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Racismo

“Fui ensinado a ter vergonha da minha família”, conta branco que foi adotado por família negra.

Esta semana o LADO BI conversa sobre racismo e sexualidade com Alex Ferrer, relações públicas branco que quando criança foi adotado por uma família negra, Janaína Nunes e Eugênio Augusto Britto, jornalistas negros. Eles comentam a discriminação racial e social que ainda existe no Brasil (“Fui ensinado a ter vergonha da minha família”, lamenta Ferrer), a estreia do seriado Sexo E As Nega (“A história das personagens negras é contada por um branco, mas isso não é sinônimo de racismo”, defende Nunes), o caso do goleiro Aranha e a questão das cotas (“Espero que meu filho não precise utilizá-las, mas acho que são uma ferramenta justa para compensar a desigualdade racial histórica no país”, explica Britto).

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15 comentários

Evandro

Galera, gosto muito do programa, e resolvi comentar pela primeira vez.
O tema de racismo é algo que acho muito interessante.
Sou filho de pai negro e mãe branca e não me defino nem negro nem branco. Me defino humano, simplesmente.
Para mim eu só fui descobrir que meu pai é negro na quinta série quando me ensinaram que existia isso, caso contrário nunca teria percebido, pois cresci tendo contato com uma família branca tradicionalmente catolica branca e uma familia que negra que praticava as religiões afro.
Acredito que as pessoas somente podem vencer este preconceito quando eles somente poderem ver a cor da pele como uma influencia para doenças como no caso da anemia falciforme e não para classificar socialmente todos.

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Evandro

Curti sim.
Acho que vocês poderiam elaborar um programa sobre como os educadores devem trabalhar o homossexualismo na escola….
Eu acredito que este tema ainda não é abordado em nenhum lugar.

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Fabiano

“Negro rico é aceito”. Aranha que o diga; Barack Obama que o diga; Oprah Winfrey que o diga, né ?Tipico discurso para relativizar o racismo. Quero morreeeeeeeeeeer com esses brancos falando da sua visão romantizada.

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James Cimino

Então morra, porque quem disse isso foram dois negros. Sabe o que me dá vontade de morrer? Gente que vê qualquer um como um potencial inimigo por causa de sua cor de pele.

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Fabiano

Há negros que tem consciência de sua realidade; há os que dizem não existir racismo; já tivemos capitão do mato; negro da casa grande.
Isso não muda em nada.

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Fabiano

Em relação a série do Miguel Falabella, nem vou estender, pois a base é a perpetuação de estereótipos ligados aos negros, sobretudo a mulher negra.
Retratar negro na posição que sempre lhe foi condicionada é fácil, quebrar estereótipos e dar margem a uma imagem do negro numa posição vista como boa socialmente, ai é que eu quero ver. Mas brancos (e alguns negros com complexo de casa grande) jamais entenderão mesmo, não sentem na pele.

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James Cimino

Sobre a série, cada um vê naquelas negras os preconceitos que tem sobre si e sobre os outros. Eu vejo ali quatro mulheres que são donas de si e do seu sexo. Pra mim isso é feminismo puro. Mas para quem lucra com o discurso da eterna vítima ou quem acha que TV tem função de escola, aquela representação realmente é incômoda. Nem acho a série incrível, mas gosto muito daquelas personagens. E se elas se relacionam bem com seu sexo, qual o problema? Sexo é bom.

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Fabiano

A mulher negra sofre de maneira diferente da que a branca sofre. Há ainda um feminismo voltado para mulheres negras, onde dá mais atenção a questões relacionados a elas. Você deveria ir conversar com elas antes de dar apoio a veículos de propagação de estereótipos. Acho que elas mais do que ninguém podem explicar para você, diante de sua visão de homem privilegiado.

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Fabiano

Pelo amor de Deus, preguiça de Racismo inverso. O racismo é estruturado na sociedade de maneira a inferiorizar uma etnia, no caso os negros aqui no Brasil.
Branco nunca vai sofrer racismo pois é privilegiado e por ser branco está enquadrado no que a sociedade caga como bom, bonito, e por ai vai. Não há inferiorização em alguém ser branco, então parem com esse mimimi de branco oprimido que sofre racismo, isso chega a ser uma ofensa a negros que sofrem com racismo em todos os locais possível. Branco sofrendo racismo onde o normal é ser branco.
É cada uma. Daqui a pouco vamos ter que lidar com gente falando do hetero oprimido socialmente.

