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Sífilis: tudo o que você precisa saber mas fica sem graça de perguntar

Pesquisas recentes apontam que 1 em cada 5 gays do centro de São Paulo apresentam sífilis ativa. Aprenda como reconhecer os sintomas dessa doença, prevenir-se e tratá-la

por Marcio Caparica

O vírus HIV e a Aids são os grandes fantasmas da saúde sexual hoje em dia. Quando as pessoas optam por usar preservativo durante relações sexuais, estão preocupadas em não se tornarem soropositivas. Mas muitas outras doenças sexualmente transmissíveis existem por aí, e, apesar de terem cura, também merecem a atenção (e preocupação) de todos. Dentre as mais preocupantes delas está a sífilis. Em 2012 a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo realizou o estudo SampaCentro, em que se entrevistou 1.217 gays em casas noturnas, saunas, cinemas e ruas do centro de São Paulo. Desses, 776 aceitaram fazer exames rápidos de DSTs. “No momento da entrevista, 18% dos entrevistados estava com sífilis ativa”, lembra a professora Maria Amélia Veras, uma das coordenadoras do projeto. “Estes dados são muito altos em qualquer lugar do mundo.”

Vamos deixar bem claro: 1 entre cada 5 pessoas no centro de São Paulo tinha sífilis num estágio em que se é possível transmitir a doença. Dado o nível de desinformação e a falta de preocupação geral com DSTs, não há muita razão para acreditar que essa prevalência seja muito menor em outras regiões de São Paulo, ou do país. Estamos começando o mês de setembro; alguém que ficou com uma pessoa por semana desde o começo do ano pegou 36 pessoas, e potencialmente entrou em contato com 7 portadores de sífilis.

Agora: o que é sífilis ativa? Como eu sei quem tem? Como evitar? Foi para fornecer essas respostas que decidimos entrevistar profissionais de saúde e preparar um pequeno guia sobre a sífilis. Separe alguns minutos, leia as informações que vêm a seguir, aprenda a previnir-se, e poupe-se muitas horas desagradáveis por causa de uma doença que pode ser facilmente prevenida.

O que é sífilis?

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela se manifesta em três estágios, mas é mais contagiosa apenas nos dois primeiros. “O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença”, informa o site do Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Quais são as formas mais comuns de transmissão de sífilis?

“A forma mais comum de transmissão é a sexual (95%)”, informou o dr. Valdir Monteiro Pinto, do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP, “mas ela pode ser transmitida da gestante infectada para o bebê quando não adequadamente tratada. Outras formas de transmissão como a acidental são irrelevantes. Embora possível a transmissão por transfusão de sangue, não há relatos desta forma de transmissão no Brasil nos últimos anos devido a boa qualidade de controle do sangue nos hemocentros.”

Quais sintomas podem acender o alerta para uma possível contaminação de sífilis?

Os sintomas começam a aparecer apenas de 10 a 90 dias após o sexo desprotegido com parceiro(a) infectado(a) – em média, aparecem em 3 semanas. Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas. As feridas e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. É esse o estágio da chamada “sífilis primária”, em que ela é mais contagiosa. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz – a pessoa pode pensar que está curada e o problema “desapareceu sozinho”, mas continua doente, e a sífilis ainda está se desenvolvendo em seu organismo. Em estágios mais avançados, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. “Com o surgimento de qualquer ferida nos genitais as pessoas devem procurar um médico”, alerta o dr. Valdir Monteiro Pinto. “Em estágios posteriores, preocupe-se com o aparecimento de manchas na pele (tronco, palma das mãos e planta dos pés)”. Respire fundo e veja fotos dessas feridas aqui, aqui e aqui.

Como se previne a sífilis?

