De acordo com o relatório “Onde Estamos na TV”, que analisa a diversidade no horário nobre das TVs americanas, ainda há pouca representatividade de personagens transgênero das produções televisivas, mesmo após o ator Jeffrey Tambor, que interpreta a personagem Maura na série “Transparent” ter levado o Emmy na categoria melhor ator de comédia deste ano.
E quando se trata de personagens LGBT, a representação se destaca pela predominância de personagens homens e brancos. Ela diz ainda que “LGBTs e pessoas de cor têm permanecido sub-representadas por anos, e os homens transexuais têm sido praticamente invisível nos meios de comunicação”, disse disse Sarah Kate Ellis, CEO e presidente da GLAAD, que elaborou o relatório, à revista “Variety”.
No entanto, segundo o documento divulgado por esta organização que advoga em prol da representatividade LGBT na mídia, a diversidade está melhorando. O relatório analisa a diversidade global do horário nobre em séries e outros programas na TV aberta e paga.
Os resultados são decorrentes da monitoração de programas que irão ao ar em horário nobre entre 1º de junho de 2015 e 31 de maio de 2016.
Dos 881 personagens regulares programados para aparecer na programação da ABC, CBS, The CW, Fox e NBC no ano que vem, 35 (4%) foram identificados como gays, lésbicas ou bissexuais, com um adicional de 35 personagens LG e B recorrentes. Ano passado foram 32.
Na TV paga, os números subiram de 64 a 84, enquanto personagens recorrentes aumentaram de 41 para 58. ABC Family e Showtime foram consideradas as redes mais LGBT, com cada canal destacando 18 personagens regulares ou recorrentes para os públicos LG e B.
Estes canais também foram os únicos lugares onde foram encontrados os três personagens transgênero recorrentes na TV a cabo, enquanto na TV aberta não houve quaisquer personagens desta tipo.
E apesar de uma projeção de crescimento de personagens bissexuais na TV a cabo, especialmente os homens, para este ano, a GLAAD avaliou que muitos deles ainda são escritos em forma estereotipada.
Nos serviços de streaming Amazon, Netflix e Hulu, o relatório encontrou 43 personagens regulares e 16 recorrentes em 23 séries, americanas ou estrangeiras.
“Cada um de nós vive na intersecção de várias identidades e é importante que os personagens de televisão reflitam a diversidade plena da comunidade LGBT”, disse a CEO da GLAAD.
Ela disse ainda que “não basta apenas incluir personagens LGBT; esses personagens devem ser retratados com cuidado e precisão”.
Em reportagem publicada nesta terça-feira no UOL, personalidades e anônimos trans disseram que a discussão do assunto em séries como “Orange Is The New Black”, “Transparent” e “I Am Cait” têm contribuído não só como espelho para pessoas trans, como também para ajudar a tornar esse grupo mais visível para a população cisgênera (cuja identidade de gênero corresponde ao sexo designado biologicamente).
Efeito “Empire”
O estudo da GLAAD também analisou que a diversidade racial dentro desses personagens ainda estava notavelmente ausente, sendo que 71% de personagens LGBT na TV paga, e 73% em serviços de streaming, são brancos.
Na TV aberta, no entanto, o panorama é mais positivo: 33%, ou seja, 287 dos 881 personagens regulares no horário nobre são negros, um aumento de seis pontos em relação ao ano passado.
Outro dado interessante levantado pela GLAAD é que 16% (145) dos personagens regulares programados para o próximo ano serão negros – o maior percentual desde que o grupo começou a analisar dados raciais há 11 anos.
O GLAAD também descobriu que 43% dos personagens LGBT regulares na programação televisiva do horário nobre são mulheres, o que representa um aumento de três pontos percentuais desde o ano passado, sendo a Fox o canal que tem mais personagens mulheres L e B (48%).
Nesta categoria também se notou a falta de diversidade racial. Há 135 personagens regulares, das quais 59 são negras, 33 Latinas, 27 asiáticas e 16 que pertencem a outras etnias ou são multiracial (12%).
Na TV paga, 44% dos personagens LGBT são do sexo feminino, enquanto 56% são do sexo masculino.
“O sucesso de crítica e comercial de séries como ‘Empire’, ‘Transparent’, e ‘Orange Is the New Black” são um exemplo para os executivos de que o público está procurando histórias que não tenham visto antes; na verdade, há ainda uma abundância de histórias sobre nossa comunidade ainda a serem contadas”, acrescentou Ellis.
É bom ver essa diversidade na tv(mesmo que ainda existam pessoas que dão chilique quando viram o protagonista negro do novo Star Wars -.-‘)
Antigamente eram raríssimos, e quase sempre coadjuvantes
Mais visibilidade Tv, o mundo é feito de diferenças \^^/