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James Cimino

Desculpe, mas se você desqualifica a opinião de alguém por essa pessoa ser branca, qual a diferença do que os brancos racistas fazem contigo? Esta é a minha premissa.

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Fabiano

Ah, James, então você sofre racismo por ser branco ? Eu realmente gostaria que você falasse mais sobre, pois, seria algo interessante não só para mim, mas para a humanidade. Afinal, a cada 3 pessoas que morrem por violência policial, 2 são negras pelo tratamento de criminoso em potencial. Brancos ganham menos; só há pretos nas universidades públicas do país; só passa preto na televisão que até parece que estamos em algum país africano. Conta mais ai sobre a sua realidade de branco sofredor de racismo nesse mundo de exclusão, eu como negro não devo saber muito bem.

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Fabiane

Adorei este site. Primeiro porque sou a favor da discussão sobre a liberdade e igualdade. Segundo porque sou hetero, mas luto e defendo a causa LGBT, sou branca mas defendo as lutas e oportunidades iguais para negros, pardos, índios…Penso que essa discussão seria mais saudável, se antes de tudo parássemos para pensar sobre o que assistimos desde a infância, o que lemos nos livros ou revistas infantis. Eu não recordo de ler livros ou revistas em quadrinhos com personagens negros. Não lembro de um desenho com personagens ou super heróis negros. Na entrada da adolescência quando passei a assistir novelas, os personagens principais, os bons moços e as boas moças, de família da elite, sempre foram brancos…De poucos anos para cá, alguns poucos negros circulam pelas bancadas de jornalismo. Então pergunto, esse tal “discurso da eterna vítima” faz ou não sentido?
Será que se eu pudesse escolher nascer negra, esse discurso faria sentido p/ mim? Ninguém escolhe nascer negra como ninguém escolhe ser homossexual.
Se queremos que as pessoas sejam aceitas e respeitadas, precisamos urgentemente sim contestar sobre os programas televisivos ou qualquer fonte de instrução e formação para qualquer idade.

Sobre a série de Miguel Falabella, seria interessante se a Rede Globo, a principal rede televisa do país, formadora de opinião, demagoga, que produz arte enrustido de preconceito pudesse aproveitar suas lindas atrizes negras em papéis de advogadas, juízas, empresárias de sucesso, intelectuais das artes, esposa, boa mãe e dona de casa. Que tal pensar que o discurso sobre a liberdade e a igualdade de raça e diversidade de gênero depende da nossa postura de se colocar no lugar do outro? Que tal parar de olhar para o nosso próprio umbigo e defender somente interesses individuais ou de grupos e começar a pensar no ser humano como um todo, independente de suas escolhas ou de sua cor?
As pessoas continuam escravas de si próprias…precisam libertar-se para sentir-se iguais e com direitos iguais, precisam ajudar umas as outras se libertarem também…

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Fabiano

A representação do negro como algo bom desde a infância é o essencial, realmente. O negro não é representado e quando é, está associado a subalternidade. Esta em alta na mídia o desenho que um garoto pintou da Turma da Mônica de marrom, pois ele disse estar cansado de ver apenas pessoas brancas. Então pintou de uma cor igual a sua.
Nos colégios são muito comuns isso. Eu em especial, na minha escola, as pessoas pintavam os desenhos de um rosa claro, meio bege do qual chamavamos de “cor de pele”, não sei se ainda chama hoje nem como é.
O interessante é que mesmo crianças negras pintavam da tal cor de pele, pois era algo natural e ninguém tinha o discernimento de perguntar o porquê de todos pintarem assim, apenas sabíamos que tinhamos que pintar daquela forma, porque era a cor de pele.
É triste que a estruturação do racismo acontece de formas tão intensas, tanto é que há negros que são racistas com eles próprios, pois nada mais são do que fruto de um sistema racista do qual cresceram. Ninguém em sã consciência inferioriza a si mesmo, acontece que negros também crescem no mesmo sistema racista de inferiorização de sua etnia e cultivo da cor de pele branca.