Larry Flynt, o polêmico publisher da revista erótica Hustler, resolveu se meter com a política americana e está tentando expor a hipocrisia do pré-candidato republicano Ben Carson, um notório inimigo da causa LGBT.
Flynt, cuja vida foi contada no filme “O Povo Contra Larry Flynt”, está oferecendo até US$ 1 milhão para quem oferecer qualquer prova de que um dos principais assessores de campanha de Carson, Armstrong Williams, é culpado de ter assediado seu personal trainer, em um processo ocorrido em 1998.
Em uma carta aberta publicada na última segunda-feira (14) no “Las Vegas Review-Journal”, Flynt promete dar entre “US$ 50.000 e US$ 1 milhão” para qualquer pessoa que apresente uma prova de que as acusações de longa data contra Armstrong Williams, que também é conservador locutor de rádio, são verdadeiras.
Em 1998, Williams foi acusado de assédio sexual por seu ex-personal trainer, Stephen Gregory, em mais de 50 incidentes separados, segundo reportagem da época publicada pelo jornal “SF Gate”.
O personal trainer afirmou que Williams “o beijou várias vezes na boca, agarrou suas nádegas e órgãos genitais, e subiu na cama com ele em viagens de negócios”. Quando Gregory rejeitou suas investidas, Williams o demitiu.
O caso foi resolvido fora da corte, mas graças a Flynt o passado sórdido Williams voltou para assombrá-lo e a seu novo chefe.
O objetivo de Flynt, no entanto, não é arrancar o assessor do armário, mas atingir a imagem de Ben Carson, que volta e meia diz em seus discursos ser contrário aos direitos da população LGBT.
Na carta publicada por Flynt no jornal de Las Vegas, ele diz o seguinte: “Dr. Carson, você finge ser um defensor dos valores tradicionais da família. Você se opôs ao casamento igualitário, acusando defensores da igualdade de ‘atacar diretamente a relação entre Deus e seu povo’. No entanto, você tem uma parceria com um predador sexual.”
Chamando Carson de “hipócrita”, Flynt intimou o candidato a repudiar “todo e qualquer” relacionamento com Williams antes do debate entre os republicanos ocorrido no dia 15 de dezembro, em Vegas, ou então ele iria seguir com a oferta para “qualquer um que possa fornecer informações verificáveis” em relação a suas reivindicações.
Além da acusação de assédio sexual, em 2005 Williams foi demitido da Tribune Media Services por ter aceitado US$ 240 mil do presidente George W. Bush para promover a campanha “No Chil Left Behind” (Nenhuma Criança Deixada para Trás) em seu programa de rádio.
Outras investigações revelaram que ele usou outro programa seu, “The Right Side” (O Lado Certo), para promover representantes da indústria do tabaco.
Coincidência ou não, Carson deu uma declaração, no último dia 15, distanciando-se de Williams, segundo informa o site da rede CNN, após comentários do assessor. “Ele não tem nada a ver com a campanha. Nada. Armstrong pode fazer comentários por si mesmo, mas ele nano fala pela campanha. Ele não fala por mim. Ele fala por ele mesmo.”