A Rússia, a gente já sabe, está no topo do ranking dos países mais homofóbicos do mundo, pelo menos institucionalmente – a opinião da população é um pouco diferente, como conversamos no Lado Bi da Rússia. Sendo assim, sempre dá uma certa satisfação quando alguém consegue encontrar uma maneira de usar brechas nas leis para combater a ignorância e o preconceito.
Segundo reportou o jornal britânico The Daily Mail, o casal da foto conseguiu realizar seu casamento lésbico na Rússia, apesar de todas as leis contra propaganda gay e contra casamento homoafetivo. Isso porque Alina Davis, 26, (à direita) nasceu homem, com o nome de Dmitry Kozhukhov, e, portanto, pela lei russa, não sofre nenhum impedimento em se casar com a namorada Alison Brooks, 19, (esquerda).
Alina se descreve como “andrógina”, alguém que não se encaixa perfeitamente em qualquer gênero. Mas diz se sentir mais confortável como mulher, e sente atração por outras mulheres. O casal se trocou alianças apesar dos protestos e revolta do cartório quando as duas chegaram vestidas de noiva. “Em maio nós demos entrada com o pedido de casamento no cartório, e, para nossa surpresa, nossa presença não levantou nenhum problema”, lembra Alina. “Poucas semanas antes do casamento, no entanto, começaram a ligar para a gente. Quando não conseguiram nos encontrar, começaram a ligar para minha mãe”. O cartório estava preocupado que as duas chegariam vestidas de noiva. “A chefe do cartório pediu que minha mãe nos dissesse para não aparecermos as duas de vestido, porque na Rússia o casamento acontece apenas entre um homem e uma mulher, sem exceções. Chegou a dizer que não nos deixaria entrar de vestido.”
Apesar de chegar a ameaçar uma “punição administrativa”, mas teve que ceder, já que, na verdade, não há qualquer lei que proíba que ambas as partes do casal se casem com vestido de noiva. Mesmo assim, o casamento não ocorreu sem incidentes. “Nós chegamos na hora marcada”, conta Alina, “e a chefe do cartório correu para a sala onde assinaríamos o registro. Ela começou a nos insultar, dizendo que éramos uma vergonha para o conceito de família e que deveríamos nos tratar. Alisa respondeu que ela não era melhor que a gente. Então deixaram que os convidados e a equipe de filmagem entrasse, nos declararam marido e mulher, e nós trocamos alianças. As pessoas no cartório, os outros casais que aguardavam para se casarem e as pessoas na rua não conseguiam deixar de olhar para a gente.”
Alina acredita que seu casamento mandou uma mensagem importante para a população russa, onde muitos desaprovam o casamento homoafetivo, cada vez mais comum no Ocidente, e onde casais não-convencionais muitas vezes são hostilizados. “Acho que nós abrimos um precedente importante para casamentos como o nosso na Rússia, pois não somos os únicos casais que têm que lidar com essa questão.
Alisa já faz planos para o futuro: “nós queremos ter pelo menos dois filhos”. Sua resposta para como vai fazer para explicar as duas mães para os futuros filhos? “Por que a gente teria que explicar? As coisas são como são.”
[…] Encontrei no, Lado Bi. […]
Bravo! !
Usar a Lei do Estado contra o próprio Estado! ! …
Especialmente um Estado com elevado grau de deficiência de Coeficiente de Inteligência! ! …