“A prevenção se dá pelo uso correto e consistente do preservativo em qualquer prática sexual (vaginal, anal, oral)“, aponta o dr. Valdir Monteiro Pinto. “A transmissão vertical é prevenida com realização de pré natal de boa qualidade que inclui o inicio precoce, rastreamento da sífilis como parte da rotina do pré natal que recomenda a realização de pelo menos 2 (dois) testes: um teste na 1ª. consulta e outro no inicio de terceiro trimestre e o tratamento imediato dos casos de sífilis diagnosticados em qualquer momento da gravidez, bem como de seus parceiros sexuais.”

Beijo na boca transmite sífilis?

Sim, caso um dos indivíduos tenha uma lesão ativa de sífilis na boca (fotos delicinha aqui e aqui).

Sexo oral transmite sífilis?

Sim também. Para se evitar esse tipo de transmissão, portanto, convém o uso de preservativo durante o sexo oral.

Sexo anal transmite sífilis?

Mais uma vez, sim. “A ferida da sífilis pode aparecer também no ânus,” avisa o dr. Valmir, “mas, pelo fato de não doer ou sangrar, as pessoas costumam não dar importância para isso. Como ela também desaparece sem tratamento, pensam que o problema está resolvido e deixam de procurar um profissional de saúde. É muito importante que procure-se um profissional de saúde após o surgimento de qualquer sinal ou sintoma que não estava presente no dia anterior. É um direito seu!”

É possível pegar sífilis no banheiro público?

“Não”, afirma categoricamente o dr. Valdir. Ou seja, se seu namorado disse para você que pegou no banheiro público, isso pode até ser verdade, mas não porque entrou em contato com o vaso sanitário sujo. Os contatos foram outros.

Como posso ter certeza se eu tenho ou não sífilis?

É possível realizar testes rápidos para sífilis em todo o país, gratuitamente. O teste exige apenas uma gota de sangue tirada do dedo e sai em 30 minutos. Se você tiver qualquer suspeita de que tenha pegado sífilis, corra o quanto antes par um médico! É sempre melhor saber do problema que ignorá-lo. E, como você vai ver, o tratamento da sífilis é muito simples.

Como é o tratamento?

O tratamento é realizado com antibióticos. A penicilina ainda é muito usada para curar as pessoas da sífilis. “Deve-se realizar controle de cura pós tratamento”, lembra o dr. Valdir.

Depois de curada, é possível pegar sífilis novamente?

“A sífilis não oferece imunidade”, aponta o dr. Valdir. “As pessoas podem expor-se de novo a pessoas infectadas e adquirir a doença mais vezes. Deve-se praticar o sexo seguro sempre!”

Que tipos de sequelas a sífilis pode deixar?

Em seu estágio final (terciário), a infecção se espalha para áreas como cérebro, sistema nervoso, pele, ossos, articulações, olhos, artérias, fígado e até para o coração. Aproximadamente 15 a 30% das pessoas infectadas não tratadas desenvolvem o estágio terciário da doença. Isso pode causar cegueira, demência, paraplegia, perda dos dentes, rompimento da artéria aorta e deformidade facial, entre outros problemas. “Um pesquisador colheu líquor de mendigos e descobriu que vários são loucos por sequela de neurossífilis”, relata Ricardo Vasconcelos, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Sífilis ativa aumenta a possibilidade de se contaminar com o vírus HIV?

Aumenta, e muito. As feridas causadas pela sífilis aumentam de duas a cinco vezes possibilidade de se contrair o HIV quando em contato com um soropositivo. A presença de sífilis também indica outra coisa: a pessoa costuma fazer sexo sem preservativo, um comportamento de risco que levar à infecção pelo HIV. “É muito comum o paciente procurar o médico porque apresenta sintomas de sífilis, e, depois do tratamento, enquanto está fazendo o seguimento, soroconverter para o HIV.  A sífilis o deixou predisposto ao HIV”, alerta Ricardo Vasconcelos. “O HIV está longe de estar sob controle, e um dos motivos é a epidemia de sífilis.”

Como contrair sífilis pode complicar a vida de um paciente soropositivo?

