, coisa que obviamente não parece ser seu caso. Vou te ajudar e postar aqui alguns links, caso você se interesse. Ah, a charge não é minha, a charge é do Charlie Hebdo. Eu nem sei desenhar. As pessoas que faziam essas charge, acredito eu não eram religiosas. Mas eu acho engraçado como vocês adoram defender a liberdade de expressão quando é pra sacanear com os LGBTs, mas aí quando fazem o mesmo com vocês, nossa, só faltam pedir que Deus desça à Terra para defendê-los. Apenas prova meu ponto. http://www.ladobi.com/2014/09/se-eu-tiver-filhos-gays/ http://www.ladobi.com/2013/11/pastor-e-suspenso-por-oficializar-casamento-filho-gay/ http://www.ladobi.com/2014/11/amor-distorcido-pavlovitz/

Leonardo brandes

James, não vou adentrar nas questões da causa LGBT, entretanto, acho que o senhor sendo petista, deve conhecer bem a questão do endividamento do Estado junto aos bancos para financiar as extravagâncias políticas já que o PT em doze anos elevou a dívida INTERNA de pouco mais de 700 bilhões deixada pelo governo FHC, para a quantia pífia de pouco mais de 3 TRILHÕES de reais em DOZE anos, sei que essa coluna não tem como objetivo comentar sobre as questões MENOS IMPORTANTES como ECONOMIA e política, mas me parece que o senhor é declaradamente um MILITANTE petista que apoia as mazelas cometidas contra mais de 200 milhões de pessoas, como pode o senhor sendo um blogueiro, defensor de uma MINORIA tão perseguida pelos CRISTÃOS, apoiar esse mal chamado PT? É evidente que o senhor não é alienado, nem muito menos burro, mas me parece que o senhor tem a intenção bem definida em reprimir e a odiar aqueles que tem uma opinião contraria a sua, e para o senhor ofender as pessoas as chamando de ANALFABETAS, IGNORANTES, e etc, não é também uma forma de REPRESSÃO, de preconceito? Ou todos terão de ter um blog para se sentirem melhores e mais inteligentes que os outros?

