Essa semana o LADO BI entrevista a fotógrafa Vania Toledo, que acabou de lançar a exposição Tarja Preta no Museu da Diversidade, em São Paulo. Nela, Toledo resgata os retratos das inúmeras pessoas libertárias, anônimas e famosas, que registrou em 38 anos de carreira: “Eu gosto de pessoas de mente aberta, gente livre. A liberdade sexual sempre existiu, faz parte de qualquer pessoa libertária, qualquer pessoa que se entende por gente.” Seu interesse por todo tipo de pessoas fez com que capturasse imagens do mundo LGBT desde a época da ditadura militar: “Eu já fotografava os bastidores das boates gays que eu ia antes de ser fotógrafa profissional. Sempre estive nessa turma contraventora, que não seguia as normas sociais ao pé da letra. A coragem que as pessoas tinham de serem autênticas na época da ditadura era muito maior que hoje. A autenticidade, hoje, saiu de moda.” A fotógrafa comenta o movimento contra o assédio feminino: “Sou contra a invasão do espaço físico das mulheres. Mas também acho que os americanos têm mania de fazer caça às bruxas. Você está perdendo a capacidade de sedução entre um homem e uma mulher, dois homens, duas mulheres.” Conta também como foi publicar o primeiro livro de nus masculinos da América Latina, o que aprendeu sobre ser mulher ao preparar o livro Personagens Femininos, em que fotografou atrizes, e ensina: “A fotografia não é feita só pela pessoa que fotografa, é também feita pela pessoa que é fotografada. Tem que ter a delicadeza da curiosidade do conhecimento do outro que está em frente a sua câmera.”
Episódios do podcast
Vania Toledo
Vania Toledo: “A autenticidade saiu de moda”, lamenta a fotógrafa que vive de registrar a liberdade
Achei ela muito presa ao passado, mas não deixa de ser muito interessante.