“A sífilis em pessoas vivendo com HIV pode se apresentar com lesões múltiplas, maiores e com maior tempo para resolução”, afirma o dr. Valdir. “A sífilis diminui a contagem de CD4. Também pode haver progressão mais rápida para a neurossífilis, quando a infecção atinge o sistema nervoso.”

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23 comentários

gui

quando tive a sifilis fiquei super desanimado e aprendi a liçao de usar preservativo sempre, por que n quero passar por isso nunca mais na vida. Alem do mais ela no estagio 2 coça muitoooooo e o tratamento do antibiotico doi paca**

jony

Boa noite adorei a explicação acima eu estou tendo esses sintomas e prefirir me afundar no assunto obg vou amanhã fazer o exame

Marcello

É extremamente complexa essa tal de “sífilis”.
Em cada site uma matéria diferente da outra, onde nunca se entra num “acordo”.
Por exemplo, eu sempre uso preservativo em minhas relações sexuais, porém peguei essa desgra**.
E comigo na fase primária simplesmente veio em minha gengiva (isso mesmo, na gengiva), fui em dentistas (periodontistas) que não faziam idéia do que seria aquilo, parecia simplesmente uma queimadura. Depois de tomar antibióticos, uma limpeza (raspagem) e anti-sépticos (determinado pela própria dentista) “resolveu” o problema. Até então, tudo bem, ótimo, resolvido. Até porque eu tinha feito exames recentemente (pois todos os anos faço, afinal quem tem vida sexual ativa, por mais que use preservativo, tem que fazer) e tinha dado tudo negativo (ou até então, falso negativo). Logo depois, começou a me sair varias “pintinhas vermelhas” pelo meu corpo, onde imediatamente fui a um clinico geral que também era dermatologista que analisou as tais “pintinhas” e disse que era pitiríase rósea, onde segundo ele não se sabe de onde vem, mais que tem a ver com o emocional (e realmente eu estava passando por uma fase muito difícil) mas que em no máximo 2 meses sairia as tais pintinhas, beleza fiquei “despreocupado”. Porém foram 5 meses, e as malditas “pintinhas” não saiam, e resolvi ir em outro dermatologista, contei toda a história e ela só de bater os olhos disse “isso não é pitiríase”, dai pediu todos os exames novamente, hiv, sífilis, hepatite etc.. E páá.. bingo!
Reagente 1/256 para sífilis, e graças a Deus Não reagente para o restante.
É onde digo que a sífilis é muito mais complexa do que parece, pois ela é uma doença que engana muito, principalmente médicos “experientes”.. No meu caso, não deu absolutamente nada nas plantas dos pés e nem das mãos e a primária foi na gengiva. Então acho muito errado dizer que é por falta de preservativo, pois eu poderia passar pra alguém simplesmente pelo beijo, ou seja não foi por falta de proteção. Afinal é uma DST que pode ser pega pelo beijo certo?
Outra coisa, o tratamento é feito com a (maldita) Penicilina (que dói pra caralh**), e em cada site fala uma coisa sobre a dose correta.
Em uns dizem que na fase primária seria dose única ( 1 em cada glúteo de 1,2 milhão Ui = 2,4 milhão Ui)
Secundária, terciária e latente 3 doses de 2,4 milhão Ui, (1 por semana durante 3 semanas).
Em outro diz:
Fase primária, secundária e latente recente (menos de 1 ano) dose única ( 1 em cada glúteo de 1,2 milhão Ui = 2,4 milhão Ui)
Terciária e latente tardia (mais de 1 ano) 3 doses de 2,4 milhão Ui, (1 por semana durante 3 semanas).
Em outro diz:
Fase primária dose única ( 1 em cada glúteo de 1,2 milhão Ui = 2,4 milhão Ui)
Fase secundária 2 doses de 2,4 milhão Ui (1 por semana durante 2 semanas)
Fase terciária e latente 3 doses de 2,4 milhão Ui, (1 por semana durante 3 semanas).
No meu caso, tomei 2 doses de 1,2 milhão Ui em cada glúteo durante 2 semanas.
É muito confuso, é muita desinformação, cada site diz uma coisa.
Você já esta perdido, confuso e se sentindo um lixo e ainda tem que passar por essas desinformações.
Nesse texto mesmo, tem uma parte que eu não entendi:
“É muito comum o paciente procurar o médico porque apresenta sintomas de sífilis, e, depois do tratamento, enquanto está fazendo o seguimento, soroconverter para o HIV.”
Como assim? Tipo, da Sífilis, pode converter em HIV? Não entendi, poderiam explicar isso melhor?