James Cimino

Ah, Leonardo, essa é a SUA visão sobre quem discorda de você. Não é porque eu discordo da “Veja” que sou militante petista. E militante petista declarado aonde? Onde declarei isso? Tem link pra entrevista? Eu sou de centro-esquerda, se você quer saber. Entre Marx, Durkhein e Weber, estou mais pra Weber. E, na boa, dizer que o PT cometeu mazelas contra 200 milhões de pessoas não passa de uma hipérbole vazia, já que o PT venceu com diferença de mais de 3 milhões de votos por algum motivo. O motivo que eu acho é que tem muita gente que olha mais para a realidade do país que para a revista “Veja”. Então, não são 200 milhões de pessoas que se sentem prejudicadas pelo PT.Sobre a economia brasileira e o que eu acho dela. Eu sempre critiquei o custo de vida neste país e altíssima carga tributária. Nada me dá mais ódio do que quando pego minha Folha de pagamento e vejo o quanto de imposto foi descontado. Mas era a MESMA COISA nos governos anteriores. E neste ponto acho que até concordamos sobre o endividamento do Estado perante banco. Eu, por exemplo, sou a favor da renegociação da dívida pública, não calote, porque esses juros que pagamos mensalmente para organismos financeiros que NÃO PRODUZEM NADA e que vivem apenas da especulação financeira são abusivos. Essa mentalidade capitalista financeira é outro dos grandes problemas da economia mundial. Vêm aqui, emprestam dinheiro a juros altos, lucram horrores e quando o lucro deles diminui um pouquinho que seja, pulam fora. E neste ponto, o PT faz um governo tão de direita quanto o FHC. Agora, há uma diferença brutal entre os governos FHC e PT, quando se trata de economia. Em primeiro lugar, no que toca à relação com bancos. Eu me lembro muito bem que durante o governo FHC o que se fazia era enfiar dinheiro público em bancos quebrados. O que me lembro era de uma economia estagnada sem mobilidade social e sem consumo. E consumo movimenta a economia. E em se tratando de desmandos, sem ingenuidades né? PT, PSDB, pouco importa quem esteja no governo com este sistema político corrupto em que o PMDB dá as cartas. Ou será que você se esqueceu da grana que o Sergio Motta embolsou na privatização das teles? E a compra da reeleição, que hoje o Serra diz que “não funcionou”, embora o PSDB se reeleja há 20 anos no Estado de SP. E o escândalo do Sivam? Nenhum preso, nenhum dinheiro repatriado, ninguém condenado. Bem diferente do que acontece hoje, né? E isso de dizer que eu tenho uma intenção bem definida em odiar e reprimir quem pensa diferente de mim é atribuir a mim mais poder do que eu tenho. Não sou eu que estou no Congresso rejeitando direitos humanos a cristãos. Não sou que estou promovendo o fim do direito à liberdade religiosa. Pra mim quem se baseia em Bíblia para reprimir homossexuais é ignorante sim, porque ignora tudo o que a ciência diz sobre isso por se basear em um tratado moral escrito há mais de 2.000 anos, quando as sociedades viviam em total obscurantismo, que já chegou a justificar até a escravidão dos negros, por terem sido supostamente amaldiçoados por Deus. E não chamo as pessoas de analfabetas. As chamo de analfabetas FUNCIONAIS. E a julgar pelos comentários que estão aqui e pelo que vejo e ouço por aí, não estou muito errado não. Agora, eu apoio o PT incondicionalmente? Não? Acho que o governo deles é infalível? Não? Mas acho que o Brasil do PT é melhor que o Brasil do PSDB. Foi no Brasil do PT que eu comecei a viajar para o exterior, foi no Brasil do PT que meus familiares e amigos começaram a ter acesso a bens de consumo, só pra citar um exemplo pessoal. No Brasil do FHC, mobilidade social era mal vista, tanto que o ministro da educação da época, o Paulo Renato, que ajudou a propagar essas universidades particulares que tratam educação como mercadoria, acabou com o ensino técnico profissionalizante dos Cefets porque os alunos formados não se mantinham técnicos, mas entravam em universidades para se tornarem engenheiros, e isso, para ele, era ruim. Sem falar na lida aprovação automática criada pelos tucanos, responsável por agravar ainda mais o analfabetismo funcional. Só pra encerrar, eu votei no FHC nas duas eleições que ele ganhou, porque a meu ver era o melhor. Revelou-se que não era. O PT também se revelou não ser a melhor opção, mas comparando-se com o que se apresentou até hoje de “oposição” e “alternativa”, pude perceber que o inferno tem subsolo. Quando aparecer algo melhor, mudo. É assim que funciona. Mas isso só vai depender da minha avaliação sobre os contextos todos, não do jornalismo parcial da “Veja”.

Evandro Santos

Caro James, cheguei por acaso na sua página. Algumas coisas concordam com vc, outras te achei muito radical. Mas, o meu comentário é dirigido ao Sr Leonardo, que conta “meia-verdades” sobre a dívida pública interna do país.
O Leonardo esqueceu de comentar que a dívida interna era de 70 bilhões em 1994 quando FHC assumiu, passando para 700 BI em 2002 com LULA e atualmente está na casa de 2 TRI ( não 3), embora seja muita coisa. A dívida vem subindo exponencialmente tanto no governo PSDB quanto PT,

