Ela tem uma bela voz e uma presença de palco impressionante. Ela tem talento. Ela é austríaca. Ela tem a barba mais bem cuidada da TV. Uma das figuras mais interessantes do cenário musical internacional, Conchita Wurst ganhou hoje o primeiro lugar no Eurovision, o principal concurso de música pop da Europa.
Considerada um símbolo da diversidade e tolerância na arte de seu país, Conchita venceu com a canção “Rise Like A Phoenix”. Na votação final, a vencedora reuniu 290 pontos. Os representantes da Holanda ficaram em segundo, com 238 pontos, e os da Suécia em terceiro, com 218.
Conchita tem 25 anos, e apesar de ter estourado no palco mundial apenas esse ano, já é uma figura conhecida em seu país há algum tempo. Thomas Neuwirth, sua identidade fora dos palcos, já havia em 2006 ficado em segundo lugar num programa de calouros austríaco, o Starmania. Em 2012, já como Conchita, ele ficou em segundo lugar no programa que seleciona os representantes da Áustria para o Eurovision. Além disso, ela já havia participado de dois reality shows na Europa: Os empregos mais difíceis da Áustria, em que ela trabalhou numa fábrica que processa peixes, e em Wild Girls, em que viveu dentro de uma tribo local da Namíbia – vestida como drag.
Agora milhões de pessoas tiveram a oportunidade de também conhecer a talentosa drag barbada. Sim, milhões. O Eurovision é uma competição musical criada em 1956, na ressaca da Segunda Guerra Mundial, como uma maneira de promover a paz e a integração das nações da Europa. Todos os anos cada país participante envia um representante para interpretar uma canção ao vivo. A disputa é transmitida por toda Europa, com audiência de mais de 100 milhões de telespectadores. Cada país pode votar num artista que não seja o seu próprio, e o artista mais votado é o grande vencedor. O Eurovision já revelou aos palcos internacionais a banda ABBA (que venceu em 1974 com o hit “Waterloo”), a cantora Céline Dion (que venceu em 1988 representando a Suíça com a balada “Ne Partez Pas San Moi”) e o espanhol Julio Iglesias.
Como era de se esperar, a figura da drag linda com uma barba mais linda ainda deu nó na cabeça de muita gente. Muitos tentaram simplificar seu mundo tirando-a de sua vista. Grupos homofóbicos da Armênia e da Bielorrússia fizeram petições para que as performances de Conchita fossem censuradas de seus países durante as transmissões ao vivo – petições negadas pela European Broadcasting Union, que organiza a competição e faz a transmissão. Na Rússia, o político Vitaly Milonov, um dos proponentes das leis antigay no país, declarou que Wurst era “um pervertido”, que estava transformando o Eurovision numa “parada gay para toda a Europa, insultando milhões de russos”. Mesmo na Áustria houve quem fosse contra Conchita. Durante a seleção para o Eurovision desse ano um político de direita, Heinz-Christian Strache, chamou Conchita de ridículo; ele deu seu apoio a outro cantor, Alf Poier. Poier também não fez por menos: “Se alguém não sabe se é um homem ou uma mulher, deveria procurar um psicoterapeuta, não participar de um concurso musical”, ele declarou na época. Conchita fez pouco caso: “Sabe, eu tenho casca grossa. É muito estranho que um pouco de barba cause tanta comoção”, ela disse na época.
Nada disso adiantou, e Conchita conquistou o coração dos austríacos e, agora, os de toda a Europa. A canção escolhida ajuda muito: “Rise Like A Phoenix” é poderosa, uma balada digna de um filme de James Bond. “É um relato sobre como é atravessar tempos ruins, combater coisas difíceis, crescer para superar isso tudo e, se tudo der certo, se tornar uma pessoa melhor”, declarou Conchita. “É algo muito próximo à minha própria vida”.
Conchita Wurst tem a intenção de inspirar não apenas com suas canções, mas também com seu próprio exemplo. “Eu criei essa mulher barbada para mostrar ao mundo que você pode ser o que você quiser”, ela explica. Seu lema é: “Seja a melhor versão de você mesma, ao invés de uma cópia ruim dos outros!”. E ainda por cima, modesta: “Eu não passo de uma cantora num vestido fabuloso, com um cabelo maravilhoso e uma barba linda!”. Quanto à homofobia que vem enfrentando, ela declarou na última quinta-feira: “Eu só quero dizer que 80 por cento dos pedidos de autógrafo que eu recebo vêm da Rússia e da Europa Oriental – isso que é importante para mim”.
Confira abaixo a performance final da mais nova diva europeia, assim como alguns de seus looks a seguir (ou veja muitos outros nas fotos que ela posta em sua página no Facebook).
I LOVE YOU!!! #esc14 pic.twitter.com/OUZwJnFJCg
— conchita wurst (@ConchitaWurst) May 9, 2014
[…] Lembram da Conchita Wurst, aquela moça barbada que no ano passado venceu o concurso musical Eurovis… Então, neste ano, sua terra natal, a Áustria, vai sediar a premiação e resolveu se preparar homenageando uma de suas cidadãs mais ilustres e, ao mesmo tempo, promovendo a segurança no trânsito. […]
Ela é linda e canta muito bem. Quer saber? Eu pegava e ainda casava com ela…
[…] Fonte: http://www.ladobi.com/2014/05/conchita-wurst-eurovision-2014/ […]
Sabia que vocês falariam dela <3 Adorei quando ela venceu, mesmo com protetos referentes a imagem "confusa" aos idiotas. O que importa é que a voz dela é linda, a música boa… A Rússia que vá comer gelo!
Babado!
foi o concurso mais lindo que participei. Parabens conchita voce tem a barba que mareca
[…] Publicado no site Lado Bi, em 10 de maio de 2014 […]
[…] Publicado no site Lado Bi, em 10 de maio de 2014 […]