Marcio Caparica

Oi. Sim, provavelmente você pegou por beijo, ou por sexo oral. Quanto ao trecho que você não entendeu: não é que a sífilis se converte em HIV. O que acontece é que a presença de feridas de sífilis numa pessoa aumenta a chance de se transmitir HIV. Além disso, em geral quem pega sífilis não é muito amigo de preservativo (o que não é seu caso). Mas o HIV não é tão aparente. Então é muito comum a pessoa fazer um exame, ver que tem sífilis, e daí o médico pedir um exame de HIV em seguida ou algum tempo depois e a pessoa descobrir que acabou de pegar HIV também.

Dailton

Rico e esclarecedor depoimento. Obrigado pelo excelente esclarecimento Marcello 😉

Bia

Olha, quando meu marido e eu nos separamos ele se relacionou com outras mulheres. E depois voltou pra mim. 3 semanas depois apareceu uma ferida no penis (no tronco), e eu logo disse que era siflis e fiz ele fazer exames. Coçava muito ele dizia. Ele foi em medico de posto de saude e ao chegar la, o medico ja afirmou antes de pedir qualquer testes e exames que era siflis e como meu marido é alergico a bezetacil(penicilina) ele passou antibiótico. E entao o medico pediu pra ele fazer exame de sangue. Ele tomou o medicamento certo e em 1 semana saiu a ferida. ( ainda tava na fase primária.) Ai, nao apareceu mais nada. Ai semanas depois apareceu uma pequena ferida em mim.. Mas não dei importância. E depois de 2 meses começou a aparecer manchas/feridas no meu corpo todo. Primeiro foi no meu braço, e depois na barriga, depois nos meus seios, ai na palma da mão e nos pés. Ai eu fiquei com medo, pois o perigo ta nas maos e nos pes. Fiz o teste rápido de siflis e HIV. Hiv deu negativo, mas o siflis deu positivo. Eu entrei em desespero. Fiquei triste, chateada. Havia me relacionado apenas com 3 homens. ( meu ex namorado a mais de 6 anos) o meu marido e quando nos separamos um rapaz e foi só 1 vez com camisinha. Aquilo acabou comigo. Fiquei desnorteada. Com nojo de mim. Sem querer sair de casa. Fiquei super desorientada. Sempre fui muito limpa nesse quesito.
Mas uma coisa eu digo;
Coça sim, e coça muuuuuuuuuuuuuuiiiito.

gui

Bia, eu tambem quando tive a sifilis fiquei super desanimado e aprendi a liçao de usar preservativo sempre, por que n quero passar por isso nunca mais na vida. Alem do mais ela no estagio 2 coça muitoooooo

Erildo

Na verdade nao é comentario e uma pergunta. Descobri recentemente que tenho sífilis euns dias antes transei sem camisinha eu sendo passivo houve penrtraçao em mim. Essa pessoa que penetrou pode ter pego a doença?

yara

Eu queria saber se apos o tratamento da sífilis as feridas somem?

Rodrigo Nogari

Sim, somem, mas não é sinal de que está totalmente curado.

