No final da década de 1970 chegava às bancas do Brasil o tabloide “Lampião da Esquina”, voltado para a cultura gay – ou guei, como preferia escrever. Para discutir a importância dessa publicação para a cultura LGBT brasileira, o LADO BI entrevista Lívia Perez, diretora do documentário sobre o jornal que estreia em circuito comercial no dia 18 de agosto, e o poeta maldito Glauco Mattoso, colaborador do jornal. Perez conta como o Lampião da Esquina começou a trazer à tona a vida LGBT do país: “A gente tem essa ideia de que o fim dos anos 1960 é uma época muito libertária, mas isso não contemplou as minorias. Essa luta ficou para o fim dos anos 1970”. Mattoso lembra que a publicação incomodava não apenas aos conservadores heterossexuais, mas também a muitos gays dentro do armário: “aqueles que eram enrustidos tinham uma aparência muito neutra e discreta. O Lampião incomodava essas pessoas, porque o Lampião mostrava que também havia gays que eram políticos gays enrustidos, engravatados. Homofóbicos também não gostavam que um jornal gay pudesse fazer sucesso nas bancas.” Os dois comentam o movimento conservador que tenta fazer com que os direitos LGBT retrocedam hoje, e examinam os avanços na cultura quanto à diversidade: “Hoje há maior aceitação para as opções individuais. Na época do Lampião a gente exigia que todos tivessem um comportamento mais homogêneo”, observa Mattoso.
Episódios do podcast
Lampião da Esquina
Glauco Mattoso: “O Lampião da Esquina incomodava os gays engravatados”
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