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Sudeste asiático

Carma e censura: documentarista conta como é ser LGBT no Sudeste Asiático

Essa semana o LADO BI explora a realidade LGBT do Sudeste Asiático com Gabriel Alves de Faria, fundador da Not Only Voices. Gabriel passou três meses percorrendo países como Singapura, Vietnã, Tailândia e Indonésia, durante os quais ele entrevistou 80 ativistas LGBT. Ele conta que os efeitos das religiões orientais sobre a homossexualidade não são tão distintos quanto o das religiões do nosso lado do mundo: “Eles reconhecem-se como gays, que têm atração por pessoas do mesmo sexo, mas preferem não ter atividade sexual, porque vai contra sua crença islâmica. No budismo, há uma maior aceitação, mas sempre ligado a uma questão cármica, uma questão de punição por algum erro em uma vida passada”. Ele pode presenciar como é a vida de LGBTs em países em que a homossexualidade é proibida por lei: “É difícil promover a prevenção do HIV e distribuir camisinha, porque isso é considerado uma ‘promoção’ da homossexualidade. Gays têm medo de entrar em hotéis com outro homem, pois a polícia pode parar, ver o registro na portaria e invadir o quarto”. A cultura LGBT é apagada da mídia: “na Singapura, por exemplo, o casal gay de ‘Modern Family’ não passa de dois amigos que moram com uma criança em casa – todas as referências ao relacionamento amoroso entre eles são cortadas”. Outras tradições, no entanto, fazem com que a transexualidade seja mais bem aceita que a homossexualidade: “Devido a uma cultura milenar de crossdressing, mulheres trans são mais bem aceitas, apesar de não plenamente. Para eles, um homem gay é um desafio maior às estruturas patriarcais.”

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