Andrew

Em maio desde ano tive uma relação oral sem preservativo, e acabei por contrair sífilis… Começou com a úlcera em 10 de junho, que o clínico geral disse poder ser sífilis. O primeiro exame deu negativo… Ele suspeitou de Nicolas-Feuvre, que pode causar elefantíase, me desesperei… Deu negativo algumas semanas depois… E me acalmei…
A úlcera continuou a aumentar e arder…
Em julho, começando a tratar semanalmente com um médico amigo da família, ele acabou me diagnosticando com toxoplasmose, pois os exames ainda davam negativo para sífilis… Logo apareceram as manchas… Que por incrível que possa parecer, não coçavam como dizem… Elas apareceram do umbigo para cima, pegando mais o rosto, pescoço (que já tinha muitas inguas) e também as costas… Nessa altura eu já havia feito biopsia e cauterizado a lesão peniana, onde o laudo diagnosticou lesão proveniente de HPV (visto que tratei de HPV há 4 anos atrás e é controverso a opinião sobre sua cura)…
Em resumo, acabou acusando em setembro, os pelos de minhas sobrancelhas caíram muito, pois havia muita inflamação nas manchas, estavam inchadas sabe?
Eu achava que era alérgico a penicilina, pois minhas irmãs todas são, porém tomei no UPA e não tive reação… Me lembro que tomei na terça, no começo da tarde… Porém a noite me deu aquela reação, de quando o vírus começa a morrer e virar outra substância, me causou muita dor onde eu já tinha, muita febre, muito mal estar…
No dia seguinte acordei melhor, e dois dias depois acordei milagrosamente bem, estava disposto, estava com energia, estava sem dores nas articulações (que eram horríveis, principalmente no antebraço), estava todo desenflamado também…
Já faz 1 mês e 10 dias que comecei a tratar, tratei por 3 semanas. ( 2 doses por vez, totalizando 7.200 ui)…
Estou bem, a garganta que estava super inchada, desinchou no dia seguinte da primeira dose, os gânglios no pescoço começaram a sumir na segunda dose, e já praticamente não tenho mais deles, a úlcera na boca, que apareceu antes da peniana inclusive, sumiu 2 dias depois da primeira dose também…
A única coisa que ainda tenho são algumas manchas no rosto, as do braço ficaram descascando todos os dias a pele… “Trocando” que nem cobra… Até que sumiu 100%… Já as manchas no rosto, que ainda incomodam, e a cicatriz no pênis eu talvez não me livre delas… Estou otimista em pegar mais sol no rosto para tentar trocar mais a pele, pois ao contrário do braço, o rosto descamou muito pouco… As sobrancelhas também me incomodam muito, eu já tinha pouca, agora tô quase sem, porém irei procurar alquelas pomadas que induzem o crescimento de pelos…
Só terei certeza da cura em janeiro, daqui 2 meses, pois é necessário esperar o período de 3 meses para o corpo se livrar dos anticorpos, e acusar negativo no exame…
PS: o medico por algumas semanas me disse que as manchas eram devido a stresses, e realmente estava estressado, pois a biopsia da lesão era pré maligna se não tratada… Graças a Deus, tudo deu certo!
Se eu tenho uma dica de ouro para dar há quem interessar, essa dica é “repita o exame de sífilis mensalmente, se não semanalmente!”, Não custa nada ir de posto em posto toda semana e fazer o teste rápido, assim que acusar, já corre pro médico e trata… Pois não é culpa dos médicos que o exame deu negativo, e nem todo médico fica repetindo o mesmo exame toda hora… Quanto antes acabar o sofrimento melhor!
Fora isso, fiquem tranquilos pois tem cura, e o tratamento é eficaz 98% das vezes, segundo informações que pesquisei…
Abraços e boa sorte a todos!

Caique

Um adendo: “Na verdade, Paul Schilder provou, na década de 1920, que os sintomas “psicóticos” dos
pacientes que sofriam de infecções cerebrais por sífilis baseavam-se em sua personalidade
anterior à infecção, desmentindo a ideia de que a área cerebral afetada determinaria a
sintomatologia do paciente. Ver seu Studien und Symptomologie der progressiven Paralyse (Berlim: Karger, 1930)”

Darian Leader, psicanalista britânico.