E qual a verdadeira origem desta dívida???? Embora a mídia tenta vender a idéia que a origem vem da Previdencia, das despesas com funcionalismo, a verdadeira causa é a altíssima taxa de juros insustentáveis, pagas pelos nossos governos. Taxas de juros reais (descontando a inflação), que subiram consideravelmente com o advento do Real.A dívida Bruta interna pré PLANO REAL era de 21% do PIB, hoje é praticamente 69%, estando nos mesmos patamares do fim do governo FHC. Ao final do governo Lula esta relação girava em torno de 55%.
Uma parte também expressiva da dívida foi acumulada em outras despesas decorrentes da política monetária e cambial, as famosas intervençoes da cotaçao do dólar, os leilões o BACEN.
O uso do BNDES de forma irresponsável também é um dos principais causadores deste rombo. Lembrando que o BNDES liberou dinheiro subsidiado para os consórcios da época comprarem as principais empresas privatizadas. O governo emprestou Bilhoes a juros simbólicos para que as empresas pagassem o governo com o seu próprio dindim, além de muita moeda podre…Enquanto isso, o nosso querido governo captou recursos no mercado, pagando juros de mercado, através das famosas NTNs.
E novamente o BNDES foi utilizado de forma irresponsável, onde empreiteiras, mega frigoríficos, grandes latifundiários grandes empresas dos mais variados setores, receberam rios de dinheiro, através dos famosos PSIs, com taxas generosas que chegaram a 2% a.a., enquanto o governo paga nos títulos públicos federais, juros de taxa SELIC no mínimo…
E, curiosamente, o ataque mais feroz a presidente DILMA começou a partir de 2012, quando ela tentou fazer o que todos ( todos?) os brasileiros queriam e querem, que é baixar os juros. Mas, juros baixos significa perda de dinheiro para muita gente neste país (e não são apenas os banqueiros). Afinal, existe mamata melhor do que pegar recursos subsidiados pelo governo e deixar os recursos próprios aplicados sem risco no mercado financeiro, com rentabilidade muito maior? Se os juros do país baixarem, muita gente teria que investir na economia real e correr seus próprios riscos.

Cláudio Teixeira

Vocês são sensacionais! É muito ler algo e sentir-se bem!!! Parabéns pelo texto!!!

Carlos Gomide

Texto inútil. Vão resolver suas pendengas em outro lugar. Fica falando mal dos outros porque vcs tem raiva entre si. Resolvam-se, assumam-se, parem de escrever para se promover às custas de suas pendengas como numa rede social de crianças.
E principalmente, deixem os mortos em pés, pare de se promover com uma tragédia, pare de puxar a sardinha pro teu lado. Perdeu a oportunidade de escrever algo altruísta.

James Cimino

Bom, o meu texto critica exatamente o uso de pessoas mortas para fomentar uma rixa entre uma revista e um governo. Não tem nenhum trecho em que eu puxo “o óleo para a minha sardinha” (este é o ditado correto), inclusive o trecho final do texto diz “vamos nos recolher à nossa tepidez, à nossa insignificância global, lavar os copos, contar os corpos e sorrir, porque ainda estamos vivos e ainda podemos tentar seguir o exemplo de jornalismo (e até de ativismo) que o Charlie Hebdo deixou”. Então, meu caro, a única afirmação infantil aqui, até o momento, é esse seu comentário.

James Cimino

Há uma controvérsia, no entanto, suscitada pelo sócio Marcio Caparica de que é “puxar a brasa pra sua saridnha”. Acredito que seja o velho impasse bolacha x biscoito hahahaha

Alyson Vilela

Excelente texto. Só uma correção: é “pas DU tout” e não “pas DE tout”. 🙂

dUVIDA

O que você colunista, acha do ataque a revista veja então no ano passado, após o discurso de Dilma Roussef na propaganda?
Para vc, aquele ataque é correto?
Aquele ataque nada tem a ver cm esse dessa revista? Então você apoia ataques a revista veja? Você é um LIXO.

Marcio Caparica

Como já disse um amigo meu, não equipare protestos com ataques. Ninguém no evento contra a editora Abril pretendia matar qualquer jornalista. Não houve qualquer impedimento à publicação, não se retirou exemplares de banca. Houve uma porção de gente que foi até lá divulgar sua opinião da maneira que podiam, já que não possuem uma revista de circulação nacional. A mesma liberdade de expressão que permite à Veja publicar o que quer também permite às pessoas fazerem protestos, queimarem revistas etc. Depredar a propriedade é errado, e quem o fez deve ser punido. Mas protestar? Isso é legal. Acho bem cínico você querer comparar a morte de dez pessoas a danos materiais que, no fringir dos ovos (principalmente quando se considera o dinheiro que a Abril – ainda – tem) não tiveram grandes consequências.

