Traduzido do artigo de Carrie Weisman para o site AlterNet
Pesquisadores da Universidade de Notre Dame concluíram ano passado um estudo que revelava que mulheres têm uma probabilidade maior do que os homens de serem bissexuais – uma identidade que parece ter mais chances de ser revelada em alguns contextos.
Um deles pode ser o Skirt Club, “uma comunidade underground para garotos que se envolvem com garotas” recentemente iniciada por Genevieve Lejeune. A maioria de suas integrantes são mulheres focadas em suas carreiras com 30 e poucos anos. A maioria delas, como aponta o estudo acima, já tiveram – e muitas vezes ainda estão – em relacionamentos bem sucedidos com homens. E a maioria é, como gosta de dizer LeJeune, “virgem”, ou seja, nunca tiveram antes uma experiência sexual com uma pessoa do mesmo sexo.
“É um experimento social muito divertido”, comemora LeJeune. “É bom dar às mulheres uma plataforma com que arejar suas próprias necessidades sexuais.” Aquelas que decidem entrar nas festas (cuja entrada custa entre 150 e 180 dólares) têm que aparecer sozinhas. “Isso atrai mulheres que buscam um ambiente seguro onde possam permanecer anônimas e fazer algo que nunca fizeram antes.”
“Há séculos os homens fazem sexo como bem entendem”, continua. “Eles usam prostititas, prostíbulos, clubes para cavalheiros, campos de golfe – todos esses clubes exclusivos para homens. Essa sempre foi a situação. Mas o que é que os homens têm que permite que eles mantenham esse tipo de controle?” A resposta, resumindo, é dinheiro. Agora que ao menos algumas mulheres têm maior poder econômico, elas também estão mais dispostas a explorar suas opções sexuais.
Abrir um espaço numa sociedade heteronormativa onde as mulheres possam explorar identidades alternativas é dar um passo em direção a algum tipo de igualdade social. Garantir que isso seja feito de maneira que as mulheres possam agir de forma autêntica é primordial – algo que tornou-se óbvio para LeJeune depois que frequentou uma série de eventos de suingue com um ex-namorado.
“Eu comecei esse clube porque sabia que o que se esperava de mim era uma performance para meu ex-namorado, e pude ver outras mulheres na mesma situação. Cheguei à conclusão de que é uma vergonha que as mulheres não podem explorar essa nova parte de si mesmas, muito genuína, muito íntima, de acordo com suas próprias vontades, em ambientes que se moldem a elas”, lembra-se. “Não é nada gostoso sentir-se obrigada a beijar outra pessoa.”
De acordo com uma pesquisa conduzida por Edward Fernandes, professor assistente de psicologia na faculdade Barton, em geral são os maridos que apresentam a ideia de fazer suingue às esposas (ele também aponta que, uma vez numa festa de suingue, os maridos costumam acatar às decisões de sua parceira). Nos anos 1970, quando essa ideia esteve muito em alta, homens gays e negros raras vezes eram bem vindos. Defensores do ponto de vista feminista argumentam que é impossível obter-se uma vivência cultural igualitária em qualquer situação em que existam desigualdades sociais. Como uma mulher que fazia suingue relatou a um estudante da Universidade do Kentucky Oeste, “Vamos encarar, a maior parte dos homens adora ver duas mulheres ou mais juntas… Os homens são criaturas visuais, e é muito fácil agradá-los. Saltos muito altos e meias sete-oitavos fazem os homens babar.”
“É muito interessante observar o que acontece quando se tira os homens da equação”, afirma LeJeune. “De repente, acabou a competição. Não há posse ou ciúmes. Todas essas características negativas desaparecem.”
Festas como essas não são as únicas opções para mulheres que buscam explorar um encontro homoerótico. Vinte e cinco por cento das clientes da Karma Tantric, uma empresa de massagens de Londres, pedem especificamente por massagens lésbicas. Uma pesquisa realizada recentemente pela companhia revelou que 60% das mulheres ao menos consideraria uma massagem erótica feita por outra mulher.
Hoje o Skirt Club já adquiriu proporções internacionais, com festas realizadas em Los Angeles, Londres, Nova York, Miami e Sydney. “Crescemos muito rapidamente”, comemora LeJeune. E o sexo, apesar de parte integral de seu apelo, não é a única vivência que as mulheres levam para casa. “A banheira sempre tem mais ou menos seis garotas dentro e algumas garrafas de champanhe ao redor.”
No fim da entrevista LeJeune compartilha uma história sobre uma festa privê que realizou em Miami. A casa tinha uma piscina ao ar livre, e todas entraram nela nuas, com exceção de uma mulher. Ela havia retirado a parte de baixo do biquíni, mas manteve a de cima, algo que LeJeune considerou estranho. O grupo começou a incentivar que ela tirasse a parte de cima do biquíni, mas a mulher hesitava. Ela havia feito uma mastectomia há pouco tempo, e tinha vergonha das cicatrizes. As mulheres reuniram-se a seu redor, e, depois de algum tempo, ela tirou a parte de cima do biquíni. “Foi então que todas começaram a beijar seus mamilos, uma de cada vez”, conta LeJeune. “Ela chorou um pouco, e depois disse que se sentia incrível, e que agora sentia-se confiante para sentir-se bem com a aparência de seu corpo”. E arremata: “Não consigo ver esse tipo de coisa acontecendo com homens por perto”.
Não quero ser grosso e por favor não pensem que tô sendo misógino, chato, etc.
Mas isso não seria basicamente um… Puteiro para mulheres no armário? Ok que podem ser bissexuais, mas se for pensar assim há vários homens que são também e remetem a isso, e não é tão “luxuoso”. Aliás, até criticado por não se assumir.
Ou talvez eu realmente esteja entendendo errado e essas mulheres tão lá pra experimentar algo novo, mesmo que não tenham desejo pela coisa? Coisa complicada.
Bom, acho legal que haja um espaço como esses para mulheres, finalmente, e que ao menos possam se sentir confortáveis e seguras!
E gostaria de mandar beijinhos ao Caparica! Gosto muito do que ele escreve e suas opiniões! Adoro esse lugar!