Dante

E sabe o que é pior, Márcio? É que, em não raras conversas, é possível notar que a mentalidade de muita gente é “tem cura, qualquer coisa é só tomar remédio”. Não falam com essas palavras, mas o discurso tem disso, né, ele revela. Agora, tem uma coisa nessa pesquisa que me deixou pensativo: como assim, gays “do centro de SP”? Se alguém responder “porque a pesquisa foi feita no centro de SP”, para mim, isso não é resposta. Que dados essa pesquisa obteve para que se possa afirmar que o problema detectado é específico dessa região? “Pela concentração de lugares gays nessa região”, para mim, também é uma resposta temerária. Com que frequência as pessoas pesquisadas vão aos locais do centro de SP? Falar em gays “do centro de SP”, sei lá, soou para mim um tanto estigmatizante, tendo em vista inclusive que estamos falando de uma região, em termos de “meio gay”, historicamente estigmatizada inclusive pelos próprios gays (nove entre dez falam mal, mas nove entre dez batem cartão ali, depois de fazerem “figuração” no Itaim Bibi, por exemplo, isso sem falar da Augusta, da Frei Caneca, enfim, dos circuitos mais “festejados”). Enfim, achei bem estranha, para não dizer perigosa talvez, a forma como isso está sendo colocado. O que você acha? De antemão, abraços querido.

Marcio Caparica

Dante, também acho que essa atitude existe. Não tenho informações internas do estudo SampaCentro. As entrevistas foram feitas na região da República e Consolação. Não acho que o objetivo da pesquisa seja dizer que o problema está limitado a essas áreas – eu, inclusive, afirmo o contrário no começo do texto, e pessoas que participaram da pesquisa leram o texto e não me desmentiram. Se eu conseguir mais informações que resolvam suas dúvidas, atualizo aqui!

Dante

Sim, sim, eu percebi o cuidado que você teve com essa questão da região, falo da pesquisa e da maneira como está posta a informação, entende? Veja, não estou atribuindo a você o incômodo que senti, e sim à maneira como isso está sendo divulgado (quanto mais eu leio gays “do centro de SP”… “do centro de SP”…, mais eu sinto incômodo. Para mim, a informação restou bem particularizada, remete a algo do tipo “se existem gays ‘do centro de SP’, existem gays ‘fora do centro de SP’ (???) e estes têm algo que aqueles, entre os quais foi constatada grande incidência de sífilis, não têm”. Cara, não tem essa de “eu sou gay de x lugar”, “você é gay de y lugar” (não tome para você essa minha fala, estou expressando a você meu estranhamento). Não sei se estou me fazendo entender.

Guto

Parabéns pela iniciativa!! 1 em 5 gays é muita coisa, mas aposto que clamídia, gonorreia e HPV superam a sífilis facilmente.
Meninos, continuem informando sobre esse assunto. É importantíssimo! Falem sobre mais doenças.
Gostei da iniciativa, mas achei meio rasa a matéria. Como seria a transmissão para quem faz sexo anal passivo? Quais os sintomas da sífilis na boca? Essas feridas doem??
Se possível, detalhem mais nas próximas matérias e com mais informações especificamente para gays, porque a abordagem geral é só do pênis e esquecem que usamos o ânus, reto, boca e garganta…

Marcio Caparica

Oi Guto! Obrigado! Vou detalhar o post mais, mas, como diz o post: as feridas não doem, não soltam pus, nada. E qualquer contato com as feridas podem transmitir sífilis – como diz o post, qualquer contato durante o sexo anal, oral ou vaginal.

Tom

Também quero dar os parabéns pela matéria, e dizer ao rapaz do comentário anterior que acho que o papel do jornalismo não é se igualar a uma consulta médica, acho que o essencial sobre sífilis está ali, nós que devíamos ir mais a médicos e conversar abertamente sobre essas prevenções a serem tomadas, pois cabe ao médico orientar de forma mais científica e num nivel mais pessoal o paciente. Mas definitivamente está de parabéns o Lado Bi pelo texto! Quanto mais, melhor!

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