James Cimino

Em primeiro lugar, não sou colunista, sou jornalista. Em segundo lugar, como disse o Marcio, não compare protesto com ataque. Sou contra depredação ao patrimônio, e só. E o meu texto não foi feito para justificar o que houve naquele dia, mas para criticar a postura de uma revista conservadora de direita que está se comparando a uma revista libertária de esquerda, que sofreu um ataque terrorista, armado, que resultou em 12 mortes. Acho desrespeitoso e imoral usar gente morta para me fazer de vítima de algo que não aconteceu comigo e para justificar minha guerrinha particular com o governo. A Veja não foi censurada. As revistas com a reportagem de cunho terrorista eleitoral que originaram esse protesto circularam e foram vendidas. Ninguém foi preso ou morto por causa dessa reportagem. Então, antes de me chamar de lixo, seu mau educado, analise os fatos em detalhes se quiser debater. Se bem que acho meio difícil debater com alguém que, assim como a revista que lê, tem uma ética e um análise seletiva dos fatos.

Pedro Thiago

O melhor texto sobre o atentado (Veja e correspondentes) a memória de Charb, Cabu, Wolinski e a equipe do Charlie Hebdo. E ainda matando a cobra e mostrando pau. Parabéns James Cimino.

Fernando

É tão sem sentido ter orgulho de ser gay quanto ter orgulho de ser heterossexual ou ter cabelos pretos, ou ter a tez morena, ou carregar um par de olhos verdes. Todas são características inatas logo não podem ser consideradas qualidades.
Mudando de assunto, consigo traçar sim um paralelo entre a Veja e o Charlie Hebdo: ambos veiculam, cada qual a seu jeito, matérias que de uma forma ou de outra têm o potencial de agredir quem as lê, sejam estes fundamentalistas religiosos, um leitor com senso crítico apenas mediano ou o braço armado de um partido político. A morte do autor ou a depredação do seu local de trabalho não são justificáveis sob qualquer ótica.
Quando um jornalista vive da venda dos seus textos o melhor a fazer quando eles são ruins é não lê-los. Se a Veja, a Carta Capital, o Sakamoto e o Hebdo são vendidos é porque alguém gosta do que é escrito neles. Liberdade de expressão é isso aí. Não leio nenhum deles e não aplaudo nenhuma charge que ridicularize a fé alheia, mas isso é problema meu.

James Cimino

Olha, Fernando, esse nome “Orgulho Gay” não se trata de que o gays têm que sair na rua pedindo elogios por serem gays, sabe? Acontece que os gays são ensinados a terem vergonha de si mesmos desde sempre e o orgulho gay foi algo criado com a conotação mas de não sentir vergonha do que necessariamente ter orgulho de. Mesmo assim, acho legal que você admita que ser gay pode ser uma característica inata como ser hetero, embora eu cada vez mais ache que esse binarismo sexual é uma imposição cultural religiosa e que todos somos, em maior ou menor grau bissexuais. Sobre o jornalismo da Veja e do Charlie Hebdo, minha visão sobre jornalismo não é a de que o jornalismo deva necessariamente agredir as pessoas, mas criar informação e denunciar desmandos, mas democraticamente. Se a “Veja” denuncia os esquemas de corrupção dentro de um governo petista, acho louvável, mas o problema é que ela tem como alvo APENAS o PT. E tem uma coisa que é consenso entre esquerda e direita (ou entre petistas e tucanos) que o principal câncer da política brasileira hoje atende pela sigla PMDB. Quantas capas sobre PMDB você já viu na “Veja” e quantas sobre PT. Quantas capas você viu na “Veja” sobre a máfia dos trens dos governos tucanos. E sabe por que isso aconteceu? Por que a “Veja” não está interessada que o sistema político brasileiro mude. Ela só quer colocar “a companheirada tucana” no lugar da “companheirada petista” e deixar lá o PMDB sendo PMDB.Neste ponto, “Veja” difere diametralmente do “Charlie”, que sempre teve como alvo a extrema direita francesa personificada na figura da Marine Le Pen.

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