A Universidade Edge Hill, na cidade de Omskirk, na Inglaterra, vai se tornar a primeira instituição de ensino superior no Reino Unido a oferecer uma matéria dedicada à arte de ser drag – não apenas drag queen, mas também drag king, ou seja, mulheres que se montam como homens.
O curso se chama ‘Drag Kings and Drag Queens of Performance’, e estará disponível aos alunos de Artes Cênicas da universidade a partir do ano que vem. A matéria foi aprovada esse ano pela instituição. Quem participar dela terá a oportunidade de analisar as relações entre performance, identidade, sexualidade e gênero, assim como a maneira em que a performance teatral pode ser utilizada para transmitir mensagens políticas e culturais.
Ele foi criado pelo professor Mark Edward. “Apesar dos artistas se travestirem desde os tempos de Shakespeare, esse módulo é absolutamente único por explorar como se atravessa as fronteiras de gênero e performance. A Lei da Educação de 2010 faz com que as instituições educacionais, universidades inclusive, devam não apenas eliminar a discriminação de gênero, mas ativamente promover a igualdade. A Universidade Edge Hill tem uma reputação fantástica em promover grupos de identidades sexuais minoritárias”, ele declarou ao site britânico PinkNews.
A matéria abordará vários tópicos, como performance em drag, fantasias, dublagem, e o uso do humor. O curso todo se apoia em teorias e estudos históricos sobre sexualidade, teatro gay e lésbico, identidade transgênero, travestismo, HIV/Aids e ativismo. “Como parte dos cursos de graduação, esse módulo não se limita a explorar ser drag como uma arte performática altamente exagerada. Ele também lida com teorias complexas de gênero, feminismo e sexualidade para explorar as implicações políticas e sociais de se ‘encarnar um gênero’ na performance”, continua Edward. “Drag como performance artística tem entrado em certo declínio na última década, mas há formas novas e empolgantes emergindo, o que torna esse módulo ainda mais relevante para os contextos de performance. Estudos de Drag é muito mais que perucas, maquiagem e saltos altos!”